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COMPETÊNCIAS PROCESSUAIS PENAIS

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COMPETÊNCIA EM 
MATÉRIA PENAL 
 
 
1. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA EM 
MATÉRIA PENAL 
→ JURISDIÇÃO. 
 Vida social. Conflitos de interesses. Solução pelas 
próprias partes. Regra. Pretensão resistida. Estado. Processo. 
Jurisdição. 
“[...] função do Estado que tem por escopo a atuação da 
vontade concreta da lei por meio da substituição, pela 
atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou 
de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da 
vontade da lei, já no torná-la, praticamente, efetiva” 
(GIUSEPPE CHIOVENDA). 
 
 Jurisdição penal. 
# Conflito intersubjetivo de interesses(?). 
* Ius puniendi vs. Direito de liberdade do cidadão. 
 
# Jurisdição. 
* Precipuamente exercida pelo Poder Judiciário. 
* Aplicação do direito objetivo ao caso concreto. 
* Função estatal una (PRINCÍPIO DA UNIDADE DA JURISDIÇÃO). 
 
→ COMPETÊNCIA. 
 Conceito. 
“[...] é um conjunto de regras que asseguram a eficácia da 
garantia da jurisdição e, especialmente, do juiz natural. 
Delimitando a jurisdição, condiciona o seu exercício” (AURY 
LOPES JR.). 
 
“[...] um juiz ou tribunal somente pode julgar um caso penal 
quando for competente em razão da matéria, pessoa e lugar” 
(AURY LOPES JR.). 
 
“[...] o poder de fazer atuar a jurisdição que tem um órgão 
jurisdicional diante de um caso concreto. Decorre esse poder 
de uma delimitação prévia, constitucional e legal, estabelecida 
segundo critérios de especialização da justiça, distribuição 
territorial e divisão de serviço. A exigência dessa distribuição 
decorre da evidente impossibilidade de um juiz único decidir 
toda a massa de lides existente no universo e, também, da 
necessidade de que as lides sejam decididas pelo órgão 
jurisdicional adequado, mais apto a melhor resolvê-las” 
(VICENTE GRECO FILHO). 
 
 
2. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL 
→ CONCEITO. 
“[...] direito que cada cidadão tem de saber, previamente, a 
autoridade que irá processar e julgá-lo caso venha a praticar uma 
conduta definida como infração penal pelo ordenamento jurídico” 
(RENATO BRASILEIRO). 
 
2.1. Lei processual que altera regras de 
competência 
→ PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. ENTRADA EM VIGOR DE 
LEI QUE ALTERA A COMPETÊNCIA. APLICAÇÃO IMEDIATA AOS 
PROCESSOS EM ANDAMENTO? 
Divergência 
1ª corrente (Ada Pellegrini, Tourinho Filho) 
* A competência, antes atribuída à Justiça ordinária, e 
posteriormente transferida a tribunais especializados por dispositivos 
constitucionais, submete-se à irretroatividade da competência 
constitucional de modo que a fixação desta só poderá reger os casos 
futuros. 
 
2ª corrente (Jurisprudência dominante). 
* A modificação da competência criminal, decorrente de lei que a 
altere em razão da matéria, não viola o princípio do juiz natural. 
* Juiz natural na CF (distinto das constituições estrangeiras): não 
exige que o julgamento seja realizado por juízo competente estabelecido em 
lei anterior aos fatos. CF, art. 5º, LIII. 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
* Norma que altera competência tem natureza genuinamente 
processual. CPP, art. 2º 
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade 
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Tempus regit actum. 
* Precedentes. 
Relativamente à pretensão dos pacientes de serem submetidos a julgamento 
pelo Tribunal do Júri, o bem elaborado parecer do Ministério Público, da lavra 
do ilustre Subprocurador-Geral Edson Oliveira da Almeida, registra, com 
precisão: 
“A Lei 9.299/96 transferiu da Justiça Militar para a Justiça comum o processo 
e julgamento dos crimes dolosos contra a vida cometidos por militares contra 
civis. 
Da regra, como ensina Carlos Maximiliano, as disposições concernentes à 
jurisdição e à competência aplicam-se imediatamente, salvo se já houve 
sentença relativa ao mérito, hipótese em que a causa prossegue no juízo onde 
surgiu o veredictum, salvo se foi suprimido o tribunal primitivo (Direito 
Intertemporal, 2ª ed. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1995, p. 312-313, nº 269). 
Porém, no caso concreto, essa lição não é inteiramente aplicável, tendo em 
vista a excepcionalidade do foro militar, mormente em crimes de homicídio 
perpetrados por policiais militares em função de policiamento ostensivo. A Lei 
9.299/96 retirou os crimes dolosos contra a vida, praticados contra civis, do 
âmbito excepcional da jurisdição militar, inserindo o processo e julgamento 
desses crimes na jurisdição comum, com isso restaurando em sua plenitude a 
competência do juiz natural dos crimes dolosos contra a vida. É evidente que, a 
partir da lei nova, a Justiça Militar estadual ficou impedida de exercer, em 
ambos os graus, a jurisdição nesses feitos, razão por que a competência 
passou regularmente para o Tribunal de Justiça do Estado. 
É certo que a lei nova não invalidou a sentença condenatória proferida com 
anterioridade pelo Conselho Permanente de Justiça, o que afasta a 
possibilidade de novo julgamento de primeiro grau, desta vez perante o Tribunal 
do Júri. Já decidida a causa em primeiro grau, a controvérsia ficou restrita à 
competência para o julgamento do recurso que, conforme já referido, passou 
de imediato para o órgão de segundo grau da Justiça comum, agora 
competente. Tais as circunstâncias, nada há o que reparar quanto ao 
julgamento da apelação pelo Tribunal de Justiça, principalmente em se tratando 
de acórdão confirmatório da condenação.” (fl. 224) (STF, HC 76.510/SP, 2ª 
Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 15/05/1998 p. 44). Na mesma linha: STF 
- HC 78.320/ SP – 1ª Turma - Rel. Min. Sydney Sanches - DJ 28/05/1999. 
No mesmo contexto: STJ, 5ª Turma, HC 20.158/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, DJ 
06/10/2003 p. 289. 
* CPP. Omissão. Aplicação subsidiária do CPC (art. 43). 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da 
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de 
fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão 
judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 
Importante! 
# Pelo menos em regra, o processo será concluído perante o 
juiz em que teve início, salvo em 3 situações: 
a) Extinção do órgão jurisdicional. 
b) Alteração da competência em razão da matéria. 
c) Alteração da competência hierárquica. 
 
# Conclusões segundo entendimento dominante. 
 
2.2. Convocação de Juízes de 1º grau de 
jurisdição para substituição de 
Desembargadores 
→ PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. CONVOCAÇÃO DE JUÍZES 
DE 1º GRAU. 
 Previsão legal. 
# LC nº 35/79 (LOMAN), art. 118. 
Art. 118. Em caso de vaga ou afastamento, por prazo superior a 30 (trinta) 
dias, de membro dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos 
Tribunais de Justiça e dos Tribunais de Alçada, (Vetado) poderão ser 
convocados Juízes, em Substituição (Vetado), escolhidos (Vetado) por 
decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou, se houver, de seu 
Órgão Especial: 
§ 1º - A convocação far-se-á mediante sorteio público dentre: 
[...]; 
III - Os Juízes da Comarca da Capital para os Tribunais de Justiça dos 
Estados onde não houver Tribunal de Alçada e, onde houver, dentre os 
membros deste para os Tribunais de Justiça e dentre os Juízes da 
Comarca da sede do Tribunal de Alçada para o mesmo; 
IV - os Juízes de Direito do Distrito Federal, para o Tribunal de 
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
# Na Justiça Federal: Lei nº 9.788/99, art. 4º. 
Art. 4o Os Tribunais Regionais Federais poderão, em caráter excepcional e 
quando o acúmulo de serviço o exigir, convocar Juízes Federaisou 
Juízes Federais Substitutos, em número equivalente ao de Juízes de 
cada Tribunal, para auxiliar em Segundo Grau, nos termos de resolução a 
ser editada pelo Conselho da Justiça Federal. 
 
# RISTF, arts. 40 e 41. 
Art. 40. Para completar quorum no Plenário, em razão de impedimento ou 
licença superior a trinta dias, o Presidente do Tribunal convocará o 
Ministro licenciado. 
Art. 41. Para completar quorum em uma das Turmas, serão convocados 
Ministros da outra, na ordem crescente de antiguidade. 
 
# RISTJ, art. 56. 
Art. 56. Em caso de vaga ou afastamento de Ministro, por prazo superior a 
trinta dias, poderá fazer-se a substituição pelo Coordenador-Geral ou ser 
convocado Juiz de Tribunal Regional Federal ou Desembargador, sempre 
pelo voto da maioria absoluta dos membros da Corte Especial. (Redação 
dada pela Emenda Regimental n. 3, de 1993) Parágrafo único. O magistrado 
convocado receberá a diferença de vencimento correspondente ao cargo 
de Ministro, inclusive diárias e transporte, se for o caso. 
 
 Requisito de validade da convocação. 
# Estabelecimento de qual será o juiz convocado, segundo 
critérios objetivos predeterminados. 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. FURTO SIMPLES TENTADO. 
JULGAMENTO DE RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO PELA DEFESA. 
CÂMARA CRIMINAL EXTRAORDINÁRIA, COMPOSTA POR JUÍZES DE 
PRIMEIRO GRAU CONVOCADOS. INOBSERVÂNCIA DA LEI 
COMPLEMENTAR PAULISTA N.º 646/90. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO 
JUIZ NATURAL. 
1. Não ofende o princípio do juiz natural a convocação de juízes de primeiro 
grau para, nos casos de afastamento eventual do desembargador titular, 
compor o órgão julgador do respectivo Tribunal, desde que observadas as 
diretrizes legais federais ou estaduais, conforme o caso. Precedentes do 
STF e do STJ. 
2. Na hipótese em tela, o Tribunal de Justiça paulista procedeu a 
convocações de juízes de primeiro grau para formação de Câmaras 
Julgadoras, valendo-se de um sistema de voluntariado, sem a observância 
da regra legal instituída (Lei Complementar n.º 646/90 do Estado de São 
Paulo), qual seja, a de realização de concurso de remoção, tornando nula a 
atuação do magistrado de primeiro grau convocado nessas circunstâncias. 
3. Ordem concedida para anular o julgamento do recurso de apelação, 
determinando a sua renovação por Turma Julgadora, com a observância 
da lei de regência (STJ, HC 126.390/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado 
em 14/05/2009). Na mesma linha: STJ - HC 108.425/SP – 3ª Seção - 
Rel. Min. Og Fernandes - Dje 12/11/2008. 
 
# É possível a fixação dos critérios objetivos para a 
convocação de juízes para substituição de desembargadores por 
meio de Regimentos Internos dos Tribunais? 
Antigo precedente do STF 
"HABEAS CORPUS" - ALEGAÇÃO DE VÍCIO NA COMPOSIÇÃO DO ÓRGÃO 
JULGADOR - INOCORRENCIA - LEI COMPLEMENTAR N. 646/90 DO 
ESTADO DE SÃO PAULO - CONSTITUCIONALIDADE DESSE ATO 
LEGISLATIVO LOCAL - LEGITIMIDADE DO QUADRO DE JUIZ DE DIREITO 
SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU - RESPEITO AO POSTULADO DO JUIZ 
NATURAL - PEDIDO INDEFERIDO. 
- O sistema de substituição externa nos Tribunais judiciários 
constitui, no plano de nosso direito positivo, matéria sujeita ao 
domínio temático da lei. Subordina-se, em consequência, ao princípio 
da reserva legal absoluta, cuja incidência afasta, por completo, a 
possibilidade de tratamento meramente regimental da questão. 
Esse tema - cuja sedes materiae só pode ser a instância normativa 
da lei - não comporta, e nem admite, em consequência, que se 
proceda, mediante simples norma de extração regimental, a 
disciplina das convocações para substituição nos Tribunais de 
Justiça estaduais. Precedente do STF. 
Essa orientação, firmada pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, prestigia 
o postulado do juiz natural, cuja proclamação deriva de expressa 
referencia contida na Lei Fundamental da Republica (art. 5º, n. LIII). 
O princípio da naturalidade do Juízo - que traduz significativa conquista do 
processo penal liberal, essencialmente fundado em bases democráticas - 
atua como fator de limitação dos poderes persecutórios do Estado e 
representa importante garantia de imparcialidade dos juízes e tribunais. 
Nesse contexto, o mecanismo das substituições dos juízes traduz aspecto 
dos mais delicados nas relações entre o Estado, no exercício de sua 
atividade persecutória, e o individuo, na sua condição de imputado nos 
processos penais condenatórios. - O Estado de São Paulo adotou um 
sistema de substituição em segunda instância que se ajusta, com plena 
fidelidade, ao modelo normativo consagrado pela Carta Federal. Esse 
sistema, instituído mediante lei local (Lei Complementar n. 646/90), 
obedece a mandamento consubstanciado na Carta Politica estadual que, 
além de prever a criação de cargos de Juiz de Direito Substituto em 
Segundo Grau, dispõe que a respectiva designação, sempre feita pelo 
Tribunal de Justiça, destinar-se-á, dentre outras funções especificas, a 
viabilizar a substituição de membros dos Tribunais paulistas. 
- A regra consubstanciada no art. 93, III, da Constituição da Republica - 
que apenas dispõe sobre o acesso de magistrados aos Tribunais de 
Segundo Grau, mediante promoção - não atua, especialmente ante a 
impertinência temática de seu conteúdo material e em face da absoluta 
ausência de norma restritiva, como aquela inscrita no art. 144, VII, da 
revogada Carta Federal de 1969, como causa impeditiva do exercício, pelos 
Estados-membros, de seu poder de instituir, mediante legislação propria 
concernente a organização judiciária local, sistema de convocação de 
Juízes para efeito de substituição eventual nos Tribunais. 
- O procedimento de substituição dos Desembargadores no Tribunal de 
Justiça do Estado de São Paulo, mediante convocação de Juízes de Direito 
efetuada com fundamento na Lei Complementar estadual n. 646/90, 
evidencia-se compatível com os postulados constitucionais inscritos no 
art. 96, II, "b" e "d", da Carta Federal, e revela-se plenamente convivente 
com o princípio fundamental do juiz natural. 
Com isso, resta descaracterizada a alegação de nulidade do julgamento 
efetuado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, com a 
participação de Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau, por evidente 
inocorrência do vício de composição do órgão julgador (STF, 1ª Turma, HC 
69.601/SP, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 18.12.1992). 
 
Novo entendimento do STF 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUNAL DE JUSTIÇA: REGIMENTO 
INTERNO: SUBSTITUIÇÃO DE DESEMBARGADOR. Lei Complementar nº 
35/79 - LOMAN - art. 118, redação da Lei Complementar nº 54/86. C.F., art. 
93, art. 96, I, a. 
I. Os Regimentos Internos dos Tribunais de Justiça podem dispor a 
respeito da convocação de juízes para substituição de 
desembargadores, em caso de vaga ou afastamento, por prazo 
superior a trinta dias, observado o disposto no art. 118 da LOMAN, Lei 
Complementar 35/79, redação da Lei Complementar 54/86. 
II. Norma regimental que estabelece que o substituído indicará o 
substituto: inconstitucionalidade. 
III. ADI julgada procedente, em parte (STF, Tribunal Pleno, ADI 1.481/ES, 
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 04.06.2004). 
 
EMENTA Habeas corpus. Princípio do juiz natural. Relator substituído 
por Juiz Convocado sem observância de nova distribuição. 
Precedentes da Corte. 
1. O princípio do juiz natural não apenas veda a instituição de tribunais e 
juízos de exceção, como também impõe que as causas sejam processadas 
e julgadas pelo órgão jurisdicional previamente determinado a partir de 
critérios constitucionais de repartição taxativa de competência, excluída 
qualquer alternativa à discricionariedade. 
2. A convocação de Juízes de1º grau de jurisdição para substituir 
Desembargadores não malfere o princípio constitucional do juiz natural, 
autorizado no âmbito da Justiça Federal pela Lei nº 9.788/99. 
3. O fato de o processo ter sido relatado por um Juiz Convocado para 
auxiliar o Tribunal no julgamento dos feitos e não pelo 
Desembargador Federal a quem originariamente distribuído 
tampouco afronta o princípio do juiz natural. 
4. Nos órgãos colegiados, a distribuição dos feitos entre relatores 
constitui, em favor do jurisdicionado, imperativo de impessoalidade 
que, na hipótese vertente, foi alcançada com o primeiro sorteio. 
Demais disso, não se vislumbra, no ato de designação do Juiz 
Convocado, nenhum traço de discricionariedade capaz de 
comprometer a imparcialidade da decisão que veio a ser exarada 
pelo órgão colegiado competente. 
5. Habeas corpus denegado (STF, HC 86.889/SP, 1ª Turma, Rel. Min. 
Menezes Direito, DJe 026 - 14/02/2008). 
 
# É possível a realização de julgamento por turma ou 
câmara de Tribunal composta, em sua maioria, por juízes 
convocados? 
 
# STF. Convocação de juízes de 1º grau para substituir 
desembargadores em feitos ordinários. Não ofensa ao princípio do 
juiz natural. Argumentos: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. JULGAMENTO DE 
APELAÇÃO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
JULGAMENTO. CÂMARA COMPOSTA MAJORITARIAMENTE POR JUÍZES 
CONVOCADOS. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. OFENSA AO PRINCÍPIO DO 
JUIZ NATURAL. INOCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA. 
I - Esta Corte já firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da 
Lei Complementar 646/1990, do Estado de São Paulo, que disciplinou a 
convocação de juízes de primeiro grau para substituição de 
desembargadores do TJ/SP. 
II - Da mesma forma, não viola o postulado constitucional do juiz natural o 
julgamento de apelação por órgão composto majoritariamente por juízes 
convocados na forma de edital publicado na imprensa oficial. 
III - Colegiados constituídos por magistrados togados, que os integram 
mediante inscrição voluntária e a quem a distribuição de processos é feita 
aleatoriamente. 
IV - Julgamentos realizados com estrita observância do princípio da 
publicidade, bem como do direito ao devido processo legal, à ampla defesa 
e ao contraditório. 
V - Ordem denegada (STF, Pleno, HC 96.821/SP, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, j. 08/04/2010). Ainda no sentido de serem válidos os 
julgamentos realizados pelos tribunais com juízes convocados, mesmo que 
estes sejam maioria na sua composição: STF, Pleno, RE 597.133/RS, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, 17.11.2010. 
 
# STJ e a convocação de juízes para substituição de 
desembargadores em ação penal de competência originária dos 
Tribunais. 
HABEAS CORPUS. AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. ESTUPRO E AMEAÇA. 
CONDENAÇÃO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA. QUORUM DA SESSÃO DE 
JULGAMENTO COMPLEMENTADO POR JUÍZES DE PRIMEIRO GRAU 
CONVOCADOS. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. NULIDADE 
ABSOLUTA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
1. É pacífico o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça e do 
Supremo Tribunal Federal no sentido de ser perfeitamente possível a 
convocação de juízes de primeiro grau para substituírem 
desembargadores nos Tribunais, quando, em conformidade com a 
legislação de regência, não há qualquer ofensa à Constituição 
Federal. 
2. O caso em apreço não se amolda à hipótese acima, tendo em vista 
tratar-se de ação penal originária, porquanto, em última análise, 
refere-se às prerrogativas dos membros do Ministério Público que, 
por expressa previsão constitucional (art. 96, inciso III), possuem 
foro privilegiado por prerrogativa de função. 
3. Prevendo o Regimento Interno do Tribunal de Justiça Estadual, 
vigente à época do julgamento do paciente, de que era necessária a 
presença de pelo menos dois terços de seus membros na sessão de 
julgamento, viola o princípio do juiz natural quando o referido quorum 
é completado com juízes de primeiro grau convocados. 
4. Com a anulação do acórdão condenatório, e considerando que, em caso 
de nova condenação, a sanção que venha a ser imposta ao paciente, pela 
prática do delito de ameaça, não poderá ultrapassar a 2 meses e 10 dias de 
detenção, pena aplicada no acórdão ora anulado, constata-se ter ocorrido 
a prescrição da pretensão punitiva, pois decorridos mais de 2 anos desde 
a data do recebimento da denúncia, último marco interruptivo, em 
4/6/2004 (fl. 275), a teor do disposto no art. 109, VI, c/c o art. 110, § 1º, 
ambos do Código Penal, com redação anterior à estabelecida pela Lei nº 
12.234/2010. 
5. Tendo em vista que o paciente só foi preso após o trânsito em julgado da 
condenação aqui anulada, deverá aguardar em liberdade o novo julgamento 
do processo. 
6. Habeas corpus parcialmente concedido para anular o julgamento 
da Ação Penal Originária nº 6813-7/2003, devendo outro ser 
realizado pelo Tribunal Pleno composto de pelo menos dois terços de 
desembargadores efetivos do Tribunal de Justiça da Bahia, 
declarando, de ofício, extinta a punibilidade do paciente em relação ao 
delito de ameaça, pelo reconhecimento da prescrição da pretensão 
punitiva, devendo, ainda, aguardar o novo julgamento em liberdade, se por 
outro motivo não estiver preso, restando prejudicados os demais pedidos 
(STJ, 6ª Turma, HC 88.739/BA, Rel. Min. Haroldo Rodrigues 
(Desembargador convocado do TJ/CE), j. 15/06/2010). 
 
3. ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA 
→ DOUTRINA TRADICIONAL. CRITÉRIOS. 
 CPP, art. 69. 
1. Ratione materiae (CPP, art. 69, III). 
III - a natureza da infração (ratione materiae); 
2. Ratione funcionae (CPP, art. 69, VII). 
VII - a prerrogativa de função (ratione personae/funcionae). 
3. Ratione loci (CPP, art. 69, I e II). 
I - o lugar da infração (ratione loci); 
II - o domicílio ou residência do réu; 
4. Competência funcional. 
4.1. Competência funcional por fase do processo 
4.2. Competência funcional por objeto do juízo 
4.3. Competência funcional por grau de jurisdição 
 
4. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA 
→ ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA. OMISSÃO LEGISLATIVA. 
DIVISÃO DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL. 
 
4.1. Quanto à natureza do interesse 
→ COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 
 Denominação. 
# Denomina-se absoluta a hipótese de fixação de 
competência que tem origem em norma constitucional, apresentando 
como seu fundamento o interesse público na correta e adequada 
distribuição de Justiça. 
⋆ Criação determinada por interesse público. 
- CPC, art. 62. 
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da 
pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. 
⋆ E se um juiz absolutamente incompetente decidir uma 
causa? 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. DESACATO A JUIZ ESTADUAL 
INVESTIDO DAS FUNÇÕES ELEITORAIS. CRIME COMUM, DE 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. 
COISA JULGADA MATERIAL. 
1. É da jurisprudência do Excelso Supremo Tribunal Federal que o 
desacato, cometido contra Juiz Estadual investido da jurisdição eleitoral, 
é crime comum, de competência da Justiça Federal, por atentar contra 
interesse da União, representada que está, em caso tais, por de um de 
seus órgãos. 
2. Em sede penal, é da tradição jurisprudencial, consentânea com a 
proteção constitucional da liberdade da pessoa humana, atribuir-se plena 
eficácia à coisa julgada, ainda quando produzida em juízo incompetente, 
ou mesmo à que falte jurisdição. 
3. Ordem concedida, para determinar o trancamento da ação penal (STJ, 
6ª Turma, HC 18.078/RJ, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJ 
24/06/2002 p. 345). 
HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. DECISÃO 
QUE O ORDENOU, COM TRÂNSITO EM JULGADO. REMESSA.PELA 
AUTORIDADE POLICIAL, DOS AUTOS A OUTRO JUÍZO. DENÚNCIA DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. INSTAURAÇÃO DA AÇÃO PENAL FUNDADA NOS 
FATOS APURADOS NO INQUÉRITO POLICIAL, MANDADO ARQUIVAR POR 
JUIZ DE OUTRA COMARCA. OFENSA A COISA JULGADA. 
- Se incompetente o Juiz que decretou o trancamento do inquérito 
policial, decisão que transitou em julgado, descabe ao MM. Juiz de Direito 
de outra Comarca instaurar a ação penal, pelos mesmos fatos, sob pena 
de ofender a coisa julgada. 
- Ordem concedida para manter a decisão que trancou o inquérito 
policial. (STJ, HC 6.059/PA, Relator Ministro José Arnaldo, in DJ 
25/2/98). 
 
 Principais características da nulidade absoluta. 
(a) Pode ser arguida a qualquer momento, enquanto não 
transitar em julgado a decisão. 
PROCESSUAL PENAL – HABEAS CORPUS – TENTATIVA DE HOMICÍDIO – 
DEFESA APENAS FORMAL – PREJUÍZO EVIDENCIADO AO RÉU – 
NULIDADE ABSOLUTA - QUE PODE SER CONHECIDA A QUALQUER 
TEMPO – ANULAÇÃO DO PROCESSO – NECESSIDADE – ORDEM 
CONCEDIDA. 
1. A defesa meramente formal não satisfaz o princípio da ampla defesa e 
constitui inarredável nulidade e desde que seja demonstrado prejuízo ao 
réu pode ser reconhecida a qualquer momento, mesmo após o trânsito 
em julgado da condenação. 
2. Ordem concedida (STJ, 6ª Turma, HC 88.934/PB, Rel. Min. Jane 
Silva, j. 21/02/2008, DJe 10/03/2008). 
⋆ Da coisa julgada pro reo. 
Convenção Americana de Direitos Humanos (Dec. 678/92) 
Pacto de São José da Costa Rica 
Art. 8º Garantias Judiciais 
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser 
submetido a novo julgamento pelos mesmos fatos. 
 
(b) O prejuízo é presumido. 
 
(c) A violação das regras de competência absoluta não se 
convalida. 
 
(d) Pode ser reconhecida ex officio pelo juiz ou tribunal. 
Súmula nº 160/STF. Não pode o tribunal acolher contra o réu, nulidade 
não arguida no recurso de acusação, ressalvados os casos de recurso 
de ofício. 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE ABSOLVIDO EM PRIMEIRA 
INSTÂNCIA. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA, NÃO SUSCITADA NA 
APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, ACOLHIDA DE OFÍCIO PELO 
TRIUBNAL, POR TRATAR-SE DE NULIDADE ABSOLUTA. ALEGAÇÃO DE 
QUE A SENTENÇA ABSOLUTÁRIA TRANSITOU EM JULGADO EM TUDO 
AQUILO QUE NÃO FOI OBJETO DO RECURSO DO PARQUET. PRETENSÃO 
DE APLICAÇÃO DA SÚMULA 160/STF, COM A MANUTENÇÃO DA 
ABSOLVIÇÃO DIANTE DA IMPOSSIBILIDADE DE HAVER NOVA DECISÃO 
MAIS GRAVOSA AO RÉU. 
O Tribunal, ao julgar apelação do Ministério Público contra sentença 
absolutória, não pode acolher nulidade - ainda que absoluta -, não 
veiculada no recurso da acusação. Interpretação da Súmula 
160/STF que não faz distinção entre nulidade absoluta e relativa. 
Os atos praticados por órgão jurisdicional constitucionalmente 
incompetente são atos nulos e não inexistentes, já que proferidos 
por juiz regularmente investido de jurisdição, que, como se sabe, é 
una. Assim, a nulidade decorrente de sentença prolatada com vício 
de incompetência de juízo precisa ser declarada e, embora não 
possua o alcance das decisões válidas, pode produzir efeitos . 
Precedentes. 
A incorporação do princípio do ne bis in idem ao ordenamento jurídico 
pátrio, ainda que sem o caráter de preceito constitucional, vem, na 
realidade, complementar o rol dos direitos e garantias individuais já 
previstos pela Constituição Federal, cuja interpretação sistemática leva à 
conclusão de que a Lei Maior impõe a prevalência do direito à liberdade 
em detrimento do dever de acusar. Nesse contexto, princípios como o do 
devido processo legal e o do juízo natural somente podem ser invocados 
em favor do réu e nunca em seu prejuízo. 
Por isso, estando o Tribunal, quando do julgamento da apelação, 
adstrito ao exame da matéria impugnada pelo recorrente, não pode 
invocar questão prejudicial ao réu não veiculada no referido 
recurso, ainda que se trate de nulidade absoluta, decorrente da 
incompetência do juízo. 
Habeas corpus deferido em parte para que, afastada a incompetência, 
seja julgada a apelação em seu mérito (STF, Tribunal Pleno, HC nº 
80.263/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 20/02/2003, DJ 
27/06/2003, p. 030). 
 
(e) Não precisa ser suscitada por meio de exceção. 
 
 Exemplos de competências absolutas. 
1. Competência em razão da matéria; 
2. Competência por prerrogativa de função; 
3. Competência funcional. 
 
→ COMPETÊNCIA RELATIVA. 
 Denominação. 
# Tem-se como relativa a hipótese de fixação de 
competência pelas regras infraconstitucionais que atende ao 
interesse preponderante das partes, seja para facilitar ao autor o 
acesso ao Judiciário, seja para propiciar ao réu melhores 
oportunidades de defesa. 
 
# Sempre haverá algum interesse público. 
 
# Prepondera o interesse das partes. 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, 
porém, facultado ao juiz de ofício: 
 
 Principais características da nulidade relativa. 
(a) Deve ser arguida oportuno tempore. 
1. Em que momento deve ser arguida a incompetência 
ratione loci? 
CPP, arts. 108 e 396-A. 
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, 
verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa. 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e 
alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e 
justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar 
testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando 
necessário. 
PENAL – INCOMPETÊNCIA “RATIONE MATERIAE” – AUSÊNCIA DE 
“DECLINATÓRIA FORI” ART. 108 DO CPP 
- Sendo relativa a incompetência ratione loci, opera-se a preclusão do 
direito da declinatória fori, quando não arguida no prazo da defesa. 
- Inteligência do ar. 108, caput, do CPP” (STJ, RHC 1.027, Rel. Min. 
Fláquer Scartezzini, j. 10.04.1991) 
 
2. A quem cabe alegar a incompetência em razão do 
lugar? 
Divergência. 
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo 
que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não 
alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior. 
 
(b) O prejuízo deve ser comprovado. 
No sentido de que a violação das regras de competência territorial e, 
portanto, relativa, é sanável e, caso não seja alegada no prazo oportuno, 
considera-se prorrogada em virtude da preclusão: STF, 2ª Turma, HC 
98.205 AgR/RJ, Rel. Min. Ellen Grade, j. 24/11/2009, DJe 232 
10/12/2009. Na mesma linha: STF, 1ª Turma, HC 95.139/SP, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, j. 23/09/2008, DJe 84 07/05/2009. 
 
 Exemplos de competências relativas. 
a. Competência territorial, seja pelo lugar da infração, seja 
pelo domicílio ou residência do réu; 
b. Competência por prevenção; 
Súmula nº 706/STF. É relativa a nulidade decorrente da inobservância da 
competência penal por prevenção. 
 
A jurisprudência do Supremo está consolidada no sentido de que é relativa, 
no processo penal, a competência firmada por prevenção: STF, Pleno, HC 
69.599/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 27/08/1993. 
 
EMENTA: Habeas corpus: pretensão à reunião de diversos processos 
instaurados contra o paciente, por delitos contra a ordem tributária 
e contra a previdência social, sob alegada caracterização de crime 
continuado. Competência, por prevenção: nulidade relativa: 
preclusão. 
1. É da jurisprudência do Tribunal que é relativa a incompetência resultante 
de infração às regras legais da prevenção: daí a ocorrência de preclusão 
se, como sucedeu no caso, não foi arguida, no procedimento ordinário de 
primeiro grau, no prazo da defesa prévia. 
2. Resulta, pois, nos termos da parte final do art. 82 C.Pr.Pen., que, tanto o 
juízo da existência do crime continuado,quanto, se for o caso, a unificação 
das penas, hão de proceder-se no juízo da execução. 
3. Habeas corpus indeferido (STF, HC 81.134/RS, 1ª Turma, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, DJe 096 05/09/2007). 
c. Competência por distribuição; 
d. Competência por conexão ou continência. 
 
4.2. Quanto à arguição da incompetência 
→ EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. 
 Previsão normativa. 
CPP, arts. 95, II, e 108. 
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: 
[...]; 
II - incompetência de juízo; 
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, 
verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa. 
# “no prazo de defesa”. 
 
# Distinção em relação ao processo civil. 
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não 
suspenderão, em regra, o andamento da ação penal. 
 
 Incompetência: absoluta e relativa. 
Conhecimento ex officio. Admissibilidade. Reflexo. 
# Arguição de incompetência sem emprego de exceção: 
não impede que o magistrado conheça e aprecie a preliminar. 
 
# CPP, art. 95. Uso do termo exceções. 
 
# No processo penal o juiz pode declarar de ofício tanto 
a incompetência absoluta quanto a relativa. 
Súmula 33/STJ. A incompetência relativa não pode ser declarada de 
ofício. 
Atenção! 
STJ, 5ª Turma, HC 95.722/BA, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 
01.12.2009, DJe 01.02.2010; STJ, 5ª Turma, HC 51.101/GO, Rel. Min. Gilson 
Dipp, j. 02.05.2006, DJ 29.05.2006, p. 277. 
STJ, 1ª Seção, CC 1.506/DF, Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, j. 
13/11/1990, DJ 19/08/1991; STJ, 1ª Seção, CC 1.519/ SP, Rel. Min. Ilmar 
Galvão, j. 13/11/1990, DJ 08/04/1991 p. 3.862; STJ, 2ª Seção, CC 
1.589/RN, Rel. Min. Waldemar Zveiter, j. 27/02/1991, DJ 01/04/1991 p. 
3.413; STJ, 1ª Seção, CC 1.496/SP, Rel. Min. Helio Mosimann, j. 
13/11/1990, DJ 17/12/1990. 
 
# Magistrado. Ordem de apreciação das questões 
processuais. 
 
# Até que momento pode o juiz reconhecer de ofício sua 
incompetência? 
CPC, art. 494. 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, 
inexatidões materiais ou erros de cálculo; 
II - por meio de embargos de declaração. 
CPP, art. 399, § 2º. 
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
 
# Reconhecimento da incompetência absoluta/relativa ex 
officio. 
⋆ JUIZ RECIPIENTE. 
(a) Entende competente o juízo que declinou da 
competência. 
CPP, art. 114, I, c/c art. 115, III. 
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição: 
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem 
competentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato 
criminoso; 
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado: 
[...]; 
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa. 
 
(b) Entende que a competência é de outro juízo. 
(c) Aceita a competência. 
⋆ Ambas as partes poderão recorrer. 
RESE (CPP, art. 581, II). 
Em tese, as partes adversas no processo são concorrentemente 
legitimadas para recorrer contra a decisão do órgão jurisdicional 
perante o qual ajuizada a demanda, que, de ofício, decline de sua 
competência para conhecer dela (STF, AO 813 AgR/CE, Tribunal Pleno, 
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 31/08/2001). 
 
# Juiz rejeita arguição de declinação de incompetência 
formulado pelo MP. 
 
4.3. Quanto ao reconhecimento da 
incompetência no juízo ad quem 
→ RECONHECIMENTO DA INCOMPETÊNCIA NO JUÍZO AD 
QUEM. 
 Provocação das partes (v.g., preliminar de apelação 
pleiteando o reconhecimento da incompetência). 
 
 Ex officio. 
 
4.4. Quanto às consequências da incompetência 
absoluta e relativa 
→ CONSEQUÊNCIAS DA INCOMPETÊNCIA. 
 CPP, art. 567. 
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, 
devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz 
competente. 
 
# Mas qual a consequência do reconhecimento da 
incompetência? Haveria a anulação dos atos decisórios e probatório? 
Ou somente os atos decisórios devem ser reputados nulos? 
 
4.5. Quanto à coisa julgada nos casos de 
incompetência absoluta e relativa 
→ TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA CONDENATÓRIA 
OU ABSOLUTÓRIA PROFERIDA POR JUIZ INCOMPETENTE. 
 Juízo RELATIVAMENTE incompetente. 
# Incompetência relativa. Não arguição das partes 
oportuno tempore. Não manifestação ex officio. Prorrogação de 
competência. Não há falar em sentença proferida por juízo 
incompetente. Descabimento de habeas corpus e de revisão criminal. 
 
 Juízo ABSOLUTAMENTE incompetente. 
# Sentença absolutória ou declaratória extintiva da 
punibilidade. 
# Sentença condenatória ou absolutória imprópria. 
 
5. FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA CRIMINAL 
→ INFRAÇÃO PENAL. JUÍZO COMPETENTE. ETAPAS. 
 Hipótese. 
# Infração penal cometida na comarca “X”. Questões. 
1. Competência da Justiça: qual é a Justiça 
competente? 
2. Competência originária: o acusado é titular de foro 
por prerrogativa de função? O acusado encontra-se 
no exercício de cargo ou função que o sujeite 
diretamente a determinado tribunal, perante o qual 
deva ser oferecida a peça acusatória? 
3. Competência de foro ou territorial: qual o foro 
competente para processar e julgar a infração 
penal? Qual a COMARCA (Justiça Estadual), SEÇÃO e 
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIAS (Justiça Federal), 
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR (Justiça Militar 
da União) ou ZONA ELEITORAL (Justiça Eleitoral) 
competente? 
4. Competência de juízo: qual o juízo competente para 
processar e julgar a infração penal? 
5. Competência interna ou de juiz: qual o juiz ou órgão 
internamente competente? 
6. Competência recursal: a qual órgão jurisdicional 
compete o julgamento de eventual recurso? 
 
 Quanto ao processo penal comum. 
# CPP, art. 69. 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I - o lugar da infração (ratione loci); 
II - o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração (ratione materiae); 
IV - a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função (ratione personae/funcionae). 
 
# Finalidade de cada um dos critérios 
(a) Critério: NATUREZA da infração. 
 
(b) Critérios: LUGAR da infração e DOMICÍLIO (ou residência) 
do acusado. 
(c) Critérios: PREVENÇÃO ou DISTRIBUIÇÃO. 
(d) Critérios: CONEXÃO e CONTINÊNCIA. 
(e) Critério: PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. 
 
6. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
→ COMPETÊNCIA INTERNACIONAL ANTECEDE A 
DISTRIBUIÇÃO INTERNA DA COMPETÊNCIA CRIMINAL. 
 Questão. 
# É o poder judiciário brasileiro competente para o 
exame da pretensão punitiva? Ou seja, está-se diante de competência 
internacional? 
# Limites internacionais da jurisdição de cada Estado. 
Normas internas desse mesmo Estado. Limites. 
 
 Competência internacional na ordem interna. 
# CP, arts. 5º a 7º. 
Territorialidade 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e 
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública 
ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem 
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, 
achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no 
espaço aéreo correspondente, e estas em portoou mar territorial do 
Brasil. 
 
Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
 
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 
que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a 
pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não 
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro 
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

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