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Resumo De Homicídio DIREITO PENAL – PROTEÇÃO PENAL DO INDIVÍDUO DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: Dos Crimes Contra a Vida: a) Homicídio (art. 121); b) Indução, instrução ou auxilio ao suicídio (art.122); c) Infanticídio (art.123); d) Aborto (art.124 à 128); HOMICÍDIO (art. 121) Conceito – É a morte de um homem provocada por outro homem, é a eliminação da vida de uma pessoa praticada pela outra. Homicídio Pessoa Objeto Jurídico – O que a lei visou proteger? A vida! A parte especial do CP, obedecer a um critério que leva em consideração o objeto jurídico do crime, considerando-se em primeiro lugar, os bens jurídicos mais importantes como a vida, integridade física, honra, patrimônio, etc. É o interesse protegido pela lei. Homicídio Vida (objeto jurídico) Objeto Material – Genericamente, objeto material de um crime é a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta. É o objeto da ação. No homicídio, o objeto material é a pessoa sobre quem recai a ação ou omissão. Elemento do tipo – É a conduta descrita na lei com todas as suas circunstâncias. # TIPO = é o molde criado ela lei, no qual no qual está descrito o crime com todos os seus elementos, de forma que fique claro que só era crime se a conduta realizada for idêntica a constante na lei penal. # TIPO INCRIMINADORA = é aquele que prevê uma infração penal que consiste na descrição abstrata da conduta humana feita pela lei e correspondente a um fato criminoso. # TIPO GENÉRICO = a generalidade da descrição típica, elimina a sua própria razão de existir, pois cria insegurança social e volta o princípio da legalidade. COMPOSIÇÃO DO TIPO: Objetivo – referem-se ao aspecto material do fato. Ex.: objeto do crime, lugar, tempo, meio empregado, etc. Resumo De Homicídio Normativo – seu significado não se extrai de nova observação, sendo imprescindível em juízo e valoração jurídica, social, cultural, politica, religiosa, etc. Ex.: documento. Subjetivo – exigência/finalidade especial do tipo penal para que o crime se configure. NÃO HÁ ELEMENTO SUBJETIVO EM HOMICÍDIO. DOLO + VERBO DO TIPO + FINALIDADE ESPECIAL Ação Nuclear – só configura crime o verbo escrito na lei. Refere-se a um dos elementos objetivos do tipo penal. É expresso pelo verbo que exprime a conduta ativa ou omissiva que a distingue do demais delitos. Ex.: no crime de homicídio, a ação nuclear é o verbo matar. Ação Física – quando a conduta exige uma forma específica de atuação. No homicídio, o crime não exige forma especifica e atuação, o que permite ao agente utilizar todos os meios para realizar o núcleo do crime. Ex.: MEIOS MECÂNICOS – arma de fogo, etc. MEIOS QUÍMICOS - veneno, remédio, etc. MEIOS PATOGÊNICOS – vírus letais (AIDS). MEIO DE PALAVRAS - discussão acalorada mal súbito. Crime Material ou prova da Materialidade - o crime de homicídio se classifica como material, que é aquele que se consuma com a produção do resultado naturalístico. CONDUTA + RESULTADO (o tipo descreve conduta mais resultado evento morte). *Prova de materialidade = é o exame de corpo de delito. É um meio pelo qual é possível a constatação da materialidade do delito. *Confissão no homicídio = sem o exame de corpo de delito, a confissão não é suficiente para provar a materialidade. Sujeito Ativo – é o ser humano que pratica isoladamente ou me conjunto a conduta descrita em lei. O homicídio é crime comum que pode ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito Passivo – é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado. No caso do homicídio, o sujeito passivo é qualquer pessoa com vida. O delito de homicídio não exige que a vítima detenha qualquer capacidade especial, no máximo a condição especial da vítima pode caracterizar causa para o aumento de pena. Elemento Subjetivo – o tipo penal exige a presença do dolo ou culpa, de forma que a ausência de um desses elementos acarreta a atipicidade do fato. Não se admite homicídio por caso fortuito ou força maior. Resumo De Homicídio Momento Consumativo - (art. 14, I CP) crime consumado é aquele em que foram realizados todos os elementos constantes de sua definição legal. É a última fase do inter criminis. No caso de crimes materiais como homicídio, a consumação se dá com a produção do resultado morte. Trata-se de crime instantâneo e com efeito permanente. Instantâneo porque a consumação se opera em um determinado momento e permanente pois uma vez consumado, não há como desaparecer seus efeitos. INTER CRIMINIS: AGITAÇÃO PREPARAÇÃO EXECUÇÃO CONSUMAÇÃO *tentados *culpados Obs.: No direito (CP), a consumação do homicídio se dará com a morte CEREBRAL. Tentativa – Por se tratar de crime material, homicídio admite tentativa. TENTATIVA SÓ HÁ EM HOMICÍDIO DOLOSO, CULPOSO NÃO. Concurso de Pessoas – (art.29 CP) HOMICIDIO NÃO EXIGE CONCURSO DE PESSOAS. O Homicídio não é plurisubjetivo, ou seja, concurso necessário, podendo ser praticado por um único agente, podendo ou não existir o concurso de agentes. A respeito do conceito de autor, diverge a doutrina. A 1ª corrente defende que autor é aquele que realiza o verbo da figura típica (teoria restritiva), que no homicídio é aquele que mata. Assim, de acordo com a teoria restritiva, o mandante do crime não pode ser considerado autor, na medida em que não realizou materialmente o núcleo de figura típica. O mandante, nesse caso, será considerado partícipe. A 2ª posição, chamada teoria domínio do fato, sustenta ser autor todo aquele que detém o controle final da situação até a consumação, pouco importando se foram realizados atos de execução ou praticado o verbo do tipo. Concurso de Pessoas no Homicídio Culposo – aplica-se na pratica nos crimes de homicídio e lesão corporal, decorrentes de acidente de veículo. Segundo doutrina e jurisprudência, é possível o concurso de pessoas em delitos culposos, mas prevalece a orientação de que há coautoria e não participação. ESPÉCIES DE HOMICÍDIO: Homicídio Simples Constitui o tipo básico fundamental, é o que contém os componentes essenciais do crime. Ausência de motivo causa o simples. Ex.: matar alguém. O alcance desse tipo penal é por exclusão, ou seja, é simples quando não é qualificado ou privilegiado. Na doutrina, há divergência quanto a existência ou não deste tipo penal na prática. Resumo De Homicídio A 1ª corrente defende que não há homicídio simples, pois, os motivos que levaram a sua realização, caracterizariam qualificadoras, portanto o homicídio não seria simples, mas qualificado. A 2ª corrente, defende que só é qualificado o homicídio quando há um motivo para a prática do crime. Essa corrente se não há motivo, o homicídio é simples. Homicídio Privilegiado – (Art.121 parág. 1°) Leva em conta circunstancias de caráter subjetivo, e os motivos que determinaram a pratica do crime geram menor reprovação moral do agente. Trata-se de verdadeira causa especial de diminuição de pena que incide na 3ª fase de sua aplicação. Obs.: A palavra PODE é dever ou faculdade?? É OBRIGATORIEDADE. A redução de pena prevista no art. 121, 1º, CP, é obrigação ou faculdade do juiz, tendo em vistaa expressão pode prevista em lei. Há duas posições de pensamento: 1ª – DAMÁSIO E DELMANTO – a redução é obrigatória, pois trata-se de um direito do réu. A redução da pena é uma obrigação do juiz, não obstante o emprego pelo CP da expressão PODE. O STF entende que o não reconhecimento do privilegio na formulação dos quesitos, gera nulidades. 2ª. – MAGALHÃES NORONHA- a redução é facultativa. Para ele, poder não é dever. Para Capez, se o júri reconhecer o privilegio, o juiz DEVERÁ diminuir a pena para não ferir o princípio da soberania dos vereditos. Hipóteses de Homicídio Privilegiado: o MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL = desrespeito a sentimentos pessoais do agente aprovados pela moral média, como piedade, compaixão. Desrespeito a interesse individual ou particular. São motivos nobres ou altruístas. o MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL = relaciona-se aos interesses da vida em comum (sociedade). Ex.: morte de bandido do bairro. Esta hipótese de homicídio está ligada à motivação do agente, no sentido de imaginar que, com a morte da vítima, estará beneficiando a coletividade. o VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA - Violenta emoção: o texto legal é bastante exigente, já que para o reconhecimento do benefício não basta a violenta emoção, sendo necessário que o agente fique sob o domínio desta. Exige-se, portanto, uma fortíssima alteração no ânimo do agente, isto é, que fique irado, revoltado, em decorrência do ato provocativo. Resumo De Homicídio - Injusta provocação: não é agressão. Provocação é aquela capaz de justificar a indignação ou repulsa, não é agressão. Pode ocorrer por meio de xingamentos, etc. Para o reconhecimento do privilégio, não é necessário que a vítima tenha tido a intenção de provocar, bastando que o agente se sinta provocado. - Diferença de Legitima Defesa – no privilégio ocorre “ a mera provocação” da vítima, enquanto na legítima defesa há ato de injusta agressão. - Logo em seguida – não existe definição exata em torno da expressão. Sendo ela normalmente reconhecida quando o homicídio ocorre no mesmo contexto fático da provocação. Obs.: há jurisprudência admitindo que o agente se arme e volte ao local do crime (RT 766/684). Obs.: diferença entre o privilégio da violenta emoção e a atenuante genérica do art. 65, III, CP. Homicídio Qualificado – é considerado crime hediondo. Grupos de qualificadoras: MOTIVOS DO CRIME – nesse grupo, o delito é considerado mais grave em decorrência do motivo do crime ser considerado imoral e desproporcional. (art. 121, I – II CP) MEIO EMPREGADO – formas de provocar a morte da vítima que lhe causam grande sofrimento, ou que o agente atua de maneira velada, o ainda com provocação de perigo a outras pessoas. (art. 121, III CP). MODO DE EXECUÇÃO – considerou mais graves os crimes de tal maneira que a vítima tenha ficado a mercê do homicida sem a possibilidade de defesa (art. 121 IV CP). CONEXÃO – é o homicídio qualificado quando cometido em razão de outro crime (art. 121 V, CP). Quanto aos motivos: Também conhecido como homicídio mercenário, no qual uma pessoa contrata a outra, mediante o pagamento em dinheiro ou qualquer outra vantagem econômica. Ex.: a entrega de bens, promessa de um emprego, etc. “PAGA” pagamento prévio, ou seja, anterior da prática do crime de homicídio. “ PROMESSA” o cumprimento da vantagem econômica no futuro. Entrega posterior ao crime a sua presença ou o seu cumprimento somente se dará após a execução do crime. SÓ VALE VANTAGEM ECONÔMICA. “ PAGA + PROMESSA” é comum que exista em um mesmo caso, paga e promessa de recompensa, ou seja, que o contratante adianta uma parte do dinheiro e prometa entregar a 2 parcela após a sua prática. Nesse caso, a motivação do crime é uma só e a vítima é a mesma, de modo que não incidirá 2 qualificadoras. Resumo De Homicídio PROMESSA DE RECOMPENSA = VANTAGEM ECONÔMICA (Não de outra natureza, ex.: sexual) Obs.: ainda que a promessa não seja cumprida, há a qualificadora. O não cumprimento da promessa de recompensa não afasta a qualificadora. Comunicabilidade da qualificadora ao mandante: O que causa acalorada discussão doutrinária é definir se a qualificadora em tela se aplica também ao mandante do crime. A polemica gira em torno de se definir se a qualificadora é ou não elementar do homicídio mercenário, uma vez que o art. 30, CP dispõe que as circunstancias de caráter pessoal não se comunicam aos comparsas, salvo elementos do crime. ELEMENTAR verbo do tipo (“matar”) – deixa de ser crime CIRCUNSTÂNCIA tirando a qualificadora – crime ainda existe Caso se entenda que ‘’Matar alguém’’ em troca de dinheiro é elementar do homicídio, essa qualificadora se aplica também ao mandante do crime. Caso se entenda o contrário, ou seja, que é circunstância, a qualificadora não incidirá sobre o mandante. QUALIFICADORAS: MOTIVO TORPE – é o motivo desprezível (baixo), repugnante, imoral, etc. (+ repugnante que o fútil). Ex.: vingança, preconceito, ciúme, prazer, etc. MOTIVO FÚTIL – é o motivo pequeno, insignificante, ou seja, deve ser reconhecido quando houver falta de proporção entre o ato homicida e a sua causa. Ex.: pai mata o filho porque ele chorava. Tem que ter provas no Motivo fútil. Ausência de provas não classifica. Obs.: a ausência de provas no motivo fútil, não autoriza a presunção de que tenha havido motivação pequena. IMPORTANTE: O homicídio não pode ser concomitantemente fútil e torpe. É essencial que se escolha uma das figuras que melhor se enquadre no caso concreto. VENENO – (sem o consentimento da vítima) – o veneno presume que seja introduzido no organismo da vítima de forma dissimulada sem que esta perceba, pois se o mesmo é introduzido com emprego de violência, a qualificadora que incidirá no caso é a de meio cruel. Por outro lado, se a vítima souber ou consentir que lhe ministrem o veneno, não se aplicara nenhuma das qualificadoras. FOGO – Também se mostra presente quando o agente põe fogo na casa da vítima e ela morre por aspirar a fumaça proveniente da queima, ainda que seu corpo não seja atingido pelas chamas. Resumo De Homicídio EXPLOSIVO – Se caracteriza qualquer que seja o tipo de explosivo utilizado, do mais leve ao mais pesado. Tal como ocorre com o emprego do fogo, caso o explosivo provoque dano ao bem alheio da própria vítima de homicídio ou de terceiro, o delito de dano qualificado pelo emprego de substancia explosiva/inflamável, fica absorvido por ser o homicídio crime mais grave. ASFIXIA – consiste em provocar a morte da vítima pelo impedimento da função respiratória. Espécies: Tóxica = por confinamento; Uso de gás asfixiante = ex.: cloro gasoso; Mecânica = esganadura, estrangulamento, enforcamento, sufocação, afogamento, soterramento. TORTURA OU OUTRO MEIO INCIDIOSO OU CRUEL - Tortura – o meio de execução é empregado de forma lenta gradativa, até produzir o resultado morte após grave sofrimento. É um meio de execução que sujeita a vítima a graves sofriment0s físicos ou mentais antes de causar a sua morte. Obs.: A diferença entre crime de homicídio qualificado por tortura (art. 121 parág. 2, II), e o crime de tortura qualificadapela morte (art. 1° parág. 3°, 9455/97), é a intenção do agente. No primeiro caso, é a morte. Já no segundo, é a tortura, sendo que o evento morte se deu de forma culposa (preterdolo). Meio insidioso – é meio velado, uma armadilha, o meio fraudulento para atingir a vítima, sem que ela perceba que está havendo um crime. Cruel – são diferenciados da tortura no tocante a execução, tendo em vista que o ato executório é breve, embora provoquem forte sofrimento físico na vítima. Ex.: espancamento, choque muito forte, apedrejamento, ácido, etc. POSSA RESULTAR PERIGO COMUM – para a doutrina, essa qualificadora se aperfeiçoa com a mera possibilidade do meio empregado causar risco a outras pessoas, não seno necessário que se prove ter havido um risco efetivo a pessoas determinadas. Ex.: atirar em locais públicos. Por outro lado, quando existir provas de que o meio, além de matar a vítima, provocar efetivo risco a número indeterminado de pessoas, o agente responderá por homicídio qualificado mais crime de perigo comum (art. 250 e seguintes, CP) em concurso formal. TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO, GENÉRICA - Traição – Para Nelson Hungria, traição é o ato cometido mediante ataque súbito e sorrateiro, atingindo a vítima descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto do criminoso. Resumo De Homicídio Já o Mirabete, a traição consubstancia-se essencialmente na quebra de confiança depositada pela vítima no agente, que dela se aproveita para matar. >>>> IDÉIA PREDOMINANTE. QUBRA DE CONFIANÇA + DIFICULDADE OU IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA = TRAIÇÃO Emboscada – (tocaia) o agente aguarda escondido a chegada ou passagem da vítima em determinado local para atingi-la de surpresa, é conhecida também como tocaia. Dissimulação – o agente oculta sua prévia intenção homicida, emprega algum expediente fraudulento para ludibriar a vítima e possibilitar a execução do crime. Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impossível – trata-se de forma genérica que só pode ser aplicada quando não for possível o enquadramento nas três demais figuras previstas no art. 121, IV CP. Ex: vítima embriagada; vítima imobilizada etc.
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