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P á g i n a | 1 
 
Prof. Ms. Ricardo M. Cabezón 
www.cabezon.com.br 
Direito das Obrigações 
Prof. Ricardo M. Cabezón 
 
 
 MORA E INADIMPLEMENTO ABSOLUTO 
Def.: É o retardamento ou o cumprimento parcial (imperfeito) da obrigação. 
 
Se a obrigação não foi cumprida totalmente falaremos em inadimplemento absoluto. 
 
Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor que não o 
quiser receber no tempo, lugar e forma convencionados. 
Ver Art. 394 CC 
 
Para que haja mora basta um pagamento intempestivo (ou a destempo, ou atrasado); em 
outro lugar, por outra forma que não a avençada; com recusa do credor de receber etc. 
 
LOGO: Há mora na exata medida do descumprimento e da permanência da utilidade do 
cumprimento da obrigação junto ao credor. (ver artigo 395 CC) 
 
Se não existe mais conveniência ao credor, ou seja, a prestação não lhe for mais útil há de 
se falar em inadimplemento absoluto. (395 e 389 CC). 
 
Ex.: vestido de noiva (se ficar pronto depois do casamento não tem utilidade alguma para a 
noiva). Neste sentido ela pode enjeitar o vestido podendo requerer perdas e danos (o que 
pagou) + despesas com a confecção (ou aluguel) de outro vestido + dano moral. 
 
Há dois tipos de mora: 
a) mora do credor (mora accipiendi) > quando se recusa a receber no tempo, lugar e forma 
que a lei ou a convenção prever. (requisitos: vencimento da dívida, oferecimento da 
prestação pelo devedor e recusa pelo credor em recebê-la) 
b) mora do devedor (mora solvendi) > quando não realiza o pagamento. (requisitos: 
vencimento da obrigação; exigibilidade da dívida líquida; inexecução culposa* e se for ex 
persona após a notificação/descumprimento). 
* Vide art 396 CC (caso fortuito e força maior) 
 
A mora do devedor pode ser ex re ou ex persona 
Ex re – ocorre em virtude de situação prevista no texto legal 
Ex persona - ocorre em razão de situação cujo termo inicial demanda providência do 
credor em notificar o devedor. (ex. Comodato: o comodante precisa avisar para o 
comodatário que precisará do imóvel no dia 15/05 somente a partir dessa data e com a 
inércia do favorecido é que iremos falar em mora, antes não). 
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Prof. Ms. Ricardo M. Cabezón 
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Efeitos da MORA do DEVEDOR: 
- Responsabilidade pelos prejuízos causados ao credor (CC, 395) e 
- Permanência da responsabilidade independentemente de caso fortuito ou força maior 
(CC, 399). 
Exemplo: a) o cavalo que não foi devolvido no dia e pereceu; e b)a casa que sofreria uma 
enchente nas mãos de quem estivesse lá – no primeiro caso deverá indenizar o credor, no 
segundo não). 
 
Efeitos da MORA do CREDOR 
- impossibilidade de responsabilizar o devedor pela conservação da coisa, se não agiu com 
dolo; 
- pagamento de eventuais despesas para a manutenção e conservação da coisa (somente 
benfeitorias necessárias); e 
- se o valor do objeto aumentar da data da recusa até o momento em que o credor for 
obrigado a receber ele terá que restituir o valor ao devedor (400 CC). 
 
PURGAÇÃO DA MORA 
Cumprimento da obrigação fora do prazo 
Ver art. 401 CC 
Pode incidir perdas e danos (dano emergente material e moral + lucros cessantes) 
 
 
 Cláusula Penal 
 
CONCEITO DE CLÁUSULA PENAL 
A cláusula penal é aquela pela qual uma pessoa, para assegurar a execução de uma 
convenção, se compromete a dar alguma coisa, em caso de inexecução. (artigo 1226 do 
Código Napoleônico). É também chamada multa contratual. 
Exemplos: 10 % multa, um acréscimo no valor das prestações (é costumeiro convencioná-la 
em dinheiro). 
 
NATUREZA JURÍDICA 
A cláusula penal é uma obrigação acessória de um contrato principal. 
 
AO TEMPO DE JUSTINIANO ASSIM SE ESTABELECIA: 
“Se assim não for feito tu, a título de pena, respondes pela dação de dez soldos de ouro”, 
ou: 
“Se for feito contrariamente ao estipulado, ou se tal coisa não for feita assim, então, a título 
de pena, respondes pela dação de dez soldos de ouro.” (in Liv. 3.º, Título 15, § 7.º). 
 
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Prof. Ms. Ricardo M. Cabezón 
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Objetivos 
- intimidação do sujeito passivo 
- predeterminação de perdas e danos 
 (Obs.: independente do prejuízo: 416 CC - não pode cumular perdas e danos com cláusula 
penal, Art. 404) 
 
ESPÉCIES DE CLÁUSULA PENAL 
Pode-se distinguir duas espécies de cláusula penal: 
 
a) COMPENSATÓRIA - quando estipulada na hipótese de total inadimplemento da 
obrigação, tendo por objetivo incentivar o cumprimento integral da obrigação e servir de 
cálculo da indenização para o caso de inadimplência absoluta (ver o art. 410 CC); 
 
 “Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso 
de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á 
em alternativa a benefício do credor”. 
Ao credor compete a escolha de: 
a) exigir a prestação (se for possível); 
b) pleitear perdas e danos; ou 
c) exigir a importância convencionada. 
 
b) MORATÓRIA - quando estipulada na hipótese de descumprimento de alguma cláusula 
especial ou simplesmente da mora, tendo por objetivo incentivar o cumprimento de uma 
cláusula determinada ou a desencorajar e indenizar o retardamento culposo. (art. 394 CC) 
Obs.: Serve tanto para o pagamento a destempo, como também para aquele realizado em 
local e forma diversa da convencionada. (art. 411 CC) – diferentemente do compensatória o 
credor pode exigi-la juntamente com o objeto da prestação (411 CC) 
 
O CRITÉRIO PARA AVALIAR SE UMA CLÁUSULA PENAL É COMPONSATÓRIA OU 
MORATÓRIA PASSA PELO EXAME DO VALOR DA MULTA, SE APROXIMAR DO VALOR DA 
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL É COMPENSATÓRIA, SE É REDUZIDO SEU VALOR DEVERÁ SER 
MORATÓRIA. 
 
Limite 
Valor da obrigação – art. 412 CC 
O judiciário poderá reduzi-la. Se a obrigação foi cumprida em parte não cabe a multa na 
íntegra. 
 
Obs. A jurisprudência tem limitado os termos da Lei da Usura, somente aos contratos de 
mútuo (Decreto n.º 22.626/33). 
 
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Prof. Ms. Ricardo M. Cabezón 
www.cabezon.com.br 
 “Art. 8.º As multas ou cláusulas penais, quando 
convencionadas, reputam-se estabelecidas para atender a 
despesas judiciais, e honorários de advogados, e não 
poderão ser exigidas quando não foi intentada ação judicial 
para cobrança da respectiva obrigação. 
 ... 
 Art. 9.º Não é válida a cláusula penal superior à importância 
de 10 % do valor da dívida.” 
 
 
 
Limitações específicas 
Relações de Consumo: 2 % (art. 52, § 1º, Lei 8078/90) 
Condomínio: Lei 4591/64 – 20% e no cc: 2% (art. 1336) 
Compromisso de compra e venda de imóvel: 10% (art. 11, f, DL 58/37). 
 
Cláusula penal e pluralidade de devedores, ler artigos 414 e 415 CC. 
 
 ARRAS (SINAL) 
(art. 418 e 419 CC) 
> Consiste na quantia ou coisa entregue por um dos contraentes ao outro como 
confirmação do acordo de vontades e princípio do pagamento. 
 
Função 
- servem para confirmar o contrato tornando-o obrigatório; 
- servem de prefixação de perdas e danos quando prefixado o direito de arrependimento; 
- é um começo de pagamento. 
 
Espécies 
- confirmatórias (confirmam o contrato e admitem cumulação com perdas e danos) 
- penitenciais (Direito de arrependimento civilista – 420 CC). Ver Sumula 412 STF. 
 
Não havendo estipulação em contrário as Arras são consideradas CONFIRMATÓRIAS. 
 
Casos em que as Arras deverão ser devolvidas na forma pura e simples: 
- havendo acordo nesse sentido 
- Havendo culpa de ambos os contraentes 
- se o cumprimento do contrato não se efetiva por caso fortuito/força maior

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