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Resumo- Winnicott o papel da mãe real

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
 CURSO DE PSICOLOGIA
 
 Letícia Prusch Sparremberger
 
 
 
 Winnicott. O papel da mãe real, ilusão, sustentação, objeto transicional
 RESUMO
 ABRIL
 2015 
 Donald Winnicott nasceu na Inglaterra, iniciou sua carreira profissional como pediatra, começou a se psicanalisar com James Strachey. Essas experiências, de pediatra e análise pessoal, marcaram fundamentalmente seu trabalho posterior.
 
Importância do meio ambiente no desenvolvimento mental primitivo – O conceito de sustentação ou holding
 Winnicott dava muita importância nas fantasias inconscientes do bebê, considerando que ele era um artifício de seu meio ambiente, mas ao longo do tempo, Winnicott foi deixando de lado essa ideia, em benefício do ponto de vista oposto. Mas a medida que seu pensamento original progrediu, ele acentuou cada vez mais a influência decisiva do ambiente na determinação do psiquismo precoce.
 Na sustentação (holding), existe uma função fisiológica, inclusive física, pois a sustentação protege contra a afronta fisiológica. Leva-se em consideração a sensibilidade epidérmica da criança, assim como o fato de que a criança desconhece tudo o que não seja ela própria, o que inclui os cuidados ao longo do dia e da noite, sendo que nunca é igual em duas crianças diversas, pois cada uma tem seus sentimentos e nunca serão iguais, deste modo as mudanças no dia a dia, vão tendo lugar no crescimento.
 “A sustentação se compreende como o fato físico de sustentar a criança nos braços e que constitui uma forma de amar.” Essa proteção e cuidado não são apenas para a sobrevivência da criança, mas sim, sentir amor por ela, e com isso a criança possuiria um ego sadio.
 Após o parto, a mãe adquire uma capacidade particular para se identificar com as necessidades do bebê, e vai diminuindo conforme a criança cresce.
 A sustentação feita pela mãe é o fator que decide a passagem do estado de não integração, que caracteriza o recém-nascido, para integração posterior. Esse vínculo da mãe e do bebê dá origem ao desenvolvimento saudável da capacidade inata do indivíduo.
Self verdadeiro e self falso
 No ponto de vista de Winnicott, o ser humano nasce com um conjunto variado de pulsões, instintos, capacidades, conforme o desenvolvimento individual, até alcançar uma imagem definida de si e do mundo ao redor.
 O papel da mãe é prover o bebê de um ego auxiliar que lhe permita integrar suas sensações corporais, estímulos e suas capacidades diversas. A mãe protege, com seu apoio, o débil núcleo do self infantil.
 Winnicott chama “núcleo do self verdadeiro” ao que se diz respeito aos tecidos do corpo e da ação das funções corporais, inclusive a do coração e respiração. Quando a mãe não fornece a proteção necessária ao frágil ego do recém-nascido, a criança perderá a falha ambiental como uma ameaça a sua continuidade existencial. O self verdadeiro permanece escondido, e o que se enfrenta é o self falso complexo, que tem função de ocultar o self verdadeiro.
 A princípio foi considerado que o self falso era presente somente nos indivíduos graves, provocado por uma falta de cuidados maternos.
 Então para Winnicott, o self verdadeiro é o núcleo da personalidade que permanece oculto, o self falso o encobre em maior ou menor grau, conformando assim quadros de diferentes matizes de saúde e enfermidade.
Fenômenos e objetos transicionais
 Quando uma criança fica viciada em algum determinado objeto ou brinquedo, como ursinho, manta ou qualquer outra coisa, esses objetos constituem a “primeira posse não-ego” da criança, uma espécie de ponte que liga o seu mundo interno e o externo. Winnicott chamou isso de “fenômenos e objetos transicionais.”
 O objeto transicional parece representar um importante papel no processo de maturação da criança. Quando a criança manipula o ursinho, manta ou outro objeto, ela adquire sensações que servem para estabelecer seus limites corporais.
 O objeto transicional ocupa um lugar que Winnicott chama de ilusão, que ocorre quando o objeto que a criança possui o vício, tem um papel na elaboração dos sentimentos de perda, diante da separação da mãe. Esses objetos para a criança, “representam” a mãe, que é essencial que ela seja vivenciada como um objeto bom.
 
Desenvolvimento emocional primitivo
 Winnicott estabeleceu uma teoria dentro da psicanálise, chamada “Primitive emotional development”. Essa teoria propõe a hipótese da evolução do ser humano desde o seu nascimento até os primeiros anos de vida. Propõe também que a maturidade emocional ocorre em três etapas sucessivas:
 Integração e a personalização: Winnicott afirma que o bebê nasce em um estado de não integração, é um período de dependência total. A meta desta etapa é a integração dos núcleos do ego e a personalização, ou seja, adquirir a sensação de que o corpo aloja o verdadeiro self.
 A integração é obtida a partir de duas séries de experiências: A importância dos cuidados maternos, como proteger do frio, banhar, etc. A outra é constituída por experiências que podem ser reunidas sob o termo de pulsionais, que tendem a reunir a personalidade em um todo, a partir de dentro.
 A personalização é o “sentimento de que a pessoa de alguém encontra-se no próprio corpo. Assim como a integração, a personalização requer uma feliz confluência de cuidados maternos e experiências pulsionais.
 Adaptação a realidade: Conforme a criança vai progredindo, vai se tornando um ser humano com um ego integrado e com a sensação de que o núcleo do si-próprio habita seu corpo. Ele e o mundo são duas coisas separadas. Então o passo seguinte é chegar a uma ótima relação com o mundo externo, que é a adaptação a realidade.
 Para Winnicott, a mãe tem o papel de prover a criança com os elementos da realidade com que irá construir a imagem psíquica do mundo externo. É evidente que o acoplamento entre alucinação infantil e os elementos da realidade fornecidos pela mãe nunca poderá ser perfeito. No entanto pode viver como quase ótimo graças a uma parte de sua personalidade, que procura “preencher” o vazio entre alucinação e realidade. Winnicott batizou esse aspecto da psique humana, de “a mente”. A atividade mental da criança faz com que a falha da adaptação transforma-se em êxito.
 A crueldade primitiva (fase de pré-inquietude): Até aqui a criança já conseguiu perceber que é diferente dos demais e se adapta em certa forma a realidade.
 Winnicott pensa que a criança pequena tem uma quota inata de agressividade, como chupar o dedo até causar hematoma, colocar o punho na boca com risco de se afogar, etc. A criança volta seu ódio sobre si, e é a mãe o objeto que percebe a agressão, que cuida e protege. A criança adquire a noção de que suas próprias pulsões não são tão danosos e pouco a pouco, podem aceitar a responsabilidade que possui sobre elas. A mãe vai se aproximando da mente da criança, que assim adquire capacidade de se preocupar com o bem estar, como objeto total. Isso é o sucesso que Winnicott identifica como a última das etapas do desenvolvimento emocional primitivo, embora que é muito frequente que não se complete na infância.
Aspectos técnicos. A sustentação no setting analítico e a regressão
 Winnicott acredita que o enquadramento analítico reúne as condições necessárias para favorecer a regressão do paciente.
 Pode-se dizer que Winnicott concebe a regressão como uma volta ao estado de dependência da criança, no qual as pulsões estão desorganizadas, sendo o seu mundo basicamente constituído pela relação diária com a mãe.
 A análise então, preenche umvazio na história do sujeito, que ficou a espera de ser ocupado. A análise, ao reunir as condições de um holding (sustentação), promove a regressão a uma situação de fracasso ambiental, vivida na primeira infância. O processo analítico que inaugura esta situação, retoma o desenvolvimento do sujeito, do ponto em que ficou congelado, em consequência da falha do meio ambiente.
A transferência na teoria de Winnicott
 O paciente regressivo transita por um estado de desintegração do ego, o que lhe dificulta estruturar uma neurose de transferência. Mas em compensação, revive relações emocionais primitivas, assim o referencial psicanalítico é mais importante do que a interpretação, pois cumpre a função de holding. O sucesso que o analista tiver em se adaptar as necessidades regressivas do paciente, são aproveitadas por este, para recuperar o desenvolvimento emocional que tinha sido interrompido. E os fracassos servem para recuperar as vivências das más experiências.

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