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6 - Bioq Clin - Aula 8 - Equlíbrio Hidroeletrolítico I - 2013

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EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO I:EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO I:
Sódio, Potássio e CloretosSódio, Potássio e Cloretos
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências da Saúde
Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas
Bioquímica Clínica I
Prof. Rafael Noal Moresco
Santa Maria, 2013
ÁGUAÁGUA
• Geralmente corresponde a 60% do peso corporal do indivíduo.
• Homem de 70 Kg possui 42 litros de água em seu organismo.
• Distribuição hídrica ocupa 2 compartimentos:
• Intracelular: 2/3 água.
• Extracelular: 1/3 água (80% líquido intersticial e 20% plasma).
DISTRIBUIÇÃO CORPORAL DA ÁGUA BALANÇO HÍDRICO
Ganho de Água:
• ~ 60% ingestão de líquidos.
• ~ 30% alimentos ingeridos.
• ~ 10% metabolismo oxidativo 
(cadeia respiratória).
Perda de Água:
• ~ 60% rins (urina).
• ~ 24% suor.
• ~ 12% respiração.
• ~ 4% intestino (fezes).
BALANÇO HÍDRICO REGULAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO 
• Hormônio anti-diurético (ADH)
• Sistema renina-angiotensina-aldosterona
• Peptídeo natriurético atrial
• Centro da sede no hipotálamo
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HORMÔNIO ANTI-DIURÉTICO (ADH)
Células especializadas do hipotálamo detectam as alterações de 
osmolaridade e ajustam a secreção de ADH na hipófise posterior. 
• ↓ Pressão Arterial estimula a liberação de renina.
• Renina ativa o angiotensinogênio e forma a angiotensina I.
• Angiotensina I é convertida a angiotensina II.
• Angiotensina II estimula a liberação de aldosterona.
• ALDOSTERONA:
• ↑ a reabsorção tubular de Na+
• ↓ a excreção urinária de Na+
• ↑ a excreção urinária de K+
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA 
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
• Hormônio secretado pelas células cardíacas do átrio direito em 
resposta à expansão do volume atrial. 
• ↑ a excreção urinária de Na+.
• Desempenha um papel pouco importante na regulação do volume 
do LEC e na concentração de sódio.
PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (PNA)
DESIDRATAÇÃO
• ↓ da quantidade de água no organismo.
• Desidratação simples (↓ água e Na+ normal): geralmente
associada a defeitos nos mecanismos reguladores da água.
• Desidratação com ↓ água e ↓ Na+: sudorese excessiva, diurese
osmótica,...
• Sinais e sintomas: sede, mucosas secas, diminuição da turgidez
da pele, diminuição da diurese.
DISTÚRBIOS HÍDRICOS
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SUPER-HIDRATAÇÃO
• Intoxicação pela ingestão de água em uma quantidade superior
à capacidade excretora (lesões do hipotálamo).
• Alteração da capacidade renal de excretar água (Síndrome
Inadequada do ADH).
DISTÚRBIOS HÍDRICOS ELETRÓLITOS 
São íons carregados positivamente (cátions) ou negativamente
(ânions) que estão em solução em todos os líquidos corporais.
Principais funções:
• Manutenção da pressão osmótica
• Distribuição da água nos compartimentos do corpo
• Manutenção do pH fisiológico
• Potencial de ação nas células e contração muscular
• Cofator enzimático
CONCENTRAÇÃO DOS ELETRÓLITOS NOS LÍQUIDOS 
INTRA (LIC) E EXTRACELULARES (LEC)
LIC: principais cátions (K+, Mg++) e ânions (proteínas, fosfato)
LEC: principais cátions (Na+) e ânions (Cl-, HCO3-)
• Cátion predominante no LEC
• Principal responsável pela osmolaridade do plasma
• A osmolaridade plasmática pode estar aumentada na doença
renal com o aumento da uréia e, também, no diabete melito
com a presença de hiperglicemia
•• AldosteronaAldosterona: estimula a reabsorção tubular de Na+
• Valores de Referência (soro): 135 a 145 mmol/L
SÓDIO
Sódio 
HIPERNATREMIA (↑↑↑↑ Na+)
• Desidratação severa devido à ingestão inadequada de água ou à
perda excessiva
• Síndrome de Cushing: excessiva reabsorção de sódio nos túbulos
renais
• Coma diabético
• Danos no hipotálamo que interfiram nos mecanismos da sede
• Diabete insípido (deficiência de ADH)
• Manifestações clínicas:
- Os sintomas são principalmente neurológicos
- Tremores, irritabilidade, confusão, coma
Sódio 
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Sódio 
HIPONATREMIA (↓↓↓↓ Na+)
• Perda gastrointestinal decorrente de diarréia, fístulas,...
• Sudorese excessiva, fibrose cística,...
• Doença de Addison (secreção prejudicada de aldosterona e
corticosteróides).
• Doença renal crônica e insuficiência renal aguda.
• Tratamento com diuréticos.
• Manifestações clínicas:
- Náusea, fraqueza generalizada e confusão mental (Na+ inferior a 120 mmol/L)
- Incapacidade mental grave (Na+ entre 90 e 105 mmol/L)
Sódio 
• AUMENTADO:
- Uso de diuréticos
- Dieta rica em sódio
- Doença de Addison 
• DIMINUÍDO:
- Necrose tubular
- Dieta pobre em sódio
- Síndrome de Cushing
• Valor de referência (urina de 24h): 27 a 287 mmol/24h
Sódio 
SÓDIO URINÁRIO
• Cátion predominante no meio intracelular.
• 98% (intracelular) e 2% (extracelular).
• Atua sobre o potencial de ação da membrana e na regulação de 
processos metabólicos celulares.
• Existe uma importante relação entre o K+ e o H+.
• A incorporação celular de K+ é estimulada pela insulina.
• A maior parte do potássio ingerido é eliminada por via renal.
• Valores de Referência (soro): 3,5 a 5,4 mmol/L.
POTÁSSIO
Potássio
• As principais manifestações clínicas são: 
- arritmias cardíacas
- fraqueza dos músculos respiratórios
- confusão mental
• Concentrações séricas de potássio acima de 10 mmol/L podem 
provocar um colapso vascular periférico e parada cardíaca.
• Principais causas de hipercalemia: insuficiência renal, deficiência 
de mineralocorticóides, diabete melito não-controlada e acidose.
HIPERCALEMIA (↑↑↑↑K+)
Potássio
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• Insuficiência renal: ↓↓↓↓ TFG e a eliminação urinária de K+.
• Deficiência de mineralocorticóides: na Doença de Addison 
(redução de aldosterona) ou em pacientes em tratamento com 
antagonistas da aldosterona.
• Diabete melito não-controlada: a falta de insulina impede a 
entrada de K+ na célula. 
• Acidose: à medida que a concentração de íons hidrogênio 
aumenta com o desenvolvimento da acidose, os íons potássio são 
deslocados da célula a fim de manterem a neutralidade elétrica. 
Na alcalose pode ocorrer o contrário.
HIPERCALEMIA (↑↑↑↑K+)
Potássio
HIPERCALEMIA (↑↑↑↑K+)
Potássio
• Principais manifestações clínicas: arritmias cardíacas e 
câimbras musculares. 
• Principais causas: perdas (gastrintestinais e renais) e alcalose.
• Perdas gastrintestinais: perdas decorrentes de vômitos, 
diarréia ou fístulas intestinais.
• Perdas renais: perdas decorrentes da presença de doenças 
renais, administração de diuréticos ou pela produção aumentada 
de aldosterona. 
• Alcalose: pode causar um desvio do potássio do líquido 
extracelular para o meio intracelular. 
HIPOCALEMIA (↓↓↓↓K+)
Potássio
• AUMENTADO:
- Síndrome de Cushing
- Aldosteronismo
• DIMINUÍDO:
- Doença de Addison
- Doença renal com diminuição do fluxo urinário
• Valor de referência (urina de 24h): 23 a 123 mmol/24h
Potássio 
POTÁSSIO URINÁRIO
• Principal ânion do líquido extracelular.
• Desempenha importante papel na manutenção do balanço 
eletrolítico, da hidratação e da pressão osmótica.
• Absorvidos no intestino, sendo o excesso removido do organismo 
através da excreção na urina (principal) e no suor.
• Suor excessivo estimula a secreção de aldosterona que atua sobre 
as glândulas sudoríparas para reabsorver mais sódio e cloretos.
• Valores de Referência (soro): 96 a 109 mmol/L.
CLORETOS
• Geralmente associada à hipernatremia.
• Acidose metabólica: em função da perda excessiva de 
bicarbonato extracelular, ocorre o aumento da concentração 
extracelular de cloro a fim de manter a neutralidade elétrica. 
• Outras condições:
- Insuficiência renal aguda
- Desidratação
HIPERCLOREMIA (↑↑↑↑Cl-)
Cloretos
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• Principais causas:
- Baixa ingestão de sal
- Diarréia intensa
- Vômitos
- Nefrites
- Uso de diuréticos
HIPOCLOREMIA (↓↓↓↓Cl-)
Cloretos
• Fórmula matemática utilizada para identificara diferença entre os 
ânios e os cátions mensurados no soro. 
• Utilizado para detectar teores alterados de ânions diferentes do Cl-
e do HCO3-.
• Ânions não mensurados: fosfatos, sulfatos, proteínas, ácidos 
orgânicos e traços de outros ânions. 
• Valores de Referência: 8 a 16 mmol/L.
ÍON GAP = Na+ - (Cl- + HCO3- )
ÍON GAP
• Eletrodo íon-seletivo (ISE): Empregam uma membrana semipermeável 
para desenvolver um potencial produzido pela diferença nas concentrações em 
cada lado da membrana. Neste sistema, dois eletrodos são usados. Um tem um 
potencial constante (referência). A partir da diferença entre os potenciais do 
eletrodo de referência e o eletrodo de medida, é calculada a "concentração" do íon 
na solução. É medida a atividade do íon e não o seu teor.
• Fotometria de chama: A amostra é atomizada, ocorrendo a produção de 
átomos em estado excitado capazes de emitir luz em comprimento de onda 
específico, dependendo do elemento usado. Na chama, o sódio emite luz amarela 
e o potássio cor violeta. A intensidade de cada cor emitida é proporcional ao teor 
destes elementos na amostra.
• Métodos espectrofotométricos
PRINCIPAIS METODOLOGIAS ANALÍTICAS
Potássio – Cálcio – Sódio – Cobre – Estrôncio – Boro – Lítio

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