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Proc. Civil - Recursos

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PROCESSO CIVIL – RECURSOS
06º semestre – Prof. Daniel Willian Granado
Conceito: todos os atos do juiz podem ser impugnados, até mesmo simples despachos de expediente. Quando o ato impugnado é uma decisão final (sentença, acórdão), ou decisão interlocutória, à impugnação se dá o nome de recurso. 
Por meio do recurso, a parte vencida, apontando e demonstrando o vício da decisão, provoca o reexame da matéria decidida, visando a obter sua reforma ou modificação. Competente para o reexame, regra geral, será o órgão judiciário hierarquicamente superior ao que proferiu a decisão recorrida, admitindo-se que o seja, entretanto, em dadas hipóteses, o próprio juiz que a proferiu.
Princípios
Duplo Grau de Jurisdição: a interposição do recurso afim de reformar ou anular uma decisão deve ser apreciado por um tribunal hierarquicamente superior ou, não sendo superior, por outro órgão, obtendo-se novo julgamento.
Taxatividade: as modalidades de recurso estão previstas taxativamente em lei.
Singularidade: existe um recurso para cada decisão.
Fungibilidade: a regularidade formal do recurso deve ser observada de forma contundente; no entanto, desde muito a doutrina e a jurisprudência pátria entenderam que se o erro formal cometido pelo recorrente não for grosseiro, o recurso deve ser recebido a fim de não prejudicar o julgamento do recurso.
Proibição da Reforma “in Pejus”: com a interposição do recurso, a matéria atacada é devolvida ao tribunal competente de que este aprecie o recurso e o julgue, sempre limitado à matéria impugnada, conforme dispõe o art. 515 do CPC, sendo vedado o órgão julgador ultrapassar esse limite, prejudicando o recorrente ou mesmo o recorrido, salvo, é claro, hipóteses de matéria de ordem pública.
Requisitos de Admissibilidade: está subordinada ao preenchimento de certos pressupostos. Uns são objetivos, dizem respeito ao recurso em si mesmo; outros são subjetivos, dizem respeito à pessoa do recorrente.
Os pressupostos objetivos do recurso são: a. a recorribilidade do ato decisório; b. a tempestividade do recurso; c. a singularidade do recurso; d. a adequação do recurso; e. o preparo do recurso.
LEGITIMAÇÃO: para recorrer será condição que o recorrente tenha interesse de recorrer. Tem interesse de recorrer a parte prejudicada pela decisão. O que justifica a interposição de um recurso é o prejuízo, ou gravame, que a parte sofreu com a sentença. Assim, o prejuízo resulta da sucumbência.
TEMPESTIVIDADE: o recurso deverá ser interposto em tempo hábil, isto é, tempestivamente. Esgotado o prazo legal, dentro do qual se admite o recurso, precluso se torna o direito de recorrer. 
O prazo para recorrer é peremptório, fatal, improrrogável, não se admitindo a sua prorrogação por acordo das partes. Entretanto, por exceção, para interposição de recurso, os prazos se suspendem ou se interrompem, em determinadas hipóteses: a. a interrupção do prazo é regulada pelo art. 507 do CPC; b. a suspensão somente nos casos previstos em lei, como por exemplo, superveniência de férias (Art. 179 do CPC).
O prazo para a interposição do recurso é idêntico para ambas as partes. Por exceção, será contado em dobro: a. havendo litisconsórcio e os litisconsortes tiverem diferentes procuradores; b. quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público; c. quando houver nos Estados a Assistência Judiciária, para o defensor ou quem exerce cargo equivalente; d. quando a parte for autarquia ou fundação pública.
SINGULARIDADE: da mesma decisão, sentença ou acórdão não se admite a interposição simultânea de mais de um recurso.
ADEQUAÇÃO DO RECURSO: a impugnação dos atos decisórios não se faz indiferentemente por qualquer recurso, mas sim por meio daquele que for indicado pela lei. Portanto, o recurso deve ser adequado para impugnar o ato decisório, isto é, cabível à espécie deste.
A parte pode variar de recurso: interposto um recurso, permitir-se-lhe-á substituí-lo por outro. Impõe-se, entretanto, que ainda esteja em curso o prazo para a interposição do segundo.
PREPARO DO RECURSO: significa o pagamento prévio das despesas com o seu processamento (Art. 511 do CPC). Logo a ausência de preparo acarreta a deserção do recurso, que equivale a uma pena ao recorrente desidioso. 
Nem todos os recursos dependem de preparo, de modo que é preciso consultar a legislação pertinente.
A deserção do recurso, por falta por pagamento de preparo no prazo, poderá ser relevada, em hipóteses muito especiais, por provocação do recorrente, provando que o mesmo se não efetuou por motivo de justo impedimento (Art. 519 do CPC).
A decisão que relevar a pena de deserção é irrecorrível e, assim, o processamento do recurso se fará normalmente, sendo encaminhado ao tribunal competente, ao qual caberá apreciar a legitimidade daquela decisão. Da decisão , que não relevar a pena de deserção, entretanto, caberá o recurso de agravo de instrumento.
O recorrente tem a oportunidade de complementar o preparo no prazo de 05 dias, sob pena de deserção.
Recurso de Terceiro Prejudicado: é uma das modalidades de intervenção de terceiros no processo das partes. Estranho ao litígio e ao processo, do qual não participou com parte, ou deixou de o ser no seu curso, o terceiro está autorizado a recorrer do ato decisório impugnável que lhe haja causado algum prejuízo.
O interesse do terceiro, que insta seja por ele demonstrado, deverá advir de um “nexo de interdependência” com “a relação jurídica submetida à apreciação judicial”.
O simples prejuízo de fato não legitima o terceiro a recorrer, valendo-se dizer que o prejuízo terá que se caracterizar como prejuízo jurídico.
Recurso em caso de Litisconsórcio: tratando da legitimação para recorrer, os litisconsortes, alguns ou algum apenas, quando nem todos impugnarem o ato decisório, os efeitos da interposição do recurso dependem da natureza do litisconsórcio e do objeto do recurso.
Se os interesses dos litisconsortes forem comuns, o recurso interposto por um deles a todos se aproveita, mas não os prejudica; se não forem comuns, nem aproveita nem prejudica os demais.
Desistência do Recurso: assim como o litigante vencido pode renunciar ao direito de recorrer do ato decisório, independentemente da aceitação da outra parte, assiste-lhe também o direito de desistir do recurso que houver interposto, visando a impedir o prosseguimento do seu processamento ou seu julgamento. Consiste a desistência do recurso na manifestação de ato de vontade do recorrente, pelo qual ele encerra o processamento ou o julgamento do recurso que interpusera.
Trata-se de ato unilateral de vontade do recorrente. Mesmo que o recurso seja de vários colitigantes, qualquer deles pode desistir do que interpôs (Art. 501 do CPC).
A desistência deverá ser expressa e clara, sem condições, manifestada por meio de petição escrita nesse sentido, dirigida ao juiz ou relator do feito. Nada obsta, porém, que, no juízo “ad quem”, em sessão do julgamento, antes do início da votação do recurso, se faça oralmente. 
Efeitos dos Recursos: a interposição de recurso produz de imediato um efeito comum a todos os recursos: o de impedir a preclusão ou a coisa julgada da decisão.
Com relação à decisão recorrida, têm dois efeitos: um comum a todos os recursos, o efeito devolutivo; outro, próprio de vários deles, o efeito suspensivo.
Consiste o efeito devolutivo na transferência, para o juízo “ad quem”, do ato decisório recorrido a fim de que, reexaminando-o, profira, nos limites do recurso interposto, novo julgamento.
Entende-se por efeito suspensivo o que impede a eficácia do ato decisório desde o momento da interposição do recurso e até que este seja decidido. Têm efeito suspensivo os recursos de apelação, embargos infringentes e de embargos de declaração.
Recurso de Ofício (Reexame Necessário – Art. 475 do CPC): Visando o resguardo de certos interesses de ordem pública (interesses da União, do Estado, do DF ou do Município e da Fazenda Pública), a lei, no artigo acima mencionado, prescreve a exigibilidade do cumprimentodo princípio do duplo grau de jurisdição, sempre que aqueles interesses não tenham prevalecido na sentença. Isso se dá relativamente à sentença. 
Nesses casos, a sentença dependerá, necessariamente, para transitar em julgado e produzir coisa julgada, de ser reexaminada a causa e novamente julgada por tribunal de segundo grau competente. Será esse segundo julgamento que produzirá coisa julgada, assim que transitado em julgado. 
Proferida a sentença, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal competente, haja ou não apelação voluntária da parte vencida.
O chamado recurso de ofício tem efeitos devolutivo e suspensivo, aplicando-se os princípios e normas que regem a apelação.
Deixam de se submeter ao reexame necessário as causas com valor inferior a 60 salários mínimos e as causas com sentença fundada em jurisprudência do plenário ou súmula do STF, ou, ainda, em súmula do tribunal superior competente.
Recurso Adesivo: ocorrendo a sucumbência parcial de ambas as partes, há possibilidade de que se conformem com o julgado. Entretanto, se não entendem diretamente nesse sentido, o que é normal e razoável, para ambas as partes nasce a insegurança resultante de uma delas, antes de esgotar-se o prazo recursal, a última hora, impugnar o julgado.
No caso de ambas as partes serem parcialmente sucumbentes e de apenas uma delas recorrer, à outra parte assiste a faculdade de, apesar de esgotado o prazo legal para a interposição do recurso, mas dentro do prazo limitado, oferecer também sua impugnação ao julgamento. O daquela será o recurso principal; o desta, o recurso adesivo.
A natureza jurídica do recurso adesivo é a de recurso, pois que tem as funções deste e os seus caracteres, salvo num ponto; não é recurso independente, mas subordinado a outro, o recurso principal. Aliás, o recurso adesivo é da mesma espécie que o principal. 
Entre as disposições que regem o recurso adesivo está a de que somente será admissível na apelação (contra sentença definitiva), nos embargos infringentes (acórdãos de tribunais de segundo grau), no recurso extraordinário e no recurso especial (art. 500, II do CPC).
O prazo para resposta é de 15 dias, conforme o recurso que aderir.
APELAÇÃO
Conceito: é o recurso que se interpõe da sentença de juiz de primeiro grau (Art. 513 do CPC). Por meio da apelação impugna-se a sentença, provocando-se o reexame da causa pelo órgão judiciário de segundo grau, para o fim de obter deste a reforma total ou parcial da sentença impugnada.
É recurso destinado a sentenças que extinguem o processo com resolução do mérito ou que o extinguem sem resolução do mérito. Por outras palavras, a apelação é o recurso cabível contra sentenças finais, sejam definitivas, sejam terminativas.
Efeitos da Apelação: dois são os efeitos da apelação – devolutivo e suspensivo.
A apelação se destina a obter do juízo de segundo grau, por intermédio de reexame da causa, a reforma total ou parcial da sentença proferida pelo juiz de primeiro grau. Em consequência, a apelação devolve ao juízo “ad quem” o conhecimento da causa decidida no juízo “a quo”. Nisso consiste o efeito devolutivo (Art. 515 do CPC).
A apelação suspende os efeitos da sentença (REGRA). Efeito suspensivo, assim, consiste na suspensão da eficácia natural da sentença, isto é, dos seus efeitos normais.
Excepcionalmente, nos casos expressos em lei, deixará de tê-lo. Assim, não terão efeito suspensivo, mas somente devolutivo, as apelações interpostas das sentenças previstas na segunda parte do Art. 520 do CPC.
Fatos novos na apelação: as questões de fato não propostas no juízo inferior não poderão ser suscitadas na apelação. Entretanto, por exceção, novas questões de fato podem ser deduzidas na apelação, se as partes que deixaram de fazê-lo no juízo inferior por motivo de força maior. Caberá ao juízo “ad quem” resolver sobre a admissão das novas questões, e, na, hipótese de admiti-las, permitirá, a produção da prova dos fatos alegados.
O PRAZO para a interposição da apelação é de 15 dias, contados da publicação da sentença, ou da sua intimação às partes. O prazo será comum entre as partes e aos terceiros prejudicados. Todavia, quando a parte for a Fazenda Pública ou o MP, será o prazo computado em dobro, bem como quando a parte contar com o Defensor Público, ou quem exerça cargo equivalente. 
Há exceção no prazo para apelar nos feitos da “Justiça da Infância e da Juventude” que é de 10 dias.
O prazo para resposta do apelado é de 15 dias contados da abertura de vista. Diante da resposta, é facultado ao juiz 5 dias para reexame dos pressupostos de admissibilidade do recurso.
Ao despacho que negar recebimento à apelação, que tem caráter de decisão, caberá agravo de instrumento.
É necessário comprovar o recolhimento do preparo. Não tendo sido feito o preparo no prazo, o juiz declarará deserta a apelação, pondo termo ao processo do recurso.
	Inadmitido o recurso adesivo, da decisão caberá agravo de instrumento, tratando-se de apelação, de recurso extraordinário ou de recurso especial; caberá agravo do art. 532 do CPC tratando-se de embargos infringentes.
	Admitido o recurso adesivo, seu procedimento se rege pelas normas que o ditam para o recurso independente, e, pois, pelas normas procedimentais referentes à apelação, recurso extraordinário, recurso especial ou embargos infringentes.
AGRAVO
As decisões interlocutórias são impugnáveis por meio do recurso denominado Agravo (art. 522 do CPC). Chama-se agravo porque é o recurso destinado a impugnar ato decisório do juiz, causador de gravame ou prejuízo ao litigante, e de instrumento porque, diversamente dos demais recursos, não se processa nos próprios autos em que foi proferida a decisão impugnada, mas, sim, em autos apartados. Já agravo retido é aquele que se processa e decide nos autos em que foi proferida decisão recorrida.
Modalidades de Agravo: o Código passou a adotar o agravo retido como modalidade cabível para a impugnação de decisões interlocutórias em geral. O agravo retido (arts. 522 e 523 §§ 1º a 3º) processa-se nos mesmos autos em que foi pronunciada a decisão agravada. 
Já o agravo de instrumento (arts. 522 e 524 a 529 do CPC), que se forma, se processa e se decide em autos apartados, com regime procedimental próprio, é a modalidade adequada para enfrentar decisões causadoras de lesão grave ou de difícil reparação, ou nos casos de inadmissão da apelação ou nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida.
	O agravo nos próprios autos, em substituição ao agravo de instrumento, cabe contra decisão denegatória de Recurso Extraordinário ou de Recurso Especial.
No STF e no STJ, há o agravo regimental, tratado em seus respectivos Regimentos Internos.
Agravo Retido: desponta como o recurso cabível contra decisão interlocutória, quando não for hipótese de agravo de instrumento, ou ainda, quando se voltar contra decisão proferida em audiência de instrução e julgamento.
	O agravo retido será interposto perante o juízo em que se processa o feito, na forma escrita, em dez dias, ou oralmente, de imediato, quando a decisão a ser contrariada for proferida em audiência, devendo o agravante requerer “que o Tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação” (art. 523, caput do CPC).
	Essa modalidade de agravo torna-se, portanto, sujeito à interposição do recurso de apelação, ocasião em que o agravante deverá requerer expressamente, nas razões ou contrarrazões, sua apreciação pelo tribunal, sob o risco de não ser conhecido.
	Não está sujeito a preparo. 
	Impugnada a decisão por meio de agravo retido, o agravante impede a preclusão da questão resolvida e aguarda que dela conheça e decida o tribunal, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
	O agravo retido só conta com o efeito devolutivo, sua interposição não suspende o andamento do processo.
 
Agravo de Instrumento: esta modalidade é provocada por decisões causadoras de lesão grave ou de difícil reparação à parte, ou nos casos de inadmissão da apelação ou relacionadosaos feitos em que a apelação é recebida. Nas situações da primeira hipótese, o agravo de instrumento depende de alegação da parte recorrente devidamente comprovada; nas situações da segunda hipótese, o agravo de instrumento decorre de imposição legal, com vistas à efetividade do próprio sistema recursal.
	Diante do agravo de instrumento, o agravante deve ficar atento ao prazo de 10 dias.
	A admissibilidade do agravo de instrumento não constitui, contrariando os demais recursos, matéria de apreciação do juízo “a quo”, mas sim do juízo “ad quem”. Ao passo que o mérito pode ser revisto pelo próprio juiz.
	O agravo de instrumento deve ser interposto diretamente no tribunal competente, através de petição contendo: “I – exposição de fato e do direito; II – as razões do pedido de reforma da decisão; III – o nome e o endereço completo dos advogados, constantes no processo” (art. 524 do CPC). 
	A petição do AI será acompanhada obrigatoriamente de cópias da decisão agravada, da certidão de respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, e facultativamente das peças consideradas pertinentes pelo agravante (art. 525, I e II do CPC). A falta de qualquer das peças exigidas implica o não conhecimento do recurso, por irregularidade formal.
	A admissão do AI está condicionada, ainda, ao pagamento do preparo e do porte de retorno, quando devidos, dependendo das legislações estaduais. A prova do preparo e do porte de retorno deve acompanhar a interposição do recurso, quando exigível, por consistir o preparo em pressuposto de admissibilidade recursal.
	O agravante contará com o prazo de 3 dias, da interposição do agravo, para juntas aos autos do processo cópia da petição do agravo de instrumento e comprovante da interposição, além da relação dos documentos que acompanharam o recurso (art. 526 do CPC – juízo de retratação). Isto significa que se o agravado arguir e provar em sua contraminuta a falta de juntada de cópia do agravo no prazo de 03 dias da interposição, o relator não conhecerá o recurso. Tal exigência tem ainda a finalidade de viabilizar o juízo de retratação pelo juiz da causa.
	Pelo princípio do contraditório, é obrigatória a abertura de vistas ao agravado para resposta, a qual guarda a denominação tradicional de contraminuta, pelo prazo de 10 dias. O MP, o de segundo grau ou o que oficia no tribunal se manifestará, quando for o caso, após a resposta do agravado.
	Intimado o agravado, o relator, em prazo não superior a trinta dias, pedirá dia para o julgamento (art. 528 do CPC). 
	Caso o juiz comunique que reformou totalmente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo. Mantida a decisão, prossegue o curso do recurso no tribunal.
	 O julgamento do agravo de instrumento sempre precederá ao da apelação interposta contra a sentença proferida no processo principal. Por isso mesmo quando a apelação vier a subir ao tribunal, ela “não será incluída em pauta antes do agravo de instrumento” (art. 559 do CPC).
	Será o julgamento do agravo tomado na câmara ou turma, pelo voto de três juízes, inclusive o relator, não havendo revisor.
	 Da decisão do relator que negar seguimento ao agravo, por considera-lo “manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do STF ou tribunal superior” caberá agravo, no prazo de 05 dias (art. 510 do CPC).
	Contra decisão de agravo de instrumento podem ser interpostos embargos de declaração, não, porém, embargos infringentes e, conforme o caso, os recursos constitucionais (recurso especial e recurso extraordinário).
EFEITOS: devolutivo (REGRA); disposto no art. 527, II, do CPC, há a possibilidade de ser conferido efeito suspensivo ao agravo de instrumento – as hipóteses passíveis de efeito suspensivo estão no art. 558 do CPC. Há ainda a possibilidade de efeito ativo diante de decisão negativa – com a tutela antecipada é deferido o efeito ativo ao agravo de instrumento, ou melhor, antecipam-se os efeitos da pretensão recursal, que pode ser total ou parcialmente satisfeita antecipadamente.
EMBARGOS
	
Os embargos são o recurso interposto perante o mesmo juízo em que se proferis a decisão recorrida, visando à sua declaração ou reforma.
	No sistema recursal vigente figuram as seguintes espécies de embargos: I – embargos infringentes, opostos a julgados, não unânimes, em grau de apelação ou em ação rescisória (art. 530 a 534 do CPC); II – embargos de declaração a sentenças ou acórdãos (art. 535 a 538 do CPC); III – embargos de divergência, opostos por decisão divergente em recurso especial ou em recurso extraordinário (art. 546, I e II e p.único do CPC).
Embargos Infringentes: dispõe o art. 530 do CPC: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória”.
	São pressupostos de admissibilidade dos embargos infringentes, além dos comuns a todos os recursos: a) que o julgado tenha sido proferido em apelação ou em ação rescisória; b) que o julgado da apelação tenha sido de mérito e reformado a sentença, ou que o julgado da ação rescisória seja de procedência; c) que o julgado não tenha sido tomado por unanimidade de votos (julgados de segundo grau).
	As sentenças terminativas que tiverem sido alvo de apelação não admitem embargos infringentes. Já as sentenças de mérito impugnadas por apelação só admitirão embargos infringentes se a decisão de segundo grau reformar o julgado singular; logo, se mantida a sentença de mérito de primeiro grau tornam-se incabíveis os embargos infringentes.
	O órgão, ou colegiado, competente para julgamento dos embargos infringentes deverá ser constituído dos mesmos juízes que apreciaram a apelação ou a ação rescisória, e de mais outros juízes. 
	Os embargos infringentes produzem ambos os efeitos: devolutivo e suspensivo. O efeito devolutivo, entretanto, se opera tão somente em relação à matéria que constituía objeto dos embargos e nos limites da impugnação ou pedido formulado pelo embargante. Consiste o efeito suspensivo, dos embargos infringentes, na suspensão da eficácia do acórdão recorrido, naquilo que for objeto dos embargos.
	O prazo para a interposição de embargos infringentes é de 15 dias, a contar da publicação do acórdão no órgão oficial, correndo em cartório.
	A petição, contendo os embargos, nela própria ou em peça anexa, será dirigida ao relator do acórdão embargado.
	Interpostos os embargos infringentes, abrir-se-á vista ao recorrido para contrarrazões. O prazo para impugnação do embargado é de 15 dias. Esgotado os prazos, com ou sem manifestação do embargado, os autos serão conclusos ao relator. Verificando o juiz que os embargos não atendem os requisitos de admissibilidade, caberá agravo, no prazo de 05 dias desta decisão (art. 532 do CPC).
	Os embargos infringentes estarão sujeitos a preparo no ato de sua interposição quando exigir a legislação pertinente, submetendo-se, assim, aos regimentos internos dos tribunais.
Embargos de Declaração: dá-se o nome de ED ao recurso destinado a pedir ao juiz ou juízes prolatores da sentença ou do acórdão que esclareçam obscuridade, eliminem contradição ou supram omissão existente no julgado. 
	Por meio desses embargos a embargante visa a uma declaração do juiz ou juízes que, sem atingir a substância do julgado embargado, a este se integre, possibilitando sua melhor inteligência e interpretação.
	Pressuposto específico de admissibilidade dos embargos de declaração é a existência, no acórdão ou na sentença, de um dos seguintes defeitos: obscuridade (falta de clareza na redação do julgado, tornando difícil ter-se a exata interpretação), contradição (quando o julgado apresenta inconciliáveis) ou omissão de ponto sobre que deviam pronunciar-se os juízes ou o juiz do julgado embargado (quando o julgador não se pronuncia sobre o suscitado pelas partes).
	Processam-se os embargos de declaração independentemente de preparo (art. 536 do CPC).Têm os embargos de declaração o efeito de interromper o prazo para a interposição de outros recursos.
	Os embargos serão opostos dentro de 05 dias da publicação do julgado.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
- O Recurso Extraordinário tem por finalidade manter a autoridade e a unidade da Constituição Federal
Dispõe o art. 102, III, que à Suprema Corte compete “julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; e d) julgar válida lei local contestado em face de lei federal”.
	São pressupostos específicos, de ordem constitucional, recurso extraordinário: a) a existência de causa decidida em única ou última instância por outros tribunais; b) a existência de questão constitucional; c) a repercussão geral da questão constitucional.
	Ao Supremo Tribunal Federal se desenvolve o conhecimento da questão constitucional controvertida e, decidindo-a, decidirá concomitantemente a lide que nela se comporta.
	O procedimento do Recurso Extraordinário no juízo a quo é disciplinado pelos arts. 541 a 546 do CPC, revigorados com a redação dada pelo art. 2º da Lei nº 8950/94, bem como pelo Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
	O recurso será interposto dentro de 15 dias, perante o presidente ou vice-presidente do Tribunal recorrido (dependendo do Regimento Interno), mediante petição que conterá: I – exposição do fato e do direito; II - demonstração do cabimento do recurso interposto; III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrida. Outro requisito necessário à admissibilidade do recurso extraordinário será a demonstração da existência da repercussão geral.
	O preparo do recurso extraordinário deverá seguir o determinado no art. 511 do CPC.
	Da decisão que não admitir o recurso extraordinário, conhecida sob denominação de despacho denegatório, caberá agravo nos próprios autos, no prazo de 10 dias, para o Supremo Tribunal Federal.
	O recurso extraordinário tem apenas efeito devolutivo. 
RECURSO ESPECIAL
- O Recurso Especial apresenta os seguintes pressupostos específicos, de ordem constitucional: a) a existência de causa decidida, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do DF e Territórios; e b) a existência de questão federal, de natureza infraconstitucional.
	Dispõe a Constituição Federal, art. 105, III, competir ao STJ “julgar”, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do DF e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente de que lhe haja atribuído outro tribunal. 
	O Recurso Especial tem esse nome por se tratar de uma impugnação de caráter extraordinário, decorrente de poderes jurisdicionais especiais que a CF confere ao STJ, para assegurar a autoridade e a unidade na aplicação da legislação federal infraconstitucional, em todo território nacional. 	
	O procedimento do recurso especial no juízo a quo é regido pelo disposto nos arts. 541 a 546 do CPC, com redação dada pela lei nº 8950/92, além dos subsídios estabelecidos pelo Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
	O recurso será interposto dentro de 15 dias, perante ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido, mediante petição que conterá: I – a exposição do fato e do direito; II – a demonstração do cabimento do recurso interporto; III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.
	O preparo do recurso especial obedece à regra contida no art. 511 do CPC, que cuida deste requisito de admissibilidade recursal.
	Da decisão que não admitir o recurso especial, conhecida sob a denominação de despacho denegatório, caberá agravo nos próprios autos para o Superior Tribunal de Justiça, no prazo de 10 dias.
	O recurso especial tem apenas efeito devolutivo.
Recurso Ordinário: Os recursos ordinários são os recursos cabíveis para impugnar decisões havidas nos casos previstos no art. 539 do CPC.
Apesar de serem julgados pelo Supremo Tribunal Federal (art. 102, II, a da CR/88) ou pelo Superior Tribunal de Justiça (art. 105, II, a, da CR/88), os requisitos necessários para a sua interposição são àqueles previsto para qualquer outro recurso em geral, e não àqueles relativos aos Recursos Especiais ou Extraordinários.
Conforme determina o art. 540 do CPC, os requisitos de admissibilidade e o procedimento no juízo de origem observarão as mesmas regras utilizadas para a apelação e o agravo. Na instância superior, observarão os regimentos internos do STF e STJ, dependendo da situação.
	Só as decisões coletivas dos tribunais é que desafiam a interposição de Recurso Ordinário; ou seja, ele não é cabível contra as decisões singulares de relatores e presidentes dos tribunais.
- Será julgado pelo Supremo Tribunal Federal: 
Quando denegatória a decisão decorrente demandados de segurança, habeas data ou mandados de injunção decididos em única instância (matéria de competência originária) pelos Tribunais superiores (TST, TSE, STM e STJ).
- Será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça
São dois itens:
Quando denegatória a decisão decorrente dos mandados de segurança decididos em única instância (matéria de competência originária) pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios; Causas em que tenham como partes, de um lado, Estado estrangeiro ou Organismo Internacional, e de outro, o Município ou Pessoa residente ou domiciliada no País.
	De acordo com o art. 539, parágrafo único, do CPC, caberá agravo das decisões interlocutórias na hipótese do inciso II, alínea b, ou seja, nas causas em que tenham como partes, de um lado, Estado estrangeiro ou Organismo Internacional, e de outro, o Município ou Pessoa residente ou domiciliada no País.
	A interposição do Recurso Ordinário faz em relação ao órgão a quo, em petição fundamentada com as razões que embasam o pedido.
Depende de preparo, quando for o caso, e será debatida toda a matéria impugnada. Via de regra terá efeito suspensivo, a não ser nos casos expressos em que a própria apelação não possui esse efeito.
Embargos de Divergência: são adequados apenas nos Recursos Especiais e Extraordinários. E ocorrerão nas seguintes situações, conforme determina o art. 546 do CPC: a) em recurso especial, quando a decisão divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do órgão especial; b) em recurso extraordinário, quando a decisão divergir do julgamento da outra turma ou do plenário.
	Uma importante distinção entre os embargos de divergência e os embargos infringentes é que no último caso a razão se dá em função de acórdão não unânime, ou seja, a divergência ocorre entre os magistrados integrantes do mesmo órgão julgador (turma ou grupo de câmaras); já nos embargos de divergência, o desacordo ocorrerá entre magistrados de diferentes órgãos julgadores, ou seja, entre câmaras ou turmas.
	O prazo para interposição dos Embargos de Divergência é de 15 dias.
	Como a lei não menciona especificamente os efeitos deste recurso utiliza-se, por analogia, as normas previstas para os recursos especiais e extraordinários. Nesse caso, via de regra, terão somente efeito devolutivo.
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