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Análise - A Revolução dos Bichos

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VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Análise da Obra A Revolução dos Bichos
Evellyn Ramon Fagundes (G - UENP/ Campus Jac.)
evellyn_rf@hotmail.com
Fernanda de Cássia Miranda (Orientadora – UENP/ Campus Jac.)
O presente artigo tem por finalidade analisar a obra, de George 
Orwell, e está dividida em explanação da biografia do autor, contextualização 
do momento histórico, do resumo da obra, assim como a noção de fábula, 
análise dos elementos da narrativa, análise crítica, conclusão e bibliografia.
Biografia do autor
George Orwell, também conhecido como Eric Athur Blair, 
nasceu em 1903 na cidade de Motihari, na Índia. Como sua família era 
inglesa, aos quatro anos retornou com a mesma para a Inglaterra, onde 
estudou em escolas tradicionais. Em 1922, entrou para a Política Colonial 
Britânica, após seis anos, pediu demissão, passando a colaborar ativamente 
na imprensa socialista. Orwell trabalhou numa livraria como professor e 
jornalista, ganhando apenas o suficiente para viver, na conturbada década 
de 30. Quando defendeu os Republicanos, na Guerra Espanhola, já havia 
escrito três livros: A Clergyman's Daughter, Keep the Aspidistra Flyng e The 
Road to Wigan Píer. Sua experiência neste país foi decisiva para a sua 
conversão "ao socialismo democrático". As atividades de Orwell sempre 
incluíram a produção de ensaios e artigos jornalísticos, mas fortuna e fama 
literária vieram somente após a Segunda Guerra, com a publicação de 
”Animal Farm”. Em Janeiro de 1950, morreu tuberculoso, logo após lançar 
“1984”, seu romance mais famoso.
Contexto Histórico
O século XX foi marcado por várias Guerras Civis e duas 
Guerras Mundiais, dessa forma, o cenário político foi alterado em todo 
mundo. Alguns autores utilizaram como tema, a ideologia politica moderna, 
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
para inspirar suas obras. Assim, relataram o que estava acontecendo com a 
classe pobre da população. Neste Cenário, surgiu George Orwell, cuja 
participação foi marcante. Simpatizante do regime socialista, residiu nos 
bairros operários da França. Em 1937, foi para a Espanha e alistou-se ao 
lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola, porém as Forças Fascistas 
venceram as forças republicanas em março de 1939. Regressando para a 
Inglaterra, mesmo sendo simpatizante do regime socialista, Orwell sabia que 
as soluções vindas do marxismo seriam limitadas para a classe trabalhadora, 
com a concentração de rendas nas mãos de poucas pessoas e o poder 
aquisitivo da população caindo. Ingressou, então, no Partido Trabalhista 
Independente. Com toda essa diferença social, escreveu um de seus maiores 
sucessos ”Animal Farm” (“A Revolução dos Bichos”). Por razões políticas, a 
obra pode ser publicada apenas em 1945, após o término da guerra. Além 
disso, Orwell colaborou com o jornal “Tribune”, escrevendo sobre literatura e 
tecendo comentários que analisavam a conturbarda situação política de 
então. Em seus relatos, Orwell atacava o regime fascita e comunista, 
mostrando o sofrimento, não dos grandes governantes, mas da população 
civil.
Resumo
Sr. Jones era o proprietário da Granja do Solar. Devido ao 
vício da bebida, ele estava endividado, a Granja em ruínas e os animais mal 
cuidados, sem alimentação na hora certa. Uma noite, tão logo as luzes da 
casa se apagaram, houve uma agitação geral, por parte dos bichos, já que 
durante o dia haviam combinado de se encontrarem mais tarde para uma 
reunião no celeiro. O Velho Major, um porco que havia conquistado a 
confiança e o respeito de todos pela sua sabedoria, tivera um sonho muito 
estranho na noite anterior e desejava contá-lo aos outros. O Major começou 
a reunião dizendo que os animais estavam sofrendo nas mãos dos humanos, 
com uma vida escravizada, sem reconhecimento nenhum e, no final de suas 
vidas, a recompensa por todos os anos de serviços prestados era uma morte 
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
cruel. Ele propôs, que a única solução seria uma revolução para tomar o 
poder da Granja e, finalmente oferecerem uma vida digna para cada animal 
e uma aposentadoria justa. Contou também, que no sonho, lembrara de 
uma antiga canção, ensinada por sua mãe, chamada “Bichos da Inglaterra”. 
Três noites depois o Velho Major morreu durante o sono e seu corpo foi 
enterrado no pomar. Mas seus ideais continuaram e todas as noites os 
bichos reuniam-se para debaterem. Os porcos Bola de Neve, Napoleão e 
Garganta organizaram os ensinamentos do Major num sistema chamado 
"Animalismo" e se incumbiram de transmiti-lo aos outros animais. O Sr. 
Jones, certo dia embriagado, foi para a cidade em busca de mais bebida, 
deixando os animais sem alimentação até a sua volta, no dia seguinte. 
Cansados, eles resolveram agir e geraram uma grande confusão. 
Apavorados, pois nunca haviam visto nada igual, os homens fugiram 
correndo. A mulher do Sr. Jones também fugiu. A revolução estava 
consumada! Após certa euforia, os animais reuniram-se e Bola de Neve 
revelou que, nos últimos meses, aprendera a ler e que resumira os 
princípios do Animalismo em sete mandamentos que seriam seguidos dali 
por diante. O nome da granja também foi mudado para "Granja dos Bichos". 
E eles passaram a administrá-la. Todos trabalhavam muito, exceto os porcos 
que, por serem mais inteligentes, ficavam apenas gerenciando as atividades. 
Nas manhãs de domingo, havia uma reunião na qual eram decididas todas 
as atividades da semana e, ao final todos cantavam "Bichos da Inglaterra". 
Alguns animais aprenderam a ler, porém, para outros, essa tarefa era 
impossível. Isso fez com que Bola de Neve condensasse os Sete 
Mandamentos na máxima "Quatro pernas bom, duas pernas ruim". O tempo 
foi passando e, a despeito do que todos diziam, a granja prosperava e os 
animais mantinham-se unidos. O Sr. Jones tentou reaver a Granja, mas os 
animais, sob o comando de Bola de Neve, expulsaram-no junto com seus 
capangas. Ao final dessa batalha, os animais reuniram-se e cantaram várias 
vezes "Bichos da Inglaterra". E decidiram que haveriam duas comemorações 
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
anuais: a primeira seria no dia 24 de junho, aniversário da Revolução; e a 
segunda no dia 12 de outubro, aniversário da Batalha do Estábulo. Com a 
chegada do inverno, os animais não podiam trabalhar. Eram feitas várias 
reuniões, nas quais Bola de Neve e Napoleão divergiam em suas opiniões. 
Numa delas, Bola de Neve propôs a construção de um moinho de vento, que 
iria exigir um esforço extra de todos os animais, mas que, depois de pronto, 
facilitaria o trabalho na granja. Napoleão foi imediatamente contra e, numa 
ação rápida, chamou cães enormes que tentaram pegar Bola de Neve, que 
conseguiu fugir com vida Em seguida, Napoleão anunciou que, daquele dia 
em diante, as reuniões estavam suspensas e todos os problemas seriam 
resolvidos por uma comissão de porcos presidida por ele. As decisões seriam 
comunicadas posteriormente aos outros animais através de outro porco, que 
sabia usar as palavras muito bem, chamado Garganta. As coisas começaram 
a mudar e três semanas depois, Napoleão mandou avisar que, finalmente, 
seria iniciada a construção do moinho de vento e que Bola de Neve fora um 
traidor, não um herói, como todos pensavam. O trabalho aumentou muito, 
mas os bichos estavam felizes pois sabiam que logo seriam recompensadoscom o trabalho do moinho. Enfrentaram muitas dificuldades para 
manusearem as ferramentas, transportarem pedras, mas Sansão, um 
cavalo de tração da granja, forte e determinado, trabalhava constantemente 
até em dias de descanso. Napoleão mandou anunciar, através de Garganta, 
a necessidade de negociar com outras granjas da redondeza, a compra de 
materiais que não eram produzidos com eles: o comércio seria intermediado 
por um procurador de Willingdon, chamado Sr. Whymper. No começo da 
revolução ficou decido por todos que nenhum animal iria morar na casa do 
Sr. Jones e que aquele lugar ficaria conservado como uma espécie de 
museu. Mas agora, os porcos haviam decidido se mudarem para a casa e 
dormirem nas camas. Quitéria, uma égua que aconselhava muito os 
animais, lembrou-se do “Quarto Mandamento do Animalismo” que proibia 
aos animais dormirem em camas. Garganta imediatamente levou-a até o 
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local onde os mandamentos estavam escritos para fazê-la ler e constatar 
que não estavam infringindo o mandamento que agora dizia: "Nenhum 
animal dormirá em camas com lençóis". Quitéria Achou estranho as duas 
últimas palavras, não se lembrava delas no dia em que os mandamentos 
foram escritos. Mas estava ali, não havia como contestar. Garganta, 
habilmente, convenceu-a de que a proibição era com o uso de lençóis, não 
contra o uso das camas. E assim nenhum animal contestava as mudanças, 
pois Garganta logo dizia que eles, os porcos, estavam ali para zelarem para 
o bem de todos. Caso contrário o Sr. Jones voltaria. Essa ameaça bastava 
para que todos se calassem e ficassem convencidos. Numa noite de inverno, 
durante uma tempestade, o moinho de vento, ou o que havia sido 
construído dele até ali, veio abaixo. Napoleão colocou a culpa em Bola de 
Neve, imediatamente, e ordenou para que as obras fossem retomadas, 
mesmo durante aquele tempo. Os alimentos começaram a faltar e a 
reconstrução do moinho seguia mais lenta, exceto por Quitéria e, 
principalmente Sansão, que queria apenas trabalhar cada vez mais. Dada a 
necessidade da compra de cereais e farinha, Napoleão decidiu vender ovos, 
o que provocou grande protesto das galinhas, apesar disso, os ovos foram 
vendidos. Bola de Neve sempre era responsabilizado por tudo de ruim que 
acontecia. Logo, todos os animais o temiam como a um fantasma. Para 
aumentar a desconfiança, Garganta anunciou ter encontrado documentos 
que comprovavam a aliança de Bola de Neve com o Sr. Jones. Para 
aumentar o temor, Napoleão ordenou, certo dia, que quatro porcos fossem 
trazidos à sua presença. Amedrontados, os porcos confessaram que eram 
cúmplices de Bola de Neve e foram brutalmente assassinados na frente dos 
animais, juntamente com outros que também haviam confessado. Eles 
ficaram aterrorizados, pois isso não acontecia desde o tempo em que o Sr 
Jones vivia na Granja. Após este acontecimento, os animais começaram a se 
desiludir e chegaram à conclusão de que não era aquilo que sonharam na 
época da revolução. Ninguém podia expressar suas ideias que lá estavam 
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
aqueles enormes cachorros prontos para atacar. Os dias de liberdade 
prometidos pelo Velho Major estavam cada vez mais distantes. Sentindo-se 
tristes começaram a cantar "Bichos da Inglaterra", mas foram interrompidos 
por Garganta que viera anunciar a proibição daquela canção, ela não fazia 
mais sentido. Em seu lugar, uma outra canção havia sido composta em 
homenagem à Napoleão e deveria ser cantada dali por diante. 
Os animais lembraram-se que o sexto mandamento rezava que "Nenhum 
animal matará outro animal" e foram conferir na parede do estábulo. Mas 
constataram que algo estava estranho, pois lá estava escrito " Nenhum 
animal matará outro animal sem motivo". Eles não se lembravam das duas 
últimas palavras, mas concluíram que não havia violação dos mandamentos, 
se os animais haviam sidos exterminados foi porque deram motivos. Outro 
acontecimento viria abalar os bichos. Sansão, cada vez mais determinado 
em terminar a construção do moinho, trabalhava sem parar, apesar de 
Quitéria o alertar do perigo. Certo dia, ele sofreu um acidente do qual 
necessitava repouso. Garganta avisou que ele iria fazer tratamento em um 
hospital, segundo ordens de Napoleão. No dia de sua partida os animais 
conseguiram ler, com muito custo, o que estava escrito no caminhão, ao 
invés de ambulância pertencia à um matadouro. Desesperados, tentaram 
avisar Sansão para que saísse do caminhão, mas ele já havia desistido de 
lutar e seguiu seu destino. A vida transcorria com muito trabalho na granja. 
Napoleão começou à negociar madeira com os fazendeiros da região. Na 
data prevista, o moinho foi entregue. Napoleão fora enganado pêlos 
fazendeiros e ordenou morte a eles, ainda sugeriu a possibilidade de um 
ataque dos homens para retomarem a fazenda. O ataque realmente 
aconteceu e novamente os 'bichos saíram vitoriosos. Esta ficou conhecida 
como "Batalha do Moinho de Vento". Após esta batalha Napoleão vivia 
embriagado e a desilusão dos bichos foi ainda maior. Os anos passaram-se, 
vários bichos nasceram e morreram, poucos lembravam-se do início da 
revolução. Quitéria e Benjamim ainda tentavam ensinar os princípios do 
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Animalismo, mas a desilusão era grande. Napoleão voltou a ter negócios 
com os fazendeiros da região e numa noite em que os porcos ofereciam um 
jantar para os humanos na casa da granja, os outros animais puderam 
observar, aterrorizados, que já havia se tornado impossível distinguir quem 
era homem e quem era porco.
Noções de Fábulas
As fábulas, por seu contexto moral, podem ser usadas para 
discutir o comportamento humano, sobre como reagimos diante das 
situações e quais as soluções que podemos encontrar para problemas 
diferentes. Outro assunto que pode ser tratado junto às crianças é a 
zoologia, abordando as espécies que são personagem das fábulas com 
enfoque em sua anatomia, comportamento e hábitos alimentares. 
Análise dos Elementos da Narrativa
Enredo
A obra foi escrita em 1945, final do século XX. É uma história 
que tem começo meio e fim e um tempo cronológico. O desenrolar da 
história se dá com a apresentação da fazenda. Pode-se observar logo de 
inicio que o livro trata-se de uma fábula, que tem como personagens 
animais, que são colocados para representar as atitudes dos humanos. Os 
animais ficam revoltados com os maus tratos, organizam-se e expulsam o 
proprietário, o Sr Jones. No começo há um distanciamento e os animais 
criam os sete mandamentos como forma de diferenciá-los dos humanos. 
Com o desenrolar da história, tais mandamentos vão se modificando a fim 
de aproximarem homens e animais e no final da obra já não é possível 
distinguir quem era homem e quem era animal. 
“Doze vozes gritavam cheias de ódio e eram todas iguais. Não havia 
dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas 
de fora olhavam de um porco para um homem, e de um homem para um 
porco e de porco pa homem outra vez(...). (Orwell, p.98) 
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Personagens
Na obra os personagens de George Orwell, são classificados como 
planas, pois apresentam um número pequeno de atributos, assim sãopersonagens pouco complexos. Os personagens também podem ser definidos 
como tipo que representam em média indivíduos da mesma espécie, com as 
mesmas qualidades defeitos e vícios. Como podemos observar nos 
personagens: Bola de Neve, Sansão e Quitéria, o velho Major, que 
representavam muita calma e mansidão, eram considerados personagens do 
bem.
“Quando o Major os viu, bem acomodados e 
aguardando atentamente, limpou a garganta e 
começou:” “Então camaradas, qual é a natureza 
da nossa vida? Enfrentamos nossa realidade: 
nossa vida é miserável, trabalhosa e curta. 
Nascemos, recebemos o mínimo de alimento 
necessário para continuar(...)” 
(Idem, Ibdem p. 11).
“Bola-de-Neve declarou que, na verdade, os Sete 
Mandamentos podiam ser condensados numa 
única máxima, que era: “Quatro pernas bom , 
duas pernas ruim”.
“Napoleão não tomou interesse algum pelos 
comitês de Bola-de-Neve. (Idem, Ibdem, p.29)”
“Sansão era um bicho enorme, de quase um 
metro e noventa de altura, (...) A mancha branca 
do focinho dava-lhe um certo ar de estupidez e, 
realmente não tinha lá uma inteligência de 
primeira ordem, embora fosse grandemente 
respeitado pela retidão de caráter e pela 
tremenda capacidade de trabalho.” (Idem, 
Ibdem, p.10). 
Já os personagens Garganta e Napoleão eram considerados 
antagonistas, por ter características opostas às dos protagonistas, por 
demonstrarem oposições aos personagens centrais. Quanto aos outros 
personagens podemos classificá-los como secundários, ou seja, são 
personagens que têm uma participação menor ou menos freqüente no 
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
enredo como é o caso de alguns personagens: o dono da fazenda, a 
mimosa, a cabra, as ovelhas.
Espaço
A narrativa se passa na fazenda, o macroespaço, e o celeiro 
representa o microespaço, onde os animais passam maior parte do tempo.O 
espaço na obra denota a vida social, principalmente a da fazenda. A 
variedade de tipos humanos e animais, os problemas sociais e morais 
decorrentes no desenvolvimento da fazenda.Podemos perceber que o espaço 
psicológico reforça as atitudes dos personagens.
“Hoje ele e os seus companheiros haviam visitado a Granja dos Bichos (...). 
Julgava poder afirmar que os animais inferiores da Granja dos Bichos 
trabalhavam mais e recebiam menos comida do que quaisquer outro do 
condado.” (Idem, Ibdem p. 95) 
Tempo
O tempo presente na obra é uma progressão cronológica, 
seguindo uma seqüência temporal, relatando desde o inicio da obra, quando 
o dono da fazenda o Senhor Jones, que estava bêbado fechou o galinheiro à 
noite até o final da obra quando os bichos olhavam para dentro da casa e 
não conseguiam diferenciar os porcos dos humanos.
“ Senhor Jones, proprietário da Granja do Solar, 
fechou o galinheiro à noite(...)” (Idem, Ibdem, 
p.9)
“Daí a três noites faleceu o velho Major(...)” 
(Idem, Ibdem, p. 17)
“Junho chegou e o feno estava quase pronto para 
o corte(...)” “No dia 23 de junho, um sábado(...)” 
(Idem, Ibdem, p.19) 
“(...) - disse Bola-de-Neve: são seis e quinze, 
(...)” (Idem, Ibdem, p.23)
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Narrador
O narrador está em terceira pessoa, é o narrador-onisciente é 
o que sabe tudo quanto ocorreu, é aquele que penetra até a consciência das 
pessoas revelando o que pensam e o que sentem.
“ Ele enxergava à sua frente a pesada tarefa de reconstruir o moinho de 
vento, e mesmo em imaginação já se atirava ao trabalho. Pela primeira vez, 
entretanto, ocorreu-lhe a lembrança de que já tinha 11 anos de idade e que 
talvez seus músculos já não estivessem a mesma força de antes.” (Idem, 
Ibdem, p.76)
Análise Crítica
Para Orwell, a qualidade, a boa linguagem sugere a qualidade 
da sociedade que a usa. Muitos dos trabalhos de Orwell são políticos e ele é 
certamente, o mais importante escritor político do pós-guerra. Talvez seu 
trabalho mais famoso é uma alegoria política, “Animal Farm” ( “A Revolução 
dos Bichos”), a qual mostra a história de uma revolução política que deu 
errado. Ele era muito consciente de como a linguagem pode ser usada para 
alcançar a verdade e mostra como os governos podem usar a linguagem 
para enganar as pessoas. (...) Com o passar do tempo, certamente, foi 
necessário fazer um reajuste na distribuição' de ração (Squealer sempre 
falou que era um "reajuste" e nunca uma "redução") (...) Como nós vimos, a 
intenção de muitos autores deste século era o desejo de descrever as coisas 
como elas realmente são sem serem influenciados pelo tradicional e pelas 
convenções.
Conclusão
Através da obra “A revolução dos bichos” podemos identificar 
os acontecimentos históricos ralatados pelo grande escritor, o qual 
conseguiu uma lúcida interpretação da sociedade e quis alardear suas 
percepções sobre os movimentos sociais, o poder e os indivíduos.
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Referências
ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. São Paulo: Globo, 45 ed. 1995.

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