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SEFAZ PE XEST econofinancpub heberejetro Aula 05 Oferta e Demanda de Moeda, Política Monetária

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Aula 05
Economia e Finanças Públicas p/ SEFAZ/PE
Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho
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Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE 
Teoria e exercícios comentados 
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 
 
 
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AULA 05 ± Sistema Monetário Nacional: origem, 
funções e formas de moeda; demanda e oferta de 
moeda; o sistema monetário e os meios de 
pagamento; criação e destruição de base 
monetária e meios de pagamento; efeito 
multiplicador da moeda; teoria quantitativa da 
moeda; moeda e inflação; instrumentos de 
controle monetário; sistema financeiro nacional. 
6. Políticas fiscal, monetária e cambial (Parte II) 
 
SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA 
Conceito 02 
Demanda de moeda 03 
Oferta de moeda 05 
Multiplicador monetário 12 
Instrumentos de política monetária 17 
Equilíbrio monetário 21 
Taxa de juros nominal e real 24 
Sistema Financeiro Nacional 25 
Resumão da Aula 36 
Exercícios Comentados 38 
Lista de questões apresentadas na aula 77 
Gabarito 93 
 
Olá caros(as) amigos(as), 
 
Hoje nós veremos os assuntos relacionados à moeda, ou teoria 
monetária. Ressaltamos que este assunto, indiretamente, possuirá certa 
continuidade nas aulas 06 e 07 quando estudarmos os temas relacionados 
à política monetária, nos modelos IS-LM e de oferta e demanda agregada. 
 
Também estudaremos uma parte da matéria que não é muito 
cobrada nos concursos em Economia: O Sistema Financeiro Nacional. 
Veremos a estruturação e composição do sistema. Como o edital da 
SEFAZ/PE fixa o número de 10 questões para nossa matéria, pode ser 
que 1 das 10 questões seja sobre esse assunto. Assim, reunimos as 
principais definições nessa aula, tudo certo? Essa parte da matéria é meio 
decoreba, pois estudaremos as competências dos órgãos. O importante 
não é decorar, achamos mais produtivo dar uma lida nessa parte da aula 
mais perto da prova, ok? 
 
 E aí, todos prontos?! Então, aos estudos! 
 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 
 
 
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1. TEORIA MONETÁRIA 
 
Estudar a teoria monetária significa, em primeiro lugar, estudar os 
assuntos atinentes à moeda. A abordagem deste assunto seguirá a 
seguinte sequência: primeiro, falaremos do conceito de moeda e de 
suas características. Segundo, faremos uma análise de por que as 
pessoas demandam moeda. Terceiro, veremos como ocorre o processo 
de oferta da moeda, dando atenção especial aos agregados monetários 
e à questão do multiplicador monetário, que são as partes mais 
cobradas em concursos. Em quarto, veremos os instrumentos de política 
monetária, que fazem aumentar ou diminuir a oferta de moeda na 
economia. Em quinto, estudaremos a questão do equilíbrio monetário 
para os clássicos (a teoria quantitativa da moeda) e para Keynes. Depois, 
estudaremos as diferenças entre a taxa de juros nominal e real. Por 
fim, faremos algumas considerações envolvendo a política monetária e 
também a política fiscal. 
 
1.1. Conceito de moeda 
 
 Moeda é tudo aquilo que é aceito para liquidar transações, isto é, 
para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações. Ela é uma 
espécie de haver ou direito que o seu detentor tem perante a sociedade. 
Este haver ou direito é exercido ou cobrado quando o detentor da moeda 
compra bens e serviços. 
 
Veja que, por essa definição, qualquer coisa1 poderia ser moeda, 
desde que sirva para comprar bens e serviços, ou seja, desde que aceita 
como forma de pagamento. O que é utilizado como moeda varia ao longo 
do tempo2 e entre as diferentes comunidades, e requer-se apenas que o 
ativo que desempenhe esse papel cumpra as funções básicas atribuídas à 
moeda, que são estas: 
 
x Meio de troca Æ ser intermediária das trocas é sem dúvida a 
principal função da moeda e a que a distingue de outros ativos. Esta 
função da moeda é decorrência da aceitação geral da sociedade, 
que realiza as transações econômicas utilizando este ativo como 
meio de troca. 
 
1 Nas pHQLWHQFLiULDV��SRU�H[HPSOR��SRGHPRV�GL]HU�TXH�R�³FLJDUUR´�IXQFLRQD�FRPR�
moeda entre os presos. Favores e outras mercadorias são negociados com seus 
valores cotados em cigarros e estes funcionam como meio de troca dentro do 
sistema. 
2 Ao longo da história, tivemos inúmeros tipos de moeda: moeda-mercadoria 
(sal, metais), moeda-papel (certificados que atestavam que você tinha 
determinada quantidade de metais depositada em uma casa de custódia, ou 
VHMD��XP�FHUWLILFDGR�³FRP�ODVWUR´���SDSHO-moeda ou moeda fiduciária (apenas um 
pedaço de papel, sem lastro, que todos acreditam ter valor, daí o termo 
³ILGXFLiULD´��TXH�GHULYD�GH�³Ip´�� 
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Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 05 
 
 
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x Unidade de conta Æ a moeda fornece o referencial para que os 
valores das demais mercadorias sejam cotados. Desta forma, os 
valores dos bens e serviços transacionados são expressos em 
quantidade de moeda, de tal forma que ela seja o denominador 
comum de valor. 
 
x Reserva de valor Æ esta é função decorrente de sua primeira 
função ± meio de troca. Só há sentido em utilizar a moeda como 
meio de troca se, entre uma transação em determinado momento e 
outra transação em momento posterior, ela mantiver durante certo 
intervalo de tempo o seu valor ou seu poder de compra. Moedas 
inseridas em economias altamente inflacionárias têm a sua função 
de reserva de valor seriamente comprometida. 
 
Além de desempenhar estas funções, também é aceito que a moeda 
deve possuir os seguintes atributos ou características: aceitação geral 
(todos tenham fé que o ativo vale alguma coisa), divisibilidade, 
durabilidade, baixo custo de carregamento e transferibilidade. 
 
Nota: não confunda atributos (divisibilidade, durabilidade, etc) com 
funções da moeda (reserva de valor, unidade de conta e meio de troca). 
Para concursos, estes três últimos são os mais importantes. 
 
 
1.2. Demanda de moeda 
 
Com base nas funções da moeda, podemos começar a entender por 
que as pessoas a demandam. 
 
Em primeiro lugar, podemos entender que as pessoas demandam 
moeda para realizar as trocas, para poder comprar. Nesse sentido, então, 
os indivíduos não demandariam, ou não reteriam moeda por ela mesma, 
PDV�SHORV�EHQV�TXH�HOHV�SRGHP�DGTXLULU��$�PRHGD�³HP�VL´�QmR�YDOH�QDGD��
o que vale é o que ela nos permite comprar. 
 
Então, podemos entender que, em primeiro lugar, as pessoas 
demandam moeda para realizar transações, para poder adquirir bens e 
serviços. Essa é a chamada demanda de moeda pelo motivo 
transacional e ela é dependente da renda das pessoas. Isto é, 
quanto maior é a renda das pessoas, mais elas realizam transações 
econômicas e, por conseguinte, mais demandam moeda por motivos 
transacionais. 
 
Os indivíduos, contudo, não recebem renda diariamente na 
economia (pelo menos a maioria deles!). Por exemplo, o salário é pago de 
mês em mês. Por outro lado, os agentes realizam gastos diariamente 
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(alimentação, transporte, etc). Assim, os indivíduos devem fazer frente a 
essas defasagens entre recebimentos e pagamentos guardando moeda 
para poderem fazer frente às transações necessárias. O ato de guardar 
moeda visando a usá-la em momentos futuros é a demanda de moeda 
por PRWLYR� SUHFDXFLRQDO� �RX� PRWLYR� ³UHVHUYD� GH� YDORU´�. Os 
indivíduos têm incerteza em relação ao futuro e guardam moeda para se 
precaver de infortúnios. 
 
Vale ressaltar que a demanda de moeda motivo precaução não é a 
quantidade de moeda que colocamos na poupança, mas sim aquela 
moeda que guardamos sem render juros, visando tão somente realizar 
transações em momentos futuros, caso seja necessário. A demanda por 
motivo precaucional, assim como por motivo transacional, é 
dependente da renda da pessoa. Quanto maior a renda, maior será a 
demanda precaucional (pessoas com maior renda realizam mais 
transações, o que também acarreta maior necessidade de guardar moeda 
visando a transações em momento futuros ± maior precaução). Vale 
ressaltar que a guarda de moeda, tanto pelo motivo transação, quanto 
pelo motivo precaução, não rende juros ao indivíduo. 
 
Esses dois motivos (transação e precaução) eram os únicos que 
alteravam a demanda por moeda, segundo os economistas clássicos. Um 
terceiro motivo para demandar moeda, ressaltado por Keynes durante a 
década de 1930, é o motivo especulação, também chamado de motivo 
portfólio. Os indivíduos, a priori, podem escolher manter sua riqueza na 
forma do ativo moeda (que possui liquidez absoluta) ou em títulos 
diversos que, apesar de possuírem menor liquidez que a moeda, geram 
rendimentos ao seu portador. Quando as pessoas demandam títulos, isso 
significa que elas estão abrindo mão de demandar moeda, e vice-versa. 
Ter um título significa ter menos moeda e ter mais moeda significa ter 
menos títulos. Assim, quando compramos um título (uma ação negociada 
na BOVESPA ou um título de renda fixa, por exemplo), abrimos mão de 
reter moeda (por motivos transação e precaução). 
 
Quando a taxa de juros é alta, as pessoas tendem a demandar 
títulos em vez de moeda, pois o custo de oportunidade3 de reter moeda é 
alto. Imagine só: se você sabe que o mercado financeiro possui títulos 
que rendem 10% ao mês de juros, você provavelmente terá interesse em 
comprar estes títulos. Comprando-os, você estará demandando menos 
moeda, pois o custo de oportunidade de retenção deste ativo (o que você 
deixa de ganhar retendo moeda em vez de títulos) é alto. 
 
 
3 Custo de oportunidade é o custo relacionado ao que se deixa de ganhar se o 
agente econômico tivesse tomado outra decisão econômica. Assim, reter 
(guardar) moeda tem um custo de oportunidade relacionado ao que se deixa de 
ganhar caso tivesse aplicado o dinheiro no mercado financeiro, rendendo juros. 
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Assim, podemos concluir o seguinte: quanto maior a taxa de juros, 
maior será a demanda por títulos e, por conseguinte, menor será a 
demanda por moeda. A demanda por moeda visando especificamente à 
compra de títulos é a nossa demanda motivo especulação. Assim, 
percebemos que a demanda de moda por motivo especulação é 
inversamente proporcional à taxa de juros, pois quando esta é alta, 
as pessoas geralmente demandam menos moeda e mais títulos. 
 
)D]HQGR� XP� ³PL[´ entre os três motivos pelos quais os agentes 
demandam moeda, temos o seguinte: 
 
Quadro 01: 
Motivo Variável 
determinante 
Relação: 
Variável X Demanda de moeda 
Transação Renda Direta 
Precaução Renda Direta 
Especulação Taxa de juros Inversa 
 
 Pelo exposto, vemos que a demanda por moeda depende tanto 
da renda como da taxa de juros. Quanto maior (menor) for a renda, 
maior (menor) será a demanda por moeda. Quanto maior (menor) for a 
taxa de juros, menor (maior) será a demanda por moeda. As raízes 
dessas relações estão nos três motivos pelos quais os agentes demandam 
moeda (transação, precaução, especulação). 
 
 Por fim, ressaltamos que os dois primeiros motivos (transação e 
precaução) são fruto da teoria clássica. Ou seja, para os economistas 
clássicos, a demanda por moeda não dependia, ou não era sensível à taxa 
de juros. $JRUD�� HP� ³(FRQRPrV´�� para os clássicos, a demanda por 
moeda era completamente inelástica4 à taxa de juros. 
 
Por outro lado, para Keynes, devido ao motivo especulação, a 
demanda por moeda era elástica à taxa de juros. Isto é, segundo a 
teoria keynesiana, a demanda por moeda sofria a influência da taxa de 
juros. 
 
 
 1.3. Oferta de moeda 
 
 As transações realizadas pelos agentes econômicos podem ser 
realizadas na forma de papel-moeda (dinheiro em espécie ou, no linguajar 
SRSXODU�� GLQKHLUR� ³YLYR´�� RX� PHGLDQWH� moeda bancária (cheques, 
transferências bancárias, e/ou cartões de débito). 
 
4 Em Economia, elasticidade tem o mesmo significado que sensibilidade. Assim, 
quando dizemos que a demanda por moeda, para os clássicos, era 
completamente inelástica à taxa de juros, estamos dizendo que ela não sofria 
qualquer influência da taxa de juros. 
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A moeda bancária é aquela moeda que os agentes (o público) 
mantêm depositada nos bancos comerciais (é o nosso saldo em Conta 
Corrente quando tiramos o extrato bancário). Esse tipo de moeda 
também é chamada de moeda escritural. 
 
Se somarmos o dinheiro que está com o público na forma de papel-
PRHGD� �GLQKHLUR� ³YLYR´�� H� R� GLQKHLUR� TXH� DV� SHVVRDV� WrP� SDUD�
disponibilidade imediata em suas contas bancárias (moeda escritural), 
teremos os meios de pagamento da economia (M1), que é o 
principal agregado do sistema monetário. 
 
Assim, os meios de pagamento (M1) correspondem aos ativos 
com liquidez5 absoluta. Essa liquidez absoluta significa que esses ativos 
podem prontamente ser usados como poder de compra. Outra importante 
característica dos meios de pagamento (M1) se refere ao fato que eles 
não rendem juros ao seu detentor. Assim, para ser M1, o ativo deve 
possuir as seguintes características: 
 
 
i. Liquidez absoluta e 
 
ii. Não rende juros. 
 
 
Nesse sentido, note que o dinheiro em caderneta de poupança não 
pode ser considerado M1, pois rende juros ao seu detentor. Por outro 
lado, o dinheiro que possuímos em conta corrente é considerado M1, pois 
possui liquidez absoluta e não rende juros. 
 
Desta forma, percebe-se que os ativos que possuirão as 
FDUDFWHUtVWLFDV� LQHUHQWHV� DR� 0�� VmR� VRPHQWH� R� GLQKHLUR� ³YLYR´�� TXH�
denominamos de papel-moeda em poder do público (PMPP) e o 
dinheiro em conta corrente, que denominamos de depósitos à vista 
(DV). 
 
 Assim, temos: 
 
 
5 Liquidez é a facilidade com queum ativo converte-se em poder de compra, isto 
é, transforma-se em outros bens e serviços. O dinheiro em espécie possui alta 
liquidez pois podemos comprar qualquer bem ou serviço possuindo dinheiro. 
Ações da BOVESPA, por outro lado, possuem nível de liquidez menor que o do 
dinheiro em espécie, pois não podemos usá-la, de forma imediata, para comprar 
bens. Imóveis, por exemplo, possuem baixíssima liquidez. Um carro VW Gol 1.0, 
flex, novo, possui liquidez maior que uma Brasília Amarela, ano 1978, com o 
motor quebrado. 
 
Características dos meios de 
pagamento M1 
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Meios de pagamento (M1) = Papel-moeda em poder do público 
(PMPP) + Depósitos a vista (DV) 
 
Î Só consideramos os depósitos a vista, pois os depósitos a prazo 
(CDBs, títulos de capitalização, etc) rendem juros, não se 
enquadrando, portanto, no conceito de M1. 
 
O agregado M1, também chamado de meio circulante, é o 
principal agregado do sistema monetário. 
 
O avanço do sistema financeiro e o processo de inovações 
financeiras fizeram (e vêm fazendo) com que vários outros ativos 
apresentem elevado grau de liquidez, tendo como exemplo os fundos de 
aplicação financeira, os certificados de depósitos bancários, poupança, 
etc. 
 
Isso dificulta a conceituação de meios de pagamento, pois a 
diferença entre os M1 e os outros ativos, no que tange ao grau de 
liquidez, é cada vez menor. Para resolver esse problema, desenvolveram-
se novos agregados que buscam incorporar outros ativos com elevada 
liquidez. Esses novos ativos são chamados de quase-moeda ou haveres 
não-monetários (quando nos referimos genericamente à moeda, estamos 
tratando, na verdade, somente de moeda em seu conceito M1): 
 
Meios de pagamento restritos: 
 
M1 = PMPP + DV 
 
Meios de pagamento ampliados: 
 
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de 
poupança + títulos emitidos por instituições depositárias6 
 
M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa7 + operações 
compromissadas e registradas no sistema SELIC8 
 
Poupança financeira: 
 
6 Instituições depositárias são aquelas onde o público mantém seus depósitos a 
vista. Entre estes títulos emitidos por estas instituições, temos, por exemplo, os 
títulos de capitalização e os próprios depósitos remunerados. 
 
7 Os fundos de renda fixa não são classificados como M2, pois tais fundos 
possuem personalidade jurídica distinta da instituição que os negocia. 
8 SELIC é o sistema especial de liquidação e custódia. É neste sistema que são 
transacionados, por exemplo, as ações negociadas em bolsas de valores, 
debêntures, derivativos, etc. 
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M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez 
 
Nota: existe ainda o agregado M0, que seria somente o PMPP. 
 
Há alguns anos (hoje, não é mais assim!), essa divisão entre os 
agregados monetários ocorria pela ordem decrescente de liquidez, onde 
M1 era o agregado mais líquido e o M4 o agregado menos líquido. Hoje, 
essa divisão obedece a um critério que segue a natureza das instituições 
financeiras emissoras desses ativos. 
 
Assim, o M2 possui ativos que são emitidos pelas instituições 
depositárias e multiplicadoras de crédito (bancos comerciais). 
 
O M3 possui ativos emitidos pelos próprios particulares (empresas) 
e que são transacionados no sistema SELIC (ver nota de rodapé 8). Os 
fundos de renda fixa são conceituados como M3, e não M2, em virtude de 
esses fundos possuírem personalidade jurídica própria, diferente da 
instituição financeira que a negocia para o público. Por exemplo, quando 
compramos um título de renda fixa, nossa negociação, na verdade, é com 
o fundo no qual estamos investindo e não com o banco comercial. Esse 
fundo possui personalidade jurídica própria; o banco comercial que o 
negocia apenas intermedeia a atividade. Por isso, esses fundos de renda 
fixa são considerados M3, e não M2. 
 
O M4 é o agregado em que são conceituados os ativos cujo emissor 
é o poder público, logo, neste agregado, teremos os títulos públicos. 
&RORFDPRV�D�REVHUYDomR�³GH�DOWD� OLTXLGH]´��SRLV�RV�DJUHJDGRV�02, M3 e 
0�� VmR� WRGRV� FRQVLGHUDGRV� ³TXDVH-PRHGD´�� 2X� VHMD�� SDUD� LVVR�� HOHV�
devem possuir um razoável grau de liquidez. 
 
Observe que, apesar das diferenças entre eles, nota-se que 
qualquer agregado monetário (M1, M2, M3 ou M4) apresentado possui 
rápida possibilidade de se transformar em moeda para transação, o que 
dificulta o controle monetário do BACEN. 
 
De todos os agregados, conforme já sabemos, o único que não 
rende juros é o M1 e, por tal motivo, ele sofre todo o impacto da 
inflação. Quando a inflação se acelera, observa-se forte redução de M1 
em comparação com outros agregados, o que é chamado de 
desmonetização9 da economia. Quando a inflação diminui, ocorre a 
monetização, tendo em vista os agentes aumentarem a quantidade de 
moeda (M1) em seu poder, já que não existe a perda de valor deste ativo 
da mesma maneira que ocorre em regimes altamente inflacionários. 
 
 
9 Os agentes tentam não reter moeda no conceito M1, devido à perda resultante 
do processo inflacionário. 
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1.3.1. Processo de expansão da moeda10 pelos bancos 
comerciais 
 
 A participação dos depósitos a vista no conceito de moeda (M1) 
leva-nos a analisar o funcionamento do sistema bancário para se 
entender o processo de criação (oferta) da moeda e a maneira como os 
bancos comerciais o fazem. 
 
 Os bancos, de um lado, captam recursos dos depositantes, para, de 
outro lado, emprestar estes mesmos recursos como crédito bancário. O 
lucro dos bancos (em sua maior parte) vem da diferença entre o que 
pagam como remuneração aos depósitos e os juros que recebem dos 
empréstimos que concedem. Esta diferença é o chamado spread bancário. 
 
 Por isso, é interessante para um banco atrair o maior número de 
depositantes, ainda que eles não utilizem e/ou não remunerem pelos 
serviços rotineiros da instituição financeira (emissão de DOCs, pagamento 
de tarifas, contratação de seguros, utilização de cartão de crédito, etc). 
Isso acontece justamente pelo fato de o banco necessitar do dinheiro dos 
depositantes para emprestá-lo a outras pessoas. Quanto mais ele tiver, 
mais ele poderá emprestar, e quanto mais ele puder emprestar, mais ele 
lucrará. Esse procedimento de utilizar o dinheiro de alguns para 
HPSUHVWDU�D�RXWURV��QD�SUiWLFD��³FULD�PRHGD´� 
 
 Vejamos passo a passo como isso ocorre. Os depósitos a vista são 
obrigações dos bancos com seus depositantes e podem ser resgatados a 
todo instante. Assim, se o banco emprestar todo o dinheiro que recebeu 
como depósito, corre o risco de o depositante requerer seu depósito de 
volta,e o banco não o possuir. Mas, o bom senso nos mostra que os 
depositantes resgatam apenas uma parte de seus depósitos. 
 
A prática, portanto, nos ensina que não há necessidade de o banco 
manter disponíveis para saque todos os recursos captados de seus 
correntistas ou depositantes. Assim, há dois destinos para os depósitos 
captados pelos bancos: uma parcela forma as reservas (R) e outra parte o 
banco empresta a outras pessoas (empréstimos), ou ainda, faz os 
investimentos (compra títulos do governo, títulos de outro banco, compra 
moeda estrangeira, etc). Assim, temos que: 
 
Depósitos a vista (DV) = Reservas (R) + Empréstimos/Investimentos 
 
Quando o banco utiliza parte dos depósitos à vista para emprestar 
para outras pessoas, ele está dando poder de compra para o indivíduo 
que obteve o empréstimo. O tomador do empréstimo realizará gastos, 
 
10 Quando falamos em moeda, genericamente, estamos falando do conceito M1 
(meios de pagamento). 
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Reservas compulsórias 
Depósitos (encaixes 
ou reservas) junto 
ao BACEN 
Encaixes bancários 
(totais) = Reservas 
Reservas voluntárias 
Caixa 
pagando-os com o empréstimo recebido. Este dinheiro deverá retornar, 
em boa parte, para o sistema bancário na forma de depósitos daqueles 
que receberam o dinheiro como pagamento das despesas do tomador do 
empréstimo. Esses depósitos terão novamente o mesmo destino, uma 
parcela será reserva e a outra será emprestada, e assim por diante. 
 
Percebe-se, então, que houve uma multiplicação do depósito inicial 
em uma série de novos depósitos com base no processo: depósito Æ 
empréstimo Æ depósito Æ empréstimo Æ assim por diante. 
 
Voltemos nossa atenção agora para as reservas (R) que os bancos 
constituem sobre os depósitos a vista. Essas reservas podem ser de dois 
tipos: 
 
x Reservas compulsórias: é a parcela dos depósitos que os bancos 
são obrigados legalmente a depositar em suas contas junto ao 
BACEN11 para poderem fazer frente a suas obrigações; 
 
x Reservas voluntárias: são recursos que os bancos mantêm junto 
ao BACEN por opção, ou seja, sem que sejam obrigados a isto. 
 
Nota 1 Æ em livros ou em questões de prova, a palavra reservas 
pode aparecer também como encaixes ou depósitos (que é diferente de 
depósitos à vista ± DV). Assim, reservas compulsórias são o mesmo que 
encaixes ou depósitos compulsórios. 
 
Nota 2 Æ estas reservas acima explicadas são as reservas que os 
bancos comerciais fazem junto à autoridade monetária (no Brasil, é o 
BACEN). Podemos ainda WHU�UHVHUYDV�HP�³FDL[D´�QR�SUySULR�EDQFR��$VVLP��
de um modo mais completo, nós podemos dizer que os encaixes 
bancários ser divididos em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 O BACEN (Banco Central) é a autoridade monetária do país, e ele funciona 
FRPR�XPD�HVSpFLH�GH�³banco dos bancos´��$VVLP��FDGD�EDQFR�FRPHUFLDO�SRVVXL�
XPD� ³FRQWD� FRUUHQWH´� QR� %$&(1� H� GHYH� GHL[DU� XPD� TXDQWLD� PtQLPD� Oi�
depositada para fazer frente a seus compromissos. Essa quantia mínima é um 
percentual dos depósitos a vista de seus correntistas/depositantes. Essa quantia 
é a reserva ou depósito compulsório. Além disso, o BACEN é o responsável pela 
emissão de moeda e também é o depositário das reservas internacionais 
e o banco do Tesouro Nacional. 
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Na prática, os bancos podem (veja bem, é apenas uma 
possibilidade) emprestar todos os recursos captados menos o volume que 
deve ser destinado à formação das reservas compulsórias. Além das 
reservas compulsórias, é comum os bancos manterem uma parcela dos 
depósitos como reservas voluntárias para fazer frente a qualquer 
emergência; como por exemplo, uma corrida dos depositantes para sacar 
o seu dinheiro. 
 
Veja que é a existência das reservas (voluntárias e compulsórias) 
que permite ao banco criar moeda por meio do empréstimo de parcela 
dos depósitos a vista, pois os bancos confiam que essas reservas 
garantem o atendimento das demandas de saque dos depositantes. Além 
disso, existe ainda o dinheiro que o banco mantém em caixa, e que é não 
definido nem como reservas compulsórias, nem voluntárias. 
 
Com base no processo acima descrito, podemos verificar que os 
bancos comerciais, por meio de sua capacidade de criar moeda, 
multiplicam a injeção de moeda inicial no sistema, o que definimos como 
multiplicação monetária. 
 
$� LQMHomR� PRQHWiULD� LQLFLDO� �D� TXDQWLGDGH� ³UHDO´�� RX� ³ItVLFD´�� GH�
moeda) corresponde à soma entre o PMPP e as reservas dos bancos. Ou 
VHMD��³QD�EXFKD´��p�R�TXH�WHP�QR�VLVWHPD�PRQHWiULR��VH�WRGRV�RV�DJHQWHV�
resolverem sacar moeda ao mesmo tempo. A esta injeção monetária 
inicial chamamos de base monetária (BM). 
 
BM = PMPP + Disponibilidades em caixa do sistema bancário 
(Conceito restrito de BM) 
 
Ou 
 
BM = PMPP + Encaixes totais (Conceito amplo de BM) 
 
Nota 1�� WHPRV� DLQGD� R� FRQFHLWR� GH� ³SDSHO� PRHGD� HP� FLUFXODomR´�
(PMC), que significa o papel moeda que está disponível para utilização. O 
PMC corresponde à soma do PMPP e dos caixas dos bancos comerciais 
(estou falando apenas do caixa dos BC, não incluindo aquilo que os 
bancos comerciais deixam depositado no BACEN, que são as reservas 
compulsórias e voluntárias). Assim: PMC = PMPP + Caixa dos bancos 
comerciais. Ou seja, de modo intuitivo, o PMC é exatamente o que o 
nome fala: é o papel moeda que está em circulação; e isto representa o 
dinheiro que está com as pessoas (PMPP) e o dinheiro que está no caixa 
dos bancos (Caixa dos bancos comerciais) pronto para ser utilizado. Os 
depósitos voluntários e compulsórios estão depositados no BACEN e não 
estão circulando na economia, logo, não fazem parte do PMC. 
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Nota 2�� QyV� WHPRV� DLQGD� R� FRQFHLWR� GH� ³SDSHO� PRHGD� HPLWLGR´�
(PME). Ele seria toda a moeda que é emitida pela autoridade monetária. 
No Brasil, podemos entender12 que PME=PMC. 
 
A base monetária (BM) é multiplicada pelos bancos através do 
³HPSUHVWD-deposita-empresta-GHSRVLWD´�� ID]HQGR�FRP�TXH�R�YDORU�GH�0��
circulante na economia seja muito maior que a base monetária. Assim, 
temos o seguinte: 
 
M1 = K . BM 
 
Onde: 
 
M1 = meios de pagamento = PMPP + DV 
K = multiplicador monetário (termo que mede a multiplicação monetária) 
BM = base monetária = PMPP + R13 
 
A relação entre a BM e M1 corresponde ao multiplicador 
monetário (K) dos meios de pagamento. Isto significa que a quantidade 
de meio de pagamento circulante (M1) é muito maior que aquilo que 
realmente está de posse dos agentes (PMPP + os encaixes totais ou 
reservas totais14). 
 
O multiplicador monetário apresenta a(s) seguinte(s) 
formulação(ões): 
 ۹ൌ � ૚܋ ൅ ܚǤ ܌ ������ܗܝ������۹ ൌ � ૚૚ െ ܌Ǥ ሺ૚ െ ܚሻ� 
 
 Onde c, d e r são coeficientes de comportamento: 
 
c = PMPP/M1 
d = DV / M1 
r = R / DV 
 
O coeficiente c (coeficiente do público) indica qual é a porcentagem 
dos meios de pagamento que fica na forma dH�GLQKHLUR�³YLYR´�QD�PmR�GR�
público. É a proporção de encaixes (depósitos) que fica com o público, 
VRE�D�IRUPD�³manual´��SURSRUomR�GH�PRHGD�PDQXDO���&RPR�p�XP�PHLR�GH�
 
12 Do ponto de vista teórico, o PMC seria o PME menos o caixa da autoridade 
monetária (caixa do BACEN), de forma que: PMC = PME ± Caixa do BACEN. 
Acontece que, no Brasil, o caixa do BACEN é sempre igual a zero. Então, 
podemos entender que, no Brasil, PME=PMC. 
13 Estas reservas incluem todos os encaixes bancários (reservas compulsórias e 
voluntárias, mais o caixa dos bancos). 
14 O que está em poder do público é o PMPP, o que está em poder dos bancos 
são as reservas. A soma PMPP + R é a base monetária (BM). 
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pagamento que não poderá ser multiplicado, pois não está depositado nos 
bancos comerciais, nós temos que, quanto maior for o c, menor será o 
multiplicador monetário K. 
 
O coeficiente d indica qual é a porcentagem dos meios de 
pagamento que fica depositada nos bancos comerciais. É a percentagem 
GH�PHLRV�GH�SDJDPHQWR�VRE�D�IRUPD�³HVFULWXUDO´��moeda escritural, que é 
diferente da moeda manual ± PMPP). Como é um meio de pagamento que 
fica em poder do setor bancário (dos bancos comerciais), nós temos que, 
quanto maior for o d, maior será o multiplicador monetário K. 
 
2V� FRHILFLHQWHV� ³F´� H� ³G´� GHSHQGem basicamente do 
comportamento das pessoas. Ou seja, dependem das decisões do 
público quanto a manter o dinheiro em forma de moeda manual (PMPP), 
ou na forma de moeda escritural (DV). 
 
É importante mencionar que (c+d) sempre será igual a 1. Se 
somarmos c e d chegaremos a (PMPP + DV)/M1. Como PMPP+DV=M1, 
então, c+d=M1/M1=1. Podemos chegar a essa conclusão intuitivamente. 
As pessoas têm duas opções para guardar seus meios de pagamento. Ou 
elas põem no banco (na forma de DV), ou elas põem no bolso (na forma 
de PMPP). Logicamente, todo o dinheiro que não é posto sob a forma de 
PMPP, deverá ser colocado sob a forma de DV, e vice-versa. 
 
O coeficiente r (coeficiente de reservas) indica qual a porcentagem 
de depósitos à vista que ficam sob a forma de encaixes bancários 
(reservas bancárias=reservas voluntárias + reservas compulsórias + 
caixa do banco). Como é uma parte dos depósitos a vista que não será 
emprestada para outros indivíduos, nós temos que, quanto maior for o 
r, menor será o K. 
 
Vale destacar que esse coeficiente r depende tanto da política 
interna dos bancos (quantidade de reservas voluntárias e caixa), quanto 
do BACEN, que define a exigência de reservas compulsórias. Se uma 
questão de prova afirmar que os bancos estão obrigados a formar 
reservas compulsórias sobre 15% dos depósitos à vista e, ao mesmo 
tempo, estes bancos formam 20% de reservas voluntárias e 5% dos 
depósitos ficam no caixa, então, o coeficiente r será igual a 40% (15% + 
20% + 5%). 2X�VHMD��HVWH�FRHILFLHQWH�³U´�GHSHQGH�GDV�GHFLV}HV�GRV�
bancos comerciais e também das decisões do BACEN. 
 
Podemos resumir assim as relações entre os coeficientes de 
comportamento e o multiplicador monetário: 
 
Î 4XDQWR�PDLRU�R�³F´��PHQRU�R�.� 
Î 4XDQWR�PDLRU�R�³G´��PDLRU�R�.� 
Î 4XDQWR�PDLRU�R�³U´��PHQRU�R�.� 
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Além destes coeficientes, deve-se ter cuidado com outros que 
SRVVLYHOPHQWH� D� EDQFD� H[DPLQDGRUD� SRGH� ³DSUHVHQWDU´�� 3DUD� HVWD�
situação, é interessante que você saiba uma fórmula adicional para o 
multiplicador no caso da banca lhe falar sobre a relação entre moeda 
manual em poder do público (PMPP) e os depósitos à vista (DV). Esta 
seria uma maneira alternativa de apresentar a taxa de retenção de 
PRHGD�SHOR�S~EOLFR��p�XPD�IRUPD�GLIHUHQWH�GH�HQ[HUJDU�R�FRHILFLHQWH�³F´� 
 
c = PMPP/DV 
 
Caso esta forma alternativa de coeficiente apareça, você deverá 
utilizar esta fórmula para o multiplicador monetário: 
 ۹ ൌ � ૚ ൅ ܋܋ ൅ ܚ 
 
Mas, na maioria dos casos, a taxa de retenção de moeda pelo 
público é dada pelo coeficiente c=PMPP/M1, de tal forma que, em mais de 
99% das questões, a fórmula do multiplicador a ser utilizada por você 
será a que foi apresentada primeiro, na página 12. 
 
Multiplicador monetário X multiplicador bancário 
 
O multiplicador que aprendemos nas últimas páginas é multiplicador 
monetário. É o cobrado em provas de concursos, geralmente. 
 
Mas existe também o multiplicador bancário, que possui um conceito 
um pouco diferente, não se confundindo com o multiplicador monetário. O 
multiplicador bancário diz respeito especificamente à capacidade do 
sistema bancário criar moeda escritural, dado que ele dispõe de apenas 
um certo valor de moeda manual em suas reservas. 
 
Isto é, o multiplicador bancário, de certa forma, procura isolar o setor 
bancário, considerando somente o que os bancos conseguem multiplicar a 
partir daquilo que eles possuem como reservas bancárias. Assim, no 
multiplicador bancário, não temos os coeficientes dependentes do 
FRPSRUWDPHQWR� GR� S~EOLFR� �FRHILFLHQWHV� ³F´� H� ³G´��� 7HPRV� VRPHQWH� R�
FRHILFLHQWH�³U´��$�IyUPXOD�GR�PXOWLSOLFDGRU�EDQFiULR��.B) é bem simples: 
 ۹۰ ൌ ૚ܚ 
 
Observamos, portanto, que o valor do multiplicador bancário independe 
da parcela de moeda manual mantida em poder do público, pois ele é 
obtido apenas entre a relação entre depósitos à vista e reservas bancárias 
(KB=1/r ou KB=DV/R). 
 
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O multiplicador bancário, conforme podemos notar, por só considerar o 
FRHILFLHQWH� ³U´�� DFDED� VHQGR� XP� GRV� FRPSRQHQWHV� TXH� GHWHUPLQDP� R�
multiplicador monetário, mas não se confunde com ele. Quanto maior o 
multiplicador bancário, maior também será o multiplicador monetário. 
 
 
1.3.2. Criação e destruição de moeda 
 
 Além da criação de moeda por meio do sistema de depósitos e 
empréstimos, há também outras transações que têm a particularidade de 
aumentar ou reduzir a quantidade de meio circulante (M1) na economia. 
 
Deve-se entender criação ou destruição de moeda como sendo a 
mesma coisa que criação ou destruição de meios de pagamento (no 
conceito tradicional, ou seja, M1). Sabendo-se que este último é 
constituído por todos os ativos de liquidez imediata possuídos pelo setor 
não-bancário da economia, conclui-se que a criação ou destruição da 
moeda envolve uma transação entre o setor bancário e o setor 
não-bancário da economia (1ª. condição). 
 
 Há criação de moeda quando o público recebe do setor bancário 
haveres monetários (papel-moeda em poder do público + depósitos à 
vista) e, emcontrapartida, entrega haveres não-monetários ao setor 
bancário. 
 
 Por outro lado, a destruição de moeda ocorre quando o setor não 
bancário entrega haveres monetários ao setor bancário e, em 
contrapartida, recebe do setor bancário haveres não monetários. 
 
 Assim, note que, para que haja criação ou destruição de 
moeda, é necessária a troca de haveres monetários e não 
monetários (2ª. condição). Se houver satisfação das duas condições 
simultaneamente, teremos uma operação de criação ou destruição de 
moeda. 
 
Æ Exemplos de criação de moeda: 
 
- uma pessoa faz um saque de seu depósito a prazo: há transação entre o 
uma pessoa (setor não bancário) e o banco (setor bancário). Ao mesmo 
tempo, o banco entrega para a pessoa um haver monetário (M1) e a 
pessoa entrega para o banco o título do depósito a prazo (haver não 
monetário ± não M1). 
 
- uma empresa desconta uma duplicata em um banco: há transação entre 
a empresa (setor não bancário) e o banco (setor bancário). Ao mesmo 
tempo, a empresa entrega para o banco um haver não monetário (a 
duplicata) e recebe um haver monetário (M1). 
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- um exportador recebe em reais o valor correspondente a uma venda ao 
exterior: o exportador (setor não bancário) recebe um haver monetário 
(M1) e entrega um haver monetário ao banco (o exportador receberá um 
valor em moeda estrangeira pela venda. Essa moeda estrangeira, que não 
é considerada M1, deve ser trocada em um banco, sendo, portanto, um 
haver não monetário). 
 
- um banco adquire títulos governamentais de instituições financeiras, 
creditando suas contas correntes: o banco (setor bancário) entrega um 
haver monetário (M1) para o setor não bancário (governo) e recebe, em 
troca, um haver não monetário (títulos públicos). 
 
Æ Exemplos de destruição de moeda: 
 
- uma pessoa faz um depósito em sua caderneta de poupança: a pessoa 
(setor não bancário) entrega M1 (haver monetário) para o setor bancário 
e recebe em troca um haver não monetário (título de caderneta de 
poupança, que, não sendo depósito à vista, também não pode ser 
considerada M1). 
 
- um banco vende títulos governamentais ao público: o setor bancário 
entrega haveres não monetários (títulos públicos) ao setor não bancário 
(público), recebendo em troca haveres monetários (estamos supondo que 
o público esteja pagando com M1). 
 
- um importador paga ao banco o valor correspondente a uma compra no 
exterior: o importador (setor não bancário) entrega ao banco um haver 
monetário (M1) e recebe do setor bancário um haver não monetário (o 
valor correspondente em moeda estrangeira para realizar o pagamento da 
compra). 
 
- um banco vende um imóvel a uma empresa, recebendo o pagamento 
em dinheiro: o setor bancário entrega um haver não monetário (imóvel) 
ao setor não bancário, recebendo em troca um haver monetário. 
 
- uma pessoa paga um empréstimo bancário, sendo debitado em sua 
conta corrente: o setor não bancário (a pessoa) entrega um haver 
monetário (ela é debitada em conta corrente) ao setor bancário e, em 
troca, tem sua dívida, exigibilidade, ou título a pagar (haver não 
monetário) cancelados. 
 
Æ Exemplos em que não há criação nem destruição de moeda: 
 
- uma pessoa efetua um depósito à vista em sua conta corrente: não há 
operação havendo troca de haver monetário e não monetário. O dinheiro 
que entra na conta da pessoa é M1 (DV) e o que sai da pessoa também é 
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M1 (PMPP). Ademais, a transação não envolve setor bancário e não 
bancário. 
 
- um banco comercial realiza um empréstimo (redesconto) junto ao 
BACEN: não há criação ou destruição de moeda, pois a operação não 
ocorre entre setor bancário e não bancário. Neste caso, os dois lados 
representam o setor bancário. 
 
- União solicita empréstimo ao FMI e o valor recebido é depositado no 
BACEN: neste caso, ocorre transação entre setor não bancário (União) e 
setor bancário (aqui, o FMI é como se fosse um banco emprestador). No 
entanto, o FMI emprestará o valor em moeda estrangeira (dólares) que 
não é considerada M1 (para ser M1, tem que ser moeda nacional, que 
pode ser utilizada para fazer transações no país). Logo, a transação não 
envolve haver monetário (M1). 
 
 
1.4. Instrumentos de política monetária 
 
Por política monetária, entende-se a atuação do Banco Central15 
para definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de 
moeda e nível de taxa de juros. Para exercer o seu papel, o BACEN dispõe 
dos seguintes instrumentos: 
 
x Emissões monetárias 
O BACEN tem o monopólio das emissões e deve colocar em 
circulação o volume de notas necessárias ao bom desempenho da 
economia. Caso queira aumentar a quantidade de meio circulante, 
basta emitir mais moeda. 
 
x Reservas obrigatórias dos bancos comerciais 
Representam importante instrumento de política econômica. Um 
aumento dessa taxa de reservas representará uma diminuição dos 
meios de pagamento, dado que os bancos comerciais emprestarão 
menos ao público e o farão com juros maiores (como há menos 
dinheiro disponível para emprestar, as taxas de juros sobem). 
Nesse sentido, se o governo opta por uma política de crescimento 
da demanda agregada (aumento do nível de emprego), poderá, 
para isso, reduzir a taxa de compulsório; por outro lado, numa 
política restritiva, anti-inflacionária, poderá aumentá-la. Essa 
política monetária age sobre o MULTIPLICADOR MONETÁRIO. 
 
15 O Banco Central (BACEN) é o órgão que controla a oferta monetária no país 
e os assuntos a ela relacionados. Entre outras, são funções do BACEN: ser o 
banco dos bancos, ser o banqueiro do Tesouro Nacional, controlar a oferta de 
moeda, possuir o monopólio da emissão de moeda nacional, zelar pelo valor da 
moeda nacional (controlar a inflação), regular e fiscalizar o sistema financeiro. 
 
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x Redescontos 
Em suma, são empréstimos que o BACEN realiza para os bancos 
comerciais. Como todo empréstimo, possui taxas de juros. Se a 
taxa de juros do redesconto for baixa, haverá incentivo para os 
bancos comerciais tomarem dinheiro emprestado, logo, haverá 
melhores possibilidades para a expansão dos meios de 
pagamento, pois os bancos poderão utilizar o dinheiro do 
empréstimo tomado junto ao BACEN para emprestá-lo ao público. 
Vale ressaltar que redesconto é uma coisa e taxa de redesconto é 
outra. Por exemplo, se a questão falar que o redesconto é elevado, 
devemos entender que há mais expansão monetária, pois os bancos 
tomaram mais empréstimos junto ao BACEN. Por outro lado, se a 
questão fala que a taxa de redesconto é elevada, devemos entender 
que há desincentivo à expansão monetária e há elevação das taxas 
de juros (se os juros que o BACEN cobrados bancos comerciais for 
aumentado, haverá também elevação dos juros que os bancos 
comerciais cobram da população). Assim, fique atento! Preste 
atenção ao que está sendo falado: redesconto ou taxa de 
redesconto. AtenomR� UHGREUDGD� QR� FDVR� GH� DSDUHFHU� ³WD[D� GH�
UHGHVFRQWR´�� 4XDQGR� HOD� p� UHGX]LGD�� SRU� H[HPSOR�� WHPRV� XPD�
possibilidade de haver expansão dos meios de pagamento. Assim, 
resumidamente, temos: 
Aumento do redesconto Î haverá expansão dos meios de 
pagamento; e poderá haver redução das taxas de juros. 
Redução da taxa de redesconto Î pode haver expansão dos meios 
de pagamento; e haverá redução das taxas de juros. 
 
x Operações de mercado aberto (open market) 
São compras e vendas de títulos públicos no mercado de capitais. 
Quando o BACEN compra títulos no mercado, aumentam os 
depósitos no sistema bancário e, com isso, o volume de reservas, 
permitindo a ampliação da oferta de moeda pelos bancos. Isto 
acontece porque o governo, neste caso, entrega moeda ao mercado 
e retira os títulos. Quando o BACEN vende títulos, ele enxuga a 
quantidade de moeda, pois estará recebendo moeda (reduzindo os 
depósitos no sistema bancário) e entregando títulos. 
 
x Regulamentação e controle de crédito 
O BACEN também afeta o M1 via regulamentação e controle de 
crédito. Isso pode ser feito via política de juros, controle de prazos, 
regras para financiamentos, etc. Por exemplo, se o BACEN 
determinar que os financiamentos para automóveis poderão ser 
feitos em, no máximo, 12 meses, isso, com certeza, desincentivará 
a oferta de moeda, pois haverá forte redução nos financiamentos 
(menor expansão do M1). 
 
x Utilização das reservas internacionais 
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Reservas internacionais representam a quantidade de meios de 
pagamento aceitos internacionalmente (geralmente moeda 
estrangeira) no caixa do BACEN. Quando o BACEN compra moeda 
estrangeira, visando aumentar as reservas internacionais, isto 
significa aumento de M1 (política monetária expansiva). Isto 
acontece porque o BACEN, ao comprar moeda estrangeira, despeja 
R$ na economia, aumentando a quantidade de moeda M1, e recolhe 
moeda estrangeira, que não é considerada meio de pagamento (não 
é considerada M1). Por outro lado, quando o BACEN vende moeda 
estrangeira e diminui o seu estoque de reservas internacionais, ele 
provoca o enxugamento da liquidez na economia (diminui a 
quantidade de M1). Isto acontece porque ele despeja moeda 
estrangeira (não é M1) e recebe R$ em troca, reduzindo a 
quantidade de M1. 
 
 
A alteração da taxa de juros do COPOM 
 
Quando assistimos ao noticiário na TV, é comum ouvirmos a seguinte 
DILUPDomR�� ³R� &2320� �&RPLWr� GH� 3ROtWLFD� 0RQHWiULD�� GHFLGLX�
HOHYDU�UHGX]LU�D�WD[D�GH�MXURV�HP�;�´��3RU�PHLR�GLVVR��VRPRV�LQVWDGRV�D�
pensar que a alteração da taxa de juros ocorre por meio de uma simples 
decisão administrativa. 
 
1D�YHUGDGH��R�JRYHUQR�QmR�GHFLGH�D�WD[D�GH�MXURV�HP�XPD�³FDQHWDGD´�GR�
COPOM. O governo se compromete a buscar aquela taxa de juros que foi 
DFRUGDGD�QD�UHXQLmR��$�WD[D�GH�MXURV�p�R�SUHoR�GR�³EHP´�PRHGD��$VVLP��
se o governo quiser reduzir a taxa de juros, ele pode aumentar a oferta 
de moeda na economia (quando aumentamos a oferta de um bem, seu 
preço cai). Se ele quiser aumentar a taxa de juros, ele pode reduzir a 
oferta de moeda na economia (quando reduzimos a oferta de um bem, 
seu preço aumenta). Neste caso, o BACEN utilizará os instrumentos que 
foram aprendidos logo acima para variar a oferta de moeda e garantir a 
taxa de juros que ele deseja. 
 
Quando isto acontece, ou seja, quando o governo visa determinar a taxa 
de juros e deixa a oferta de moeda variar, para garantir o nível da taxa 
de juros que ele quer, nós dizemos que a política monetária é 
passiva. 
 
Quando o governo controla a oferta de moeda, e a taxa de juros pode 
variar livremente, nós dizemos que a política monetária é ativa. Não é 
possível ao governo adotar, ao mesmo tempo, política monetária ativa e 
passiva. Deve-se escolher uma das duas (ou se controla a oferta de 
moeda, ou se controla a taxa de juros). 
 
Veja que os conceitos de política monetária ativa e passiva levam em 
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conta o controle da quantidade de moeda na economia. Se o governo 
quiser controlar a oferta monetária, e deixar a taxa de juros variar, a 
política monetária é ativa. Se o governo quiser controlar os juros (é o 
caso do Brasil, hoje), e deixar a oferta de moeda variar, a política 
monetária é passiva. 
 
 
1.5. Relação entre a política monetária, renda, inflação e juros 
 
 Primeiramente, devemos entender que política monetária 
expansionista, inflacionária, ou expansiva é aquela voltada para o 
aumento da quantidade de meio circulante (M1) na economia. Por outro 
lado, quando o governo adota medidas para reduzir a quantidade de M1, 
estará utilizando política monetária restritiva, ou anti-inflacionária. 
 
Também podemos entender que qualquer política do governo no 
sentido de aumentar o multiplicador monetário é considerada política 
monetária expansiva, assim como qualquer ato do governo no sentido 
reduzir o multiplicador monetário é política monetária restritiva. 
 
o Política monetária Æ renda: vários modelos econômicos 
demonstram que o aumento na quantidade de M1 na economia 
(política monetária expansiva) provoca aumento da renda ou 
demanda agregada, aumentando os níveis de emprego. Neste caso, 
os efeitos da política fiscal e monetária são semelhantes sobre a 
renda ou produto da economia. 
 
o Política monetária Æ nível geral de preços: políticas 
expansivas, tal qual ocorre com a política fiscal, provocam pressões 
inflacionárias (aumento de preços). 
 
o Política monetária Æ taxas de juros: a taxa de juros é o preço 
do dinheiro. Quando há política monetária expansiva, há mais 
dinheiro circulando. Mais dinheiro circulando indica que ele está 
mais barato (tudo em excesso fica mais barato: é mera aplicação 
dos mecanismos de oferta e demanda). Como maior quantidade de 
M1 indica que a moeda está mais barata, as taxas de juros estarão 
mais baixas. Assim, caso o governo queira reduzir as taxas de 
juros, poderá praticar política monetária expansionista. Por outro 
lado, quando os meios de pagamento ficam mais escassos (política 
monetária restritiva), a moeda fica mais cara, ou seja, a taxa de 
juros (preço da moeda) aumenta. 
 
Segue um resumo sobre os efeitos e instrumentos da política 
monetária: 
 
Quadro 02: 
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Política 
monetária 
Instrumentos Consequências 
EXPANSIVA 
Redução da exigência de 
depósito compulsório Aumenta a renda/emprego 
Aumento da inflação 
Redução das taxas de juros 
Redução da taxa de 
redesconto 
Compra de títulos 
RESTRITIVAAumento da exigência 
de depósito compulsório Reduz a renda/emprego 
Redução da inflação 
Aumento das taxas de juros 
Aumento da taxa de 
redesconto 
Venda de títulos 
 
Nota Æ as consequências da política monetária sobre a inflação, 
renda e taxas de juros ficarão mais claras quando estudarmos os modelos 
IS-LM e oferta/demanda agregada nas próximas aulas. 
 
 
1.6. Equilíbrio monetário 
 
O equilíbrio monetário pode ser visto sob duas óticas: segundo a 
teoria clássica e segundo a teoria Keynesiana. Pela teoria clássica, 
utilizamos a teoria quantitativa da moeda; comecemos nossa análise por 
ela. 
 
 
1.6.1. Equilíbrio monetário para os clássicos - Teoria 
quantitativa da moeda (TQM) 
 
 A TQM é basicamente um modo de se enxergar o papel na 
economia que se coaduna com a teoria clássica. A TQM é fundamentada 
basicamente sobre a seguinte formulação: 
 
MV = PT 
 
Onde: M=oferta de moeda (base monetária), V=velocidade de circulação 
da moeda, P nível geral de preços e T=quantidade de transações ocorrida 
no sistema econômico. 
 
 A equação nos diz que o volume de moeda multiplicado por sua 
velocidade (número de transações financiado pela mesma unidade 
monetária) é igual ao volume monetário das transações realizadas na 
economia. Esse volume monetário é a quantidade de transações 
multiplicada pelos preços destas transações (PxT). 
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 Assumindo-se que a economia esteja no pleno emprego, que é um 
pressuposto da economia clássica (a quantidade de transações ± T ± 
esteja em seu máximo), e a velocidade de circulação da moeda seja 
constante; aumentos da oferta de moeda ± M ± tenderão a aumentar os 
preços ± P ± para que se mantenha a igualdade. Na verdade, a equação 
nos afirma que, na teoria clássica, coeteris paribus, aumentos da oferta 
monetária provocarão somente aumento dos preços. Assim, quando a 
oferta monetária é aumentada, isto acabará provocando inflação. 
 
Ao mesmo tempo, a quantidade de moeda determina o nível de 
geral de preços. Se a quantidade de moeda na economia é alta, o nível 
geral de preços estará alto. Se a quantidade de moeda na economia é 
baixa, o nível geral de preços estará baixo. O aumento da quantidade de 
moeda faz surgir a inflação (aumento do nível geral de preços). 
 
 Esta teoria não é amplamente aceita por todos os economistas, pelo 
fato de existirem duas suposições que são difíceis de serem verificadas na 
prática: a economia deve estar em pleno emprego e a velocidade de 
circulação da moeda deve permanecer constante. Outro fator importante 
na TQM é fato de que ela desconsidera totalmente o papel da taxa de 
juros sobre a renda. Para os clássicos, a demanda por moeda depende 
somente da renda e não da taxa de juros. 
 
A dependência da demanda por moeda em relação à taxa de juros 
devido ao motivo especulação foi ressaltada por Keynes, em crítica à 
teoria clássica. 
 
Por fim, devemos fazer um breve comentário sobre a questão da 
velocidade de circulação da moeda, ou velocidade-renda da moeda. Ela 
significa a quantidade de "giros" que uma unidade monetária dá, criando 
renda durante certo período de tempo. 
 
É aceito que a demanda por moeda depende desta velocidade-renda 
da moeda. É algo menos visto nos livros em geral, mas que já apareceu 
em prova. A demanda por moeda é inversamente relacionada com 
a velocidade-renda da moeda. Isto é, quanto maior a velocidade com 
que a moeda circula na economia, menor será a demanda das pessoas 
por moeda. 
 
Isto é explicado pelo fato de a moeda chegar na mão das pessoas 
com mais rapidez, fazendo com que haja menos necessidade de mais 
moeda. Assim, quanto mais velozes são os giros que a moeda dá, menor 
é a demanda por moeda das pessoas. 
 
Maneira alternativa de apresentar a TQM 
 
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A Teoria Quantitativa da Moeda ainda pode ser expressa pela Equação de 
Trocas a seguir: 
 
MV = PY 
 
Onde M representa os meios de pagamento, V a velocidade de circulação 
da moeda, P o nível de preços e Y o produto (ou renda) real da 
economia, e PY é o produto nominal da economia. 
 
Observe que se descontarmos o nível de preços do produto nominal 
(PY/P), chegaremos ao produto real (Y). Ou seja, o PIB real é igual ao 
PIB nominal descontada a inflação do ano. Veremos mais sobre a inflação 
na aula sobre Oferta e Demanda Agregada. 
 
 
1.6.2. Equilíbrio monetário para Keynes 
 
Na visão keynesiana, o equilíbrio monetário é atingido quando a 
oferta é igual à demanda de moeda. 
 
Segundo Keynes, a oferta e a demanda de moeda exercem um 
papel importante sobre a taxa de juros, e esta exerce um papel 
importante sobre a renda. Para Keynes, uma expansão monetária 
causaria o seguinte, se a economia estiver abaixo do pleno emprego: 
 
x Com mais moeda, a taxa de juros fica mais barata, incentivando os 
investimentos das empresas; 
 
x Os investimentos das empresas é um dos elementos da demanda 
agregada. Havendo mais investimentos, haverá mais renda, 
aumentando, assim, o nível de emprego. 
 
Conforme nós colocamos, isto acontecerá se a economia estiver 
abaixo do pleno emprego (com capacidade ociosa; ou com desemprego 
de recursos). Se, por outro lado, a economia estiver em pleno emprego 
(utilização total da capacidade instalada), o aumento da oferta de moeda 
provocará somente inflação (aumento de preços), exatamente como 
apregoa a TQM. 
 
Veja, então, que Keynes não contraria totalmente a TQM, mas, para 
ele, ela só se aplica se a economia estiver no pleno emprego. 
 
Nota Æ estas questões das relações entre juros, renda, emprego, 
inflação, Keynes, clássicos; enfim, tudo isso ficará mais claro na próxima 
aula. Portanto, se você teve dificuldades em entender essa parte final da 
aula, não se preocupe, pois mais à frente tudo ficará mais claro. Apenas 
colocamos QHVWD� DXOD�� SRLV� VmR� DVVXQWRV� GHQWUR� GR� DVVXQWR� ³PRHGD´��
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Quando você ler as aulas pela segunda vez (e esperamos que isso seja 
feito!), tudo se encaixará perfeitamente. 
 
 
Adendo: taxa real x taxa nominal de juros 
 
A taxa de juros nominal corresponde ao ganho monetário obtido por 
determinada aplicação, independente do comportamento do valor da 
moeda (independente da inflação). Por exemplo, se eu (Jetro) aplico hoje 
R$ 100,00 e resgato daqui a 01 mês R$ 130,00, a taxa de juros nominal 
foi de 30% a.m., ou seja, os R$ 30,00 que eu ganhei em relação aos R$ 
100,00 que apliquei. Se eu tivesse resgatado R$ 300,00, a taxa de juros 
nominal teria sido de 200% a.m. 
 
A taxa de juros real corresponde ao ganho que se obtém em termos 
de poder de compra. Ou seja, ela corresponde à taxa de juros nominal 
recebida, descontada a perda de valor da moeda,isto é, descontada a 
inflação no período da aplicação. Ou seja, a taxa de juros real é igual à 
taxa de juros nominal menos a taxa de inflação. 
 
Suponha que eu tenha aplicado R$ 100,00 e resgatado R$ 130,00; 
mas a inflação no período tenha sido de 30%. Neste caso, percebemos 
claramente que os 30% que eu ganhei nominalmente foram totalmente 
corroídos pela inflação. Do ponto de vista real, descontada a inflação, o 
ganho da aplicação foi de 0%. 
 
Assim, podemos definir que a taxa de juros nominal corresponde à 
soma entre a taxa de juros real e a taxa de inflação: 
 
n = r + i Î r = n ± i 
 
2QGH�³Q´�p�D�WD[D�QRPLQDO��³U´�p�D�WD[D�UHDO�H�³L´�p�D�LQIODomR��(VVD�
equação acima reflete o chamado efeito Fisher, e mostra que a taxa de 
juros real depende, além da remuneração nominal, da taxa de inflação. 
 
Além da formulação acima, existe esta também: 
 
(1 + n) = (1 + r).(1 + i) Î (1 + r) = (1 + n)/(1 + i) 
 
A expressão acima tem o mesmo significado da equação de Fisher 
(n = r + i). A diferença é que estamos trabalhando com índices, e não 
com taxas. Nos dois casos, você pode perceber que se a taxa de inflação 
é 0% (i=0), então, as taxas de juros nominal e real serão iguais. Se a 
taxa de inflação for maior que a taxa nominal de juros, os juros reais 
indicarão perda de rendimento da aplicação. 
 
 
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Î POLÍTICA MONETÁRIA X POLÍTICA FISCAL 
 
 Conforme vimos nesta e na última aula, e será aprimorado mais à 
frente, as políticas monetária e fiscal representam meios alternativos para 
se conseguir as mesmas finalidades: alteração do nível de emprego, 
inflação e juros. Assim, pode nos parecer que essas duas políticas 
possuem a mesma eficácia e efeito sobre a economia, o que não é 
verdade. Na realidade, é aconselhável que a política econômica seja 
executada mediante uma combinação adequada de instrumentos fiscais e 
monetários. 
 
 Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia 
quando o objetivo é a melhoria da distribuição de renda; isso pode 
ser obtido via taxação das rendas mais altas (tributação progressiva) e 
aumento dos gastos do governo com destinação a setores menos 
favorecidos (obras públicas em locais mais necessitados). A política 
monetária é mais difusa e genérica, sendo mais difícil direcioná-la a um 
ou outro setor, sendo, portanto, menos eficaz no que se refere a aspectos 
distributivos. 
 
 No entanto, a política monetária apresenta resultados mais 
imediatos, dado que depende apenas de decisões diretas das 
autoridades monetárias, enquanto a implementação de políticas fiscais 
depende da votação do congresso (mais especificamente, a votação do 
orçamento), o que causa uma defasagem de tempo entre a tomada de 
decisão e a adoção na prática das medidas fiscais. As medidas fiscais 
ainda são sujeitas a maiores restrições de ordem institucional ou legal (só 
podem ser efetivadas no exercício fiscal seguinte, tem que estar previsto 
na lei do orçamento, às vezes, deve constar ainda no Plano Plurianual, 
etc). 
 
2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
2.1 Introdução 
 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de órgãos que 
regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à circulação da 
moeda e do crédito na economia. São todas as instituições que fazem a 
intermediação financeira no nosso país. 
 
O SFN foi criado por lei. Podemos, então, entender o SFN como a 
estrutura jurídica criada para organizar e atribuir competências aos 
responsáveis pela intermediação financeira no Brasil. Você verá que 
algumas atribuições que estudamos como sendo do BACEN, foram dadas, 
no Brasil, por meio de lei, a outros órgãos do SFN. 
 
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Atualmente, a Lei que regula o Sistema Financeiro Nacional é a Lei 
4.595/64�� FRQKHFLGD� FRPR� ³/HL� GD� 5HIRUPD� %DQFiULD´�� (VVD� OHL�� FULRX� R�
Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário Nacional, órgãos que 
conheceremos um pouco mais aprofundadamente, adiante. 
 
Em paralelo com a Lei 4.595/64, temos também outras duas leis, 
não tão importantes quanto a primeira, mas que também foram 
importantes para a formação do sistema financeiro nacional que 
possuímos hoje. São as leis 4.380/64 (que criou o Sistema Financeiro da 
Habitação e o Banco Nacional da habitação) e 4.728/65 (que reformou o 
Mercado de Capitais do Brasil). Posteriormente a essas leis, tivemos 
várias outras, que alteraram a estrutura e o funcionamento do SFN. 
 
 O Sistema Financeiro Nacional passou por muitas alterações até 
chegar à estrutura atual. Hoje, o SFN é assim constituído: 
Orgãos 
normativos 
Entidades 
supervisoras 
Operadores 
Conselho 
Monetário 
Nacional -CMN 
Banco Central do 
Brasil - Bacen 
Instituições 
financeiras 
captadoras de 
depósitos à vista 
Demais 
instituições 
financeiras 
 
Bancos de 
Câmbio 
Outros intermediários financeiros e 
administradores de recursos de 
terceiros 
Comissão de 
Valores Mobiliários 
- CVM 
Bolsas de 
mercadorias e 
futuros 
Bolsas de 
valores 
Conselho 
Nacional de 
Seguros 
Privados - 
CNSP 
Superintendência 
de Seguros 
Privados - Susep 
Resseguradores 
Sociedades 
seguradoras 
Sociedades 
de 
capitalização 
Entidades abertas de 
previdência 
complementar 
Conselho 
Nacional de 
Previdência 
Complementar 
- CNPC 
Superintendência 
Nacional de 
Previdência 
Complementar - 
PREVIC 
Entidades fechadas de previdência complementar 
(fundos de pensão) 
Fonte: Banco Central do Brasil 
 
 O Sistema Financeiro Nacional ± SFN - pode ser subdivido em 
entidades normativas, supervisoras e operacionais. 
Os órgãos normativos são responsáveis pela definição das 
políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, mas não possuem 
nenhuma função de executar essas políticas e diretrizes. Em geral, são 
entidades colegiadas, com atribuições específicas e utilizam-se de 
estruturas técnicas de apoio para a tomada das decisões. 
Atualmente, no Brasil, funcionam como entidades normativas o 
Conselho Monetário Nacional ± CMN, o Conselho Nacional de Seguros 
Privados - CNSP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar ± 
CNPC. 
As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas 
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funções executivas, como a fiscalização das instituições sob sua 
responsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de 
regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou 
atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central do 
Brasil ± BCB, a Comissão de Valores Mobiliários ± CVM, a 
Superintendência de Seguros Privados ± SUSEP e a Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar ± PREVIC são as entidadessupervisoras do Sistema Financeiro Nacional. 
Por último, temos as entidades operadoras, que são todas as 
demais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não, como 
também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre outras 
atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupadores e 
tomadores ou pela prestação de serviços que envolvam intermediação 
financeira. 
 
Dado o panorama geral do SFN, a partir de agora veremos cada um 
dos componentes do sistema financeiro nacional. Assim, atenderemos ao 
que o edital da SEFAZ/PE nos pede. 
 
2.2 Órgãos Normativos 
 
2.2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN) 
 
Começaremos pelo órgão de maior importância. O Conselho Monetário 
Nacional (CMN) é o órgão normativo do sistema monetário. É responsável 
pela fixação das metas e diretrizes da política monetária, creditícia 
e cambial do país. Compete ao CMN: 
 
- Determinar as normas de atuação das instituições financeiras; 
- Regular o valor interno e externo da moeda nacional; 
- Adaptar a quantidade de meios de pagamento às reais necessidades 
da economia; 
- Zelar pela solvência (capacidade de honrar as dívidas) do SFN e 
coordenar a política monetária; 
- Orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras. 
 
O CMN é composto pelo Ministro da Fazenda (que preside o Conselho), 
pelo Ministro do Planejamento e pelo Presidente do BACEN. 
 
Junto ao CMN funcionam algumas comissões consultivas. A de maior 
destaque é a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, responsável pela 
condução do plano Real. 
 
2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados 
 
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é responsável por 
fixar diretrizes e normas da política de seguros privados. Atualmente, é 
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composto pelo Ministro da Fazenda, pelo Superintendente da 
Superintendência de Seguros Privados e por representantes do Ministério 
da Justiça, do Ministério da Previdência Social, do Banco Central do Brasil 
e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
 
O CNSP desempenha as atribuições de fixar as diretrizes e normas 
da política de seguros privados, regular a constituição, organização, 
funcionamento e fiscalização das Sociedades Seguradoras, de 
Capitalização, Entidades Abertas de Previdência Privada, Resseguradores 
e Corretores de Seguros. 
 
O CNSP também fixa as características gerais dos contratos de 
seguro, previdência privada aberta e disciplina a corretagem de seguros e 
a profissão de corretor. 
 
2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar 
 
O CNPC tem a função de regular o regime de previdência 
complementar operado pelas entidades fechadas de previdência 
complementar (Fundos de Pensão). Cabe também ao CNPC julgar, em 
última instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria 
de Previdência Complementar (atual PREVIC). 
 
O CNPC é presidido pelo ministro da Previdência Social e composto 
por representantes da Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar (PREVIC), da Secretaria de Políticas de Previdência 
Complementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, dos 
Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das 
entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e 
instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de 
previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de 
benefícios das referidas entidades. 
 
2.3 Entidades Supervisores 
 
2.3.1 Órgãos ligados ao Conselho Monetário Nacional (CMN) 
 
Banco Central do Brasil - BCB 
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulgação da Lei 
da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64). 
Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em Belém, Belo 
Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, 
Salvador e São Paulo. ͒É uma autarquia federal que tem como principal 
missão institucional assegurar a estabilidade do poder de compra 
da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente. 
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A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a cargo 
exclusivo do BCB. 
O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo Presidente da 
República após a aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por 
uma arguição pública e posterior votação secreta. 
Entre as várias competências do BCB destacam-se: 
‡ Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da 
solidez do Sistema Financeiro Nacional; 
‡ Executar a política monetária mediante utilização de títulos do 
Tesouro Nacional; 
‡ Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas de um 
dia, conhecida como taxa SELIC; 
‡ Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o 
Sistema Financeiro Nacional; 
‡ Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações 
financeiras com o exterior; 
‡ Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras de 
compensação); 
‡ Emitir papel-moeda (cabe destacar que o papel do BACEN é EMITIR 
moeda. Quem produz o dinheiro, faz a moeda, é a Casa da Moeda e 
não o BACEN); 
‡ Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de 
dinheiro necessária às atividades econômicas; 
‡ Manter o nível de preços (inflação) sob controle; 
‡ Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a taxa de 
juros; 
‡ Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de 
redesconto; 
‡ Executar o sistema de metas para a inflação; 
‡ Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional; 
‡ Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação nos 
mercados de câmbio; 
‡ Administrar as reservas internacionais brasileiras; 
‡ Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais; 
‡ Conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras. 
‡ Regular o sistema de compensação de cheques. 
 
Existe também uma outra classificação mais tradicional que os 
Economistas utilizam acerca das funções de um Banco Central. 
 
1. Banco Central como Banqueiro do governo: Quando o BACEN 
guarda as reservas internacionais em ouro ou em moeda 
estrangeira do Governo. No Brasil, o BACEN é responsável, ainda, 
por manter a Conta Única do Tesouro Nacional, que é 
operacionalizada pelo Banco do Brasil (BB). 
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2. Banco Central como Autoridade Monetária: É o BACEN que 
autoriza a emissão monetária do país 
3. Banco Central como Executor da Política Monetária e Cambial: 
Essa competência ocorre quando o BACEN insere ou retira moeda 
do mercado visando alterar a taxa de juros bem como quanto 
executa os instrumentos de política monetária (recolhimentos 
compulsórios, redescontos, mercado aberto, etc) ou cambial

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