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AD1 2012 2 Gabarito

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Avaliação a Distância – AD1
Período - 2012/2º
Disciplina: Introdução ao Agronegócio
Coordenador: Luiz Carlos de Oliveira Lima
Data para entrega: 
Aluno (a): ...........................................................................................................................
Pólo: ...................................................................................................................................
Boa sorte!
Supondo que a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) é uma importante fonte de informações para analisar o comportamento do consumidor de alimentos, procure analisar as seguintes questões: 
Qual a relação entre alta de preços e o efeito substituição nas categorias alimentares? Aproveite para lembrar alguns exemplos apresentados na primeira aula do curso. (2,0 pontos).
RESPOSTA:
Exemplo 1. Estudo da LatinPanel, instituto de pesquisa que acompanha as despesas de 8.200 domicílios em todo o país.
A alta de preços do consumo e a substituição entre categorias alimentares têm sido detectadas por estudos que têm por objetivo o levantamento e acompanhamento das despesas de domicílios em todo o país.
Em 2007, foi detectada uma alta de preços do consumo e a migração entre categorias alimentares. Enquanto o preço do leite aumentou 10% e teve queda de 5% no consumo, a demanda de bebidas à base de soja e de iogurtes cresceu 25%, ainda que o preço desses produtos não tenha caído. 
As pesquisas detectaram oscilações de preços nos produtos e o efeito substituição nas categorias alimentares, que compõem a cesta de compras das famílias brasileiras.
 Os campeões das altas de preços foram óleos vegetais (18%), farinha de trigo (17%), pães (14%), temperos (14%), pó de café (12%) e leite longa-vida (10%). Entre os produtos que registraram queda de preços estão o açúcar (-14%) e o creme de leite (-3%). 
A pesquisa aponta que os produtos mais comprados, no primeiro semestre, foram bebidas à base de soja e iogurtes (25%), sucos prontos (16%), molho de tomate (13%) e sopas instantâneas (9%). 
Em contrapartida, os itens que registraram maiores quedas de volume foram pães (-15%), água mineral (-8%), café solúvel (-6%) e leite longa vida (-5%).
Exemplo 2. Pesquisa de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE.
No período 1998/2001, o salário real caiu de R$ 1.104,36 (dezembro de 1998) para R$ 753,66 (novembro de 2001), conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com isso, a população não mais agregou novos bens e serviços aos seus hábitos de consumo, apenas conservou o que havia conquistado. 
Nos primeiros quatro anos do Plano Real, o salário médio real havia subido de R$ 756,42 (em julho de 1994) para R$ 1.104,36 (em dezembro de 1998). O grande contingente de consumidores de baixa renda, que inflou as estatísticas de vendas nos primeiros anos do Plano Real, recusa-se a abandonar os hábitos adquiridos, mesmo que tenha de abrir mão de produtos básicos. 
O volume de venda de tradicionais produtos da cesta básica caiu, enquanto os produtos com mais inovação e praticidade aumentaram sua participação no mercado. Os produtos tradicionais da cesta básica apresentaram apenas um crescimento de vendas vegetativo. 
Apesar da compressão salarial, a participação dessa faixa na população economicamente ativa (PEA) vem aumentando nos últimos anos, incorporando parcela ascendente da classe E descendente da classe B. 
Qual a relação entre consumo de alimentos e variação da renda dos brasileiros. Aproveite para lembrar alguns exemplos apresentados na primeira aula do curso. (2,0 pontos).
Exemplo 1. Segundo a pesquisa Tendências – Bimestral, da A.C. Nielsen.
Em 2003, nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo, a perda de poder aquisitivo, como reflexo da prolongada queda de renda, estava esvaziando a mesa da população. Depois de trocar marcas prediletas por similares mais em conta, os consumidores estavam cortando até mesmo itens da cesta básica de seu cardápio. 
As vendas de produtos de primeira necessidade caíram 0,52% nos primeiros sete meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Das 24 categorias que compõem a cesta básica acompanhada mensalmente, 14 registraram retração no volume de vendas, com destaque para polpa de tomate (11,82%), salsicha (8,67%), óleo de soja (5,8%), açúcar (3,32%) e arroz (2,83%). 
As maiores quedas se concentram nas regiões metropolitanas do Rio (3,7%) e de São Paulo (3,3%), onde tradicionalmente o custo de vida é mais elevado. 
A retração no consumo reflete a queda da renda dos brasileiros, combinada a um cenário de juros altos e desemprego recorde. Como o peso dos alimentos no orçamento das famílias é muito grande, com a renda comprimida eles acabam tendo de substituir até mesmo gêneros de primeira necessidade. 
Exemplo 2. A pesquisa Barômetro do Consumidor, também da A.C. Nielsen. 
Em 2003, que ouviu 600 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre, revelou que 81% dos consumidores adequaram sua lista de compras aos tempos de crise. Destes, 62% cortaram pelo menos uma categoria de produto do seu dia-a-dia, 83% diminuíram as quantidades compradas e 82% trocaram suas marcas preferidas por outras mais baratas. As substituições aconteceram em maior número na cesta de alimentos do que na de higiene e beleza. Esse comportamento – de corte, troca ou diminuição de produtos – pode ser observado em todas as classes sociais. O que as diferencia é o tipo de produto substituído. Quem é da classe D, por exemplo, cortou os alimentos da cesta básica, já que não tem mais gordura para cortar. Já quem é da classe A, B ou C deixou de comprar supérfluos. O levantamento mostra ainda que o primeiro produto banido das listas foi o iogurte, em que 29% dos entrevistados deixaram de comprar o produto e os queijos (23%). Em seguida, foram deixados os industrializados de carne: hambúrgueres e nuggets (19%); bolachas e biscoitos (18%) e refrigerantes (12%). Entre os itens que as famílias passaram a comprar em menor quantidade destacam-se arroz (37%), feijão (35%), carne fresca (28%), bolacha e biscoito (22%) e óleo (21%). 
Como foi apresentado e discutido, na aula 2, o conceito de agribusiness formulado por John Davis (1955) foi desenvolvido por Davis e Goldberg (1957). Posteriormente, Ray Goldberg (1968) desenvolveu o conceito de sistema agroindustrial: CSA - Commodity System Aproach e Agribusiness Coordenation. Assim foram lançados os fundamentos de uma nova disciplina, definindo sua natureza, escopo e metodologia. Tendo como aspecto-chave a interdependência da agricultura com os outros setores da atividade econômica. Considerado o mecanismo adequado, para planejar e formular políticas mutuamente benéficas e que atendam, com maior eficiência, as metas econômicas.
Com base na figura 1 abaixo, analise o modelo de sistema agroindustrial (commodity system approach), dando ênfase aos aspectos da tecnologia, governança e serviços de logística integrada. (3,0). 
Figura 1. Modelo de sistema agroindustrial (commodity system approach).
Resposta:
Ray Goldberg (1968) definiu o conceito de sistema agroindustrial (commodity system approach) da seguinte forma: são todos os participantes envolvidos na produção, processamento e marketing de um produto específico. Inclui o suprimento das fazendas, as fazendas, operações de armazenamento, processamento, atacado e varejo, envolvidos em um fluxo desde a produção de insumos até o consumidor final. Inclui as instituições que afetam e coordenam os estágios sucessivos do fluxo do produto, tais como Governo, associações e mercados futuros.
Este enfoque dinâmico atribui importância à tecnologia como agente indutor das mudanças econômicas e, procura aplicar conceitos oriundos da organização industrial, que passam a forneceros principais critérios de análise e de planejamento estratégico. As relações entre os segmentos ocorrem num ambiente onde atuam as organizações como, associações, federações, cooperativas e sistemas de informações, etc. e, as instituições como cultura, tradições, nível educacional, sistema legal, costumes, etc. 
Nos sistemas agroindustriais a governança é exercida por mecanismo ou órgão de coordenação. Tais como: mercado spot, mercado de futuros, programas governamentais, cooperativas, joint ventures, integração vertical, institutos de bancos de dados, associação de empresas e firmas individuais. 
	Os produtores e demais integrantes, sejam as empresas de insumos, processamento ou distribuição, passam a olhar não só os seus clientes/consumidores próximos (os seguintes ou anteriores do sistema, para quem vendem ou de quem compram). Mas também os consumidores finais, com suas tendências, o mercado e sua evolução, os produtos derivados do processamento, etc. A visão sistêmica permite uma compreensão melhor do funcionamento da atividade agropecuária, sendo fator indispensável para que autoridades públicas e agentes econômicos privados, ou seja, os chamados formadores de decisão tenham possibilidades de formular políticas com precisão, justiça e maior probabilidade de acerto. Esta visão rompe com a análise segmentada, que muitas vezes perde informações importantes sobre o encadeamento das ações. 
	
O conceito de cadeia agroalimentar (filière) foi desenvolvido por Louis Malassis (1968), Morvan (1985), Montigaud (1991), como sendo uma reunião das indústrias para a agricultura e alimentares com o setor agrícola propriamente dito. Numa definição simples, a cadeia agroalimentar é uma sucessão de atividades ligadas verticalmente, necessárias à produção de um ou mais produtos correlacionados. 
Com base na figura 2, procure definir o conceito de cadeia agroalimentar (filière), de forma mais ampla, enfatizando aspectos como integracao da cadeia produtiva; formas de coordenacao; tipos de analise e estrategias competitivas (3,0 pontos). 
 
Figura 2 Cadeia Produtiva Agroalimentar
Resposta:
Integracao da cadeia produtiva.
Numa definição mais ampla, a cadeia produtiva agroindustrial (CPA), agroalimentar ou não, é uma seqüência de operações que conduzem à produção de bens, cuja articulação é amplamente influenciada pelas possibilidades tecnológicas e definida pelas estratégias dos agentes. Estes possuem relações interdependentes e complementares, determinadas pelas forças hierárquicas. 
Na análise de cadeia produtiva agroindustrial (análise de filière) a agricultura deixa de ser, por força da industrialização, um setor isolado da economia de qualquer país e se torna parte integrante de um conjunto maior de atividades inter-relacionadas. 
A agricultura pode ter aumento de produtividade com sua integração na cadeia produtiva, de um lado, em relação ao grupo de indústrias fornecedoras de insumos básicos e, de outro lado, em relação às indústrias transformadoras e compradoras da maior parte dos produtos agrícolas. Embora corra o risco de aumentar seus custos, sem poder compensá-los com uma equivalente lucratividade. 
O fenômeno da integração fica muito evidenciado na cadeia produtiva agroindustrial integrada, que é definida como um conjunto econômico organizado, constituído de certo número de unidades técnicas especializadas (ou departamentos), submetidas a um centro de decisão privilegiado que coordena a atividade dos departamentos por métodos apropriados.
Há três séries de elementos implicitamente ligados a uma visão em termos de cadeia de produção, tais como:
(i) a cadeia de produção é uma sucessão de operações de transformação dissociáveis e capazes de ser separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico;
(ii) a cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e financeiras que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca situado de montante à jusante, entre fornecedores e clientes;
(iii) a cadeia de produção é ainda um conjunto de ações econômicas que presidem a valoração dos meios de produção e asseguram a articulação das operações.
	Uma cadeia de produção agro-industrial (CPA) pode ser segmentada, de jusante a montante, em três macros segmentos:
 ( i ) Comercialização: representa as empresas que estão em contato com o cliente final da cadeia de produção e que viabilizam o consumo e o comércio dos produtos finais ( supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas, etc,), inclusive empresas responsáveis pela logística de distribuição; 
(ii) Industrialização: representa as Firmas responsáveis pela transformação das matérias-primas em produtos finais destinados ao consumidor. O consumidor pode ser uma unidade familiar ou agroindústria;
(iii) Produção de matérias-primas: reúne as firmas que fornecem as matérias-primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produção do produto final (agricultura, pecuária, pesca, psicultura, etc.).
Formas de coordenação.
A forma de coordenação mais difundida nas economias capitalistas modernas é o contrato de quase integração. Nesse caso, o conjunto quase integrado é uma forma da organização econômica hierarquizada, comportando um centro principal de decisão (firma integradora) e centros secundários de decisão, mais ou menos subordinadas. 
A firma industrial ou comercial, ou a cooperativa, que possui o poder principal de decisão é chamada firma integradora (ou pólo integrador). A firma integradora pode controlar uma série de operações de uma cadeia “vertical“: suprimento, produção, transformação, distribuição e venda a varejo, ou de uma parte dentre elas, bem como criar ou sugerir associações “horizontais”, como finalidade de melhorar a eficácia do suprimento, ou da produção, etc. 
As operações de compra, ou de transformação ou de venda, etc, das cooperativas agrícolas, constituídas para “realizar em comum”, constituem formas de integração horizontal. Mas essas formas de integração horizontal podem ser combinadas com formas de integração vertical. Quando a produção agrícola pode ser eficazmente programada (quantidade, qualidade, prazos), a firma integrante desempenha o papel de centro de programação para o conjunto integrado. 
Análise de filière.
O estudo das cadeias agroindustriais permite quatro tipos de análise de filière:
(i) como mecanismo de descrição técnico - econômica: a cadeia em sua totalidade permite fazer a descrição do caminho para a produção do bem final, do fluxo de inovações tecnológicas e do ritmo de difusão do progresso técnico, da natureza dos mercados e do perfil dos consumidores. 
(ii) como modalidade de análise do sistema produtivo: permite fazer a desmontagem do sistema produtivo agroindustrial em setores ou segmentos produtivos. O estudo de suas estruturas e relações internas das cadeias. O papel da tecnologia na estruturação das cadeias produtivas. A lógica de encadeamento das operações assume implicitamente que as condicionantes impostas pelo consumidor final são os principais fatores indutores de mudanças no status quo do sistema. A organização de estudos de integração.
(iii) como método de análise das estratégias competitivas: favorece o sucesso das firmas com a melhor escolha de estratégias clássicas e de estratégias de cadeia. O comportamento estratégico das firmas.
 
Análise das estratégias das firmas e das associações. 
As estratégias clássicas são as seguintes: economias de escala, economias de escopo, concentração e centralização da produção e diversificação da produção. As estratégias de cadeias dependem dos mecanismos de coordenação, tais como: contratos no mercado de futuro e a termo, integrações vertical e horizontal, joint-ventures, firma integradora, cooperativas, etc. A análise dos mecanismos da coordenação da cadeia produtiva agroindustrial é substancial, sendo que o mesmo pode ser exercidoa partir de um núcleo estratégico e pode levar a um desempenho superior ao desempenho obtido pela estratégia individual dos agentes que a compõem. 
No ciclo do produto, as estratégias podem ser classificadas por objetivos, da seguinte forma:
(a) a estratégia para novos produtos visa dominar a tecnologia e os aspectos de P e D; (b) a estratégia para produtos em fase de difusão visa estabelecer o controle dos canais de intermediários e (c) a estratégia para produtos na fase de maturidade visa conseguir o controle do mercado e dos canais de distribuição. 
(iv) como instrumento de política industrial: favorecem a escolha de estratégias que consideram impactos a jusante e a montante, que estimulam a articulação entre o Estado, os agentes da cadeia, os agentes externos e as atividades de formação, informação e pesquisa. A análise de políticas industriais. A análise de insumo-produto.

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