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penal 15

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1) Ricardo, menor inimputável, com 14 anos de idade, disse para Lúcio, maior de idade, que pretendia subtrair aparelhos de som (CD player) do interior de um veículo. Para 
tanto, Lúcio emprestou uma chave falsa, plenamente apta a abrir a porta de qualquer automóvel. Utilizando a chave, Ricardo conseguiu seu intento. Na situação acima 
narrada, quem é partícipe de furto executado por menor de idade responde normalmente por esse crime? Fundamente sua resposta de acordo com teoria adotada pelo 
Código Penal quanto à natureza jurídica da participação.(135° Exame de Ordem/SP – 2ª Fase. Cespe/UnB). 
Reposta: A questão versa sobre a análise de um caso em que um maior de idade, ou melhor, um imputável chamado Lúcio, auxilia Ricardo que é inimputável por ter 14 anos a subtrair um aparelho de som de um veículo, lhe emprestando uma chave falsa capaz de abrir qualquer automóvel.
		Segundo Fernando Capez partícipe é quem concorre para que o autor e o coautor realizem a conduta principal, isto é, aquele que sem praticar o verbo(núcleo) do tipo, concorre de algum modo para a produção do resultado.
		Existem várias teorias sobre concurso de pessoas, dentre elas a acessoriedade limitada, adotada pelo nosso Código Penal, em que basta que o fato principal seja típico e ilícito.
		No caso em tela o partícipe, Lúcio deve responder pelo crime cometido pelo autor, uma vez visto que o verbo praticado pelo autor é típico e ilícito e está descrito no Art. 155 do CP, e também, em relação à natureza jurídica de agentes a nossa legislação adota a teoria unitária ou monista, na qual diz que todos os contribuintes para a prática de um delito cometem o mesmo crime, não havendo distinção entre o enquadramento típico do autor e coautor. Além disso, o partícipe não pode alegar que não participou da ação, já que cumpriu todos os requisitos para o concurso de pessoas, a pluralidade de condutas, a relevância causal de todas elas e o liame subjetivo, ou melhor, o ajuste psicológico de vontade entre as partes, a consciência que o maior de idade tinha da ação do menor.
		Diante das informações expostas é inegável que o imputável Lucío, responderá pelo mesmo crime cometido pelo autor, no caso o Art. 155§ 4º, inciso III do C.P (Furto) com a norma de extensão ou ampliação do Art. 29 do C.P.
	
Jurisprudência:
Ementa: Recurso ordinário em Habeas Corpus. Penal. Furto qualificado. Incidência do princípio da insignificância. Inviabilidade. Crime praticado durante a noite e mediante concurso de agentes, contando inclusive com a participação de um menor de idade. Significativa lesão ao patrimônio da vítima. Res furtiva utilizada para subsistência. Ordem denegada. É entendimento reiterado desta Corte que a aplicação do princípio da insignificância exige a satisfação dos seguintes vetores: (a) mínima ofensividade da conduta do agente; (b) ausência de periculosidade social da ação; (c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e (d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. As peculiaridades do delito - praticado durante a noite, mediante concurso de agentes (contando inclusive com a participação de um menor de idade) e cujo resultado acarretou prejuízo à subsistência da vítima - demonstram uma significativa reprovabilidade do comportamento suficiente ao afastamento da incidência do princípio da insignificância. Recurso ao qual se nega provimento.
(STF - RHC: 112701 DF , Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 29/05/2012, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-115 DIVULG 13-06-2012 PUBLIC 14-06-2012)
  
2)Caio,com a intenção de matar , coloca na xícara de chá servida a  Tício certa dose de veneno. Mévio, igualmente interessado na morte de Tício, desconhecendo a ação de 
Caio, também coloca certa dose de veneno na mesma xícara. Tício vem a falecer por efeito combinado das duas doses ingeridas, já que cada uma delas, isoladamente, 
seria insuficiente para produzir a morte, segundo conclusão da perícia. Caio e  mévio agiram individualmente, cada um desconhecendo o plano, a intenção e a conduta do 
outro.(MPF- Procurador da República. 1ª Fase. XII Concurso) a)Caio e Mévio respondem, como coautores, por homicídio doloso, qualificado, consumado. 
b) Caio e Mévio respondem por lesão corporal dolosa, seguida de morte. 
c) Caio e Mévio respondem, cada um, por homicídio culposo. 
d) Caio e Mévio respondem por tentativa de homicídio dolosos, qualificado. 
  
 3) Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal, valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela 
exerce, circunstancia entretanto desconhecida de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são surpreendidos pela 
Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à vítima. Entende-se que: (Promotor de Justiça/SP)
a)     Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado. 
b)     Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados. 
c)      Bruno e Eduardo cometeram furto tentado. 
d)     Bruno e Eduardo cometeram furto consumado. 
e)     Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto.

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