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�� TEORIA GERAL DO PROCESSO – Aula 07 Profª: Neida Leal Floriano 6. O PROCESSO Conceito e natureza jurídica Processo é o instrumento pelo qual se vale o Estado para exercer a jurisdição, em busca de solucionar os conflitos surgidos da convivência em sociedade. Na atualidade, a natureza jurídica do processo é entendida como uma relação jurídica autônoma de direito público. Segundo Elpídio Donizetti Nunes� “podemos extrair a natureza jurídica do processo, que é relação jurídica porque estabelecida segundo as regras do Direito (CPC) e com produção de efeitos jurídicos. A relação jurídica estabelecida por meio do processo é de direito público porque serve à realização de uma função estatal e também porque, além do autor e do réu, vincula também um sujeito de direito público (o órgão jurisdicional). Finalmente, o processo é autônomo, porquanto pode ser instaurado independentemente da existência do direito material; aliás, a finalidade do processo é acertar esse direito.” Relação jurídica processual: características e pressupostos processuais A relação jurídica processual se estabelece entre o Estado, o autor e o réu. Existem algumas teorias acerca da relação jurídica processual: linear, angular e triangular. Teoria linear – defendida por Köhler. Entende que o processo seria uma relação linear desenvolvida entre os próprios litigantes (autor e réu). O juiz atuaria como estranho à relação processual. Teoria triangular – defendida por Wach e Büllow. Sustentam que a relação processual se estabelece não apenas entre as partes, mas, também, com o juiz. Teoria angular – defendida por Hellwig, James Goldschmidt e Pontes de Miranda. Para esses defensores, embora atuem três pessoas (autor, réu e juiz) no processo – actum trium persanarum – a relação processual se estabelece entre o juiz e o autor, de um lado, ou entre o juiz e o réu de outro lado. As partes (autor e réu) estariam sempre vinculadas ao juiz. Desse modo, mesmo que ocorra transação entre os litigantes é preciso que haja a homologação judicial para pôr fim à demanda. A legislação pátria estabelece alguns requisitos mínimos que devem ser observados para a instauração e o desenvolvimento regular e válido do processo, os quais são denominados de pressupostos processuais. Dividem-se em: Pressupostos processuais subjetivos: são os sujeitos processuais → juiz (sujeito imparcial), autor e réu (sujeitos parciais). Juiz - o órgão julgador deverá: estar regularmente investido na judicatura; ser competente para apreciar o pedido; ser imparcial. Partes (autor e réu) legitimadas para o processo (legitimatio ad processum). As partes devem ter capacidade processual para agirem pessoalmente e pleitearem seus direitos. Capacidade postulatória: representação por advogado Pressupostos processuais objetivos: são os requisitos relacionados à forma procedimental e à ausência de fatos que venham impedir a regular formação e constituição do processo. Compreendem: Petição apta; Existência nos autos de instrumento de mandato conferido ao advogado; Ausência de litispendência, perempção ou coisa julgada; Citação válida; Inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação processual. Processo e procedimento Processo “é o complexo de atos coordenados, tendentes à atuação de vontade da lei, acerca de um bem garantido por ela, por parte dos órgãos jurisdicionais”� (Chiovenda), ou seja, é o conjunto de atos praticados pelos sujeitos processuais, observada a forma prescrita em lei, a fim de assegurar a unidade do conjunto, voltada à aplicação da lei material. Procedimento é a forma exterior de materialização do processo, ou seja, o modus operandi do processo. Formas processuais: instrumentalidade A instrumentalidade processual consiste no exercício da atividade estatal em busca da efetividade do processo, mediante a prática de vários atos, em conformidade com a ordem jurídica. Na concepção contemporânea, a instrumentalidade processual ultrapassa a simples visão de que “o processo é mero instrumento técnico a serviço da ordem jurídica” e se traduz em “um poderoso instrumento ético destinado a servir à sociedade e ao Estado”. �(CINTRA, A. C. A; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R.). A jurisdição cria diversas formas de procedimento para melhor atender as variadas modalidades de direito material passíveis de dedução em juízo. Desse modo, o Estado trabalha com um procedimento comum aplicável a todos os casos em que a natureza do direito material deduzido em juízo não imponha a utilização de regras especiais. Existem dois tipos distintos de ritos para o procedimento comum: o ordinário e o sumário. O rito ordinário é o aplicável quando não cabível o rito sumário ou qualquer procedimento especial previsto em lei. Possui natureza informativa de todos os demais processos de conhecimento encontrados no Código de Processo Civil (art. 272, parágrafo único) e há predominância da forma escrita. O rito sumário se caracteriza pela oralidade, celeridade e concentração dos atos processuais e as hipóteses de cabimento estão previstas no art. 275 do Código de Processo Civil. Os procedimentos especiais podem ser de jurisdição contenciosa ou voluntária e estão previstos no Livro IV do Código de Processo Civil ou em legislação extravagante. Trajetória processual O legislador preocupou-se em regulamentar, de forma detalhada, apenas o procedimento comum do rito ordinário, estabelecendo para os demais, tão somente, as regras que os diferenciam. Assim, a trajetória processual se divide em: Fase postulatória Fase ordinária Fase probatória Fase decisória Classificação dos processos Os processos podem ser classificados em: Quanto à finalidade da prestação jurisdicional: Processo de conhecimento Processo de execução Processo cautelar Quanto à natureza do interesse: Processo individual Processo coletivo Atos processuais: conceito, classificação e vícios Atos processuais são todos aqueles praticados pelos sujeitos do processo (partes, juiz e auxiliares da justiça) visando a criação, modificação ou extinção da relação jurídica processual. Classificam-se os atos processuais em: Atos das partes: postulatórios, probatórios e atos de disposição; Atos do juiz: despachos, decisões interlocutórias e sentenças (art. 162, CPC); Atos dos auxiliares da Justiça: atos de movimentação, documentação e execução. Os vícios processuais decorrem da inobservância da forma prescrita em lei. De acordo com a intensidade e repercussão os vícios processuais podem ser classificados em: irregularidades, atos inexistentes, nulidade absoluta e nulidade relativa. � NUNES, Elpídio Donizetti apud ALMEIDA, Roberto Moreira. Teoria geral do processo, 3 ed. São Paulo: Método, p. 123. � CHIOVENDA apud ALVIM, C. J. E. Teoria geral do processo. 15 ed. Rio de Janeiro: Forense, p. 183. � CINTRA, A. C. A; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria geral do processo. 11 ed. São Paulo: Malheiros, p. 45. �Faculdade São Francisco de Assis - Credenciamento Portaria 3.558 de 26/11/2003 – D.O.U. 28/11/2003 Curso de Administração - Reconhecimento Portaria 164 de 16/02/2007 – D.O.U. 21/02/2007 Curso de Arquitetura e Urbanismo – Autorização Portaria 116 de 13/06/2011 – D.O.U. 14/06/2011 Curso de Ciências Contábeis – Reconhecimento Portaria 1.134 de 21/12/2006 – D.O.U. 26/12/2006 Curso de Direito – Autorização Portaria 209 de 27/06/2011 – D.O.U. 29/06/2011 Curso de Psicologia – Autorização Portaria 245 de 05/07/2011 – D.O.U. 06/07/2011 Unidade Navegantes: Av. Sertório, 253, Unidade Concórdia: Av. Presidente Franklin Roosevelt, 770, Unidade São Francisco: Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 4879 Fone/Fax: (51) 3014-1800 - Porto Alegre – RS - � HYPERLINK "http://www.saofranciscodeassis.edubr" ��www.saofranciscodeassis.edubr�
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