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A paisagem como conceito fundamental para ensinar a Geografia: estrutura e formação do espaço Refletir sobre a importância do conceito de paisagem na formação da criança do Ensino Fundamental I como possibilidade de introduzir a noção de totalidade presente nessa unidade espacial. A partir da década de 1950, com os impactos da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a urbanização na maioria dos países do mundo em quase todos os continentes. Modificaram-se as condições de produção das indústrias e no campo. Um legado dessa guerra foi a ampliação da noção de escala para a análise do espaço geográfico. As tecnologias emergentes desse período ajudaram a realizar estudos que recorreram a descobertas aeroespaciais principalmente o sensoriamento remoto, as fotos por satélite e o SIG (Sistema Geográfico de Informações) que se basearam na possibilidade de se sistematizar dados por meio dos computadores. As tecnologias do século XX aproximaram o lugar do Universo. Esses recursos permitiram que a Geografia pudesse incluir em seus estudos as relações que se observava nos processos de apropriação humana da natureza de tal forma que foi possível compreender a dimensão das lutas sociais o que marcou o modo como se fez a pesquisa em Geografia e como ensiná-la. Surgiu uma nova forma de se estudar o espaço geográfico, território e paisagem, no que hoje chamamos de Ensino Fundamental II. Durante muito tempo o ensino da Geografia ficou dividido entre as tradicionais formas de atividades baseadas em memorização ou reprodução de mapas e os estudos das relações econômicas, sociais e culturais em uma perspectiva de interpretação crítica, para crianças que não estavam em condições de executar as atividades decorrentes dessas interpretações. O avanço dos debates, entretanto, possibilitou que se chegasse, com o tempo, a compreensão de que para estudar o espaço geográfico era importante levar em conta a dimensão que incluísse a percepção do mundo. Essa dimensão nos traz a oportunidade de trabalhar com os conceitos de espaço geográfico e paisagem adequada às condições de aprendizagem das crianças de seis a dez anos no Ensino Fundamental I. Quando se trabalha com a paisagem as crianças partem da observação que vivenciam a cada dia do espaço geográfico em que estão inseridas. Já estudamos o conceito de lugar e a importância de se estudá-lo. A paisagem é também fundamental para a formação do raciocínio geográfico da criança em formação, pois ela é aquela porção do território que sintetiza os elementos presentes em todo contexto global, mas de forma localizada, em uma unidade que se pode analisar pelo olhar. Também é possível, na escala da paisagem, considerar as subjetividades e os elementos singulares que dão a sua identidade individual. Toda paisagem revela as relações socioculturais que a definem e também os elementos físicos e biológicos que fazem parte de seu sítio (território). Para estudar a paisagem o professor dos anos iniciais deve receber apoio técnico e teórico para construir a experiência ensino–aprendizagem para além dos limites do livro didático. Toda a atividade de ensino e aprendizagem da Geografia deve considerar como essencial estudar "as relações entre o processo histórico que regula a formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem" (PCNs, 2000, p. 74). O estudo do espaço não pode abandonar as noções temporais para compreender os fenômenos sociais e culturais de cada paisagem. As noções temporais levam a compreensão do processo de construção da paisagem. A interação entre a ação humana e a natureza depende da compreensão da relação entre tempo e espaço e entre espaços e paisagens diferentes. A paisagem resulta da ação transformadora do homem sobre a natureza. A análise da paisagem deve buscar compreender as transformações ocorridas para além da descrição necessária que se deve fazer, a partir da observação que se realiza com base nos estudos do meio. Tais estudos podem "abranger os modos de produzir, de existir e de perceber os diferentes espaços geográficos e como os fenômenos que constituem as paisagens se relacionam com a vida que as anima" (PCNs, 2000, p. 74). Para o ensino nos anos iniciais é fundamental realizar atividades de estudos da paisagem partindo da observação para que resulte na explicação do que está presente na paisagem e que revela o que, ao longo do tempo, foi se transformando. As marcas dessas transformações só podem ser compreendidas porque numa paisagem sempre há permanências de tempos passados. Uma vantagem pedagógica no estudo da paisagem tem a ver com a dimensão didática de que esta representa uma totalidade em síntese, de múltiplos espaços presentes nessa unidade. As crianças podem iniciar seu processo de construção das noções espaciais ao observar o espaço topológico que vive e percebe. Pode, progressivamente, compreender as relações subjetivas ali presentes pela ação dos que vivem e constroem a paisagem a partir de seus lugares. Para compreendê-la é importante retomar o conceito de território. Ao considerar suas primeiras definições, aprendemos que os animais e plantas, ocupam porções da superfície terrestre, propostos nos estudos da Biologia. O trabalho que o homem realiza forma o território, fruto da construção que a sociedade promove nos espaços vividos. A paisagem, portanto, deve ser considerada a partir da definição dos limites do território, uma vez que tais limites envolvem a ideia de alcance da vista, como aquilo que se pode observar a partir da janela. A paisagem é definida, a partir do PCN, como: Vimos que a categoria paisagem se liga a lugar; estas categorias vão dar ao professor a oportunidade de avançar seu trabalho do uso didático do livro para construir um currículo vivo e significativo para o processo formativo. A paisagem traz a contradição que marca sua dinâmica, pois permite compreender não só as relações que existem, mas também como elas se estabelecem e de que modo se relacionam com relações universais. A paisagem contém os lugares e está contida em escalas que atingem o global. Além disso, ela traduz tensões que estão presentes no local e no global. Compreender e construir estes conhecimentos exige que se fortaleça o raciocínio geográfico. A presença das tecnologias da arte na vida cotidiana aparece nas experiências humanas e garantem que, desde o início da escolaridade, o sentido da solidariedade se refere a pertencer a uma realidade da qual faz parte. Todos somos membros que participam e definem os modos de vida de seu contexto. O homem tem o direito de ir e vir no mundo e o de se localizar e se fazer entender. 1. Veja os links: Disponível em: http://www.opengeospatial.org/. Acesso em: 18 dez. 2013. Disponível em:1. http://www.brasilescola.com/geografia/sig.htm. Acesso em: 18 dez. 2013. 2. Os recursos tecnológicos permitem organizar a vida no planeta. Documento sobre sensoriamento2. remoto. Disponíveis em: http://www.cnpq.br/documents/ 10157/56b578c4-0fd5-4b9f-b82a-e9693e4f69d8 e http://www.aeb.gov.br/2013 /03/sensoriamento-remoto-no-brasil/ . Acessos em: 15 dez. 2013. A presença das tecnologias da arte na vida cotidiana aparece nas experiências humanas e garantem que, desde o início da escolaridade, o sentido da solidariedade se refere a pertencer a uma realidade da qual faz parte. Todos somos membros que participam e definem os modos de vida de seu contexto. O homem tem o direito de ir e vir no mundo e o de se localizar e se fazer entender. 1. Veja os links: Disponível em: http://www.opengeospatial.org/. Acesso em: 18 dez. 2013. Disponível em:1. http://www.brasilescola.com/geografia/sig.htm. Acesso em: 18 dez. 2013. 2. Os recursos tecnológicos permitem organizar a vida no planeta. Documento sobre sensoriamento2. remoto. Disponíveis em: http://www.cnpq.br/documents/ 10157/56b578c4-0fd5-4b9f-b82a-e9693e4f69d8 e http://www.aeb.gov.br/2013 /03/sensoriamento-remoto-no-brasil/ . Acessos em: 15 dez. 2013. Referências BRASIL/MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: história e geografia. Secretaria de Educação Fundamental. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos. et al. Geografia em sala de aula: práticas textualizações no cotidiano. 7. ed. Porto Alegre: Mediação, 2009.
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