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Antivirais Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí Disciplina: Farmacologia Docente: Discente: Gabrielly S. Ferreira Farmacoterapia das viroses A droga viral ideal seria aquela que interferisse na replicação viral sem afetar os processos metabólicos celulares normais Algumas viroses, como rubéola, caxumba, poliomielite, hepatites A e B, HPV, sarampo, febre amarela, varicela, gripe, são evitadas por meio de vacinas De acordo com Sethi, as drogas antivirais agem em vários estágios de replicação viral: Inibição da ligação ao receptor da célula hospedeira, na penetração ou desnudamento viral; Inibição de enzimas associadas ao vírus, como a DNA polimerase; Inibição dos processos de transcrição; Inibição dos processos de tradução; Interferência com proteínas virais reguladoras; 6) Interferência por glicosilação, sulfatação ou fosforilação 7) Interferência na compactação de proteínas virais; 8) Interferência com a liberação de vírus da membrana celular superficial; Drogas que inibem a ligação, penetração dos vírus e a replicação viral inicial Amantadina O cloridrato de amantadina é uma amina primária tricíclica que inibe a penetração das partículas virais de RNA nas células hospedeiras. Também inibe os estágios virais da replicação Comumente utilizada para tratar Influenza A, Sarampo e alguns vírus de RNA; Também inibe in vitro subtipos humanos (ex.:H1N1), É bem absorvida via oral. Sua dose usual: 100mg – 2 vezes/dia. Apresentada em cápsulas, xarope e comprimidos aproximadamente 90% da droga é eliminada pelos rins, de forma inalterada e possui uma meia vida: 15-20 horas Esses fármacos possuem baixa toxicidade nos níveis terapêuticos, mas pode causar sintomas como: depressão, alucinações, insônia, sonolência, nervosismo, náusea, diarreia, constipação e anorexia; doses elevadas podem causar convulsões e coma em paciente com arteriosclerose cerebral e distúrbios convulsivos. Deve ser usada com precaução em pacientes com história de epilepsia, arteriosclerose grave, doença hepática e dermatite eczematóide Rimantadina O cloridrato de rimantadina é um derivado sintético que se relaciona à amantadina; Parece ser mais eficaz do que a amantadina contra Influenza A e possui menos efeitos colaterais no SNC e não inibe a absorção e penetração do vírus. Esse fármaco apresenta a atividade contra a maioria das raças dos vírus Influenza A mas não é ativo contra o vírus Influenza B; deve-se fazer a prevenção de raças humanas, aviárias e animais dos vírus Influenza A Pode causar pesadelos, alucinações e vômitos, como efeito colateral. A rimantadina é metabolizada no fígado, e cerca de 20% é excretada inalterável e possui uma meia-vida (em adultos) que varia de 24 a 36 horas. Mais de 90% das doses são absorvidas entre 3 e 6 horas. Interferon O interferon consiste em uma mistura de pequenas glicoproteínas que apresentam atividade antiviral específica; Os interferons humanos são classificados em três tipos: alfa, beta e gama. O tipo alfa é secretado pelos leucócitos; O tipo beta é secretado pelos fibroblastos humanos; O tipo gama é chamado de interferon “imune”. Os Interferons são ativos em concentrações extremamente baixas. Ele é utilizado para tratamento da hepatite crônica B e C, ceratite herpética, herpes genital, herpes-zóster, varicela-zóster, influenza e resfriado comum. Outras aplicações: câncer mamário, câncer pulmonar e mieloma múltiplo. O alfa-interferon possui atividade antiviral de largo espectro, agindo nas células infectadas por vírus. Inibe a transcrição de RNAm em ácidos nucléicos e proteínas virais. Sua administração oral não é usada clinicamente porque não causa nível sanguíneo detectável; Praticamente não atravessa barreira hematoencefálica. Após injeção intramuscular, observam os níveis sanguíneos máximos em 5-8 hrs. O uso clínico é limitado a aplicação local. Pode causar reações adversas como náusea, vômito, mialgia, calafrios, cefaleia, confusão mental, diarreia, supressão da medula óssea Inibidores na neuraminidase A neuraminidase é encontrada nos vírus A e B da influenza, e admite-se que ela está envolvida na clivagem catalítica das ligações glicosídicas e está envolvida na ativação do vírus da influenza. Fosfato de Oseltamivir Foi aprovado como o primeiro inibidor da neuraminidase administrado por via oral, usado contra os vírus da Influenza A e B Zanamivir Age por inibição competitiva da enzima neuraminidase, o que torna a droga um eficiente antiviral contra Influenza A e B ele é eficaz quando administrado pelas vias nasal, intraperitoneal e endovenosa, mas é inativo pela via oral. Atualmente, se apresenta sob a forma de pó para inalação e é capaz de resolver os sintomas da influenza e melhorar a recuperação (de 7 dias com placebo para 4 dias com tratamento) Drogas que interferem na replicação do ácido nucleico viral Aciclovir Droga que deu início à farmacoterapia antiviral seletiva. Para exercer sua ação antiviral: Aciclovir Trifosfato de aciclovir. Ele age inibindo a síntese do DNA viral, por dois mecanismos: (a) inibição competitiva com desoxi GTP pela polimerase do DNA viral; (b) terminação da cadeia após incorporação ao DNA viral É um medicamento eficaz no tratamento de infecções causadas por Herpes vírus 1 e 2 (HSV-1 e 2), Vírus Varicela-Zoster (VVZ), e algumas formas de doença por citomegalovírus (CMV), seu uso é profilático para recidivas de herpes genital, também pode agir contra Epstein-Bar (EBV) e vírus B do herpes Esse fármaco possui uma meia-vida plasmática de 2-3 horas. Pode ser aplicado topicamente, oralmente, ou via intravenosa. Pela via oral somente 20% da droga é absorvida e as concentrações plasmáticas máximas são atingidas em 1-2 horas e sua excreção é pelos rins. Vidarabina(Ara-A) Usado, originalmente, como droga antineoplásica, age interferindo na replicação do ácido nucleico viral, inibindo os passos da síntese do DNA.Seu uso principal é na encefalite humana causada por Herpes vírus 1 e 2 (HSV-1 e 2), reduzindo a mortalidade de 70 para 30%. Eficaz contra herpes labial em RN, herpes genital, vírus da vacínia, adenovírus, vírus de RNA, papovírus, citomegalovírus (CMV) e varíola. Possui uma meia-vida: aproximadamente1h. distúrbios gastrointestinais (anorexia, vômito, diarreia, náuseas) e no SNC (tremores, tonturas, síndromes dolorosas e convulsões). Esse fármaco provoca efeitos mutagênicos, carcinogênicos e teratogênicos, o Alopurinol e teofilina podem interferir no metabolismo da droga o ajuste da dose deve ser feito em pacientes com insuficiência renal Drogas Antirretrovirais Inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa Zidovudina(AZT) É um fármaco rapidamente absorvido e sua biodisponibilidade varia de 60 a 70%. Nos pacientes infectados por HIV, a absorção varia amplamente e é retardada após a ingestão de alimentos; Sua excreção é feita via renal; Meia-vida plasmática: 0.9 a 1,5 por hora Ela age Inibindo a enzima transcriptase reversa, é usada no tratamento de adultos infectados pelo vírus HIV-1, cuja contagem de Linfócitos-T esteja abaixo de 500/mm³; Tratamento de crianças aidéticas com mais de 3 meses de idade e imunocomprometidas; E para evitar transmissão vertical de HIV, pode causa neutropenia, leucopenia e anemia macrocítica, cefaleia, insônia Lamivudina Fármaco análogo nucleosídico da Zalcitabina, cujo é empregado num dos protocolos da hepatite crônica pelo vírus B na AIDS. Inibidores não nucleosídicos da transcriptase reversa São inibidores que não necessitam de fosforilação ou de processamento intracelular para se tornarem ativos. São inibidores de RT não competitivos e provocam inibição alostérica da função enzimática. Nevirapina É bem absorvida via oral, com uma biodisponibilidade superior a 90%. Sua absorção não é alterada pelos alimentos. Meia-vida plasmática de maisde 24hrs. Extensamente metabolizada pelo fígado (citocromo P450). A nevirapina induz seu próprio metabolismo quando associada com anticoncepcionais orais, rifampicina, rifabutina e alguns inibidores de protease; Efeito adverso: exantema que apresenta erupção maculopapular eritematosa Delavirdina É um fármaco bem absorvido via oral e tem biodisponibilidade de 85%. Para absorção total, esse antiviral necessita de um meio ácido. O uso de antiácidos dentro de 1h da administração de delavirdina ou uso de bloqueadores da bomba de H+ podem reduzir sua absorção. Possui uma meia-vida plasmática de 58 horas, sua metabolização e feita pelo Citocromo P450 do fígado e possui interação medicamentosa com rifampicina, rifabutina, nelfinavir e vários fármacos anticonvulsionantes. Por outro lado, a delavirdina inibe o metabolismo de diversas drogas, aumentando seus níveis plasmáticos: saquinavir, claritromicina, nifedipino, rifabutina e outros. Apresenta maior eficácia quando usada em associação a outros antivirais. Como acontece com a nevirapina, pode ocorrer exantema em 18% dos pacientes Inibidores de protease A protease ou proteinase do HIV é uma enzima aspartílica essencial para clivagem pós-tradução da poliproteína gag e gag-pol. Diversas proteínas virais, inclusive as que formam o cerne viral, a própria protease, a RT e a integrase são sintetizadas como poliproteínas que exigem clivagem para se tornarem proteínas maduras. Os inibidores de protease são ativos contra HIV-1 e HIV-2 e são extensamente metabolizados pelo fígado (citocromo P450).O uso crônico pode provocar hiperglicemia, síndrome de distrofia gordurosa, elevação dos níveis de glicerídeos, depósitos anormais de gordura na base do pescoço e nas vísceras abdominais Saquinavir Esse fármaco deve ser ingerido com uma refeição rica em gordura para facilitar sua absorção. A droga tem elevada ligação proteica (97%) Medicamentos com : Rifampicina, rifabutina, nevirapina, efavirenz e anticonvulsionantes aumentam o metabolismo do Saquinavir. Já os fármacos; Ritonavir, indinavir, clarotromicina, cetoconazol, nelfinavir e delavirdina inibem o metabolismo do saquinavir. A interação entre Saquinavir + ritonavir gera uma potente atividade antirretroviral. Esse medicamento pode causar diarréia, náusea, desconforto abdominal e dispepsia Ritonavir Medicamento é bem absorvido via oral, sua biodisponibilidade é de 70% e se liga às proteínas plasmáticas na elevada porcentagem de mais de 98%, possuindo uma meia-vida de 3,2 horas O ritonavir pode induzir o metabolismo hepático das seguintes drogas: AC orais, neofilina, atovaquona, morfina, naproxeno, cetoprofeno Inibe o metabolismo das seguintes drogas: antiarrítmicos, anti-histamínicos não sedativos, cisaprida, meperidina, benzodiazepínicos, saquinavir, indinavir, nelfinavir, analgésicos e causa os seguintes efeitos colaterais : náuseas, vômitos, diarreias, anorexia, dor abdominal, fraqueza, parestesias, gosto alterado e cefaleias Referências Bibliográficas Figura 1: wikipedia.org/wiki/Capsid Figura 2: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgRSkAE/seminario-genetica-humana-virus SILVA, Penildon. 8 ed. Guanabara Koogan
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