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Introdução ao Direito Urbanistico

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Introdução ao Direito Urbanístico
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81% da população brasileira é urbana
137.755.550 vivem em CIDADES
O fenômeno de urbanização agravou o histórico quadro de exclusão social, marginalização e violência 
O Brasil tem
170 milhões de habitantes
Luzes do Mundo
<número>
o quadro urbano atual é um dos maiores desafios do século que se inicia
São Paulo - SP
Resende - RJ
Teresópolis - RJ
Monteiro Lobato - SP
Urbanismo e Direito
“É uma ciência, uma técnica e uma arte ao mesmo tempo, cujo objetivo é a organização do espaço urbano visando o bem-estar coletivo.” 
“Organização dos espaços habitáveis visando a qualidade da vida humana.” 
Direito Urbanístico: produto de transformações sociais
“ Conjunto de normas jurídicas reguladoras da atividade do Poder Público destinada a ordenar os espaços habitáveis.”
Direito Público – privativo do Poder Executivo Municipal. Meio ambiente artificial 
CIDADE
Sociologia Urbana: uma situação humana; centro de consumo de massa; fábrica social; projeção da sociedade sobre um local.
Demografia: aglomerado urbano com determinado número de habitantes.
Economia: Max Weber “ localidade de mercado”; Quando a população local satisfaz a uma parte economicamente essencial de sua demanda diária no mercado local e, em parte essencial também, mediante produtos que os habitantes da localidade e a população dos arredores produzem ou adquirem para colocá-los no mercado.
Sistêmico: conjunto de subsistemas administrativos, comerciais, industriais e sócio-culturais.
 Conceito Brasileiro
“ núcleo urbano qualificado por um conjunto de sistemas político-administrativo, econômico não agrícola, familiar, simbólico com sede de governo municipal, qualquer que seja sua população”
Elementos essenciais:
Unidades Edilícias conjunto de edificações em que os membros da comunidade vivem, desenvolvem suas atividades, comerciais, industriais ou intelectuais
Equipamentos Públicos bens públicos e sociais, criados para servir às unidades edilícias e destinados a satisfação das necessidades cuja competência é do Poder Público Municipal. 
Conceitos Fundamentais
Urbanismo: transformação da realidade para melhor.
Urbanização: Processo pelo qual a população urbana cresce em proporção superior à população rural. Fenômeno de concentração urbana. Deterioração do ambiente urbano.
Urbanificação: processo deliberado de correção da urbanização. Consistente na renovação urbana que é a reurbanização, criação artificial de núcleos urbanos.
Funções do Urbanismo: - habitação
 - lazer 
 - trabalho 
Objetos : - ocupação do solo
 - organização da circulação
 - legislação
 Urbanismo no Brasil
Constituição Federal: arts 182 e 183
Lei 10.257/ 2001 – Estatuto da Cidade
“estabelece diretrizes gerais da política urbana, que tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como equilíbrio ambiental”.
Aplicabilidade: normas municipais
Diretrizes: 
Função Social da Cidade e da Propriedade Urbana
Cidade sustentável
Gestão democrática da cidade
Origens do direito urbanístico
O nascimento das cidades
A cidade filha do Estado
A visão grega de cidade
Para os gregos, a noção de cidade não se confunde com a de vila.
A Polis é antes de tudo uma comunidade de cidadãos.
A Polis grega engloba igualmente os campos e os burgos.
A cidade filha do Estado
O rito de nascimento da cidade romana
AGOURO, consulta e aprovação dos deuses
ORIENTATIO, que consiste em determinar os dois grandes eixos da cidade, suas duas ruas principais, que se cruzam em ângulo reto: o decumanus (leste-oeste) e o cardo (norte-sul)
O rito de nascimento da cidade romana
LIMITATIO, traçado com um arado, interrompido nos locais previstos para as portas, criando uma linha imaginária de proteção o pomerium, onde será construída a muralha
CONSAGRAÇÃO, para a proteção de Júpiter, Juno e Minerva
A cidade filha do Estado
A cidade filha do Estado
A cidade filha do Estado
A cidade filha do Capital
A cidade filha do Capital
A cidade filha do Capital
A cidade filha do Capital
A cidade filha do Capital
A cidade filha do Capital
A cidade filha do Capital
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Direito Constitucional da Cidade 
É importante saber a função de cada dispositivo da Constituição, para que se saiba qual a função das leis dele decorrentes.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V -  proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo.
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos.
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997) § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.     (Regulamento)
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,      sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 182
O primeiro (182) dispõe que a política de desenvolvimento urbano, a ser executada pelo Poder Público Municipal, tem o objetivo de ordenar o desenvolvimento de funções sociais da cidade e garantir o bem-estar social. 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.        (Regulamento)
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 183
O artigo 183 - Usucapião Especial, que privilegia a função social da propriedade, que também tem tanto função social como econômica: social na medida em que dá, a quem não tem imóvel urbano ou rural, o direito de obter pela usucapião sua propriedade; e econômico, no sentido de fazer a propriedade seguir uma das suas principais características, a transmissibilidade, que é uma característica econômica, pois sempre há ônus na transmissão e o beneficiário é o Estado.
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O ESTATUTO DA CIDADE
Lei 10.257/01
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Brasil: um país agrícola – o Urbanismo era visto em segundo plano
Apontados apenas alguns dos principais instrumentos legais de atuação urbanística pode-se dizer que, no Brasil a preocupação com as questões urbanísticas sempre foi deixada para um segundo plano, talvez pelo fato de historicamente ter sido identificado como um país com características eminentemente agrícolas 
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Palmas / TO
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O Art. 2°, inciso VIII – 
a Cidade Habitável
O inciso VIII incentiva a adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência. Neste inciso, o Estatuto da Cidade demonstra claramente a sua preocupação com a Cidade Sustentável, com a cidade simplesmente habitável.
Cidade habitável no sentido de que essa cidade ofereça o mínimo de dignidade à pessoa humana, o que só será possível se ela respeitar os limites da sua sustentabilidade. 
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O Conceito de Cidade Habitável é Bíblico!
"Erravam na solidão do deserto, sem encontrar caminho de cidade habitável.
	Consumidos de fome e de sede, sentiam desfalecer-lhes a vida.
	Em sua angústia clamaram então para o Senhor, ele os livrou de suas tribulações.
	E os conduziu pelo bom caminho, para chegarem a uma cidade habitável.
	Agradeçam a Senhor por sua bondade, e por suas grandes obras em favor dos homens;
	Porque dessedentou a garganta sequiosa, e cumulou de bens a que tinha fome.
	(Salmo 106 : 4-9)
<número>
Desta forma…
Cidade habitável é aquela onde tem água para todos beberem e desfrutarem. Alimento e conseqüentemente empregos para todos. E também moradia. Naquele tempo, a mais de dois mil anos atrás, isso era o mínimo desejável de uma cidade.
<número>
Art. 182, § 1º da CF - 
O Plano Diretor
O art. 182, § 1º, dispõe sobre a necessidade do plano diretor, que é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, e que deverá ser aprovado pela Câmara Municipal. 
Conforme esse artigo, o plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes. 
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Organograma
 
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Algumas Características:
O Plano Diretor deve ser feito por lei complementar aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo Prefeito.
O plano diretor nos termos do art. 182, § 1º da Constituição Federal, é obrigatório para as cidades que tenham mais de vinte mil habitantes. 
O Plano Diretor tem um conteúdo mínimo previsto no art. 42 do Estatuto da Cidade
<número>
Conteúdo mínimo do Plano Diretor: 
a delimitação das áreas urbanas através de lei municipal, visando ser aplicado o parcelamento; 
edificação ou utilização compulsórios, considerando a existência de infra-estrutura e de demanda para utilização; 
previsão do direito de preempção para aquisição de imóvel urbano nas faixas fixadas em lei municipal, 
estabelecimento do solo criado no plano, 
fixação de áreas nas quais poderão ser permitidas alteração onerosa de uso de solos, 
previsão de delimitação de áreas para operações urbanas consorciadas e a possibilidade de autorização por lei municipal ao proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir.
<número>
É uma expressão formada por duas palavras: Plano e Diretor. 
	É plano na medida em que declara objetivos que devem ser atingidos em determinados períodos de tempo, bem como as atividades que deverão ser desenvolvidas e os responsáveis pela sua direção. 
	É diretor na medida em que fixa as diretrizes e os princípios de desenvolvimento urbano municipal. 
<número>
Obrigatoriedade do Plano só para cidades acima de 20 mil habitantes?????
Esse artigo 182, §1º, veio a ser disciplinado pelo art. 41 da Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade), que em cinco incisos prevê a obrigatoriedade do plano para algumas situações.
Estudaremos estas cinco situações detalhadamente.
<número>
Inciso I do art. 41 do 
Estatuto da Cidade
O inciso I apenas repete o art. 182, §1º, ao exigir o plano para cidades com mais de 20 mil habitantes. 
<número>
Inciso II do art. 41 do 
Estatuto da Cidade
O inciso II exige o plano para cidades integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. Esse inciso nada mais é do que consequência do primeiro, uma vez que, se estabelecer um censo demográfico para essas regiões que se interligam com outras de grande demografia, fatalmente poderia decair em erros estatísticos e, para evitar esses equívocos, basta exigir seu planejamento interligado ao das outras regiões ou aglomerações. 
<número>
Inciso III do art. 41 do 
Estatuto da Cidade
O inciso III é decorrência do art. 182, § 4º, que exige o plano diretor para se resguardar a função social da propriedade urbana, aplicando os instrumentos contidos nesse §4º, quais sejam: o parcelamento ou edificação compulsória, o IPTU progressivo ou, até em última hipótese, desapropriando o proprietário que não der função social à sua propriedade urbana. 
<número>
Inciso IV do art. 41 do 
Estatuto da Cidade
O inciso IV privilegia as áreas de especial interesse turístico, impondo a obrigatoriedade do plano diretor nesses locais, mesmo na hipótese de não serem municípios com mais de 20 mil habitantes. 
É o caso da Cidade de Tiradentes, situada em Minas Gerais, que apesar de contar com menos de 10.000 habitantes, tem obrigação de fazer o seu plano diretor em virtude de seu valor Histórico, Turístico e Cultural.
<número>
Inciso V do art. 41 do 
Estatuto da Cidade
Inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
Ex.: Áreas onde haja(m) indústria(s) que possuam significativo potencial poluidor
Conceito de Significativo Impacto Ambiental: Resolução Conama n. 1/86
Art. 1º Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais.
<número>
Sanção pelo não-plano
Agora, o Prefeito que não elaborou seu Plano Diretor até 10 de julho de 2006 incorreria em improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429/92. É o que está expresso no art. 52, VII, que preconiza: 
"sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429, de 2 de julho de 1992, quando: [...]; VII - deixar de tomar as providências necessárias para garantir a observância do disposto no § 3º do art. 40 e no art. 50 desta Lei". O art. 50 da Lei prevê que os municípios com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes e os integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, que não tenham plano diretor aprovado até 10 de julho de 2001, deverão aprová-lo até 10 de julho de 2006. E o § 3º, do art. 40, prevê a revisão da lei que instituiu o Plano Diretor, pelo menos, a cada 10 (dez) anos; logo, todas as cidades que já tinham seus Planos Diretores deverão revisá-lo de dez em dez anos, respeitando, inclusive, os procedimentos
de sua própria criação, previstos no art. 40, § 4º, quais sejam: realização de audiência pública e participação popular, respeito ao princípio da publicidade e o direito a livre acesso aos documentos e informações produzidos. 
<número>
PLANO DIRETOR URBANO, UMA
NECESSIDADE PERMANENTE 
1.O QUE É? (breve conceituação);
2.PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO (Justificativa);
3.O QUE É NECESSÁRIO FAZER? (Principais atividades);
4.O QUE RESULTA DO PROCESSO (os produtos);
5.QUEM ORDENA E APROVA? (A legitimidade, o marco jurídico);
6.QUAIS AS DIFICULDADES? (Interveniências). 
<número>
1. O QUE É PLANEJAMENTO URBANO? (breve conceituação) 
“O planejamento urbano integrado, é o método de aplicação contínua destinado a resolver de maneira racional a problemática que afeta determinada sociedade (o ser), situado em determinado espaço (a forma) e dada época(o tempo); atua basicamente por uma previsão ordenada das mudanças desejadas pôr ela, em que se consideram os aspectos físico-territoriais, sociais econômicos e administrativos da realidade, além de vincular tais mudanças aos objetivos e diretrizes dos planos dos demais escalões do governo” (FERRARI, Celson. Dicionário de Urbanismo. S.Paulo: Disal, 2004.) 
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“O PLANO DIRETOR, é incumbido da tarefa de estabelecer como normas imperativas aos particulares e agentes privados as metas e diretrizes da política urbana, os critérios para verificar se a propriedade atende sua função social, as normas condicionadoras do exercício deste direito, a fim de alcançar os objetivos da política urbana: garantir as condições dignas de vida urbana, o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o cumprimento da função social da propriedade” (Câmara dos Deputados, SEDU, CEF, Instituto Pólis, ESTATUTO DA CIDADE. Brasília, 2002). O Plano Diretor não é: i. Plano de Desenvolvimento, tb. não é um plano de obras físicas municipais mas... relaciona-se com ambos 
1.O QUE É PLANEJAMENTO URBANO? (breve conceituação) 
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
No planeta, em 1800 não existiam cidades com 1 milhão de habitantes, em 1900 já existiam 19 cidades com + de um milhão de habitantes;
No ano 2000 existiam 10 cidades com + de dez milhões de habitantes, respectivamente: Tóquio (27,2 milhões), Cidade do México (16,9), S.Paulo (16,7), Nova Iorque (16,3), Mumbai (15,7), Xangai (13,6), Buenos Aires (11,9), Seul (11,7), Jacarta (11,5), Lagos (10,8). Nenhuma na Europa, 3 na América Ibérica, 1 na América do Norte, 5 na Ásia e 1 na África);
<número>
 No Brasil, em 2000, tínhamos 13 municípios com + de 1 milhão de habitantes, 18 municípios entre 500 mil e 1 milhão e 193 entre 100 mil e 500 mil habitantes;
Assim, em 224 espaços urbanos, estavam 82,94% da população dos 5.507 municípios do Brasil.
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
<número>
 A cidade, é um espaço em permanente mudança, onde estão as principais atividades produtivas, de distribuição e consumo de bens, assim como as de reprodução e de controle social. 
Na cidade ocorre a integração social, pela necessidade de compartilhar-se bens e serviços que não podem ser alcançados individualmente, pelo consumo em massa de bens homogêneos e de serviços comuns, que origina o uso compartilhado do mesmo espaço com a construção coletiva de sua valoração (concorrencial, fraternal, hostil,..). 
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
 A cidade é o palco da tensão social. A diferenciação na apropriação dos valores gerados. com a constante criação da desigualdade, entre os que tem os meios de produção e/ou trabalho e entre os que não tem trabalho nem meios de produção, fazem com que a cidade seja o palco das contradições, dos conflitos explosivos, violentos (individuais ou coletivos) e “administrados”, razão pela qual, a cidade demanda controle social, demanda ordenamento e regras.
Da pólis...para a política
A tensa dinâmica social no espaço urbano, percebe-se: 
<número>
 Os loteamentos irregulares existiam em 36,74% dos 5.560 municípios brasileiros em 2003 e os clandestinos em 24,29% (IBGE). Dos 32 municípios com mais de 500 mil habitantes 93% tinham loteamentos irregulares e 87,5% loteamentos clandestinos, demonstrando as pressões e tensão social sobre a posse e uso do espaço urbano para habitar.
 No desafio da mobilidade urbana, com a contra-dição do aumento de veículos e as deseconomias e problemas ambientais.
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
A rapidez no crescimento da frota não é acompanhada por mudanças das vias urbanas, nem pelo incremento de melhorias no transporte público e ciclovias.
<número>
 76 MILHÕES
Sendo:
50,2 milhões de automóveis
19,9 milhões de motos
5,9 milhões demais veículos 
Fonte: DENATRAN
FROTA DE VEÍCULOS EM 2015:
Comparativo:
Foi bem mais do que em cidades como São Paulo (61%) e Rio de Janeiro (59%). 
Há dez anos, a frota contava com pouco mais de 742 000 veículos. Agora, tem 1,52 milhão. 
A cada dia, 212 novos automóveis, caminhões, motocicletas e ônibus começaram a circular por Belo Horizonte. 
A porcentagem de motos foi a que mais cresceu: 209%.
No mesmo período em que a frota dobrou, a população aumentou apenas 6%.
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
Para contemplar as mudanças demográficas:
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
<número>
2. PORQUE FAZER PLANEJAMENTO URBANO? (justificativa) 
<número>
Elaboração COOTRADE, 2006.
<número>
3. O QUE É NECESSÁRIO FAZER? (Principais atividades) 
Delimitar, caracterizar a situação: O Diagnóstico (séries históricas demográfica, de produção, saúde, educação, equipamentos públicos, água, saneamento, áreas históricas, áreas de risco, áreas irregulares, vias, tráfego, preço da terra, exame da legislação existente, mapas do entorno, mapas urbano). [O MUNICÍPIO: que era e o que é? Qual sua função no entorno? Qual a tendência econômica dominante? Qual seu traço cultural próprio?]
 Discutir, promover a visão de futuro (prognose): Qual a tendência? Mantém o perfil atual? Qual o possível ritmo de crescimento? Para que área tende a crescer? Que área está sendo abandonada?
<número>
3. O QUE É NECESSÁRIO FAZER? (Principais atividades) 
A necessária participação: A luta cotidiana, muitas vezes pela sobrevivência, limita ao cidadão, a visão do conjunto. No entanto, quem vive a cidade é o cidadão, ele, deve participar, entendendo os dados, mapas e análises e... opinar. A cidade que querem para si e seus filhos?
Enunciar, sistematizar propostas (alternativas estratégicas, propostas de marcos legais, etc...), demandar mais participação para debater propostas novas, que, refletindo sobre os problemas e suas soluções presentes (oriundos do passado), moldarão o futuro;
Aprovar, divulgar e... executar;
Monitorar e aperfeiçoar, participativamente (O Conselho da Cidade, Câmara de Vereadores, Câmaras setoriais, a Unidade de planejamento urbano..); 
<número>
4. O QUE RESULTA DO PROCESSO (os produtos): 
v Levantamentos (dados primários e secundários), banco de dados, mapas, etc.., que resultam em documentos, tais como: i. DIAGNOSE SITUACIONAL (afinal, o que é este espaço urbano? Qual sua tendência?); iii. Revisão dos marcos legais existentes; iv. Base cartográfica, que pode conter (mapas e/ou croquis): O município na região, a área rural, a evolução urbana, densidade demográfica, renda média domiciliar; localização dos equipamentos públicos [água, esgoto, vias pavimentadas, etc..], mapa das áreas de risco e de preservação ambiental e cultural, mapa institucional [instituições públicas e principais privadas], mapa do zoneamento, mapa do sistema de circulação, etc...). 
<número>
Meios de Comunicação, população, lideranças e autoridades com maior compreensão
sobre a realidade urbana municipal;
 Aperfeiçoamento e/ou proposta de novos marcos legais, que podem ser: 
i. Lei do Plano Diretor (Conselho de Desenvolvimento da Cidade) aglutinando a “ Lei do Zoneamento e perímetros urbanos” que, em benefício do bem comum, regulamenta o uso e ocupação do solo urbano, estabelecendo para cada zona as normas e urbanísticas (residencial, comercial, industrial, de expansão, de adensamento e/ou institucional, etc..); 
4. O QUE RESULTA DO PROCESSO (os produtos): 
<número>
ii. Lei de Parcelamento e loteamento, regulamenta o loteamento, o desmembramento, o arruamento, o reparcelamento, etc...;
 iii. Lei de edificação (“código de obras”) lei que regulamenta as edificações (urbanas e rurais – residenciais, comerciais, industriais e institucionais), com o fim de assegurar a higiene, estética, segurança e funcionalidade, de acordo com os princípios do PLANO; 
4. O QUE RESULTA DO PROCESSO (os produtos): 
<número>
4. QUEM ORDENA E APROVA O PLANO DIRETOR? 
Compete ao executivo municipal, realizar (direta ou indiretamente) o trabalho de elaboração dos estudos e do aperfeiçoamento ou novos marcos legais;
Cabe ao legislativo municipal discutir, aperfeiçoar e aprovar;
Cabe a cidadania participar em todo o processo, sem participação, todo o esforço de planejamento fica frustrado ou distorcido;
<número>
5. QUAIS AS DIFICULDADES (as interveniências?) 
 Viés neoliberal, de que os novos marcos legais são para a mera ampliação da capacidade de arrecadação de tributos municipais, perdendo-se a essência, de que planeja-se para que as cidades sejam mais humanas;
 O perigo do isolamento da elaboração dos documentos. Documentos técnicos, corretos mas, sem compreensão para a comunidade e/ou para a administração municipal e legislativo, tem dificuldades de serem aplicados;
<número>
A poderosa cultura do “caos atual”, cultura do imediatismo, do clientelismo, arraigada em muitas administrações municipais e que alimenta o status quo do atraso;
A fragilidade dos legislativos municipais;
A insuficiência fiscalizadora das administrações municipais na aplicação dos novos instrumentos de gestão urbana;
Como já falamos, a confusão entre Plano de Desenvolvimento, Plano de Obras e Plano Diretor Urbano, não são os mesmos mas, estão relacionados. 
6. QUAIS AS DIFICULDADES (as interveniências?) 
<número>
ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas
Normas para elaboração de Plano Diretor - Procedimento
NBR 12267 de 1992
7. Como Fazer o Plano Diretor?
NBR 12267 de 1992
1 - Objetivo
Esta Norma fixa as condições para orientar a elaboração de Planos Diretores nos termos do artigo 182 da Constituição Federal.
2 - Documentos complementares - Na aplicação desta Norma é necessário consultar:
a) Constituição Federal. 
b) Constituições Estaduais. 
c) Leis orgânicas municipais.
NBR 12267 de 1992
3 - Definições
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.4.
3.1 Plano Diretor
Instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados.
3.2 Política de desenvolvimento urbano
Conjunto de objetivos e diretrizes para orientar a ação governamental relativa à distribuição da população e das atividades urbanas no território, definindo as prioridades respectivas, tendo em vista ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o bem-estar da população.
NBR 12267 de 1992
3.3 Função social da cidade
Função que deve cumprir a cidade a fim de assegurar as condições gerais para o desenvolvimento da produção, do comércio e dos serviços, e, particularmente, para a plena realização dos direitos dos cidadãos, como o direito à saúde, ao saneamento básico, à educação, ao trabalho, à moradia, ao transporte coletivo, à segurança, à informação, ao lazer, à qualidade ambiental e à participação no planejamento.
3.4 Função social da propriedade urbana
Aquela que é atendida quando o uso e ocupação da propriedade urbana respondem às exigências fundamentais da sociedade, consolidadas nas diretrizes do Plano Diretor, em conformidade com os dispositivos da instrumentação legal decorrente.
NBR 12267 de 1992
4 Configuração do Plano Diretor O Plano Diretor é constituído de pelo menos três partes:
a) fundamentação; 
b) diretrizes; 
c) instrumentação.
4.1 Fundamentação do Plano Diretor
4.1.1 A fundamentação do Plano Diretor é explicitada pelos objetivos, caracterização, diagnósticos e prognósticos, alternativas e critérios de avaliação.
4.1.2 O Plano Diretor deve explicitar os seus objetivos relativamente às funções sociais da propriedade urbana e da cidade e a política de desenvolvimento urbano.
NBR 12267 de 1992
4.1.3 A caracterização do município, para efeito desta Norma, deve contemplar pelo menos os seguintes aspectos:
a) situação do município no âmbito regional em que se encontre, quanto às principais diretrizes federais, estaduais e regionais, principalmente quanto aos recursos disponíveis, limitações à sua utilização, restrições e incentivos que condicionem o desenvolvimento municipal;
b) principais aspectos do meio físico que condicionem o uso e ocupação do solo, identificando os problemas existentes e potenciais, bem como as possibilidades futuras de ocupação, adensamento e expansão urbana; 
c) principais aspectos socioeconômicos identificando os problemas existentes e potenciais, bem como as possibilidades futuras de desenvolvimento; 
d) principais aspectos da dinâmica de uso e ocupação do solo urbano e rural;
e) principais aspectos da infraestrutura, equipamentos sociais e serviços urbanos; 
f) principais aspectos da estrutura administrativa existente.
NBR 12267 de 1992
4.1.4 Os diagnósticos e prognósticos são baseados na comparação das análises da caracterização com os objetivos estabelecidos, levantando os principais óbices ao desenvolvimento do município e à plena realização das funções sociais da propriedade urbana e da cidade, bem como avaliando os principais recursos disponíveis para superá-los.
4.1.5 As alternativas devem contemplar diferentes conjuntos de diretrizes para a consecução dos objetivos do Plano Diretor.
4.1.6 Os critérios de avaliação das alternativas referem-se ao nível de atendimento dos objetivos, em face das prioridades de desenvolvimento e do seu custo social e ambiental.
NBR 12267 de 1992
4.2 Diretrizes do Plano Diretor
4.2.1 As diretrizes devem abranger pelo menos os espectros relativos ao tipo e intensidade do uso do solo, ao sistema viário e respectivos padrões, à infraestrutura e aos equipamentos sociais e serviços urbanos, tendo em vista o atendimento das funções sociais da propriedade urbana e da cidade.
4.2.2 As diretrizes devem explicitar o (s) horizonte (s) de sua vigência, bem como conter claramente os critérios de seu estabelecimento.
4.2.3 As exigências de ordenação da cidade incluem parâmetros para urbanização, parcelamento, uso e ocupação do solo e para a utilização e preservação ambiental e de recursos naturais.
4.2.4 A intensidade do uso do solo refere-se tanto à ocupação, quanto ao aproveitamento dos lotes, especificando distintos indicadores.
NBR 12267 de 1992
4.2 Diretrizes do Plano Diretor
4.2.5 O sistema viário deve abranger a hierarquização e padrões das vias interurbanas e urbanas e sua expansão.
4.2.6 Saneamento básico e drenagem, energia e iluminação pública, comunicações e sistema viário, prevendo a manutenção e a expansão das diversas instalações e sua interferência na ordenação do espaço.
4.2.7 Os equipamentos sociais e serviços urbanos relacionam-se com a programação de atendimento à população, considerando sua distribuição no território e condições de acessibilidade, nos setores de saúde, habitação de interesse social, educação, lazer, atividades comunitárias e outros, cuja localização prende-se às diretrizes gerais de uso e ocupação do solo.
4.2.8 Os serviços urbanos incluem limpeza pública, transporte coletivo,
defesa civil e segurança pública, prevenção e combate aos incêndios e assistência social. As diretrizes respectivas referem-se à localização dos equipamentos necessários ao desempenho de cada um desses serviços, bem como à programação da sua manutenção e extensão.
NBR 12267 de 1992
4.3 Instrumentação do Plano Diretor
4.3.1 A instrumentação é constituída de documentos legais, técnicos, orçamentários, financeiros e administrativos, de forma a integrar os programas, orçamentos e investimentos do município com as suas diretrizes, viabilizando sua implantação.
4.3.2 A instrumentação legal mínima estabelecida a partir das diretrizes do Plano Diretor compõe-se da Lei do Plano Diretor, da Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo e do Código de Obras e Edificações.
4.3.3 A instrumentação técnica refere-se a programas, planos setoriais, projetos e planos de ação correspondentes à implementação e aplicação das diretrizes do Plano Diretor.
4.3.4 A instrumentação orçamentária e financeira refere-se ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e aos orçamentos anuais, inclusive vinculações de dotações no período de vigência do Plano Diretor.
4.3.5 A instrumentação administrativa refere-se ao aparelhamento dos agentes executivos necessários à implementação e aplicação das diretrizes do Plano Diretor e ao desempenho das funções administrativas da Prefeitura.
NBR 12267 de 1992
5 Elementos mínimos do Plano Diretor
Recomenda-se que o Plano Diretor seja apresentado e suficientemente documentado na forma de peças gráficas e de relatórios que traduzam adequadamente os itens anteriores, de forma a torná-lo um documento compreensível e acessível ao conjunto dos munícipes. Os elementos mínimos do Plano Diretor são os seguintes:
a) objetivos do Plano Diretor expressos num documento introdutório onde sejam claramente explicitados; b) caracterização da região, do município e da cidade, composta dos seguintes elementos:
- características geológico-geotécnicas de interesse para o uso e ocupação do solo;
- principais condicionantes físicos, ambientais, socioeconômicos e demográficos, sistema viário e infraestrutura urbana, bem como equipamentos sociais e serviços urbanos; 
c) diagnóstico e prognósticos elaborados quanto aos aspectos anteriormente mencionados;
d) conjuntos de proposições de diretrizes alternativas para a consecução do desenvolvimento do município; 
e) critérios adotados para avaliação das proposições alternativas apresentadas; 
f) diretrizes do Plano Diretor; 
g) anteprojeto da Lei, do Plano Diretor, de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, do Código de Obras e Edificações; programas, planos setoriais, projetos e planos de ação do governo municipal; diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais, vinculações e dotações; e aparelhamento administrativo necessário.

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