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Aula 06 - Urbanístico (1)

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Aula 06
Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica
2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel
Autor:
Igor Maciel
Aula 06
15 de Março de 2021
37171323005 - Júnior Souza Ferreira
SUMÁRIO 
Sumário ................................................................................................................... 1 
Considerações Iniciais .............................................................................................. 2 
1 – Proteção do Patrimônio Cultural ........................................................................ 3 
2 – Tombamento ..................................................................................................... 5 
2.1 – Introdução .................................................................................................................... 5 
2.2 – Bens............................................................................................................................... 7 
Como este ponto já foi cobrado em prova? ....................................................................................................... 7 
Como este ponto já foi cobrado em prova? ....................................................................................................... 9 
2.3 – Espécies ....................................................................................................................... 10 
2.4 – Instituição ................................................................................................................... 12 
Como este ponto já foi cobrado em prova? ..................................................................................................... 14 
2.5 – Efeitos do Tombamento ............................................................................................. 17 
Como este ponto já foi cobrado em prova? ..................................................................................................... 21 
Como este ponto já foi cobrado em prova? ..................................................................................................... 21 
2.6 – Outros Instrumentos de Proteção .............................................................................. 23 
2.7 – Disposições Gerais do DL 25/37.................................................................................. 25 
3 – Desenvolvimento urbano e proteção do patrimônio cultural ........................... 27 
4 - Jurisprudência Correlata ................................................................................... 28 
5 - Bibliografia ....................................................................................................... 30 
6 - Resumo da Aula ................................................................................................ 31 
7 – Questões Objetivas .......................................................................................... 34 
7.1 - Questões Objetivas ...................................................................................................... 34 
7.2 – Gabaritos .................................................................................................................... 42 
7.3 - Comentários ................................................................................................................ 43 
8 - Considerações Finais ......................................................................................... 64 
 
 
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Igor Maciel 
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1 – PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL 
 
 A proteção do patrimônio cultural está prevista na Constituição Federal especialmente 
no seu artigo 216, parágrafo 1º: 
 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-
culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, 
ecológico e científico. 
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio 
cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de 
outras formas de acautelamento e preservação. 
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as 
providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. 
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. 
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. 
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos 
antigos quilombos. 
 
 Os inventários, registros, a vigilância, o tombamento e a desapropriação são formas 
de proteção do patrimônio cultural previstos na Carta Magna em uma demonstração da 
preocupação do Constituinte com a proteção do patrimônio histórico e cultural. 
Além disso, tais modalidades de proteção não são exaustivas, conforme se depreende 
pela parte final do dispositivo que permite a utilização de “outras formas de acautelamento 
e preservação.” 
 Ressalte-se que o patrimônio cultural é formado tanto por bens materiais como 
imateriais, conforme previsão dos incisos do artigo 216 reforçada pelas palavras de Pedro 
Lenza (2015, pg. 1401): 
 
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O art. 216 da CF/88, por sua vez, define a amplitude do conceito de patrimônio cultural como os bens 
de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se 
incluem as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e 
tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações 
artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico. 
 
 Ao estabelecer que o Poder Público será o responsável pela proteção do patrimônio 
cultural pretendeu o Constituinte que tanto a União como Estados, Distrito Federal e 
Municípios devem empreender esforços para a proteção de tais bens. 
 Exatamente por isto o artigo 23 da Carta Magna estabelece ser competência 
constitucional comum à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, proteger os bens de 
valor cultural. 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
 
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2 – TOMBAMENTO 
2.1 – INTRODUÇÃO 
 
 O tombamento é uma das formas de o Poder Público dar proteção ao patrimônio 
cultural brasileiro, através de intervenção na propriedade. Trata-se de instituto previsto no 
parágrafo 1º, do artigo 216 da Constituição Federal: 
 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural 
brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras 
formas de acautelamento e preservação. 
 
 Segundo Marcelo Alexandrino (2015, pg. 1064): 
 
No tombamento, o Estado intervém na propriedade privada para proteger a memória nacional, 
protegendo bens de ordem histórica, artística, arqueológica, cultural, científica, turística e paisagística. 
A maioria dos bens tombados é de imóveis de valor arquitetônico de épocas passadas em nossa história. 
É comum, também, o tombamento de bairros ou até mesmo de cidades, quando retratam aspectos 
culturais do passado. O tombamento pode, ainda, recair sobre bens móveis. 
 
A ideia do instituto é, pois, que o Estado intervenha na propriedade com o fim de 
proteger o patrimônio cultural. Além disso, tanto os bens móveis como os bens imóveis 
podem ser objeto de tombamento, conforme previsão do artigo 1º, do Decreto-Lei 25/37: 
 
Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis 
existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos 
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, 
bibliográfico ou artístico. 
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§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do patrimônio 
histórico o artístico nacional, depois de inscritos separada ou agrupadamente num dos quatro Livros do 
Tombo, de que trata o art. 4º desta lei. 
 
§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento os 
monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição 
notável com que tenham sido dotados pelo natureza ou agenciados pelo indústria humana. 
 
 O Decreto-Lei citado regula o instituto do tombamento no direito brasileiro, sendo o 
instrumento normativo aplicável às regras gerais sobre este fato jurídico-administrativo. 
Certo é, porém, que o tombamento apenas se consuma através de um processo 
administrativo específico para o bem determinado que se pretende tombar. 
 Em resumo (CARVALHO FILHO, 2015, pg. 837): 
 
(...) o proprietário não pode, em nome de interesses egoísticos, usar e fruir livremente seus bens se estes 
traduzem interesse público por atrelados a fatores de ordem histórica, artística, cultural, científica, 
turística e paisagística. São esses bens que, embora permanecendo na propriedade do particular, 
passam a ser protegidos pelo Poder Público, que, para esse fim, impõe algumas restrições quanto a seu 
uso pelo proprietário. 
 
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do 
Tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, a saber: 
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes às 
categorias de arte arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as 
mencionadas no § 2º do citado art. 1º. 
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interêsse histórico e as obras de arte 
histórica; 
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira; 
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das 
artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras. 
§ 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes. 
§ 2º Os bens, que se inclúem nas categorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 e 4 do 
presente artigo, serão definidos e especificados no regulamento que for expedido para 
execução da presente lei. 
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2.2 – BENS 
 
 De acordo com o artigo 2º, do Decreto-Lei 25/37, é possível o tombamento das coisas 
pertencentes às pessoas naturais e também às pessoas jurídicas de direito privado e de 
direito público interno. 
 Contudo, o artigo 3º do referido diploma normativo expressamente apresenta bens 
que são excluídos da proteção da norma. Vejamos. 
 
Art. 3º Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira: 
1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país; 
2) que adornem quaisquer veiculos pertecentes a empresas estrangeiras, que façam carreira no país; 
3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civíl, e que continuam 
sujeitas à lei pessoal do proprietário; 
4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos; 
5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais: 
6) que sejam importadas por emprêsas estrangeiras expressamente para adôrno dos respectivos 
estabelecimentos. 
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para livre trânsito, 
fornecida pelo Serviço ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
 
Como este ponto já foi cobrado em prova? 
 
(FCC - NeR (TJ PE)/TJ PE/Provimento/2013) O tombamento constitui uma das formas 
de intervenção do Estado na propriedade, que tem por objetivo a proteção do 
patrimônio histórico e artístico, 
a) importando a restrição ao exercício de todos os direitos inerentes ao domínio, 
quando compulsório. 
b) sendo sempre compulsório quando incidente sobre bens particulares e voluntário 
quando se trate de bens de entidades públicas. 
c) não podendo incidir sobre bens de origem estrangeira que pertençam a 
representações diplomáticas e consulares acreditadas no país. 
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d) recaindo somente sobre bens de propriedade privada, móveis ou imóveis, materiais 
ou imateriais, sendo vedado o tombamento de bens públicos. 
e) podendo incidir sobre bens privados, nacionais ou estrangeiros, sendo compulsório 
na primeira hipótese e voluntário na segunda. 
Comentários 
 
 Gabarito, letra C. 
 Percebam, meus amigos, que a Banca cobrou a literalidade do disposto no artigo 3º, 
inciso 1, do Decreto-Lei 25/37: 
 
Art. 3º Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de orígem estrangeira: 
1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país; 
 
 Mas a Banca não parou por aí. 
 Vejam que é recorrente a cobrança deste item em especial. 
 
(FCC - AC TCE PR/TCE-PR/Jurídica/2011) O tombamento de bens de valor histórico ou 
artístico 
a) assegura ao privado direito à indenização pelas restrições ao uso impostas, quando 
definitivo. 
b) pode alcançar bens privados ou públicos, não podendo recair sobre bens que 
pertençam a representações diplomáticas ou consulares. 
c) alcança apenas bens privados, podendo ser parcial, decretado mediante 
procedimento administrativo, ou total, neste caso apenas por decisão judicial. 
d) gera para oproprietário privado obrigações de fazer, como de conservação, e a 
inalienabilidade do bem. 
e) é sempre compulsório, ou de ofício, quando se tratar de bem privado e voluntário 
quando se tratar de bem público. 
Comentários 
 
 Gabarito, letra B. 
 Mais uma vez a questão exigiu o mesmo conhecimento: não se incluem no patrimônio 
histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira que pertençam às 
representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país. 
Art. 3º Excluem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de orígem estrangeira: 
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1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país; 
 
 
 
Como este ponto já foi cobrado em prova? 
 
(FCC - Ass Jur (ALMS)/ALMS/2016) A União Federal, ao tomar conhecimento da 
existência de duas renomadas obras de origem estrangeira, de notório valor histórico e 
artístico nacional, pretende que seja efetivado o tombamento das mesmas. Cumpre 
asseverar que a primeira delas pertence a uma casa de comércio de objetos históricos 
e a outra foi importada por empresa brasileira expressamente para adorno de seu 
respectivo estabelecimento. A propósito do instituto do tombamento, conforme 
legislação vigente, 
a) apenas a segunda poderá ser objeto de tombamento. 
b) ambas são passíveis de tombamento. 
c) apenas a primeira poderá ser objeto de tombamento. 
d) nenhuma delas poderá ser objeto de tombamento, haja vista proibição legal 
expressa. 
e) nenhuma delas poderá ser objeto de tombamento, pois todas as obras de origem 
estrangeira estão excluídas de tal possibilidade. 
Comentários 
 
 Gabarito, letra D. 
 A questão exige o conhecimento da literalidade do disposto no Decreto-Lei nº 
25/1937, mais especificadamente no seu art. 3º: 
 
Art. 3º Exclúem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de orígem estrangeira: 
1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país; 
Não se incluem no patrimônio histórico e 
artístico nacional as obras de origem 
estrangeira que pertençam às representações 
diplomáticas ou consulares acreditadas no país. 
 
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2) que adornem quaisquer veiculos pertecentes a emprêsas estrangeiras, que façam carreira no país; 
3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civíl, e que continuam 
sujeitas à lei pessoal do proprietário; 
4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos; 
5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais: 
6) que sejam importadas por emprêsas estrangeiras expressamente para adôrno dos respectivos 
estabelecimentos. 
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para livre trânsito, 
fornecida pelo Serviço ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
 
2.3 – ESPÉCIES 
 
 O tombamento pode ser dividido em espécies, a depender da manifestação da 
vontade e da eficácia do ato. 
 
a) Quanto à Manifestação de Vontade, poderá o tombamento ser: 
 
i. Voluntário, quando há o consentimento do proprietário do bem com a 
intervenção do Estado na propriedade, seja através de um pedido que ele 
mesmo formula ao Poder Público, ou quando concorda com a notificação inicial 
que lhe foi dirigida; 
 
ii. Compulsório, quando o Poder Público inscreve o bem como tombado, mesmo 
ante a resistência do proprietário. 
 
 Percebam que tais espécies de tombamento estão expressamente previstas nos 
artigos 6 a 8 do Decreto-Lei 25/37: 
 
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de direito privado se 
fará voluntária ou compulsóriamente. 
 
Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir 
dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, 
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a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que 
o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em 
qualquer dos Livros do Tombo. 
 
Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário se recusar a anuir à 
inscrição da coisa. 
 
b) Quanto à Eficácia do Ato, poderá o tombamento ser: 
 
i. Provisório, enquanto estiver em curso o processo administrativo destinado ao 
tombamento. Inicia-se tal processo com a notificação do proprietário 
manifestando o interesse do Poder Público em tombar aquele determinado 
bem; 
 
ii. Definitivo, quando, após concluído o processo, o Poder Público procede à 
inscrição do bem no Livro de Tombo; 
 
Trata-se de classificação prevista no artigo 10, do referido Decreto-Lei: 
 
Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado provisório ou 
definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição 
dos referidos bens no competente Livro do Tombo. 
Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o tombamento provisório 
se equiparará ao definitivo. 
 
 Destaque-se que o parágrafo único do artigo 10, do Decreto-Lei 25/37 estabelece que 
o tombamento provisório será equiparado para todos os efeitos ao tombamento definitivo. 
 Trata-se, pois, de uma medida assecuratória para proteger o bem e, conforme 
decidido pelo STJ: o tombamento provisório assemelha-se ao definitivo quanto às 
limitações incidentes sobre a utilização do bem tutelado. Neste sentido: 
 
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TOMBAMENTO PROVISÓRIO. EQUIPARAÇÃO 
AO DEFINITIVO. EFICÁCIA. 
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1. O ato de tombamento, seja ele provisório ou definitivo, tem por finalidade preservar o bem 
identificado como de valor cultural, contrapondo-se, inclusive, aos interesses da propriedade privada, 
não só limitando o exercício dos direitos inerentes ao bem, mas também obrigando o proprietário às 
medidas necessárias à sua conservação. O tombamento provisório, portanto, possui caráter 
preventivo e assemelha-se ao definitivo quanto às limitações incidentes sobre a utilização do bem 
tutelado, nos termos do parágrafo único do art. 10 do Decreto-Lei nº 25/37. 
2. O valor cultural pertencente ao bem é anterior ao próprio tombamento. A diferença é que, não 
existindo qualquer ato do Poder Público formalizando a necessidade de protegê-lo, descaberia 
responsabilizar o particular pela não conservação do patrimônio. O tombamento provisório, portanto, 
serve justamente como um reconhecimento público da valoração inerente ao bem. 
3. As coisas tombadas não poderão, nos termos do art. 17 do Decreto-Lei nº 25/37, ser destruídas, 
demolidas ou mutiladas. O descumprimento do aludido preceito legal enseja, via de regra, o dever 
de restituir a coisa ao status quo ante. Excepcionalmente, sendo manifestamente inviável o 
restabelecimento do bem ao seu formato original, autoriza-se a conversão da obrigação em perdas 
e danos. 
4. À reforma do aresto recorrido deve seguir-se à devolução dos autos ao Tribunal a quo para que, 
respeitados os parâmetros jurídicos ora estipulados, prossiga o exame da apelação do IPHAN e aplique 
o direito consoante o seuconvencimento, com a análise das alegações das partes e das provas 
existentes. 
5. Recurso especial provido em parte. 
(REsp 753.534/MT, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/10/2011, DJe 
10/11/2011) 
 
2.4 – INSTITUIÇÃO 
 
 O ato de tombamento decorre de um procedimento administrativo que deve seguir 
um determinado rito e, consequentemente, respeitar o devido processo legal, com a 
observância da ampla defesa e do contraditório. O tombamento resulta sempre de um 
procedimento administrativo e decorre da manifestação de ato do Poder Executivo. 
 O artigo 9º do Decreto-Lei 25/37 regula o procedimento no âmbito federal. A leitura 
de tal dispositivo é interessante para entendermos o passo a passo básico do procedimento: 
 
Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acôrdo com o seguinte processo: 
1) o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu órgão competente, notificará o 
proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a contar do recebimento da 
notificação, ou para, si o quisér impugnar, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de sua 
impugnação. 
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2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado. que é fatal, o diretor do Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por símples despacho que se proceda à inscrição da 
coisa no competente Livro do Tombo. 
3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma, dentro de outros 
quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do tombamento, afim de sustentá-la. 
Em seguida, independentemente de custas, será o processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de 
sessenta dias, a contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso. 
 
 Para Carvalho Filho (2015, pg. 845): 
 
O processo não tem um rito predefinido, podendo sua tramitação e os atos que o compõem variar 
conforme a espécie do tombamento. Há, porém, alguns atos que devem integrá-lo necessariamente. 
Um deles é o parecer do órgão técnico cultural. Outro é a notificação ao proprietário. Este, por sua vez, 
se manifesta anuindo no tombamento ou impugnando a intenção de decretá-lo. 
 
 
Professor, pode o Poder Legislativo editar ato normativo tombando 
determinado bem? 
 
 José dos Santos Carvalho Filho é quem melhor responde a este questionamento (2015, 
pg. 843): 
 
O tombamento é ato tipicamente administrativo, através do qual o Poder Público, depois de concluir 
formalmente no sentido de que o bem integra o patrimônio público nacional, intervém na propriedade 
para protege-lo de mutilações e destruições. Trata-se de atividade administrativa, e não legislativa. 
Além do mais, o tombamento só é definido após processo administrativo no qual, frequentemente, há 
conflito de interesses entre o Estado e o particular. 
(...) 
Por exceção, é possível que o intuito protetivo se origine da própria Constituição, e em tal situação o 
tombamento será instituído pela própria norma constitucional. 
 
 Assim, não cabe ao Poder Legislativo propor ato normativo que vise ao tombamento 
de determinado bem, eis que este é ato tipicamente administrativo, a ser emanado 
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especificamente em relação a um determinado bem e, exatamente por isto, pelo Poder 
Executivo. 
 Devemos lembrar que os atos normativos possuem caráter genérico e, portanto, 
incompatíveis com a individualização e concretude do procedimento de tombamento. 
 O Supremo Tribunal Federal, inclusive, assim já se manifestou: 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DISTRITAL N. 1.713, DE 3 DE SETEMBRO DE 1.997. 
QUADRAS RESIDENCIAIS DO PLANO PILOTO DA ASA NORTE E DA ASA SUL. ADMINISTRAÇÃO POR 
PREFEITURAS OU ASSOCIAÇÕES DE MORADORES. TAXA DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO. 
SUBDIVISÃO DO DISTRITO FEDERAL. FIXAÇÃO DE OBSTÁCULOS QUE DIFICULTEM O TRÂNSITO DE 
VEÍCULOS E PESSOAS. BEM DE USO COMUM. TOMBAMENTO. COMPETÊNCIA DO PODER EXECUTIVO 
PARA ESTABELECER AS RESTRIÇÕES DO DIREITO DE PROPRIEDADE. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NOS 
ARTIGOS 2º, 32 E 37, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
(...) 
5. O tombamento é constituído mediante ato do Poder Executivo que estabelece o alcance da 
limitação ao direito de propriedade. Incompetência do Poder Legislativo no que toca a essas 
restrições, pena de violação ao disposto no artigo 2º da Constituição do Brasil. (...) 
7. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da Lei n. 1.713/97 do Distrito 
Federal. (ADI 1706, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2008, DJe-172 
DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-01 PP-00007) 
 
Como este ponto já foi cobrado em prova? 
 
(FCC - JE TJPI/TJ PI/2015) Considere a seguinte afirmação: O tombamento é constituído 
mediante ato do Poder Executivo que, observada a legislação pertinente, estabelece o 
alcance da limitação ao direito de propriedade, ato emanado do Poder Legislativo não 
podendo alterar essas restrições. De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro 
vigente, tal como compreendido pelo Supremo Tribunal Federal, a afirmação está 
a) incorreta, eis que o tombamento é um ato misto, cabendo ao Poder Executivo 
decretá-lo após o Poder Legislativo haver fixado as limitações a incidirem sobre o bem 
no caso concreto. 
b) incorreta, eis que, em face do princípio da legalidade, o Poder Legislativo pode 
interferir em qualquer matéria. 
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 15 
c) correta, eis que ao Poder Legislativo não cabe praticar atos que, em caráter individual 
e concreto, digam respeito a limitações ao exercício do direito de propriedade. 
d) incorreta, eis que o tombamento, em regra, é veiculado por ato do Poder Legislativo. 
e) correta, eis que o ato do Poder Legislativo, alterando tombamento concretamente 
fixado por ato do Poder Executivo, seria incompatível com o princípio da harmonia entre 
os Poderes. 
Comentários 
 
 Gabarito, letra E, conforme visto acima o entendimento da doutrina corroborado pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
 
Poderá um “ente menor” tombar um bem de um “ente maior”? Pode o 
Município tombar um bem da União, por exemplo? 
 
 O parágrafo 2º, do artigo 2º, do DL 3.365/41 estabelece que: 
 
§ 2oOs bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser 
desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá 
preceder autorização legislativa. 
 
 Interpretando tal dispositivo, o STJ concluiu que o Município não poderia desapropriar 
um bem da União ou de um Estado: 
 
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. CONHECIMENTO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO 
INTENTADA POR MUNICÍPIO. BEM DE PROPRIEDADE DE AUTARQUIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO. 
1. Recurso especial proveniente de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em ação de 
desapropriação, acolheu os embargos de declaração e determinou o recolhimento do mandado de 
imissão provisória na posse. 
2. Inexiste preclusão, pois a questão de ordem pública conhecida de ofício é afeta à constituição e ao 
desenvolvimento válido e regular do processo. Desse modo, as instâncias ordinárias não poderiam se 
eximir de examiná-la, por força do § 3º do art.267 do Código de Processo Civil. 
3. O art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei n. 3.365/41 veda a pretensão do recorrente em desapropriar bem 
público pertencente à autarquia estadual, ou seja, a Lei é explícita ao autorizar os Estados a 
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 16 
desapropriarem bens do Município, mas, implicitamente, veda o inverso. Desse modo, deve ser 
aplicado, por analogia, o entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça no sentido de que 
"É vedado ao Município desapropriar bens de propriedade da União ou de suas autarquias e 
fundações, sem prévia autorização, por decreto, do Presidente da República. Precedentes" (REsp 
1.188.700/MG, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 18/05/2010, DJe 25/05/2010) Recurso especial 
improvido. 
(REsp 1435517/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/04/2015, DJe 
06/05/2015) 
 
 Com base em tal dispositivo, José dos Santos Carvalho Filho (2015, pg. 844) sustenta 
que, por interpretação analógica, não poderiam os entes menores procederem livremente 
ao tombamento de bens pertencentes a entes maiores. Nestes casos, para o autor, seria 
necessária uma autorização do ente público maior para que fosse possível a efetivação de 
eventual tombamento. 
 Todavia, este não é o entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça. Para o 
tribunal, o tombamento não implica transferência da propriedade do bem e, exatamente por 
isto, inexistiria a limitação do Decreto-Lei 3.365/41. 
 Assim, uma vez que também cabe ao Município a proteção dos bens culturais, poderá 
este ente tombar bens dos Estados ou da União, conforme ementa a seguir: 
 
ADMINISTRATIVO – TOMBAMENTO – COMPETÊNCIA MUNICIPAL. 
1. A Constituição Federal de 88 outorga a todas as pessoas jurídicas de Direito Público a competência 
para o tombamento de bens de valor histórico e artístico nacional. 
2. Tombar significa preservar, acautelar, preservar, sem que importe o ato em transferência da 
propriedade, como ocorre na desapropriação. 
3. O Município, por competência constitucional comum – art. 23, III –, deve proteger os documentos, as 
obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais 
notáveis e os sítios arqueológicos. 
4. Como o tombamento não implica em transferência da propriedade, inexiste a limitação constante 
no art. 1º, § 2º, do DL 3.365/1941, que proíbe o Município de desapropriar bem do Estado. 
5. Recurso improvido. 
(RMS 18.952/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/04/2005, DJ 
30/05/2005, p. 266) 
 
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 17 
É possível o desfazimento do tombamento de um bem? Existe a figura 
do destombamento? 
 
 Sim. 
 Vejamos mais uma vez as palavras do ilustre doutrinador José dos Santos Carvalho 
Filho (2015, pg. 844): 
 
Embora não seja comum, é possível que, depois do tombamento, o Poder Público, de ofício ou em razão 
de solicitação do proprietário ou de outro interessado, julgue ter desaparecido o fundamento que deu 
suporte ao ato. Reconhecida a ausência do fundamento, desaparece o motivo para a restrição ao uso 
da propriedade. Ocorrendo semelhante hipótese, o efeito há de ser o de desfazimento do ato, 
promovendo-se o cancelamento do ato de inscrição, fato também denominado de destombamento, 
 
2.5 – EFEITOS DO TOMBAMENTO 
 
 Especialmente em relação ao uso e à alienação do bem tombado, o ato de 
tombamento gera diversos efeitos que devem ser analisados. Em primeiro lugar, tão logo 
efetivado o tombamento de bem imóvel, este deverá ser transcrito no Registro de Imóveis 
respectivo: 
 
Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade particular será, por iniciativa do órgão 
competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito para os devidos efeitos 
em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio. 
§ 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata êste artigo, deverá o adquirente, 
dentro do prazo de trinta dias, sob pena de multa de dez por cento sôbre o respectivo valor, fazê-la 
constar do registro, ainda que se trate de transmissão judicial ou causa mortis. 
§ 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário, dentro do mesmo prazo e sob pena 
da mesma multa, inscrevê-los no registro do lugar para que tiverem sido deslocados. 
§ 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação pelo proprietário, ao Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, dentro do mesmo prazo e sob a mesma pena. 
 
 Efetivado o tombamento, será vedado ao proprietário destruir, demolir ou mutilar o 
bem e, da mesma forma, toda reparação, pintura ou restauração do bem apenas poderá 
ocorrer após prévia autorização do Poder Público: 
 
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 18 
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, 
nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser 
reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado. 
Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos municípios, a 
autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa. 
 
 Além disso, a coisa tombada não poderá sair do país, a não ser que seja por curto prazo 
para fim de intercâmbio cultural. Acaso seja tentada a exportação do bem para o exterior, 
será este sequestrado pela União ou pelo Estado em que se encontrar: 
 
Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio 
e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artistico Nacional. 
Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para fora do país, da coisa 
tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que se encontrar. 
§ 1º Apurada a responsábilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa de cincoenta por cento do 
valor da coisa, que permanecerá sequestrada em garantia do pagamento, e até que êste se faça. 
§ 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dôbro. 
§ 3º A pessôa que tentar a exportação de coisa tombada, alem de incidir na multa a que se referem os 
parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal para o crime de contrabando. 
Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objéto tombado, o respectivo proprietário deverá dar 
conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco 
dias, sob pena de multa de dez por cento sôbre o valor da coisa. 
 
 Apesar de o bem sofrer restrições quanto à sua alienabilidade (artigo 12, DL 25/37), o 
tombamento do bem não impede o proprietário de gravá-lo livremente por meio de penhor, 
anticrese ou hipoteca. 
 
 
O tombamento gera direito à indenização do proprietário? 
 
 Em verdade, não. 
 Trata-se de restrição administrativa que obriga o proprietário a manter o bem 
tombado dentro de suas características para a proteção do patrimônio cultural. Assim, 
(CARVALHO FILHO, 2015, pg. 847): 
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não gera qualquer dever indenizatório para o Poder Público, eisso porque nenhum prejuízo patrimonial 
é causado ao dono do bem. Somente se o proprietário comprovar que o ato de tombamento lhe 
causou prejuízo, o que não é regra, é que fará jus à indenização. 
 
A quem compete a conservação do bem tombado? 
 
 A conservação do bem tombado cabe ao proprietário que, se não dispuser de recursos 
para tanto, deverá comunicar o Poder Público para que este o faça. Ademais, 
independentemente da comunicação, o Estado tem o poder de tomar a iniciativa para 
conservação do bem, em caso de urgência. 
 Neste sentido: 
 
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às obras de 
conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente 
ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. 
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser 
iniciadas dentro do prazo de seis mezes, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. 
 
§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e conservação ou reparação em 
qualquer coisa tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tomar a iniciativa 
de projetá-las e executá-las, a expensas da União, independentemente da comunicação a que alude 
êste artigo, por parte do proprietário. 
 
 Atenção! 
 Acaso o proprietário da coisa tombada notifique o SPHAN informando que não dispõe 
de condições para conservar o bem, deverá o SPHAN acaso considere necessária a execução 
de obras para conservação executá-las dentro do prazo de seis meses ou providenciar a 
desapropriação do bem. 
 
 E se o SPHAN nada fizer? 
 
 Neste caso, poderá o proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da 
coisa. 
 
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§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o proprietário 
requerer que seja cancelado o tombamento da coisa. (Vide Lei nº 6.292, de 1975) 
 
E professor, acaso o proprietário deseje vender um bem tombado, será 
necessário ofertá-lo primeiro ao Estado? 
 
 De acordo com o artigo 22, do Decreto-Lei 25/37, sempre que um proprietário de um 
bem tombado desejasse aliená-lo onerosamente, seria necessário conceder o direito de 
preferência à União, aos Estados e aos Municípios, nesta ordem. 
 Ou seja, antes de se concluir a venda, necessário seria confirmar o interesse dos entes 
públicos na aquisição dos bens. 
 Era exatamente isto que dispunha o artigo 22 do Decreto-Lei 25/1937 
 
Art. 22. Em face da alienação onerosa de bens tombados, pertencentes a pessôas naturais ou a pessôas 
jurídicas de direito privado, a União, os Estados e os municípios terão, nesta ordem, o direito de 
preferência. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) 
 
 Ocorre que, o Novo Código de Processo Civil, em seu artigo 1.072, inciso I, dispôs que: 
 
Art. 1.072. Revogam-se: 
I - o art. 22 do Decreto-Lei no 25, de 30 de novembro de 1937; 
 
 Percebam, meus amigos, que o Novo CPC revogou expressamente o direito de 
preferência legal previsto em relação aos bens tombados. E, acreditem, as bancas tem 
cobrado demasiadamente este ponto. 
 
 
 
 
 
Não vigora mais no direito brasileiro a exigência do direito de preferência à União, 
Estados e Municípios na aquisição de bens tombados. 
 
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 21 
Como este ponto já foi cobrado em prova? 
 
(CESPE – TJRR – Notários e Registradores – 2013 – ADAPTADA) No que se refere ao 
tombamento, assinale a opção correta. 
a) A partir do tombamento, o bem torna-se inalienável. 
b) A partir do tombamento, o bem somente poderá ser alienado à União, se ela for a 
instituidora do gravame. 
c) O tombamento de bens de valor histórico ou artístico é de competência privativa da 
União. 
d) A partir do tombamento, o bem somente poderá ser alienado depois de exercido o 
direito de preferência pela União, pelos estados e pelos municípios, nessa ordem. 
e) Os bens móveis públicos não são passíveis de tombamento. 
Comentários 
 
A resposta apontada como correta pela banca foi exatamente a letra D, em razão do 
disposto no artigo 22, do Decreto-Lei 25/37, hoje revogado pelo Novo CPC. 
Hoje a letra D também estaria incorreta. 
 
Como este ponto já foi cobrado em prova? 
 
(FCC - Proc (PGE MT)/PGE MT/2016) O tombamento, regido no âmbito federal pelo 
Decreto-lei no25/37, é uma das formas admitidas pelo direito brasileiro de intervenção 
na propriedade. A propósito de tal instituto, 
a) não é aplicável aos bens públicos, pois incide somente sobre propriedades de 
particulares. 
b) toda e qualquer obra de origem estrangeira está imune ao tombamento, por não 
pertencer ao patrimônio histórico e artístico nacional. 
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 22 
c) não mais subsiste no direito vigente o direito de preferência, previsto no texto original 
do Decreto-lei nº 25/37 e estatuído em favor da União, dos Estados e Municípios. 
d) uma vez efetuado o tombamento definitivo, ele é de caráter perpétuo, somente 
podendo ser cancelado em caso de perecimento do bem protegido. 
e) a alienação do bem imóvel tombado depende de prévia anuência do órgão protetivo 
que procedeu à inscrição do bem no respectivo livro de tombo. 
Comentários 
 
 Conforme explicado, o gabarito da questão é a letra C, nos termos do artigo 1.072 do 
CPC: 
 
Art. 1.072. Revogam-se: (Vigência) 
I - o art. 22 do Decreto-Lei no 25, de 30 de novembro de 1937; 
 
 Ressalte-se, contudo, que permanece válida a obrigação constante no artigo 11 do 
Decreto-Lei 25/37, que discorre sobre as coisas tombadas que já pertençam à União, Estados 
ou aos Municípios só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades. 
 
Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios, inalienáveis por 
natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades. 
Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato conhecimento ao Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
 
Existem restrições na norma para a vizinhança do bem tombado? 
 
 Sim. 
 O artigo 18 do DL 25/37 estabelece que sem a prévia autorização do Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, 
fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou 
cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto. 
 Neste sentido: 
 
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, 
na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade, nem nela 
colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se 
nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto. 
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 23 
 
E a fiscalização dos bens tombados, como funciona? 
 
 Ressalte-se, ainda, que nos termos do artigo 20, do DL 25/37: 
 
Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilânciapermanente do Serviço do Patrimônio Histórico 
e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que fôr julgado conveniente, não podendo os 
respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil 
réis, elevada ao dôbro em caso de reincidência. 
 
2.6 – OUTROS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO 
 
 Não é o tombamento a única forma de proteção do patrimônio cultural. Em verdade, 
(CARVALHO FILHO, 2015, pg. 849): 
 
Em algumas ocasiões, é possível que o Poder Público esteja negligenciando em seu dever inafastável de 
proteger o patrimônio histórico, artístico e científico do país. Ocorrendo esse non facere por parte do 
Estado, a coletividade tem o direito de acioná-lo para diligenciar essa necessária proteção. 
 
 A doutrina cita, então, três outros instrumentos hábeis à proteção do patrimônio 
cultural. São eles: 
 
a) O direito de petição, previsto no artigo 5º, inciso XXXIV, “a”, da CF, dada a 
possibilidade de os particulares provocarem o Poder Público diretamente acerca de 
ilegalidades; 
 
b) A Ação Popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF e regulada pela Lei 4.717/65, 
a ser proposta pelo cidadão para anulação de atos lesivos ao patrimônio público, 
inclusive o patrimônio cultural; 
 
c) A Ação Civil Pública, prevista na Lei 7.347/85 para a proteção de direitos difusos e 
coletivos da coletividade. Destaca-se, nesta lei, o artigo 1º, inciso III que assim está 
redigido: 
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 24 
 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
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 25 
2.7 – DISPOSIÇÕES GERAIS DO DL 25/37 
 
 Por fim, cabe-nos comentar rapidamente os artigos 23 a 29 do DL 25/37 que versam 
sobre disposições finais da norma. Vejamos um a um. 
 Primeiramente, o artigo 23 estabelece que a União firmará acordos com os Estados 
para coordenar e desenvolver atividades relativas à proteção do patrimônio histórico e 
artístico. Ao mesmo tempo, o artigo 25 estabelece a possibilidade de se firmar convênios com 
instituições privadas com o objetivo de se obter cooperação em benefício do patrimônio 
histórico e artístico nacional: 
 
Art. 23. O Poder Executivo providenciará a realização de acôrdos entre a União e os Estados, para 
melhor coordenação e desenvolvimento das atividades relativas à proteção do patrimônio histórico e 
artistico nacional e para a uniformização da legislação estadual complementar sôbre o mesmo assunto. 
 
Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional procurará entendimentos com as 
autoridades eclesiásticas, instituições científicas, históricas ou artísticas e pessôas naturais o jurídicas, 
com o objetivo de obter a cooperação das mesmas em benefício do patrimônio histórico e artístico 
nacional. 
 
 Já o artigo 24 prevê a criação de museus para conservar e expor obras históricas e 
artísticas: 
 
Art. 24. A União manterá, para a conservação e a exposição de obras históricas e artísticas de sua 
propriedade, além do Museu Histórico Nacional e do Museu Nacional de Belas Artes, tantos outros 
museus nacionais quantos se tornarem necessários, devendo outrossim providênciar no sentido de 
favorecer a instituição de museus estaduais e municipais, com finalidades similares. 
 
 Por fim, a norma estabelece restrições quanto aos empresários que atuam com a 
negociação de antiguidades e a necessidade de registro junto ao Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional: 
 
Art. 26. Os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros 
antigos ou raros são obrigados a um registro especial no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional, cumprindo-lhes outrossim apresentar semestralmente ao mesmo relações completas das 
coisas históricas e artísticas que possuírem. 
Art. 27. Sempre que os agentes de leilões tiverem de vender objetos de natureza idêntica à dos 
mencionados no artigo anterior, deverão apresentar a respectiva relação ao órgão competente do 
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Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sob pena de incidirem na multa de cincoenta por 
cento sôbre o valor dos objetos vendidos. 
Art. 28. Nenhum objéto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 desta lei poderá ser posto à 
venda pelos comerciantes ou agentes de leilões, sem que tenha sido préviamente autenticado pelo 
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou por perito em que o mesmo se louvar, sob pena 
de multa de cincoenta por cento sôbre o valor atribuido ao objéto. 
Parágrafo único. A. autenticação do mencionado objeto será feita mediante o pagamento de uma taxa 
de peritagem de cinco por cento sôbre o valor da coisa, se êste fôr inferior ou equivalente a um conto 
de réis, e de mais cinco mil réis por conto de réis ou fração, que exceder. 
 
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 27 
3 – DESENVOLVIMENTO URBANO E PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO 
CULTURAL 
 
 O Estatuto das Cidades prevê a necessidade de o desenvolvimento urbano respeitar a 
proteção, a preservação e a recuperação do patrimônio cultural. Trata-se, inclusive, de 
diretriz geral da política urbana: 
 
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da 
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: 
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio 
cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; 
 
 Para José dos Santos Carvalho Filho (2013, pg. 42): 
 
O patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico também deve ser cuidado com 
atenção pelas ações de política urbana. Trata-se de bens que, da mesma forma que o meio ambiente, 
estão sob tutela constitucional, conforme consta do art. 216 e parágrafos da Constituição. 
Um dos aspectos mais relevantes dessa proteção, quanto à política urbana, é a de impedir que a 
especulação imobiliária e outros interesses privados acabem por causar a destruição de tais valores, 
sobretudo porque a destruição frequentemente se afigura irreversível. 
 
 Assim, os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após abril de 
2012 – data da alteração do Estatuto das Cidades – deverão elaborar projeto específico que 
contenha a definição de diretrizes e instrumentos para proteção do patrimônio cultural. 
 
Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de publicação 
desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo: 
VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do patrimônio histórico 
e cultural; e (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) 
 
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4 - JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
 A seguir, transcreve-se novamente toda a jurisprudência utilizada na presente aula 
para que o aluno possa tentar memorizar os trechos mais importantes. 
Supremo Tribunal FederalAÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DISTRITAL N. 1.713, DE 3 DE SETEMBRO DE 1.997. 
QUADRAS RESIDENCIAIS DO PLANO PILOTO DA ASA NORTE E DA ASA SUL. ADMINISTRAÇÃO POR 
PREFEITURAS OU ASSOCIAÇÕES DE MORADORES. TAXA DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO. 
SUBDIVISÃO DO DISTRITO FEDERAL. FIXAÇÃO DE OBSTÁCULOS QUE DIFICULTEM O TRÂNSITO DE 
VEÍCULOS E PESSOAS. BEM DE USO COMUM. TOMBAMENTO. COMPETÊNCIA DO PODER EXECUTIVO 
PARA ESTABELECER AS RESTRIÇÕES DO DIREITO DE PROPRIEDADE. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NOS 
ARTIGOS 2º, 32 E 37, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
(...) 
5. O tombamento é constituído mediante ato do Poder Executivo que estabelece o alcance da 
limitação ao direito de propriedade. Incompetência do Poder Legislativo no que toca a essas 
restrições, pena de violação ao disposto no artigo 2º da Constituição do Brasil. (...) 
7. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da Lei n. 1.713/97 do Distrito 
Federal. (ADI 1706, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2008, DJe-172 
DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-01 PP-00007) 
 
Superior Tribunal de Justiça 
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TOMBAMENTO PROVISÓRIO. EQUIPARAÇÃO 
AO DEFINITIVO. EFICÁCIA. 
1. O ato de tombamento, seja ele provisório ou definitivo, tem por finalidade preservar o bem 
identificado como de valor cultural, contrapondo-se, inclusive, aos interesses da propriedade privada, 
não só limitando o exercício dos direitos inerentes ao bem, mas também obrigando o proprietário às 
medidas necessárias à sua conservação. O tombamento provisório, portanto, possui caráter 
preventivo e assemelha-se ao definitivo quanto às limitações incidentes sobre a utilização do bem 
tutelado, nos termos do parágrafo único do art. 10 do Decreto-Lei nº 25/37. 
2. O valor cultural pertencente ao bem é anterior ao próprio tombamento. A diferença é que, não 
existindo qualquer ato do Poder Público formalizando a necessidade de protegê-lo, descaberia 
responsabilizar o particular pela não conservação do patrimônio. O tombamento provisório, portanto, 
serve justamente como um reconhecimento público da valoração inerente ao bem. 
3. As coisas tombadas não poderão, nos termos do art. 17 do Decreto-Lei nº 25/37, ser destruídas, 
demolidas ou mutiladas. O descumprimento do aludido preceito legal enseja, via de regra, o dever 
de restituir a coisa ao status quo ante. Excepcionalmente, sendo manifestamente inviável o 
restabelecimento do bem ao seu formato original, autoriza-se a conversão da obrigação em perdas 
e danos. 
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4. À reforma do aresto recorrido deve seguir-se à devolução dos autos ao Tribunal a quo para que, 
respeitados os parâmetros jurídicos ora estipulados, prossiga o exame da apelação do IPHAN e aplique 
o direito consoante o seu convencimento, com a análise das alegações das partes e das provas 
existentes. 
5. Recurso especial provido em parte. 
(REsp 753.534/MT, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/10/2011, DJe 
10/11/2011) 
 
 
 
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. CONHECIMENTO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO 
INTENTADA POR MUNICÍPIO. BEM DE PROPRIEDADE DE AUTARQUIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO. 
1. Recurso especial proveniente de agravo de instrumento interposto contra decisão que, em ação de 
desapropriação, acolheu os embargos de declaração e determinou o recolhimento do mandado de 
imissão provisória na posse. 
2. Inexiste preclusão, pois a questão de ordem pública conhecida de ofício é afeta à constituição e ao 
desenvolvimento válido e regular do processo. Desse modo, as instâncias ordinárias não poderiam se 
eximir de examiná-la, por força do § 3º do art. 267 do Código de Processo Civil. 
3. O art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei n. 3.365/41 veda a pretensão do recorrente em desapropriar bem 
público pertencente à autarquia estadual, ou seja, a Lei é explícita ao autorizar os Estados a 
desapropriarem bens do Município, mas, implicitamente, veda o inverso. Desse modo, deve ser 
aplicado, por analogia, o entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça no sentido de que 
"É vedado ao Município desapropriar bens de propriedade da União ou de suas autarquias e 
fundações, sem prévia autorização, por decreto, do Presidente da República. Precedentes" (REsp 
1.188.700/MG, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 18/05/2010, DJe 25/05/2010) Recurso especial 
improvido. 
(REsp 1435517/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/04/2015, DJe 
06/05/2015) 
 
 
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5 - BIBLIOGRAFIA 
 
ALENXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. DIREITO ADMINISTRATIVO DESCOMPLICADO. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. COMENTÁRIOS AO ESTATUTO DA CIDADE. 5ª edição. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 28ª edição. São 
Paulo: Atlas, 2015. 
 
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6 - RESUMO DA AULA 
 
 
 
1. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o 
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, 
tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e 
preservação. 
 
 
2. Ao estabelecer que o Poder Público será o responsável pela proteção do 
patrimônio cultural pretendeu o Constituinte que tanto a União como Estados, 
Distrito Federal e Municípios devem empreender esforços para a proteção de tal 
patrimônio. 
 
3. O tombamento é uma das formas de o Poder Público dar proteção ao patrimônio 
cultural brasileiro, através de intervenção na propriedade. 
 
4. No tombamento, o Estado intervém na propriedade privada para proteger a 
memória nacional, protegendo bens de ordem histórica, artística, arqueológica, 
cultural, científica, turística e paisagística 
 
5. Quanto à Manifestação de Vontade, poderá o tombamento ser 
 
i. Voluntário, quando há o consentimento do proprietário do bem 
com a intervenção do Estado na propriedade, seja através de um pedido 
que ele mesmo formula ao Poder Público, ou quando concorda com a 
notificação inicial que lhe foi dirigida; 
 
ii. Compulsório, quando o Poder Público inscreve o bem como 
tombado, mesmo ante a resistência do proprietário; 
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6. Quanto à Eficácia do Ato, poderá o tombamento ser: 
 
i. Provisório, enquanto estiver em curso o processo administrativo 
destinado ao tombamento. Inicia-se tal processo com a notificação do 
proprietário manifestando o interesse do Poder Público em tombar 
aquele determinado bem; 
 
ii. Definitivo, quando, após concluído o processo, o Poder Público 
procede à inscrição do bem no Livro de Tombo; 
 
 
7. Não cabe ao Poder Legislativo propor ato normativo que vise ao tombamento de 
determinado bem, eis que este é ato tipicamente administrativo, a ser emanado 
especificamente em relação a um determinado bem e, exatamente por isto, pelo 
Poder Executivo. 
 
8. Segundo o STJ, o Município, por competência constitucional comum – art. 23, III –
, deve proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,artístico 
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos. Assim, como o tombamento não implica em transferência da 
propriedade, inexiste a limitação constante no art. 1º, § 2º, do DL 3.365/1941, que 
proíbe o Município de desapropriar bem do Estado. 
 
9. O Poder Público caso julgue ter desaparecido o fundamento que deu suporte ao 
ato, poderá proceder ao destombamento do bem. 
 
10. Efetivado o tombamento, será vedado ao proprietário destruir, demolir ou mutilar 
o bem e, da mesma forma, toda reparação, pintura ou restauração do bem apenas 
poderá ocorrer após prévia autorização do Poder Público. 
 
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11. O tombamento não gera – em regra - direito à indenização do proprietário do 
bem. 
 
12. A conservação do bem tombado cabe ao proprietário que, se não dispuser de 
recursos para tanto, deverá comunicar o Poder Público para que este o faça. 
Ademais, independentemente da comunicação, o Estado tem o poder de tomar a 
iniciativa para conservação do bem, em caso de urgência. 
 
13. Não vigora mais no direito brasileiro a exigência do direito de preferência à União, 
Estados e Municípios na aquisição de bens tombados. 
 
14. A doutrina cita, então, três outros instrumentos hábeis à proteção do patrimônio 
cultural. São eles: 
 
a) O direito de petição, previsto no artigo 5º, inciso XXXIV, “a”, da 
CF, dada a possibilidade de os particulares provocarem o Poder Público 
diretamente acerca de ilegalidades; 
 
b) A Ação Popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF e 
regulada pela Lei 4.717/65, a ser proposta pelo cidadão para anulação 
de atos lesivos ao patrimônio público, inclusive o patrimônio cultural; 
 
c) A Ação Civil Pública, prevista na Lei 7.347/85 para a proteção de 
direitos difusos e coletivos da coletividade. 
 
15. O Estatuto das Cidades prevê a necessidade de o desenvolvimento urbano 
respeitar a proteção, a preservação e a recuperação do patrimônio cultural. Trata-
se, inclusive, de diretriz geral da política urbana. 
 
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7 – QUESTÕES OBJETIVAS 
 
7.1 - QUESTÕES OBJETIVAS 
(Questão 01 – CESPE – TJPI – Magistrado – 2012 – ADAPTADA) Acerca da classificação 
e da utilização de bens públicos, das limitações administrativas, do tombamento e da 
faixa de fronteira, assinale a opção correta. 
 
O tombamento pode ser voluntário ou compulsório, provisório ou definitivo, conforme 
a manifestação da vontade ou a eficácia do ato. 
 
(Questão 02 – CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo – 2002) A cidade de 
Goiás, a 370 km de Brasília, tenta retomar a vida normal após a enchente do rio 
Vermelho que afetou pelo menos 80 das 800 casas tombadas pelo Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e consideradas pela Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como patrimônio cultural da 
humanidade. Voluntários da cidade tentam recuperar documentos e objetos de valor 
inestimável: "Para qualquer cidadão vilaboense - assim é chamado quem nasce nessa 
cidade, em uma referência a seu antigo nome, Vila Boa - cada documento ou casarão 
que se perde é como um pedaço nosso que se vai. Faço esse serviço por amor à cidade, 
à nossa história", ressaltou o artista plástico Divino Magalhães. 
Renato Alves. Memória sem lama - "GoiásVelho". In: Correio Braziliense, 4/1/2002, p. 
20 (com adaptações). 
 
Em face do texto acima e com relação à proteção de bens de valor histórico, artístico e 
cultural, julgue o item que se segue. 
 
I) O tombamento altera a propriedade de um bem, que por desapropriação passa 
a ser do Estado, e proíbe que o patrimônio venha a ser destruído ou 
descaracterizado. Existe impedimento para venda, aluguel ou cessão por herança 
de um bem tombado, assim como para mudança de destinação. 
 
II) O tombamento de edifícios ou bairros inteiros não "congela" a cidade, 
impedindo sua modernização. A proteção do patrimônio ambiental urbano está 
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diretamente vinculada à melhoria da qualidade de vida da população, pois a 
preservação da memória é uma demanda social tão importante quanto qualquer 
outra atendida pelo serviço público. Preservação e revitalização são ações que se 
complementam e, juntas, podem valorizar bens que se encontram deteriorados. 
 
III) Entre as exigências que o IPHAN faz para instaurar o processo de tombamento 
estão as seguintes: documento de compromisso da comunidade com assinatura 
e concordância de, pelo menos, 50% da população e projeto com especificações 
arquitetônicas. 
 
 
(Questão 03 – FCC – Procurador do Município de São Paulo – 2008) O Município de São 
Paulo, por meio de regular procedimento, tombou um imóvel particular, situado em 
área urbana, a fim de preservar seu valor histórico-cultural. O proprietário do terreno 
ajuizou ação em face da Municipalidade, alegando que pretendia dar outra destinação 
econômica ao imóvel, incompatível com o tombamento e para a qual já possuía alvará. 
 
Neste contexto, de acordo com o ordenamento jurídico em vigor e com o 
posicionamento dos tribunais pátrios a respeito do tema, o proprietário tem 
fundamentos para pleitear e, eventualmente, para obter 
 
a) indenização por desapossamento administrativo, comprovada a restrição parcial 
sobre o imóvel, cumulada com juros compensatórios. 
b) isenção de tributos municipais, uma vez que o tombamento não justifica a imposição 
de indenização. 
c) indenização pelos prejuízos financeiros anormais, comprovados e decorrentes da 
restrição administrativa imposta ao imóvel. 
d) indenização pelos prejuízos alegados ou, alternativamente, permuta de seu imóvel 
com outro terreno de propriedade do Município ou a ser por este desapropriado, onde 
possa ser implantado o empreendimento. 
e) desapropriação indireta do imóvel, em virtude das limitações administrativas 
impostas à conservação do bem. 
 
(Questão 04 – CESPE – AGU – Advogado da União – 2009) Com base na jurisprudência 
do STJ, julgue o item a seguir. 
 
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O instituto do tombamento provisório não é uma fase procedimental antecedente do 
tombamento definitivo, mas uma medida assecuratória da eficácia que este último 
poderá, ao final, produzir. A caducidade do tombamento provisório, por excesso de 
prazo, não é prejudicial ao tombamento definitivo. 
 
(Questão 05 – CESPE – Defensor Público/AM – 2003) Julgue o item seguinte, acerca da 
desapropriação, do tombamento e das limitações administrativas ao direito de 
propriedade. 
 
Tanto no tombamento como na desapropriação, a prévia indenização é requisito de 
validade do próprio ato. 
 
(Questão 06 – CESPE – Promotor de Justiça/TO – 2012) No que se refere ao 
tombamento, assinale a opção correta. 
a) O tombamento definitivo dos bens de propriedade particular deve ser, por iniciativa 
do órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 
transcrito, para os devidos efeitos, em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e 
averbado ao lado da transcrição do domínio. No caso de transferência de domínio 
desses bens, o adquirente deve, dentro do prazo de dois anos, contado a partir da data 
do depósito, fazê-la constar do registro, ainda que se trate de transmissão judicial ou 
causa mortis. 
b) As coisas tombadas poderão,se o proprietário ou possuidor efetuar a compensação 
patrimonial do bem atingido, ser destruídas, demolidas ou mutiladas sem prévia 
autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
c) As coisas tombadas pertencentes à União, aos estados ou aos municípios só podem 
ser alienadas por intermédio do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
d) As obras históricas ou artísticas tombadas pertencentes a pessoas naturais ou 
jurídicas de direito privado não se sujeitam a nenhum tipo de restrição. 
e) A coisa tombada não pode ser levada para fora do país, senão por curto prazo, sem 
transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho 
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
 
(Questão 07 – CESPE – Promotor de Justiça/PI – 2012) Assinale a opção correta a 
respeito dos efeitos do tombamento. 
a) O proprietário de coisa tombada sem recursos para proceder às obras de conservação 
e reparação que a coisa requerer deverá entrar com pedido de concessão de crédito no 
BNDES, de acordo com o disposto na lei de incentivo à cultura, e levar ao conhecimento 
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do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas 
obras, sob pena de desapropriação do bem. 
b) As coisas tombadas que pertençam à União, aos estados ou aos municípios somente 
poderão ser alienadas e transferidas de uma à outra das referidas entidades, e, uma vez 
feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato conhecimento ao Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
c) Sem que seja protocolado o pedido de uso comercial do bem tombado ou que seja 
obtida autorização posterior do Conselho Consultivo Nacional do Patrimônio Histórico, 
não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção ou introduzir objeto 
que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob 
pena de se mandar destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se ao agente, nesse 
caso, a multa de 50% do valor da obra ou do objeto. 
d) As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço de Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, que, por meio dos agentes da fiscalização patrimonial do 
Ministério da Cultura, poderá inspecioná-las sempre que conveniente, não podendo os 
respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de 
multa. 
e) A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem transferência 
de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
 
(Questão 08 – CESPE – TJRJ - Magistratura – 2012) Assinale a alternativa correta a 
respeito do tombamento. 
a) A competência constitucional para legislar sobre tombamento é privativa da União. 
b) Podem ser tombados bens de qualquer natureza, móveis ou imóveis, materiais ou 
imateriais, públicos ou privados, podendo, inclusive, as pessoas políticas tombarem 
seus próprios bens, para finalidade de preservação. 
c) O tombamento caracteriza-se por ser uma restrição parcial e em regra indenizável. 
d) No tombamento compulsório, iniciado o processo e colhida a manifestação técnica 
sobre o bem e seu valor, o proprietário será notificado para anuir ou impugnar o 
tombamento no prazo de trinta dias. 
 
(Questão 09 – CONSULPLAN – Promotor de Justiça/MG – 2012 – ADAPTADA) Julgue o 
item a seguir: 
 
Os bens materiais móveis ‐ embora não sejam objeto de registro ‐ podem ser tombados. 
 
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(Questão 10 – FCC – TRT 3ª Região – Analista – 2015) Uma autarquia estadual que atua 
na área previdenciária é proprietária de vasto patrimônio imobiliário, especialmente 
porque fazia parte da política de gestões anteriores o financiamento de imóveis 
residenciais e comerciais para servidores públicos, especialmente em regiões com 
necessidade de revitalização. Assim, referida autarquia era proprietária de um casarão 
na região central de determinado município, construído no início do século XX. O 
Município, ouvindo rumores de que a autarquia pretendia alienar seu patrimônio que 
não estivesse formalmente destinado às finalidades institucionais do ente, providenciou 
regular procedimento e, por meio de seu órgão competente, editou Resolução 
tombando o imóvel. O imóvel, apurou-se posteriormente, já era tombado pelo órgão 
estadual competente. 
 
Diante desse cenário, 
a) a autarquia pode impugnar o tombamento, tendo em vista que o Município não 
poderia decretar o tombamento de bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito 
público, tendo em vista que o tombamento constituiu uma limitação à propriedade 
privada. 
b) o Município somente poderia tombar o bem da autarquia caso não houvesse 
tombamento anterior, tendo em vista que sobre o mesmo imóvel não podem se 
sobrepor duas intervenções à propriedade. 
c) não obstante a autarquia tenha personalidade jurídica híbrida e seus bens estejam 
sujeitos ao regime jurídico de direito privado, o tombamento estadual prefere ao 
tombamento municipal, que fica por aquele ato absorvido. 
d) a alienação onerosa do bem tombado ficou inviabilizada, tendo em vista que 
limitação à propriedade dessa natureza impõe gravame ao proprietário e exige que a 
propriedade do bem remanesça sendo de pessoa jurídica de direito público. 
e) o tombamento municipal, cuja imposição seguiu trâmite regular, permanece válido, 
tendo em vista que sobre o mesmo bem, ainda que pertencente a pessoa jurídica de 
direito público, pode existir mais de uma limitação daquela natureza, desde que 
compatíveis, cabendo ao proprietário observar as posturas e restrições impostas pelos 
dois entes federados. 
 
(Questão 11 – CESPE – TJDFT – Oficial de Justiça – 2015) No que diz respeito à rescisão 
de contrato administrativo, ao tombamento e à responsabilidade do Estado, julgue o 
próximo item. 
 
Os patrimônios tombados de estado da Federação ou de pessoa jurídica de direito 
privado tornar-se-ão inalienáveis. 
 
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(Questão 12 – CESPE – TJDFT – Magistrado – 2016) Assinale a opção correta, segundo 
a qual a modalidade de intervenção na propriedade privada sujeita o bem, cuja 
conservação seja de interesse público, por sua importância histórica, artística, 
arqueológica, bibliográfica ou etnológica, a restrições parciais, mediante procedimento 
administrativo. 
a) tombamento 
b) ocupação temporária 
c) servidão administrativa 
d) limitação administrativa 
e) desapropriação 
 
(Questão 13 – FCC – Procurador do Estado/MT – 2016) O tombamento, regido no 
âmbito federal pelo Decreto-lei no 25/37, é uma das formas admitidas pelo direito 
brasileiro de intervenção na propriedade. A propósito de tal instituto, 
a) não é aplicável aos bens públicos, pois incide somente sobre propriedades de 
particulares. 
b) toda e qualquer obra de origem estrangeira está imune ao tombamento, por não 
pertencer ao patrimônio histórico e artístico nacional. 
c) não mais subsiste no direito vigente o direito de preferência, previsto no texto 
original do Decreto-lei no 25/37 e estatuído em favor da União, dos Estados e 
Municípios. 
d) uma vez efetuado o tombamento definitivo, ele é de caráter perpétuo, somente 
podendo ser cancelado em caso de perecimento do bem protegido. 
e) a alienação do bem imóvel tombado depende de prévia anuência do órgão protetivo 
que procedeu à inscrição do bem no respectivo livro de

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