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Aula 05 Economia e Finanças Públicas p/ SEFAZ/PE Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 93 AULA 05 ± Sistema Monetário Nacional: origem, funções e formas de moeda; demanda e oferta de moeda; o sistema monetário e os meios de pagamento; criação e destruição de base monetária e meios de pagamento; efeito multiplicador da moeda; teoria quantitativa da moeda; moeda e inflação; instrumentos de controle monetário; sistema financeiro nacional. 6. Políticas fiscal, monetária e cambial (Parte II) SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA Conceito 02 Demanda de moeda 03 Oferta de moeda 05 Multiplicador monetário 12 Instrumentos de política monetária 17 Equilíbrio monetário 21 Taxa de juros nominal e real 24 Sistema Financeiro Nacional 25 Resumão da Aula 36 Exercícios Comentados 38 Lista de questões apresentadas na aula 77 Gabarito 93 Olá caros(as) amigos(as), Hoje nós veremos os assuntos relacionados à moeda, ou teoria monetária. Ressaltamos que este assunto, indiretamente, possuirá certa continuidade nas aulas 06 e 07 quando estudarmos os temas relacionados à política monetária, nos modelos IS-LM e de oferta e demanda agregada. Também estudaremos uma parte da matéria que não é muito cobrada nos concursos em Economia: O Sistema Financeiro Nacional. Veremos a estruturação e composição do sistema. Como o edital da SEFAZ/PE fixa o número de 10 questões para nossa matéria, pode ser que 1 das 10 questões seja sobre esse assunto. Assim, reunimos as principais definições nessa aula, tudo certo? Essa parte da matéria é meio decoreba, pois estudaremos as competências dos órgãos. O importante não é decorar, achamos mais produtivo dar uma lida nessa parte da aula mais perto da prova, ok? E aí, todos prontos?! Então, aos estudos! 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 93 1. TEORIA MONETÁRIA Estudar a teoria monetária significa, em primeiro lugar, estudar os assuntos atinentes à moeda. A abordagem deste assunto seguirá a seguinte sequência: primeiro, falaremos do conceito de moeda e de suas características. Segundo, faremos uma análise de por que as pessoas demandam moeda. Terceiro, veremos como ocorre o processo de oferta da moeda, dando atenção especial aos agregados monetários e à questão do multiplicador monetário, que são as partes mais cobradas em concursos. Em quarto, veremos os instrumentos de política monetária, que fazem aumentar ou diminuir a oferta de moeda na economia. Em quinto, estudaremos a questão do equilíbrio monetário para os clássicos (a teoria quantitativa da moeda) e para Keynes. Depois, estudaremos as diferenças entre a taxa de juros nominal e real. Por fim, faremos algumas considerações envolvendo a política monetária e também a política fiscal. 1.1. Conceito de moeda Moeda é tudo aquilo que é aceito para liquidar transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações. Ela é uma espécie de haver ou direito que o seu detentor tem perante a sociedade. Este haver ou direito é exercido ou cobrado quando o detentor da moeda compra bens e serviços. Veja que, por essa definição, qualquer coisa1 poderia ser moeda, desde que sirva para comprar bens e serviços, ou seja, desde que aceita como forma de pagamento. O que é utilizado como moeda varia ao longo do tempo2 e entre as diferentes comunidades, e requer-se apenas que o ativo que desempenhe esse papel cumpra as funções básicas atribuídas à moeda, que são estas: x Meio de troca Æ ser intermediária das trocas é sem dúvida a principal função da moeda e a que a distingue de outros ativos. Esta função da moeda é decorrência da aceitação geral da sociedade, que realiza as transações econômicas utilizando este ativo como meio de troca. 1 Nas pHQLWHQFLiULDV��SRU�H[HPSOR��SRGHPRV�GL]HU�TXH�R�³FLJDUUR´�IXQFLRQD�FRPR� moeda entre os presos. Favores e outras mercadorias são negociados com seus valores cotados em cigarros e estes funcionam como meio de troca dentro do sistema. 2 Ao longo da história, tivemos inúmeros tipos de moeda: moeda-mercadoria (sal, metais), moeda-papel (certificados que atestavam que você tinha determinada quantidade de metais depositada em uma casa de custódia, ou VHMD��XP�FHUWLILFDGR�³FRP�ODVWUR´���SDSHO-moeda ou moeda fiduciária (apenas um pedaço de papel, sem lastro, que todos acreditam ter valor, daí o termo ³ILGXFLiULD´��TXH�GHULYD�GH�³Ip´�� 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 93 x Unidade de conta Æ a moeda fornece o referencial para que os valores das demais mercadorias sejam cotados. Desta forma, os valores dos bens e serviços transacionados são expressos em quantidade de moeda, de tal forma que ela seja o denominador comum de valor. x Reserva de valor Æ esta é função decorrente de sua primeira função ± meio de troca. Só há sentido em utilizar a moeda como meio de troca se, entre uma transação em determinado momento e outra transação em momento posterior, ela mantiver durante certo intervalo de tempo o seu valor ou seu poder de compra. Moedas inseridas em economias altamente inflacionárias têm a sua função de reserva de valor seriamente comprometida. Além de desempenhar estas funções, também é aceito que a moeda deve possuir os seguintes atributos ou características: aceitação geral (todos tenham fé que o ativo vale alguma coisa), divisibilidade, durabilidade, baixo custo de carregamento e transferibilidade. Nota: não confunda atributos (divisibilidade, durabilidade, etc) com funções da moeda (reserva de valor, unidade de conta e meio de troca). Para concursos, estes três últimos são os mais importantes. 1.2. Demanda de moeda Com base nas funções da moeda, podemos começar a entender por que as pessoas a demandam. Em primeiro lugar, podemos entender que as pessoas demandam moeda para realizar as trocas, para poder comprar. Nesse sentido, então, os indivíduos não demandariam, ou não reteriam moeda por ela mesma, PDV�SHORV�EHQV�TXH�HOHV�SRGHP�DGTXLULU��$�PRHGD�³HP�VL´�QmR�YDOH�QDGD�� o que vale é o que ela nos permite comprar. Então, podemos entender que, em primeiro lugar, as pessoas demandam moeda para realizar transações, para poder adquirir bens e serviços. Essa é a chamada demanda de moeda pelo motivo transacional e ela é dependente da renda das pessoas. Isto é, quanto maior é a renda das pessoas, mais elas realizam transações econômicas e, por conseguinte, mais demandam moeda por motivos transacionais. Os indivíduos, contudo, não recebem renda diariamente na economia (pelo menos a maioria deles!). Por exemplo, o salário é pago de mês em mês. Por outro lado, os agentes realizam gastos diariamente 83395105172 . Edited withthe trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 93 (alimentação, transporte, etc). Assim, os indivíduos devem fazer frente a essas defasagens entre recebimentos e pagamentos guardando moeda para poderem fazer frente às transações necessárias. O ato de guardar moeda visando a usá-la em momentos futuros é a demanda de moeda por PRWLYR� SUHFDXFLRQDO� �RX� PRWLYR� ³UHVHUYD� GH� YDORU´�. Os indivíduos têm incerteza em relação ao futuro e guardam moeda para se precaver de infortúnios. Vale ressaltar que a demanda de moeda motivo precaução não é a quantidade de moeda que colocamos na poupança, mas sim aquela moeda que guardamos sem render juros, visando tão somente realizar transações em momentos futuros, caso seja necessário. A demanda por motivo precaucional, assim como por motivo transacional, é dependente da renda da pessoa. Quanto maior a renda, maior será a demanda precaucional (pessoas com maior renda realizam mais transações, o que também acarreta maior necessidade de guardar moeda visando a transações em momento futuros ± maior precaução). Vale ressaltar que a guarda de moeda, tanto pelo motivo transação, quanto pelo motivo precaução, não rende juros ao indivíduo. Esses dois motivos (transação e precaução) eram os únicos que alteravam a demanda por moeda, segundo os economistas clássicos. Um terceiro motivo para demandar moeda, ressaltado por Keynes durante a década de 1930, é o motivo especulação, também chamado de motivo portfólio. Os indivíduos, a priori, podem escolher manter sua riqueza na forma do ativo moeda (que possui liquidez absoluta) ou em títulos diversos que, apesar de possuírem menor liquidez que a moeda, geram rendimentos ao seu portador. Quando as pessoas demandam títulos, isso significa que elas estão abrindo mão de demandar moeda, e vice-versa. Ter um título significa ter menos moeda e ter mais moeda significa ter menos títulos. Assim, quando compramos um título (uma ação negociada na BOVESPA ou um título de renda fixa, por exemplo), abrimos mão de reter moeda (por motivos transação e precaução). Quando a taxa de juros é alta, as pessoas tendem a demandar títulos em vez de moeda, pois o custo de oportunidade3 de reter moeda é alto. Imagine só: se você sabe que o mercado financeiro possui títulos que rendem 10% ao mês de juros, você provavelmente terá interesse em comprar estes títulos. Comprando-os, você estará demandando menos moeda, pois o custo de oportunidade de retenção deste ativo (o que você deixa de ganhar retendo moeda em vez de títulos) é alto. 3 Custo de oportunidade é o custo relacionado ao que se deixa de ganhar se o agente econômico tivesse tomado outra decisão econômica. Assim, reter (guardar) moeda tem um custo de oportunidade relacionado ao que se deixa de ganhar caso tivesse aplicado o dinheiro no mercado financeiro, rendendo juros. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 93 Assim, podemos concluir o seguinte: quanto maior a taxa de juros, maior será a demanda por títulos e, por conseguinte, menor será a demanda por moeda. A demanda por moeda visando especificamente à compra de títulos é a nossa demanda motivo especulação. Assim, percebemos que a demanda de moda por motivo especulação é inversamente proporcional à taxa de juros, pois quando esta é alta, as pessoas geralmente demandam menos moeda e mais títulos. )D]HQGR� XP� ³PL[´ entre os três motivos pelos quais os agentes demandam moeda, temos o seguinte: Quadro 01: Motivo Variável determinante Relação: Variável X Demanda de moeda Transação Renda Direta Precaução Renda Direta Especulação Taxa de juros Inversa Pelo exposto, vemos que a demanda por moeda depende tanto da renda como da taxa de juros. Quanto maior (menor) for a renda, maior (menor) será a demanda por moeda. Quanto maior (menor) for a taxa de juros, menor (maior) será a demanda por moeda. As raízes dessas relações estão nos três motivos pelos quais os agentes demandam moeda (transação, precaução, especulação). Por fim, ressaltamos que os dois primeiros motivos (transação e precaução) são fruto da teoria clássica. Ou seja, para os economistas clássicos, a demanda por moeda não dependia, ou não era sensível à taxa de juros. $JRUD�� HP� ³(FRQRPrV´�� para os clássicos, a demanda por moeda era completamente inelástica4 à taxa de juros. Por outro lado, para Keynes, devido ao motivo especulação, a demanda por moeda era elástica à taxa de juros. Isto é, segundo a teoria keynesiana, a demanda por moeda sofria a influência da taxa de juros. 1.3. Oferta de moeda As transações realizadas pelos agentes econômicos podem ser realizadas na forma de papel-moeda (dinheiro em espécie ou, no linguajar SRSXODU�� GLQKHLUR� ³YLYR´�� RX� PHGLDQWH� moeda bancária (cheques, transferências bancárias, e/ou cartões de débito). 4 Em Economia, elasticidade tem o mesmo significado que sensibilidade. Assim, quando dizemos que a demanda por moeda, para os clássicos, era completamente inelástica à taxa de juros, estamos dizendo que ela não sofria qualquer influência da taxa de juros. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 93 A moeda bancária é aquela moeda que os agentes (o público) mantêm depositada nos bancos comerciais (é o nosso saldo em Conta Corrente quando tiramos o extrato bancário). Esse tipo de moeda também é chamada de moeda escritural. Se somarmos o dinheiro que está com o público na forma de papel- PRHGD� �GLQKHLUR� ³YLYR´�� H� R� GLQKHLUR� TXH� DV� SHVVRDV� WrP� SDUD� disponibilidade imediata em suas contas bancárias (moeda escritural), teremos os meios de pagamento da economia (M1), que é o principal agregado do sistema monetário. Assim, os meios de pagamento (M1) correspondem aos ativos com liquidez5 absoluta. Essa liquidez absoluta significa que esses ativos podem prontamente ser usados como poder de compra. Outra importante característica dos meios de pagamento (M1) se refere ao fato que eles não rendem juros ao seu detentor. Assim, para ser M1, o ativo deve possuir as seguintes características: i. Liquidez absoluta e ii. Não rende juros. Nesse sentido, note que o dinheiro em caderneta de poupança não pode ser considerado M1, pois rende juros ao seu detentor. Por outro lado, o dinheiro que possuímos em conta corrente é considerado M1, pois possui liquidez absoluta e não rende juros. Desta forma, percebe-se que os ativos que possuirão as FDUDFWHUtVWLFDV� LQHUHQWHV� DR� 0�� VmR� VRPHQWH� R� GLQKHLUR� ³YLYR´�� TXH� denominamos de papel-moeda em poder do público (PMPP) e o dinheiro em conta corrente, que denominamos de depósitos à vista (DV). Assim, temos: 5 Liquidez é a facilidade com queum ativo converte-se em poder de compra, isto é, transforma-se em outros bens e serviços. O dinheiro em espécie possui alta liquidez pois podemos comprar qualquer bem ou serviço possuindo dinheiro. Ações da BOVESPA, por outro lado, possuem nível de liquidez menor que o do dinheiro em espécie, pois não podemos usá-la, de forma imediata, para comprar bens. Imóveis, por exemplo, possuem baixíssima liquidez. Um carro VW Gol 1.0, flex, novo, possui liquidez maior que uma Brasília Amarela, ano 1978, com o motor quebrado. Características dos meios de pagamento M1 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 93 Meios de pagamento (M1) = Papel-moeda em poder do público (PMPP) + Depósitos a vista (DV) Î Só consideramos os depósitos a vista, pois os depósitos a prazo (CDBs, títulos de capitalização, etc) rendem juros, não se enquadrando, portanto, no conceito de M1. O agregado M1, também chamado de meio circulante, é o principal agregado do sistema monetário. O avanço do sistema financeiro e o processo de inovações financeiras fizeram (e vêm fazendo) com que vários outros ativos apresentem elevado grau de liquidez, tendo como exemplo os fundos de aplicação financeira, os certificados de depósitos bancários, poupança, etc. Isso dificulta a conceituação de meios de pagamento, pois a diferença entre os M1 e os outros ativos, no que tange ao grau de liquidez, é cada vez menor. Para resolver esse problema, desenvolveram- se novos agregados que buscam incorporar outros ativos com elevada liquidez. Esses novos ativos são chamados de quase-moeda ou haveres não-monetários (quando nos referimos genericamente à moeda, estamos tratando, na verdade, somente de moeda em seu conceito M1): Meios de pagamento restritos: M1 = PMPP + DV Meios de pagamento ampliados: M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias6 M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa7 + operações compromissadas e registradas no sistema SELIC8 Poupança financeira: 6 Instituições depositárias são aquelas onde o público mantém seus depósitos a vista. Entre estes títulos emitidos por estas instituições, temos, por exemplo, os títulos de capitalização e os próprios depósitos remunerados. 7 Os fundos de renda fixa não são classificados como M2, pois tais fundos possuem personalidade jurídica distinta da instituição que os negocia. 8 SELIC é o sistema especial de liquidação e custódia. É neste sistema que são transacionados, por exemplo, as ações negociadas em bolsas de valores, debêntures, derivativos, etc. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 93 M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez Nota: existe ainda o agregado M0, que seria somente o PMPP. Há alguns anos (hoje, não é mais assim!), essa divisão entre os agregados monetários ocorria pela ordem decrescente de liquidez, onde M1 era o agregado mais líquido e o M4 o agregado menos líquido. Hoje, essa divisão obedece a um critério que segue a natureza das instituições financeiras emissoras desses ativos. Assim, o M2 possui ativos que são emitidos pelas instituições depositárias e multiplicadoras de crédito (bancos comerciais). O M3 possui ativos emitidos pelos próprios particulares (empresas) e que são transacionados no sistema SELIC (ver nota de rodapé 8). Os fundos de renda fixa são conceituados como M3, e não M2, em virtude de esses fundos possuírem personalidade jurídica própria, diferente da instituição financeira que a negocia para o público. Por exemplo, quando compramos um título de renda fixa, nossa negociação, na verdade, é com o fundo no qual estamos investindo e não com o banco comercial. Esse fundo possui personalidade jurídica própria; o banco comercial que o negocia apenas intermedeia a atividade. Por isso, esses fundos de renda fixa são considerados M3, e não M2. O M4 é o agregado em que são conceituados os ativos cujo emissor é o poder público, logo, neste agregado, teremos os títulos públicos. &RORFDPRV�D�REVHUYDomR�³GH�DOWD� OLTXLGH]´��SRLV�RV�DJUHJDGRV�02, M3 e 0�� VmR� WRGRV� FRQVLGHUDGRV� ³TXDVH-PRHGD´�� 2X� VHMD�� SDUD� LVVR�� HOHV� devem possuir um razoável grau de liquidez. Observe que, apesar das diferenças entre eles, nota-se que qualquer agregado monetário (M1, M2, M3 ou M4) apresentado possui rápida possibilidade de se transformar em moeda para transação, o que dificulta o controle monetário do BACEN. De todos os agregados, conforme já sabemos, o único que não rende juros é o M1 e, por tal motivo, ele sofre todo o impacto da inflação. Quando a inflação se acelera, observa-se forte redução de M1 em comparação com outros agregados, o que é chamado de desmonetização9 da economia. Quando a inflação diminui, ocorre a monetização, tendo em vista os agentes aumentarem a quantidade de moeda (M1) em seu poder, já que não existe a perda de valor deste ativo da mesma maneira que ocorre em regimes altamente inflacionários. 9 Os agentes tentam não reter moeda no conceito M1, devido à perda resultante do processo inflacionário. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 93 1.3.1. Processo de expansão da moeda10 pelos bancos comerciais A participação dos depósitos a vista no conceito de moeda (M1) leva-nos a analisar o funcionamento do sistema bancário para se entender o processo de criação (oferta) da moeda e a maneira como os bancos comerciais o fazem. Os bancos, de um lado, captam recursos dos depositantes, para, de outro lado, emprestar estes mesmos recursos como crédito bancário. O lucro dos bancos (em sua maior parte) vem da diferença entre o que pagam como remuneração aos depósitos e os juros que recebem dos empréstimos que concedem. Esta diferença é o chamado spread bancário. Por isso, é interessante para um banco atrair o maior número de depositantes, ainda que eles não utilizem e/ou não remunerem pelos serviços rotineiros da instituição financeira (emissão de DOCs, pagamento de tarifas, contratação de seguros, utilização de cartão de crédito, etc). Isso acontece justamente pelo fato de o banco necessitar do dinheiro dos depositantes para emprestá-lo a outras pessoas. Quanto mais ele tiver, mais ele poderá emprestar, e quanto mais ele puder emprestar, mais ele lucrará. Esse procedimento de utilizar o dinheiro de alguns para HPSUHVWDU�D�RXWURV��QD�SUiWLFD��³FULD�PRHGD´� Vejamos passo a passo como isso ocorre. Os depósitos a vista são obrigações dos bancos com seus depositantes e podem ser resgatados a todo instante. Assim, se o banco emprestar todo o dinheiro que recebeu como depósito, corre o risco de o depositante requerer seu depósito de volta,e o banco não o possuir. Mas, o bom senso nos mostra que os depositantes resgatam apenas uma parte de seus depósitos. A prática, portanto, nos ensina que não há necessidade de o banco manter disponíveis para saque todos os recursos captados de seus correntistas ou depositantes. Assim, há dois destinos para os depósitos captados pelos bancos: uma parcela forma as reservas (R) e outra parte o banco empresta a outras pessoas (empréstimos), ou ainda, faz os investimentos (compra títulos do governo, títulos de outro banco, compra moeda estrangeira, etc). Assim, temos que: Depósitos a vista (DV) = Reservas (R) + Empréstimos/Investimentos Quando o banco utiliza parte dos depósitos à vista para emprestar para outras pessoas, ele está dando poder de compra para o indivíduo que obteve o empréstimo. O tomador do empréstimo realizará gastos, 10 Quando falamos em moeda, genericamente, estamos falando do conceito M1 (meios de pagamento). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 93 Reservas compulsórias Depósitos (encaixes ou reservas) junto ao BACEN Encaixes bancários (totais) = Reservas Reservas voluntárias Caixa pagando-os com o empréstimo recebido. Este dinheiro deverá retornar, em boa parte, para o sistema bancário na forma de depósitos daqueles que receberam o dinheiro como pagamento das despesas do tomador do empréstimo. Esses depósitos terão novamente o mesmo destino, uma parcela será reserva e a outra será emprestada, e assim por diante. Percebe-se, então, que houve uma multiplicação do depósito inicial em uma série de novos depósitos com base no processo: depósito Æ empréstimo Æ depósito Æ empréstimo Æ assim por diante. Voltemos nossa atenção agora para as reservas (R) que os bancos constituem sobre os depósitos a vista. Essas reservas podem ser de dois tipos: x Reservas compulsórias: é a parcela dos depósitos que os bancos são obrigados legalmente a depositar em suas contas junto ao BACEN11 para poderem fazer frente a suas obrigações; x Reservas voluntárias: são recursos que os bancos mantêm junto ao BACEN por opção, ou seja, sem que sejam obrigados a isto. Nota 1 Æ em livros ou em questões de prova, a palavra reservas pode aparecer também como encaixes ou depósitos (que é diferente de depósitos à vista ± DV). Assim, reservas compulsórias são o mesmo que encaixes ou depósitos compulsórios. Nota 2 Æ estas reservas acima explicadas são as reservas que os bancos comerciais fazem junto à autoridade monetária (no Brasil, é o BACEN). Podemos ainda WHU�UHVHUYDV�HP�³FDL[D´�QR�SUySULR�EDQFR��$VVLP�� de um modo mais completo, nós podemos dizer que os encaixes bancários ser divididos em: 11 O BACEN (Banco Central) é a autoridade monetária do país, e ele funciona FRPR�XPD�HVSpFLH�GH�³banco dos bancos´��$VVLP��FDGD�EDQFR�FRPHUFLDO�SRVVXL� XPD� ³FRQWD� FRUUHQWH´� QR� %$&(1� H� GHYH� GHL[DU� XPD� TXDQWLD� PtQLPD� Oi� depositada para fazer frente a seus compromissos. Essa quantia mínima é um percentual dos depósitos a vista de seus correntistas/depositantes. Essa quantia é a reserva ou depósito compulsório. Além disso, o BACEN é o responsável pela emissão de moeda e também é o depositário das reservas internacionais e o banco do Tesouro Nacional. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 93 Na prática, os bancos podem (veja bem, é apenas uma possibilidade) emprestar todos os recursos captados menos o volume que deve ser destinado à formação das reservas compulsórias. Além das reservas compulsórias, é comum os bancos manterem uma parcela dos depósitos como reservas voluntárias para fazer frente a qualquer emergência; como por exemplo, uma corrida dos depositantes para sacar o seu dinheiro. Veja que é a existência das reservas (voluntárias e compulsórias) que permite ao banco criar moeda por meio do empréstimo de parcela dos depósitos a vista, pois os bancos confiam que essas reservas garantem o atendimento das demandas de saque dos depositantes. Além disso, existe ainda o dinheiro que o banco mantém em caixa, e que é não definido nem como reservas compulsórias, nem voluntárias. Com base no processo acima descrito, podemos verificar que os bancos comerciais, por meio de sua capacidade de criar moeda, multiplicam a injeção de moeda inicial no sistema, o que definimos como multiplicação monetária. $� LQMHomR� PRQHWiULD� LQLFLDO� �D� TXDQWLGDGH� ³UHDO´�� RX� ³ItVLFD´�� GH� moeda) corresponde à soma entre o PMPP e as reservas dos bancos. Ou VHMD��³QD�EXFKD´��p�R�TXH�WHP�QR�VLVWHPD�PRQHWiULR��VH�WRGRV�RV�DJHQWHV� resolverem sacar moeda ao mesmo tempo. A esta injeção monetária inicial chamamos de base monetária (BM). BM = PMPP + Disponibilidades em caixa do sistema bancário (Conceito restrito de BM) Ou BM = PMPP + Encaixes totais (Conceito amplo de BM) Nota 1�� WHPRV� DLQGD� R� FRQFHLWR� GH� ³SDSHO� PRHGD� HP� FLUFXODomR´� (PMC), que significa o papel moeda que está disponível para utilização. O PMC corresponde à soma do PMPP e dos caixas dos bancos comerciais (estou falando apenas do caixa dos BC, não incluindo aquilo que os bancos comerciais deixam depositado no BACEN, que são as reservas compulsórias e voluntárias). Assim: PMC = PMPP + Caixa dos bancos comerciais. Ou seja, de modo intuitivo, o PMC é exatamente o que o nome fala: é o papel moeda que está em circulação; e isto representa o dinheiro que está com as pessoas (PMPP) e o dinheiro que está no caixa dos bancos (Caixa dos bancos comerciais) pronto para ser utilizado. Os depósitos voluntários e compulsórios estão depositados no BACEN e não estão circulando na economia, logo, não fazem parte do PMC. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 93 Nota 2�� QyV� WHPRV� DLQGD� R� FRQFHLWR� GH� ³SDSHO� PRHGD� HPLWLGR´� (PME). Ele seria toda a moeda que é emitida pela autoridade monetária. No Brasil, podemos entender12 que PME=PMC. A base monetária (BM) é multiplicada pelos bancos através do ³HPSUHVWD-deposita-empresta-GHSRVLWD´�� ID]HQGR�FRP�TXH�R�YDORU�GH�0�� circulante na economia seja muito maior que a base monetária. Assim, temos o seguinte: M1 = K . BM Onde: M1 = meios de pagamento = PMPP + DV K = multiplicador monetário (termo que mede a multiplicação monetária) BM = base monetária = PMPP + R13 A relação entre a BM e M1 corresponde ao multiplicador monetário (K) dos meios de pagamento. Isto significa que a quantidade de meio de pagamento circulante (M1) é muito maior que aquilo que realmente está de posse dos agentes (PMPP + os encaixes totais ou reservas totais14). O multiplicador monetário apresenta a(s) seguinte(s) formulação(ões): ۹ൌ � ܋ ܚǤ ܌ ������ܗܝ������۹ ൌ � െ ܌Ǥ ሺ െ ܚሻ� Onde c, d e r são coeficientes de comportamento: c = PMPP/M1 d = DV / M1 r = R / DV O coeficiente c (coeficiente do público) indica qual é a porcentagem dos meios de pagamento que fica na forma dH�GLQKHLUR�³YLYR´�QD�PmR�GR� público. É a proporção de encaixes (depósitos) que fica com o público, VRE�D�IRUPD�³manual´��SURSRUomR�GH�PRHGD�PDQXDO���&RPR�p�XP�PHLR�GH� 12 Do ponto de vista teórico, o PMC seria o PME menos o caixa da autoridade monetária (caixa do BACEN), de forma que: PMC = PME ± Caixa do BACEN. Acontece que, no Brasil, o caixa do BACEN é sempre igual a zero. Então, podemos entender que, no Brasil, PME=PMC. 13 Estas reservas incluem todos os encaixes bancários (reservas compulsórias e voluntárias, mais o caixa dos bancos). 14 O que está em poder do público é o PMPP, o que está em poder dos bancos são as reservas. A soma PMPP + R é a base monetária (BM). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 93 pagamento que não poderá ser multiplicado, pois não está depositado nos bancos comerciais, nós temos que, quanto maior for o c, menor será o multiplicador monetário K. O coeficiente d indica qual é a porcentagem dos meios de pagamento que fica depositada nos bancos comerciais. É a percentagem GH�PHLRV�GH�SDJDPHQWR�VRE�D�IRUPD�³HVFULWXUDO´��moeda escritural, que é diferente da moeda manual ± PMPP). Como é um meio de pagamento que fica em poder do setor bancário (dos bancos comerciais), nós temos que, quanto maior for o d, maior será o multiplicador monetário K. 2V� FRHILFLHQWHV� ³F´� H� ³G´� GHSHQGem basicamente do comportamento das pessoas. Ou seja, dependem das decisões do público quanto a manter o dinheiro em forma de moeda manual (PMPP), ou na forma de moeda escritural (DV). É importante mencionar que (c+d) sempre será igual a 1. Se somarmos c e d chegaremos a (PMPP + DV)/M1. Como PMPP+DV=M1, então, c+d=M1/M1=1. Podemos chegar a essa conclusão intuitivamente. As pessoas têm duas opções para guardar seus meios de pagamento. Ou elas põem no banco (na forma de DV), ou elas põem no bolso (na forma de PMPP). Logicamente, todo o dinheiro que não é posto sob a forma de PMPP, deverá ser colocado sob a forma de DV, e vice-versa. O coeficiente r (coeficiente de reservas) indica qual a porcentagem de depósitos à vista que ficam sob a forma de encaixes bancários (reservas bancárias=reservas voluntárias + reservas compulsórias + caixa do banco). Como é uma parte dos depósitos a vista que não será emprestada para outros indivíduos, nós temos que, quanto maior for o r, menor será o K. Vale destacar que esse coeficiente r depende tanto da política interna dos bancos (quantidade de reservas voluntárias e caixa), quanto do BACEN, que define a exigência de reservas compulsórias. Se uma questão de prova afirmar que os bancos estão obrigados a formar reservas compulsórias sobre 15% dos depósitos à vista e, ao mesmo tempo, estes bancos formam 20% de reservas voluntárias e 5% dos depósitos ficam no caixa, então, o coeficiente r será igual a 40% (15% + 20% + 5%). 2X�VHMD��HVWH�FRHILFLHQWH�³U´�GHSHQGH�GDV�GHFLV}HV�GRV� bancos comerciais e também das decisões do BACEN. Podemos resumir assim as relações entre os coeficientes de comportamento e o multiplicador monetário: Î 4XDQWR�PDLRU�R�³F´��PHQRU�R�.� Î 4XDQWR�PDLRU�R�³G´��PDLRU�R�.� Î 4XDQWR�PDLRU�R�³U´��PHQRU�R�.� 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 93 Além destes coeficientes, deve-se ter cuidado com outros que SRVVLYHOPHQWH� D� EDQFD� H[DPLQDGRUD� SRGH� ³DSUHVHQWDU´�� 3DUD� HVWD� situação, é interessante que você saiba uma fórmula adicional para o multiplicador no caso da banca lhe falar sobre a relação entre moeda manual em poder do público (PMPP) e os depósitos à vista (DV). Esta seria uma maneira alternativa de apresentar a taxa de retenção de PRHGD�SHOR�S~EOLFR��p�XPD�IRUPD�GLIHUHQWH�GH�HQ[HUJDU�R�FRHILFLHQWH�³F´� c = PMPP/DV Caso esta forma alternativa de coeficiente apareça, você deverá utilizar esta fórmula para o multiplicador monetário: ۹ ൌ � ܋܋ ܚ Mas, na maioria dos casos, a taxa de retenção de moeda pelo público é dada pelo coeficiente c=PMPP/M1, de tal forma que, em mais de 99% das questões, a fórmula do multiplicador a ser utilizada por você será a que foi apresentada primeiro, na página 12. Multiplicador monetário X multiplicador bancário O multiplicador que aprendemos nas últimas páginas é multiplicador monetário. É o cobrado em provas de concursos, geralmente. Mas existe também o multiplicador bancário, que possui um conceito um pouco diferente, não se confundindo com o multiplicador monetário. O multiplicador bancário diz respeito especificamente à capacidade do sistema bancário criar moeda escritural, dado que ele dispõe de apenas um certo valor de moeda manual em suas reservas. Isto é, o multiplicador bancário, de certa forma, procura isolar o setor bancário, considerando somente o que os bancos conseguem multiplicar a partir daquilo que eles possuem como reservas bancárias. Assim, no multiplicador bancário, não temos os coeficientes dependentes do FRPSRUWDPHQWR� GR� S~EOLFR� �FRHILFLHQWHV� ³F´� H� ³G´��� 7HPRV� VRPHQWH� R� FRHILFLHQWH�³U´��$�IyUPXOD�GR�PXOWLSOLFDGRU�EDQFiULR��.B) é bem simples: ۹۰ ൌ ܚ Observamos, portanto, que o valor do multiplicador bancário independe da parcela de moeda manual mantida em poder do público, pois ele é obtido apenas entre a relação entre depósitos à vista e reservas bancárias (KB=1/r ou KB=DV/R). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 93 O multiplicador bancário, conforme podemos notar, por só considerar o FRHILFLHQWH� ³U´�� DFDED� VHQGR� XP� GRV� FRPSRQHQWHV� TXH� GHWHUPLQDP� R� multiplicador monetário, mas não se confunde com ele. Quanto maior o multiplicador bancário, maior também será o multiplicador monetário. 1.3.2. Criação e destruição de moeda Além da criação de moeda por meio do sistema de depósitos e empréstimos, há também outras transações que têm a particularidade de aumentar ou reduzir a quantidade de meio circulante (M1) na economia. Deve-se entender criação ou destruição de moeda como sendo a mesma coisa que criação ou destruição de meios de pagamento (no conceito tradicional, ou seja, M1). Sabendo-se que este último é constituído por todos os ativos de liquidez imediata possuídos pelo setor não-bancário da economia, conclui-se que a criação ou destruição da moeda envolve uma transação entre o setor bancário e o setor não-bancário da economia (1ª. condição). Há criação de moeda quando o público recebe do setor bancário haveres monetários (papel-moeda em poder do público + depósitos à vista) e, emcontrapartida, entrega haveres não-monetários ao setor bancário. Por outro lado, a destruição de moeda ocorre quando o setor não bancário entrega haveres monetários ao setor bancário e, em contrapartida, recebe do setor bancário haveres não monetários. Assim, note que, para que haja criação ou destruição de moeda, é necessária a troca de haveres monetários e não monetários (2ª. condição). Se houver satisfação das duas condições simultaneamente, teremos uma operação de criação ou destruição de moeda. Æ Exemplos de criação de moeda: - uma pessoa faz um saque de seu depósito a prazo: há transação entre o uma pessoa (setor não bancário) e o banco (setor bancário). Ao mesmo tempo, o banco entrega para a pessoa um haver monetário (M1) e a pessoa entrega para o banco o título do depósito a prazo (haver não monetário ± não M1). - uma empresa desconta uma duplicata em um banco: há transação entre a empresa (setor não bancário) e o banco (setor bancário). Ao mesmo tempo, a empresa entrega para o banco um haver não monetário (a duplicata) e recebe um haver monetário (M1). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 93 - um exportador recebe em reais o valor correspondente a uma venda ao exterior: o exportador (setor não bancário) recebe um haver monetário (M1) e entrega um haver monetário ao banco (o exportador receberá um valor em moeda estrangeira pela venda. Essa moeda estrangeira, que não é considerada M1, deve ser trocada em um banco, sendo, portanto, um haver não monetário). - um banco adquire títulos governamentais de instituições financeiras, creditando suas contas correntes: o banco (setor bancário) entrega um haver monetário (M1) para o setor não bancário (governo) e recebe, em troca, um haver não monetário (títulos públicos). Æ Exemplos de destruição de moeda: - uma pessoa faz um depósito em sua caderneta de poupança: a pessoa (setor não bancário) entrega M1 (haver monetário) para o setor bancário e recebe em troca um haver não monetário (título de caderneta de poupança, que, não sendo depósito à vista, também não pode ser considerada M1). - um banco vende títulos governamentais ao público: o setor bancário entrega haveres não monetários (títulos públicos) ao setor não bancário (público), recebendo em troca haveres monetários (estamos supondo que o público esteja pagando com M1). - um importador paga ao banco o valor correspondente a uma compra no exterior: o importador (setor não bancário) entrega ao banco um haver monetário (M1) e recebe do setor bancário um haver não monetário (o valor correspondente em moeda estrangeira para realizar o pagamento da compra). - um banco vende um imóvel a uma empresa, recebendo o pagamento em dinheiro: o setor bancário entrega um haver não monetário (imóvel) ao setor não bancário, recebendo em troca um haver monetário. - uma pessoa paga um empréstimo bancário, sendo debitado em sua conta corrente: o setor não bancário (a pessoa) entrega um haver monetário (ela é debitada em conta corrente) ao setor bancário e, em troca, tem sua dívida, exigibilidade, ou título a pagar (haver não monetário) cancelados. Æ Exemplos em que não há criação nem destruição de moeda: - uma pessoa efetua um depósito à vista em sua conta corrente: não há operação havendo troca de haver monetário e não monetário. O dinheiro que entra na conta da pessoa é M1 (DV) e o que sai da pessoa também é 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 93 M1 (PMPP). Ademais, a transação não envolve setor bancário e não bancário. - um banco comercial realiza um empréstimo (redesconto) junto ao BACEN: não há criação ou destruição de moeda, pois a operação não ocorre entre setor bancário e não bancário. Neste caso, os dois lados representam o setor bancário. - União solicita empréstimo ao FMI e o valor recebido é depositado no BACEN: neste caso, ocorre transação entre setor não bancário (União) e setor bancário (aqui, o FMI é como se fosse um banco emprestador). No entanto, o FMI emprestará o valor em moeda estrangeira (dólares) que não é considerada M1 (para ser M1, tem que ser moeda nacional, que pode ser utilizada para fazer transações no país). Logo, a transação não envolve haver monetário (M1). 1.4. Instrumentos de política monetária Por política monetária, entende-se a atuação do Banco Central15 para definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda e nível de taxa de juros. Para exercer o seu papel, o BACEN dispõe dos seguintes instrumentos: x Emissões monetárias O BACEN tem o monopólio das emissões e deve colocar em circulação o volume de notas necessárias ao bom desempenho da economia. Caso queira aumentar a quantidade de meio circulante, basta emitir mais moeda. x Reservas obrigatórias dos bancos comerciais Representam importante instrumento de política econômica. Um aumento dessa taxa de reservas representará uma diminuição dos meios de pagamento, dado que os bancos comerciais emprestarão menos ao público e o farão com juros maiores (como há menos dinheiro disponível para emprestar, as taxas de juros sobem). Nesse sentido, se o governo opta por uma política de crescimento da demanda agregada (aumento do nível de emprego), poderá, para isso, reduzir a taxa de compulsório; por outro lado, numa política restritiva, anti-inflacionária, poderá aumentá-la. Essa política monetária age sobre o MULTIPLICADOR MONETÁRIO. 15 O Banco Central (BACEN) é o órgão que controla a oferta monetária no país e os assuntos a ela relacionados. Entre outras, são funções do BACEN: ser o banco dos bancos, ser o banqueiro do Tesouro Nacional, controlar a oferta de moeda, possuir o monopólio da emissão de moeda nacional, zelar pelo valor da moeda nacional (controlar a inflação), regular e fiscalizar o sistema financeiro. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 93 x Redescontos Em suma, são empréstimos que o BACEN realiza para os bancos comerciais. Como todo empréstimo, possui taxas de juros. Se a taxa de juros do redesconto for baixa, haverá incentivo para os bancos comerciais tomarem dinheiro emprestado, logo, haverá melhores possibilidades para a expansão dos meios de pagamento, pois os bancos poderão utilizar o dinheiro do empréstimo tomado junto ao BACEN para emprestá-lo ao público. Vale ressaltar que redesconto é uma coisa e taxa de redesconto é outra. Por exemplo, se a questão falar que o redesconto é elevado, devemos entender que há mais expansão monetária, pois os bancos tomaram mais empréstimos junto ao BACEN. Por outro lado, se a questão fala que a taxa de redesconto é elevada, devemos entender que há desincentivo à expansão monetária e há elevação das taxas de juros (se os juros que o BACEN cobrados bancos comerciais for aumentado, haverá também elevação dos juros que os bancos comerciais cobram da população). Assim, fique atento! Preste atenção ao que está sendo falado: redesconto ou taxa de redesconto. AtenomR� UHGREUDGD� QR� FDVR� GH� DSDUHFHU� ³WD[D� GH� UHGHVFRQWR´�� 4XDQGR� HOD� p� UHGX]LGD�� SRU� H[HPSOR�� WHPRV� XPD� possibilidade de haver expansão dos meios de pagamento. Assim, resumidamente, temos: Aumento do redesconto Î haverá expansão dos meios de pagamento; e poderá haver redução das taxas de juros. Redução da taxa de redesconto Î pode haver expansão dos meios de pagamento; e haverá redução das taxas de juros. x Operações de mercado aberto (open market) São compras e vendas de títulos públicos no mercado de capitais. Quando o BACEN compra títulos no mercado, aumentam os depósitos no sistema bancário e, com isso, o volume de reservas, permitindo a ampliação da oferta de moeda pelos bancos. Isto acontece porque o governo, neste caso, entrega moeda ao mercado e retira os títulos. Quando o BACEN vende títulos, ele enxuga a quantidade de moeda, pois estará recebendo moeda (reduzindo os depósitos no sistema bancário) e entregando títulos. x Regulamentação e controle de crédito O BACEN também afeta o M1 via regulamentação e controle de crédito. Isso pode ser feito via política de juros, controle de prazos, regras para financiamentos, etc. Por exemplo, se o BACEN determinar que os financiamentos para automóveis poderão ser feitos em, no máximo, 12 meses, isso, com certeza, desincentivará a oferta de moeda, pois haverá forte redução nos financiamentos (menor expansão do M1). x Utilização das reservas internacionais 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 93 Reservas internacionais representam a quantidade de meios de pagamento aceitos internacionalmente (geralmente moeda estrangeira) no caixa do BACEN. Quando o BACEN compra moeda estrangeira, visando aumentar as reservas internacionais, isto significa aumento de M1 (política monetária expansiva). Isto acontece porque o BACEN, ao comprar moeda estrangeira, despeja R$ na economia, aumentando a quantidade de moeda M1, e recolhe moeda estrangeira, que não é considerada meio de pagamento (não é considerada M1). Por outro lado, quando o BACEN vende moeda estrangeira e diminui o seu estoque de reservas internacionais, ele provoca o enxugamento da liquidez na economia (diminui a quantidade de M1). Isto acontece porque ele despeja moeda estrangeira (não é M1) e recebe R$ em troca, reduzindo a quantidade de M1. A alteração da taxa de juros do COPOM Quando assistimos ao noticiário na TV, é comum ouvirmos a seguinte DILUPDomR�� ³R� &2320� �&RPLWr� GH� 3ROtWLFD� 0RQHWiULD�� GHFLGLX� HOHYDU�UHGX]LU�D�WD[D�GH�MXURV�HP�;�´��3RU�PHLR�GLVVR��VRPRV�LQVWDGRV�D� pensar que a alteração da taxa de juros ocorre por meio de uma simples decisão administrativa. 1D�YHUGDGH��R�JRYHUQR�QmR�GHFLGH�D�WD[D�GH�MXURV�HP�XPD�³FDQHWDGD´�GR� COPOM. O governo se compromete a buscar aquela taxa de juros que foi DFRUGDGD�QD�UHXQLmR��$�WD[D�GH�MXURV�p�R�SUHoR�GR�³EHP´�PRHGD��$VVLP�� se o governo quiser reduzir a taxa de juros, ele pode aumentar a oferta de moeda na economia (quando aumentamos a oferta de um bem, seu preço cai). Se ele quiser aumentar a taxa de juros, ele pode reduzir a oferta de moeda na economia (quando reduzimos a oferta de um bem, seu preço aumenta). Neste caso, o BACEN utilizará os instrumentos que foram aprendidos logo acima para variar a oferta de moeda e garantir a taxa de juros que ele deseja. Quando isto acontece, ou seja, quando o governo visa determinar a taxa de juros e deixa a oferta de moeda variar, para garantir o nível da taxa de juros que ele quer, nós dizemos que a política monetária é passiva. Quando o governo controla a oferta de moeda, e a taxa de juros pode variar livremente, nós dizemos que a política monetária é ativa. Não é possível ao governo adotar, ao mesmo tempo, política monetária ativa e passiva. Deve-se escolher uma das duas (ou se controla a oferta de moeda, ou se controla a taxa de juros). Veja que os conceitos de política monetária ativa e passiva levam em 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 93 conta o controle da quantidade de moeda na economia. Se o governo quiser controlar a oferta monetária, e deixar a taxa de juros variar, a política monetária é ativa. Se o governo quiser controlar os juros (é o caso do Brasil, hoje), e deixar a oferta de moeda variar, a política monetária é passiva. 1.5. Relação entre a política monetária, renda, inflação e juros Primeiramente, devemos entender que política monetária expansionista, inflacionária, ou expansiva é aquela voltada para o aumento da quantidade de meio circulante (M1) na economia. Por outro lado, quando o governo adota medidas para reduzir a quantidade de M1, estará utilizando política monetária restritiva, ou anti-inflacionária. Também podemos entender que qualquer política do governo no sentido de aumentar o multiplicador monetário é considerada política monetária expansiva, assim como qualquer ato do governo no sentido reduzir o multiplicador monetário é política monetária restritiva. o Política monetária Æ renda: vários modelos econômicos demonstram que o aumento na quantidade de M1 na economia (política monetária expansiva) provoca aumento da renda ou demanda agregada, aumentando os níveis de emprego. Neste caso, os efeitos da política fiscal e monetária são semelhantes sobre a renda ou produto da economia. o Política monetária Æ nível geral de preços: políticas expansivas, tal qual ocorre com a política fiscal, provocam pressões inflacionárias (aumento de preços). o Política monetária Æ taxas de juros: a taxa de juros é o preço do dinheiro. Quando há política monetária expansiva, há mais dinheiro circulando. Mais dinheiro circulando indica que ele está mais barato (tudo em excesso fica mais barato: é mera aplicação dos mecanismos de oferta e demanda). Como maior quantidade de M1 indica que a moeda está mais barata, as taxas de juros estarão mais baixas. Assim, caso o governo queira reduzir as taxas de juros, poderá praticar política monetária expansionista. Por outro lado, quando os meios de pagamento ficam mais escassos (política monetária restritiva), a moeda fica mais cara, ou seja, a taxa de juros (preço da moeda) aumenta. Segue um resumo sobre os efeitos e instrumentos da política monetária: Quadro 02: 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 93 Política monetária Instrumentos Consequências EXPANSIVA Redução da exigência de depósito compulsório Aumenta a renda/emprego Aumento da inflação Redução das taxas de juros Redução da taxa de redesconto Compra de títulos RESTRITIVAAumento da exigência de depósito compulsório Reduz a renda/emprego Redução da inflação Aumento das taxas de juros Aumento da taxa de redesconto Venda de títulos Nota Æ as consequências da política monetária sobre a inflação, renda e taxas de juros ficarão mais claras quando estudarmos os modelos IS-LM e oferta/demanda agregada nas próximas aulas. 1.6. Equilíbrio monetário O equilíbrio monetário pode ser visto sob duas óticas: segundo a teoria clássica e segundo a teoria Keynesiana. Pela teoria clássica, utilizamos a teoria quantitativa da moeda; comecemos nossa análise por ela. 1.6.1. Equilíbrio monetário para os clássicos - Teoria quantitativa da moeda (TQM) A TQM é basicamente um modo de se enxergar o papel na economia que se coaduna com a teoria clássica. A TQM é fundamentada basicamente sobre a seguinte formulação: MV = PT Onde: M=oferta de moeda (base monetária), V=velocidade de circulação da moeda, P nível geral de preços e T=quantidade de transações ocorrida no sistema econômico. A equação nos diz que o volume de moeda multiplicado por sua velocidade (número de transações financiado pela mesma unidade monetária) é igual ao volume monetário das transações realizadas na economia. Esse volume monetário é a quantidade de transações multiplicada pelos preços destas transações (PxT). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 93 Assumindo-se que a economia esteja no pleno emprego, que é um pressuposto da economia clássica (a quantidade de transações ± T ± esteja em seu máximo), e a velocidade de circulação da moeda seja constante; aumentos da oferta de moeda ± M ± tenderão a aumentar os preços ± P ± para que se mantenha a igualdade. Na verdade, a equação nos afirma que, na teoria clássica, coeteris paribus, aumentos da oferta monetária provocarão somente aumento dos preços. Assim, quando a oferta monetária é aumentada, isto acabará provocando inflação. Ao mesmo tempo, a quantidade de moeda determina o nível de geral de preços. Se a quantidade de moeda na economia é alta, o nível geral de preços estará alto. Se a quantidade de moeda na economia é baixa, o nível geral de preços estará baixo. O aumento da quantidade de moeda faz surgir a inflação (aumento do nível geral de preços). Esta teoria não é amplamente aceita por todos os economistas, pelo fato de existirem duas suposições que são difíceis de serem verificadas na prática: a economia deve estar em pleno emprego e a velocidade de circulação da moeda deve permanecer constante. Outro fator importante na TQM é fato de que ela desconsidera totalmente o papel da taxa de juros sobre a renda. Para os clássicos, a demanda por moeda depende somente da renda e não da taxa de juros. A dependência da demanda por moeda em relação à taxa de juros devido ao motivo especulação foi ressaltada por Keynes, em crítica à teoria clássica. Por fim, devemos fazer um breve comentário sobre a questão da velocidade de circulação da moeda, ou velocidade-renda da moeda. Ela significa a quantidade de "giros" que uma unidade monetária dá, criando renda durante certo período de tempo. É aceito que a demanda por moeda depende desta velocidade-renda da moeda. É algo menos visto nos livros em geral, mas que já apareceu em prova. A demanda por moeda é inversamente relacionada com a velocidade-renda da moeda. Isto é, quanto maior a velocidade com que a moeda circula na economia, menor será a demanda das pessoas por moeda. Isto é explicado pelo fato de a moeda chegar na mão das pessoas com mais rapidez, fazendo com que haja menos necessidade de mais moeda. Assim, quanto mais velozes são os giros que a moeda dá, menor é a demanda por moeda das pessoas. Maneira alternativa de apresentar a TQM 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 93 A Teoria Quantitativa da Moeda ainda pode ser expressa pela Equação de Trocas a seguir: MV = PY Onde M representa os meios de pagamento, V a velocidade de circulação da moeda, P o nível de preços e Y o produto (ou renda) real da economia, e PY é o produto nominal da economia. Observe que se descontarmos o nível de preços do produto nominal (PY/P), chegaremos ao produto real (Y). Ou seja, o PIB real é igual ao PIB nominal descontada a inflação do ano. Veremos mais sobre a inflação na aula sobre Oferta e Demanda Agregada. 1.6.2. Equilíbrio monetário para Keynes Na visão keynesiana, o equilíbrio monetário é atingido quando a oferta é igual à demanda de moeda. Segundo Keynes, a oferta e a demanda de moeda exercem um papel importante sobre a taxa de juros, e esta exerce um papel importante sobre a renda. Para Keynes, uma expansão monetária causaria o seguinte, se a economia estiver abaixo do pleno emprego: x Com mais moeda, a taxa de juros fica mais barata, incentivando os investimentos das empresas; x Os investimentos das empresas é um dos elementos da demanda agregada. Havendo mais investimentos, haverá mais renda, aumentando, assim, o nível de emprego. Conforme nós colocamos, isto acontecerá se a economia estiver abaixo do pleno emprego (com capacidade ociosa; ou com desemprego de recursos). Se, por outro lado, a economia estiver em pleno emprego (utilização total da capacidade instalada), o aumento da oferta de moeda provocará somente inflação (aumento de preços), exatamente como apregoa a TQM. Veja, então, que Keynes não contraria totalmente a TQM, mas, para ele, ela só se aplica se a economia estiver no pleno emprego. Nota Æ estas questões das relações entre juros, renda, emprego, inflação, Keynes, clássicos; enfim, tudo isso ficará mais claro na próxima aula. Portanto, se você teve dificuldades em entender essa parte final da aula, não se preocupe, pois mais à frente tudo ficará mais claro. Apenas colocamos QHVWD� DXOD�� SRLV� VmR� DVVXQWRV� GHQWUR� GR� DVVXQWR� ³PRHGD´�� 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 93 Quando você ler as aulas pela segunda vez (e esperamos que isso seja feito!), tudo se encaixará perfeitamente. Adendo: taxa real x taxa nominal de juros A taxa de juros nominal corresponde ao ganho monetário obtido por determinada aplicação, independente do comportamento do valor da moeda (independente da inflação). Por exemplo, se eu (Jetro) aplico hoje R$ 100,00 e resgato daqui a 01 mês R$ 130,00, a taxa de juros nominal foi de 30% a.m., ou seja, os R$ 30,00 que eu ganhei em relação aos R$ 100,00 que apliquei. Se eu tivesse resgatado R$ 300,00, a taxa de juros nominal teria sido de 200% a.m. A taxa de juros real corresponde ao ganho que se obtém em termos de poder de compra. Ou seja, ela corresponde à taxa de juros nominal recebida, descontada a perda de valor da moeda,isto é, descontada a inflação no período da aplicação. Ou seja, a taxa de juros real é igual à taxa de juros nominal menos a taxa de inflação. Suponha que eu tenha aplicado R$ 100,00 e resgatado R$ 130,00; mas a inflação no período tenha sido de 30%. Neste caso, percebemos claramente que os 30% que eu ganhei nominalmente foram totalmente corroídos pela inflação. Do ponto de vista real, descontada a inflação, o ganho da aplicação foi de 0%. Assim, podemos definir que a taxa de juros nominal corresponde à soma entre a taxa de juros real e a taxa de inflação: n = r + i Î r = n ± i 2QGH�³Q´�p�D�WD[D�QRPLQDO��³U´�p�D�WD[D�UHDO�H�³L´�p�D�LQIODomR��(VVD� equação acima reflete o chamado efeito Fisher, e mostra que a taxa de juros real depende, além da remuneração nominal, da taxa de inflação. Além da formulação acima, existe esta também: (1 + n) = (1 + r).(1 + i) Î (1 + r) = (1 + n)/(1 + i) A expressão acima tem o mesmo significado da equação de Fisher (n = r + i). A diferença é que estamos trabalhando com índices, e não com taxas. Nos dois casos, você pode perceber que se a taxa de inflação é 0% (i=0), então, as taxas de juros nominal e real serão iguais. Se a taxa de inflação for maior que a taxa nominal de juros, os juros reais indicarão perda de rendimento da aplicação. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 93 Î POLÍTICA MONETÁRIA X POLÍTICA FISCAL Conforme vimos nesta e na última aula, e será aprimorado mais à frente, as políticas monetária e fiscal representam meios alternativos para se conseguir as mesmas finalidades: alteração do nível de emprego, inflação e juros. Assim, pode nos parecer que essas duas políticas possuem a mesma eficácia e efeito sobre a economia, o que não é verdade. Na realidade, é aconselhável que a política econômica seja executada mediante uma combinação adequada de instrumentos fiscais e monetários. Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é a melhoria da distribuição de renda; isso pode ser obtido via taxação das rendas mais altas (tributação progressiva) e aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos (obras públicas em locais mais necessitados). A política monetária é mais difusa e genérica, sendo mais difícil direcioná-la a um ou outro setor, sendo, portanto, menos eficaz no que se refere a aspectos distributivos. No entanto, a política monetária apresenta resultados mais imediatos, dado que depende apenas de decisões diretas das autoridades monetárias, enquanto a implementação de políticas fiscais depende da votação do congresso (mais especificamente, a votação do orçamento), o que causa uma defasagem de tempo entre a tomada de decisão e a adoção na prática das medidas fiscais. As medidas fiscais ainda são sujeitas a maiores restrições de ordem institucional ou legal (só podem ser efetivadas no exercício fiscal seguinte, tem que estar previsto na lei do orçamento, às vezes, deve constar ainda no Plano Plurianual, etc). 2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 2.1 Introdução O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. São todas as instituições que fazem a intermediação financeira no nosso país. O SFN foi criado por lei. Podemos, então, entender o SFN como a estrutura jurídica criada para organizar e atribuir competências aos responsáveis pela intermediação financeira no Brasil. Você verá que algumas atribuições que estudamos como sendo do BACEN, foram dadas, no Brasil, por meio de lei, a outros órgãos do SFN. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 93 Atualmente, a Lei que regula o Sistema Financeiro Nacional é a Lei 4.595/64�� FRQKHFLGD� FRPR� ³/HL� GD� 5HIRUPD� %DQFiULD´�� (VVD� OHL�� FULRX� R� Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário Nacional, órgãos que conheceremos um pouco mais aprofundadamente, adiante. Em paralelo com a Lei 4.595/64, temos também outras duas leis, não tão importantes quanto a primeira, mas que também foram importantes para a formação do sistema financeiro nacional que possuímos hoje. São as leis 4.380/64 (que criou o Sistema Financeiro da Habitação e o Banco Nacional da habitação) e 4.728/65 (que reformou o Mercado de Capitais do Brasil). Posteriormente a essas leis, tivemos várias outras, que alteraram a estrutura e o funcionamento do SFN. O Sistema Financeiro Nacional passou por muitas alterações até chegar à estrutura atual. Hoje, o SFN é assim constituído: Orgãos normativos Entidades supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional -CMN Banco Central do Brasil - Bacen Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Bancos de Câmbio Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Comissão de Valores Mobiliários - CVM Bolsas de mercadorias e futuros Bolsas de valores Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Superintendência de Seguros Privados - Susep Resseguradores Sociedades seguradoras Sociedades de capitalização Entidades abertas de previdência complementar Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) Fonte: Banco Central do Brasil O Sistema Financeiro Nacional ± SFN - pode ser subdivido em entidades normativas, supervisoras e operacionais. Os órgãos normativos são responsáveis pela definição das políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, mas não possuem nenhuma função de executar essas políticas e diretrizes. Em geral, são entidades colegiadas, com atribuições específicas e utilizam-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada das decisões. Atualmente, no Brasil, funcionam como entidades normativas o Conselho Monetário Nacional ± CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar ± CNPC. As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 93 funções executivas, como a fiscalização das instituições sob sua responsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central do Brasil ± BCB, a Comissão de Valores Mobiliários ± CVM, a Superintendência de Seguros Privados ± SUSEP e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar ± PREVIC são as entidadessupervisoras do Sistema Financeiro Nacional. Por último, temos as entidades operadoras, que são todas as demais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não, como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupadores e tomadores ou pela prestação de serviços que envolvam intermediação financeira. Dado o panorama geral do SFN, a partir de agora veremos cada um dos componentes do sistema financeiro nacional. Assim, atenderemos ao que o edital da SEFAZ/PE nos pede. 2.2 Órgãos Normativos 2.2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) Começaremos pelo órgão de maior importância. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo do sistema monetário. É responsável pela fixação das metas e diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do país. Compete ao CMN: - Determinar as normas de atuação das instituições financeiras; - Regular o valor interno e externo da moeda nacional; - Adaptar a quantidade de meios de pagamento às reais necessidades da economia; - Zelar pela solvência (capacidade de honrar as dívidas) do SFN e coordenar a política monetária; - Orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras. O CMN é composto pelo Ministro da Fazenda (que preside o Conselho), pelo Ministro do Planejamento e pelo Presidente do BACEN. Junto ao CMN funcionam algumas comissões consultivas. A de maior destaque é a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, responsável pela condução do plano Real. 2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é responsável por fixar diretrizes e normas da política de seguros privados. Atualmente, é 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 93 composto pelo Ministro da Fazenda, pelo Superintendente da Superintendência de Seguros Privados e por representantes do Ministério da Justiça, do Ministério da Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O CNSP desempenha as atribuições de fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados, regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência Privada, Resseguradores e Corretores de Seguros. O CNSP também fixa as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta e disciplina a corretagem de seguros e a profissão de corretor. 2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar O CNPC tem a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar (Fundos de Pensão). Cabe também ao CNPC julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar (atual PREVIC). O CNPC é presidido pelo ministro da Previdência Social e composto por representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. 2.3 Entidades Supervisores 2.3.1 Órgãos ligados ao Conselho Monetário Nacional (CMN) Banco Central do Brasil - BCB O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulgação da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64). Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. ͒É uma autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 93 A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a cargo exclusivo do BCB. O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo Presidente da República após a aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior votação secreta. Entre as várias competências do BCB destacam-se: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do Sistema Financeiro Nacional; Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional; Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um dia, conhecida como taxa SELIC; Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional; Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior; Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de compensação); Emitir papel-moeda (cabe destacar que o papel do BACEN é EMITIR moeda. Quem produz o dinheiro, faz a moeda, é a Casa da Moeda e não o BACEN); Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro necessária às atividades econômicas; Manter o nível de preços (inflação) sob controle; Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros; Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de redesconto; Executar o sistema de metas para a inflação; Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional; Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio; Administrar as reservas internacionais brasileiras; Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais; Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras. Regular o sistema de compensação de cheques. Existe também uma outra classificação mais tradicional que os Economistas utilizam acerca das funções de um Banco Central. 1. Banco Central como Banqueiro do governo: Quando o BACEN guarda as reservas internacionais em ouro ou em moeda estrangeira do Governo. No Brasil, o BACEN é responsável, ainda, por manter a Conta Única do Tesouro Nacional, que é operacionalizada pelo Banco do Brasil (BB). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 93 2. Banco Central como Autoridade Monetária: É o BACEN que autoriza a emissão monetária do país 3. Banco Central como Executor da Política Monetária e Cambial: Essa competência ocorre quando o BACEN insere ou retira moeda do mercado visando alterar a taxa de juros bem como quanto executa os instrumentos de política monetária (recolhimentos compulsórios, redescontos, mercado aberto, etc) ou cambial
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