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DIP - Unidade I

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Unidade 1
I – Introdução
A expressão direito internacional (international law) surge com Jeremias Benthem em 1780, que a utilizou em oposição a national law. A palavra público foi acrescentada a fim de distinguir a matéria do direito internacional privado (conflict of laws), dos países de língua inglesa.
Dentro do DIP, a criação das normas é obra direta de seus destinatários – os Estados. Não há representação, (salvo exceções), como no caso dos parlamentos nacionais que se propõem a exprimir a voz dos povos, nem prevalece o princípio majoritário. A vontade singular de um Estado Soberano somente sucumbe para dar lugar ao primado de outras vontades reunidas quando aquele mesmo Estado tenha, antes, abonado a adoção de semelhante regra, qual sucede no quadro das organizações internacionais, a propósito de questões de importância secundária. Daí a dificuldade de imposição de sanção ao descumprimento de uma lei.
II – Definição e Denominação
O DIP é “o conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas dos Estados e, subsidiariamente, as das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações, e dos indivíduos”. (Accioly e Nascimento Silva, p. 3).
“É o ramo do Direito Público que estuda os princípios, normas ou regras que regem as relações (direitos e deveres) dos sujeitos (agentes ou atores) da sociedade internacional” (Adherbal M. Mattos, p. 03)
 III - SUJEITOS DO DIP
O Positivismo do séc. XIX considerava os Estados como os únicos sujeitos do Direito Internacional.
Já o indivíduo é reconhecido como sujeito do Direito Internacional por vários documentos internacionais desde 1945. Os mais notáveis são: os Estatutos do Tribunal de Nuremberg. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, Os Pactos: sobre Direitos civis e políticos e sobre direitos econômicos culturais e sociais de 1966 e a Convenção Européia dos Direitos Humanos de 1950. 
É toda entidade jurídica que goze de direitos e deveres internacionais e que possui capacidade de exercê-los.
Duas correntes existem na determinação dos sujeitos do DIP: Clássica
 Individualista ou Realista
Na clássica: o sujeito do DIP é somente os Estados
Na individualista ou Realista : somente o Indivíduo
Os países socialistas com o apoio de parte de doutrinadores, defendem a tese de que os Estados continuam a ser os únicos sujeitos do direito internacional e que se as organizações, os indivíduos, desfrutam de deveres e direitos de natureza internacional, estes decorrem exclusivamente da vontade do Estado.
DEFINIÇÃO DE ESTADO
Um agrupamento humano estabelecido permanentemente num território determinado e sob um governo independente.
ELEMENTOS CONSTITUCIONAIS DO ESTADO
Conforme estabelece a Convenção Interamericana sobre Direitos e Deveres do Estado(1933):
-População permanente (massa de indivíduos nacionais e estrangeiros)
-Território Determinado
-Governo
-Capacidade de se relacionarem com os demais Estados.
OBS: Alguns doutrinadores questionam a determinação do território.
Território determinado não deve ser entendido em sentido absoluto.
Quase todos os países da América Latina foram reconhecidos internacionalmente, muito embora suas fronteiras na época ainda não eram definidas.
 
IV – Fundamentos do DIP
Os Estados só se subordinam ao direito que livremente reconheceram ou construíram. Daí que o seu fundamento primário é o próprio consentimento. O princípio segundo o qual Os contratos devem ser cumpridos – Pacta sunt servanda – é um modelo de norma fundada no consentimento perceptivo (contrário ao consentimento criativo – de criação de leis). O consentimento perceptivo é o que se dá quando os Estados consentem em torno de normas que fluem inevitavelmente da pura razão humana, ou que se apoiam num imperativo ético.
V – Desenvolvimento Histórico
Há quem diga que o DIP existe desde que existem as nações estruturalmente constituídas. Outros, mais positivistas, preferem ver o nascimento do DIP vinculado ao nascimento dos tratados internacionais. Seja como for, geralmente, o desenvolvimento histórico do DIP é dividido em 4 ou 5 períodos. A seguir, identificamos4:
Primeiro Período
Na antiguidade, não havia nada de fato estruturado.
Na Grécia antiga (primeiras instituições do DIP, à época denominado “direito das gentes”: direito de asilo, arbitragem, necessidade de declaração de guerra etc.).
Em Roma – Império Romano, com sua expansão, enfraqueceu o DIP, fazendo com que todo direito fosse do Império. O Cristianismo introduziu as doutrinas de igualdade e fraternidade entre os homens. A igreja, teve um papel fundamental na criação e no desenvolvimento das instituições do DIP até o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna).
À essa época, o desenvolvimento do comércio marítimo era outro elemento que concorria para a formação de novas regras de direito interno, pelos chamados “costumes marítimos”.
Com a decadência do regime feudal no ocidente, a noção de Estado se torna mais precisa. Os povos vão tomando consciência da unidade nacional e esta permite o estabelecimento de relações continuadas entre os Estados.
A assinatura do Tratado de Vestefália (24.10.1648) pôs fim à Guerra dos Trinta Anos, que marcou a Europa de 1618 a 1648. Esse tratado marca o fim de uma era e o início de outra em matéria de política internacional, com acentuada influência sobre o direito internacional, que estava em seus primórdios.
2)Período que começa no final do século XV – descobrimento da América
Já havia diversos Estados formados e independentes na Europa. Surgiu a necessidade de conciliar suas mutuas relações e seus direitos divergentes, nascendo, assim, o DIP como “ciência”. No entanto, como “ciência jurídica sistematizada”,o DIP só surgiu no século XVII, com HUIG DE GROOT, pronuncia-se GRÓCIO, OU SEJA HUGO GRÓCIO(1583 a 1646) , da Holanda. Sua obra foi inspirada na Guerra dos 30 anos(De jure belli ac pacis, “O Direito da Guerra e da Paz”) e foi publicada em 1625, inspiradora do Tratado de Vestefália 1648), grande disseminadora do princípio da igualdade jurídica entre os Estados.
A final do século XVII, a Revolução Francesa e sua marcha de conquista, continuada, por Napoleão, destruíram os princípios do Tratado de Vestefália, não fornecendo campo árido ao desenvolvimento do DIP.
3)Século XIX
O DIP voltou a crescer com mais vigor a partir do século XIX, com o Congresso de Viena (1815), consagrando a queda de Napoleão e o nascimento de nova ordem política na Europa. Esse Congresso pregou, ainda, a proibição do tráfico de negros, afirmou a liberdade de navegação em certos rios etc. Foi formada, então, a Santa Aliança, entre Rússia, Áustria e Prússia, com a sustentação de sustentação de interesses dinásticos.
Foi nesse período também que se verificou a emancipação das antigas colônias portuguesas e espanholas e a consolidação do reconhecimento da independência dos Estados.
4)Séculos XX e XXI
Desenvolvimento pleno no século XX.
Período após II Guerra Mundial maior desenvolvimento.
1945 – criação da ONU.
1947 – criação da CDI (Comissão de Direito Internacional)
1961 – Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
1963 – Convenção de Viena sobre Relações Consulares
1969 – Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
1985 – Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados e organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais.
Período pós II Guerra: guerra fria – O DIP começa a se preocupar com os espaços aéreos e marinhos, firmando-se tratados sobre estes.
Em 1972 – A preocupação com o meio-ambiente entra em pauta, com a Confederação das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Desenvolvimento, em Estocolmo, seguida d vários tratados.
Em 1992 – Rio 92 – programaminuciosa para melhorar o meio-ambiente. Quase nada saiu do papel até hoje. O Brasil, no entanto, tem sido elogiado por cumprir suas metas.
Influência dos blocos econômicos: União Européia, NAFTA, Mercosul e outros.
5) Fontes do DIP
“Os documentos ou pronunciamentos dos quais emanam os direitos e deveres das pessoas internacionais”.
O Estatuto da Corte Internacional de justiça, Art. 38, fornece-nos uma lista das fontes consideradas:
Normas internacionais
Costume internacional
Princípios gerais de direito
Excepcionalmente, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados.
Ex aequo et bono ou equidade (não é a equity do direito anglo-americano, como erroneamente menciona Nascimento e Silva e Accioly)
Princípios Gerais do Direito 
Na existência de lacunas não solucionadas pelos Tratados Internacionais e Costumes Internacionais , a doutrina e a jurisprudência internacional , consideram os princípios gerais do direito elemento suplementar para aplicação.
O Direito Internacional é formado pelos seguintes princípios:
-Princípio da não agressão
-Princípio da solução pacífica dos Litígios entre os Estados
-Princípio da autodeterminação dos povos 
-Princípio da proibição da propaganda de guerra
-Princípio do uso da força ou ameaça de força
-Princípio da Boa Fé no cumprimento das obrigações internacionais
-Princípio da não intervenção nos assuntos internos dos Estados
-Princípio da igualdade soberana dos Estados
-Princípio do dever de cooperação internacional
-Princípio do Pacta Sunt Servanda, este princípio determina no Direito Internacional que os pactos devem ser obrigatoriamente cumpridos pelas partes 
 
 
Bibliografia:
Mazzuoli, Curso de Direito Internacional Público
J.F. Rezek, Direito Internacional Público. Curso elementar, ed. Saraiva, 7ª ed. 1998.
G.E. do Nascimento e Silva e Hildebrando Accioly. Manual de Direito Internacional Público. Ed. Saraiva. 14ª ed. 2000.
Adherbal Meira Mattos. Direito Internaiconal Público. Ed. Renovar. 1996.
Celso d. de Albuquerque Mello – Curso de Direito Internacional público – v. 1, 11ª ed. Ed. Renovar, 1997.

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