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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química COEQ APOSTILHA DE ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DISCIPLINA: OPERAÇÕES UNITÁRIAS I AUTOR: PROFESSOR DR. HARVEY ALEXANDER VILLA VÉLEZ COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MARANHÃO SÃO LUÍS 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 1 | P á g i n a COEQ 1. INTRODUÇÃO Tanto as especificações da finura desejada, como o cálculo da energia necessária para realizar uma operação de fragmentação, requerem a definição do que se entende por tamanho das partículas do material. A determinação de outras características do produto moído também exige o conhecimento prévio da granulometria e geometria das partículas que constituem. Na indústria química distinguem-se os seguintes tipos de sólidos particulados, sendo que estes não são uma regra: Pós ultrafinos: partículas menores que 1 m; Pós finos: partículas de tamanho entre 1 m a 250 m; Pós: partículas de tamanho entre 250 m a 500 m 10 mm. 2. PENEIRAÇÃO A peneiração consiste em fazer passar a partícula através de malhas progressivamente menores, até que ela fique retida. O tamanho da partícula será compreendido entre a média da malha que reteve (D1) e a imediatamente anterior (D2). A média aritmética das aberturas dessas malhas servirá para caracterizar o tamanho físico da partícula (D). 1 2 2 D D D Dessa forma, características importantes do material poderão ser obtidas em função de D: Superfície externa da partícula (s) [m2]: 2s aD onde a é um fator associado à geometria do sólido, por exemplo: Para uma esfera (tamanho característico D = diâmetro) s = D2, portanto a = . UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 2 | P á g i n a COEQ Para o cubo (tamanho característico D = aresta) s = 6D2, portanto a = 6. Volume da Partícula (V) [m3]: 3V bD onde b é o fator associado à geometria do sólido, por exemplo: Para uma esfera: V = /6 D3, portanto, b = /6. Para um cubo: V = D3, portanto, b = 1. Fator de forma (): a b Para cubos e esferas = 6. Muitos produtos de operação de moagem possuem = 10,5. Para muitos tipos de pós, o valor varia entre 7 e 8. Para partículas laminares de mica, 55. Números de partículas da amostra (N) [adimensional]: 3 3 mistura partícula V m m N V bD bD Ou m N V onde m é a massa da mistura de partículas [kg] e, ρ é a densidade da mistura de partículas [kg/m3]. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 3 | P á g i n a COEQ Superfície total da partícula (S) [m2]: 2 3 aD m m S sN bD D V S D Superfície específica da partícula Sexp [m2/kg]: exp S S m D 2.1. ANÁLISE DO TAMANHO DE PARTÍCULA POR PENEIRAÇÃO A série Tyler consta de 14 peneiras e tem como base uma peneira de 200 malhas por polegada linear (200 mesh), feita com fio de arame de 0,053 mm de espessura, o que dá uma abertura livre de 0,074 mm. As demais peneiras são: 150, 100, 65, 48, 35, 28, 20, 14, 10, 8, 6, 4 e 3 Mesh (Mesh é o número de malhas por polegada linear). Figura 1. Disposição de uma série Tyler de peneiras. Explicação prática no EXCEL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 4 | P á g i n a COEQ 3. REPRESENTAÇÃO ANALÍTICA DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA 3.1. Número de partículas da amostra para materiais heterogêneos Partido da equação do número de partículas da amostra: m N V , podemos dizer que a fração de massa retida em cada peneira é m = m, como indicado na Figura 2. Figura 2. Representação da fração de massa retida nas peneiras da série Tyler. 1 2 3 n . . . . D 1 D 2 D 3 D n Alimentação (F em kg) 31 2 3 3 3 3 1 2 3 ... n n m mm m N bD bD bD bD Portanto, podemos obter duas equações de número de partículas da amostra para sistemas heterogêneos na forma de: Equação diferencial: 3 1 n i i i m N b D UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 5 | P á g i n a COEQ Equação integral (acumulativa): 3 0 nm d N b D OBS: O método integral é mais preciso que o diferencial. 3.2. Superfície total da partícula para materiais homogêneos: Baseado na equação da superfície total da partícula m S D , podemos obter as duas equações, diferencial e analítica, usando a mesma analogia do item 3.1. Equação diferencial: 1 n i i i m S D Equação integral (acumulativa): 0 nm d S D UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 6 | P á g i n a COEQ 4. LISTAS DE EXERCÍCIOS 4.1. Vinte gramas de uma amostra de café solúvel, com partículas esféricas (a = e b = /6) de = 1,5 g/cm3, foram submetidas à uma análise granulométrica, sendo obtidos os seguintes resultados: Malha (Mesh) Massa retida (g) 35 0 48 0 65 11,2 100 6 200 2 Fundo 0,8 Determine o número de partículas e a área superficial total da amostra, utilizando os métodos diferencial e integral (acumulativo). 4.2. Uma amostra de 100g de quartzo triturado apresenta análise granulométrica a seguir. Os valores a e b do fator de forma são respectivamente 3,5 e 2. Calcular a superfície total e o número de partícula da amostra: Utilizando o método diferencial Utilizando o método integral (método dos trapézios) Malhas Massa (g) 4 0 6 2,51 8 12,50 10 32,07 14 25,70 20 15,90 28 5,38 35 3,12 48 1,35 65 0,77 100 0,70 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 7 | P á g i n a COEQ 4.3. Uma amostra de 50 g de hematita apresenta análise granulométricaa seguir. Os valores a e b do fator de forma são respectivamente 18,6 e 2,1. Calcular a superfície total e o número de partículas da amostra: Utilizando o método diferencial Utilizando o método integral (método dos trapézios) Malhas Massa (g) 8 9,43 10 16,04 14 12,85 20 7,95 28 2,69 35 1,01 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 8 | P á g i n a COEQ 5. TABELAS DE ANEXOS Tabela 1. Índice de trabalho para redução de tamanho a seco* ou a úmido Meterial Densidade (g/cm3) Ei (kWh/ton) Bauxita 2,20 8,7 Cimento clinquer 3,15 13,45 Cimento bruto 2,67 10,51 Argila 2,51 6,30 Carvão 1,4 13,00 Coque 1,31 15,13 Granito 2,66 15,13 Minério de gesso 2,69 6,73 Cascalho 2,66 16,06 Min. de ferro (hematita) 3,53 12,84 Mineral de fosfato 2,74 9,92 Quartzo 2,65 13,57 Basalto 2,87 19,32 OBS: * Para moagem a seco, deve-se multiplicar por 1,33. Tabela 2. Série Padrão Tyler. Mesh Abertura Livre (cm) Diâmetro do fio (in) 2 ½ 0,7925 0,088 3 0,6680 0,070 3 ½ 0,5613 0,065 4 0,4699 0,065 6 0,3327 0,036 8 0,2362 0,032 10 0,1651 0,035 14 0,1168 0,028 20 0,0833 0,0172 28 0,0589 0,0125 35 0,0417 0,0122 48 0,0295 0,0092 65 0,0208 0,0072 100 0,0147 0,0042 150 0,0104 0,0026 200 0,0074 0,0021 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís - Maranhão. Coordenação do Curso de Engenharia Química 9 | P á g i n a COEQ Tabela 3. Furação de peneiras para a pré-limpeza. PENEIRAS CEVADA PAINÇO SORGO TRIGO SOJA MILHO ARROZ FEIJÃO TRIGO MOURISCO Pen "A1" Ø 13 Ø 3,5 ~ 6 Ø 11 Ø 12 Ø 15 Ø 18 Ø 13 Ø 13 Ø 11 Pen "A2" Ø 15 Ø 6 Ø 13 Ø 13 Ø 18 Ø 18 Ø 18 Ø 15 Ø 12 Pen "B1" Ø 2,5 Ø 1,8 Ø 2,5 Ø 2,0 Ø 2,5 Ø 2,5 Ø 2,2 Ø 3,5 Ø 2,5 Pen "B2" Ø 2,5 Ø 1,8 Ø 2,5 Ø 2,0 Ø 2,5 Ø 2,5 Ø 2,2 Ø 3,5 Ø 2,5 Pen "C1" 4 x 12 2,5 x 22 Ø 6 ou 4 x 10 4 x 12 Ø 10 Ø 12 4 x 12 Ø 9 Ø 7 Pen "C2" 4 x 12 2,5 x 22 Ø 6 ou 4 x 10 4 x 12 Ø 11 Ø 13 4 x 12 Ø 9 Ø 7 Pen "D1" 1,9 x 22 1,25 x 22 1,8 x 22 ou 2 x 22 1,5 x 22 Ø 3,5 Ø 3,5 ~ 4 1,5 x 22 3 x 22 Ø 4 Pen "D2" 1,9 x 22 1,25 x 22 1,8 x 22 ou 2 x 22 1,5 x 22 Ø 3,5 Ø 3 ~ 4 1,5 x 22 3 x 22 Ø 4 Pen "E1" 4 x 12 2,5 x 22 Ø 6 ou 4 x 10 4 x 12 Ø 10 Ø 13 4 x 12 Ø 9 Ø 7 Pen "E2" 4 x 12 2,5 x 22 Ø 6 ou 4 x 10 4 x 12 Ø 11 Ø 13 4 x 12 Ø 9 Ø 7 Pen "F1" 1,9 x 22 1,25 x 22 2 x 22 1,5 x 22 Ø 3,5 Ø 3 ~ 4 1,5 x 22 3 x 22 Ø 4 Pen "F2" 1,9 x 22 1,25 x 22 2 x 22 1,5 x 22 Ø 3,5 Ø 3 ~ 4 1,5 x 22 3 x 22 Ø 4 1. INTRODUÇÃO 2. PENEIRAÇÃO Superfície externa da partícula (s) [m2]: Volume da Partícula (V) [m3]: Fator de forma ((): Números de partículas da amostra (N) [adimensional]: Superfície total da partícula (S) [m2]: Superfície específica da partícula Sexp [m2/kg]: 2.1. ANÁLISE DO TAMANHO DE PARTÍCULA POR PENEIRAÇÃO 3. REPRESENTAÇÃO ANALÍTICA DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA 3.1. Número de partículas da amostra para materiais heterogêneos Equação diferencial: Equação integral (acumulativa): 3.2. Superfície total da partícula para materiais homogêneos: Equação diferencial: Equação integral (acumulativa): 4. LISTAS DE EXERCÍCIOS 5. TABELAS DE ANEXOS