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Fundamentos Geográficos do Turismo no RJ

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FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO
Questão 01: Os defensores do determinismo ambiental afirmam que as condições naturais, principalmente as climáticas, destacando a variação térmica no decorrer das diferentes estações do ano, são profundamente determinantes no comportamento do ser humano. 
Que relação você pode estabelecer entre o Determinismo Ambiental e o turismo?
Dê um (01) exemplo e justifique.
ATENÇÃO: Responda em pelo menos 450 caracteres, incluindo espaços, para cada item.
RESP: 
a)O Determinismo Ambiental está relacionado a influência das condições do meio natural, dentre eles os climáticos, geológicos, hidrográficos etc., sobre o homem/comunidade e na formação de uma paisagem. 
O francês Vidal de La Blache, definiu o objeto da geografia como a relação homem-natureza, na perspectiva da paisagem, onde admitia que o homem poderia sofrer influência sobre o meio, dependendo das condições técnicas e dos recursos disponíveis.
No texto do livro, é mencionado sobre o discurso de determinismo ambiental de Hunting-ton: “ele pressupõe forte influência do clima sobre o comportamento humano, determinando estágios de civilização e de desenvolvimento intelectual, posto que ele considera que o calor excessivo torna o indivíduo estúpido indagações vão na direção do estudo que averigua a qualidade do espaço turístico, considerando que esta qualidade não deve ser somente para o turista que por ali passa algumas horas ou dias, mas para o conjunto da população que ali passa o ano inteiro, onde constrói sua vida e suas esperanças”.
Então, observamos que também existe uma relação com os estudos dos fenômenos turísticos, que tem como finalidade facilitar no planejamento e no desenvolvimento de um turismo sustentável, quer seja no conhecimento da geologia local, na vida cultural/econômica/política da comunidade, na segregação sócio espacial, nos possíveis impactos e na infraestrutura necessários (estradas, iluminação, hospedagem, comércio, bancos etc) para os atrativos turísticos. 
 
b)Exemplo: Como mencionado acima a respeito da existência da relação entre o Determinismo Ambiental e o Turismo, podemos exemplificar com a oferta turística no segmento de “Ecoturismo”. Onde foram transformados os recursos naturais em atrativos turísticos, com a criação de roteiros, de produtos turísticos e de inclusão social. 
O ecoturistmo tem como proposta a contemplação, a conservação da sua natureza, a preservação arquitetônica do patrimônio natural e o lazer, como exemplo, Pantanal. 
Pantanal é um santuário ecológico e com diversidade da paisagem, fauna e flora. Considerado pela UNESCO, Patrimônio Natural Mundial.
Outro exemplo, podemos acentuar com relação ao clima/estação de inverno, é a prática de esportes de inverno em Bariloche, Argentina, onde teremos o turismo ecológico e o de aventura.
Questão 02: Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no espaço rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade (BRASIL, 2008, p. 20).
Identifique uma região ou lugar no estado do Rio de Janeiro com esta segmentação consolidada, ou em desenvolvimento ou ainda com este potencial.
Comente (ATENÇÃO: Responda em pelo menos 450 caracteres, incluindo espaços, para este item).
RESP:
a)Região Serrana, município de Nova Friburgo. Apresenta uma diversificação em sua tipologia, temos turismo rural, ecológico e de aventura. 
Na região serrada além das atividades fabris de lingerie que tem grande destaque econômico, existem outras atividades como as agrícolas, pecuárias e extrativas (de pesca).
Alguns proprietários de fazendas/sítios implementaram outras diversidades em suas atividades, associando o lazer ao patrimônio rural, transformando algumas em pousadas.
 
b)No município de Nova Friburgo poderemos encontrar além do histórico-cultural, teremos a existência de fazendas, de turismo ecológico com trilhas e cachoeiras, e de aventuras em seus espaços rurais.
Lá encontraremos diversos hotéis-fazendas, simulando antigas fazendas de café e resgatando a vida rural numa simulação do dia-a-dia, com charretes, pesque-pague, cavalgadas, caminhadas ecológicas, escaladas, percursos em bicicletas, corredeiras e o cultural/rural.
Existem paisagens naturais famosas nos distritos de Lumiar e São Pedro da Serra. Também existem os seguintes atrativos turísticos: o encontro dos rios, a pedra riscada, o polo gastronômico, as fábricas de lingerie, considerada a “Capital Nacional da Lingerie”, etc.
Atualmente, a cidade vem passando por um momento de adaptação, em decorrência de fortes chuvas sofridas em seu município que trouxeram mortes em sua comunidade, grandes prejuízos materiais e econômicos, que afetaram também a sua atividade turística.
O Estado do Rio de Janeiro é um dos estados caracterizados com uma enorme diversidade climática, topográfica e uma variedade de condições histórico-culturais, o que certamente facilita a sua interiorização no desenvolvimento econômico e social, como podemos destacar em outros municípios, como Petrópolis, Angra dos Reis, em que alguns desses ainda podem ser melhores explorados no seu potencial turístico.
Questão 03: Paisagem, no sentido comum, é tudo aquilo que nosso olhar pode abarcar de uma só vez, o que acaba muitas vezes coincidindo com a noção de cenário. Para La Blache, a paisagem é a fisionomia de um lugar ou região.... 
Observar com método, identificando os elementos da paisagem para poder compreendê-la é uma abordagem, contudo, nem tudo que vemos é paisagem geográfica, se a tomamos como conceito científico. Paisagens Geográficas seriam apenas aqueles cenários que sintetizam a combinação de elementos que conferem identidade (ou alma) ao lugar. 
Neste sentido, observe a sua cidade, considere tanto a parte urbana e/ou a rural e comente sobre a paisagem local que percebe. (ATENÇÃO: Responda em pelo menos 450 caracteres, incluindo espaços, para este item).
RESP:
Resido e estudo em Niterói. Na minha cidade de Niterói só temos área urbana, pois a antiga área da localidade do Engenho do Mato, situada na região oceânica, deixou de ser considerada pelo município como área rural.
No Engenho do Mato, hoje considerado um bairro de Niterói, abrange uma área de 10,5 km2. O bairro havia surgido da partilha da Fazenda Engenho do Mato, que na época tinha como sua principal produção a banana prata e a variedade de hortifrutigranjeiros. Em 1938, foram feitos em sua área dois loteamentos, denominados “Jardim Fazendinha de Itaipui” e “Parque da Colina”.
No ano de 1950 foi ocupada por posseiros que desenvolviam atividades agrícolas, e não conseguiram ser expulsos com a venda dessas terras em função de uma ação governamental, pois tinham interesse em manter essa produção agrícola próxima a Niterói e evitar a derrubada da mata, rica em madeira de lei.
Depois em 1970 surgiram novos loteamentos, considerados bairros como Maravista, Soter, Argeu, Fazendinha, Vale Feliz e Jardim Fluminense.
Hoje grande parte da área é ocupada por residências, e que tiveram acesso em sua maioria de compradores diretos com os posseiros. 
Possui o Haras São Sebastião, onde podemos ver nas ruas diversas cavalgadas, e nas suas proximidades as praias da região oceânica, Itacoatiara e Itaipu
No Engenho do Mato temos o Parque Ecológico Darcy Ribeiro, que abrange em sua extensão os bairros do Rio do Ouro e Pendotiba, e também a Serra do Cantagalo. Possui mata atlântica nativa, cachoeiras, lagos, grutas e cavernas, existem caminhadas programadas.
Parque da Serra da Tiririca, polo de ecoturismo de Niterói e do município de Maricá, protege áreas de mata atlântica, costões rochosos, restinga, mangue e de interesse para as pesquisas científica e de educação ambiental.
Parque da Cidade, outra área de preservação ambiental, possui um mirante com a visão panorâmica de Niterói e para a pratica de esporte de vôo livre. 
Na parte urbana temos a destacar o Museu de Arte Contemporânea, projetado peloarquiteto Oscar Niemeyer, onde tornou-se um dos cartões-postais de Niterói. A sua imagem tornou-se o logotipo dos documentos públicos da Prefeitura Municipal de Niterói. Esta é uma paisagem de imensurável beleza arquitetônica e de contemplação as belezas naturais das cidades de Niterói e do Rio de Janeiro. 
A cidade é rica culturalmente, temos uma diversidade de atrativos turísticos, como Museus (Ingá, Antônio Parreiras, Arqueologia de Itaipu, Imprensa), igrejas históricas, 
Horto Botânico, Teatro Municipal de Niterói, praias oceânicas para práticas esportivas (velas, surf), Feira de artesanato no Campo de São Bento etc.
Apesar da proximidade do Rio de Janeiro, vem sendo feito atualmente um trabalho de parceria da Neltur com a Riotur. Alguns dos atrativos turísticos de Niterói acabaram contribuindo para que o município do Rio se tornasse Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana pela UNESCO, entre os quais se inclui os Fortes Históricos de Niterói, localizados no Morro do pico (Santa Cruz da Barra, São Luiz, Forte do Pico, Rio Branco e Imbuí).
Novos hotéis estão sendo esperados em Niterói, um a ser inaugurado em junho no Ingá, e outros em via de negociação do Prefeito Rodrigo Neves com empresariados portugueses. Niterói tem uma demanda turística crescente e necessita de vagas no ramo hoteleiro para complementação no período das Olimpíadas de 2016.
Assim sendo, podemos observar diversos aspectos de diversificação na caracterização da estrutura geológica de nossa cidade, relevos, climas diversificados e praias.
Nessas paisagens e enriquecedoras certamente estão sendo para o turismo de Niterói, no entanto precisa ainda de alguns ajustes em sua infra-estruturas, tanto no setor de hospedagem como no da mobilidade. Atualmente registra-se uma alta de 455% de busca por hospedagem em Niterói, segundo fontes da Neltur.
 
Questão 04: (ATENÇÃO: Responda em pelo menos 450 caracteres, incluindo espaços, para cada item).
Comente brevemente sobre o conceito de lugar na Geografia Humanística; 
Estabeleça uma relação entre lugar e topofilia e sua aplicação ao turismo;
RESP:
a)Na geografia humanística o lugar é o espaço onde as emoções humanas têm sentido e expressão. Pode haver uma abordagem do homem pela verificação e mensuração quer seja positiva ou não.
b)Como podemos observar o turismo se manifesta em diferentes formas de território e de um ordenamento para a pratica do turismo, que são as áreas receptoras, os locais onde receberemos os turistas, o lugar turístico. 
Esses lugares podem ter significados diferentes, conforme a indústria do turismo, transformando-os até artificialmente. 
Essa topofilia do elo efetivo entre pessoa e lugar, pois o turista poderá ou não retornar ao local ou indica-lo.
AP2 – ESTUDOS
 
         ESPAÇO – privatização de espaços públicos pelo turismo, implica que áreas publicas de uso comum tornem-se altamente valorizadas, provocando a segregação (separar, dividir) sócio (sociedade) espacial. Quando as pessoas são separadas uma das outras por classe social e espaço.
         Privatização de espaços públicos pelo turismo, implica que áreas publicas de uso comum tornem-se altamente valorizadas provocando a segregação sócio espacial (quando as pessoas são separadas uma das outras por classe social e espaço).
         Segregação socioespacial – Espaço urbano vai se fragmentando (existem diversos centros dentro de um mesmo espaço urbano: comerciais, industrais, de lazer, de moradia, ela se fragmenta pela economia como também no aspecto social, social e economia estão sempre unidos. Poder público contribui por essa responsabilidade de fragmentação urbana, pios determinados espaços tem melhores condições de infraestrutura e outros não, bom transporte, tratamento de esgoto, água encanada. Os bairros menos valorizados estão na periferia da cidade, são lugares distantes do centro. Falta acesso a equipamentos públicos de lazer ou administrativos, como parques, hospitais, escolas, praças. SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL – camadas da população são levadas a morar em lugares distantes, com dificuldades de deslocamentos a lugares centrais, seja comercio ou local de trabalho, e são desprovidas de equipamentos públicos.
         Novo entendimento entre espaço e território – processo de apropriação que imprime caracteristicvas e interesses que se manifestam no urbano a ponto de implicar na vida da sociedade, indicando novas praticas sociais.
         SANTOS - Os espaços assim requalificados atendem sobretudo aos interesses dos atores hegemônicos da economia, da cultura e da política e são incorporados plenamente às novas correntes mundiais. O meio técnico-científico-informacional é a cara geográfica da globalização. A diferença, ante as formas anteriores do meio geográfico, vem da lógica global que acaba por se impor a todos os territórios e a cada território como um todo. (SANTOS, 2004, p. 239
         Essas transformações do mundo contemporâneo devem ser levadas em  conta no estudo do urbano por diferentes áreas. No caso da discussão referente ao espaço urbano e sua interação com o turismo, é imprescindível destacar as alterações do meio geográfico, em especial, nesta pesquisa, que tem como foco o processo da privatização dos espaços públicos pelo turismo.
         O turismo se insere no urbano que pode provocar o ordenamento e reordenamento do território para o seu uso. Podem surgir a segregação socioespacial, e o consequente acirramento das desigualdades sociais.
         DISTINÇÃO ENTRE ESPAÇO E CONFIGURAÇÃO ESPACIAL – o espaço inclui todo o movimento da sociedade que se dá sobre tal configuração, modando funções, significados.
         O turismo pode ser um verdadeiro agente no território. O território passa a ser consumido pelo turismo através de bens e serviços atreladoas as praticas estranhas ao lugar. As vezes os interesses contraditórios pode provocar a segregação e disputa espacial entre turistas e residentes.
         Na visão de Knafou  in  Rodrigues (1996) existem duas territorialidades distintas: a da população moradora do lugar, identificada como “territorialidade sedentária”, e a dos turistas que passam pelo local, a “territorialidade nômade”, indicando interesses concorrentes e contraditórios que se refletem no próprio espaço geográfico.
         No urbano concentra-se os equipamentos do turismo, esse mesmo urbano responsável pelo stress da vida moderna. Esse urbano apresenta-se como um espaço produtivo.mPara fugir do cansaço, as viagens e o próprio lazer tornam-se objeto de consumo e as cidades passam a serem vendidas pelo turismo (marketing). 
         Valorização do espaço para exploração do turismo – é quando ocorre a privatização dos espaços públicos, onde grupos capitalistas atribuem novas funções ao lugar e instalam novos eequipamentos de modo a criar um espaço mercadoria para o consumo que restringe e segrega.
         Espaço mercadoria - As metas, diretrizes e objetivos numa politica publica que viabilizam a apropriação do espaço geográfico pelo tursimo. Numa ausência de politicas publicas é quando se permite a apropriação do espaço numa perspectiva mercantil, dos interesses particulares, que segrega a população e também os espaços, deixanto nítido para os que tem condições de pagar e os que não tem. Poder publico deve se colocar de forma que os modalores (população local) se beneficiem do turismo implantado e não somente as industrais do turismo e os agentes privadas.
         Articulações entre os diferentes atores associados ao turismo e capazes de promover o desenvolvimento local -  se organizar e descobrir novos caminhos para entrarem nessa cadeia produtiva do turismo. Participaççao se iniciaria de baixo para cima, do local para a gloval prioriza o local O homem encontrar uma forma de ganhar o espaço dele, a sobrevivência e a defender sua cultura.Uma politica de desenvolvimento voltado para o homem, para o desenvolvimento social, negando um modelo global as vezes necessário. (CORIOLANO  in LIMA; CORIOLANOorgs., 2003)
         Nessa perspectiva da segregação socioespacial o espaço foi inserido na logica capitalista e especializado para atender aos interesses dos empresários (meio de produção) não considerando o publico (coletivo).
         ESPAÇO GEOGRAFICO -  o TURISMO se destaca como agente que provoca alterações no espaço geográfico e que se desenvolve por meio dos elementos deste espaço.
         GEOGRAFIA TRADICIONAL – Romantismo e da paisagem. Enfoque idiográfico (Turismo – refere-se ao único, o produto turístico oferecido é único, dotado de certas particularidades que justifica a visita).
Influência francesa, geografia lablancheana ou vidaliana, lida com fenômenos geográficos – pelo enfoque regional (estudo de uma região ou determinada porção da superfície terrestre, observando elementos naturais (rios, solos, climas, plantações, formas de morar, estradas) e humanos). Valoriza a paisagem.
Estariam cada região, articulados entre si e dariam uma feição peculiar.
Abordagem lablancheana – essas técnicas resultam em uma harmonia profunda entre o homem e o meio, fusão homem natureza, técnica dessa relação localizada.
         LA BLANCHE – Identificar essa combinação, essa articulação local dos elementos naturais e humanos. Lugares e regiões da superfície terrestre seriam sempre distintos como impressões digitais, geografo ver essa peculiaridade. Buscava reunir todos os campos de estudo geográfico, para obter uma verdadeira síntese de cada região ou lugar. Vinculo geografia com o turismo. Turismo tem interface com outras atividades, formando um conjunto de natureza diversa.
Visão otimista e romântica, homem natureza, ignora qualquer conflito, agressão a natureza.
Blanche - estudo dedicados em áreas rurais, pequenas cidades não enfrentando o furor e o dinamismo das metrópoles. As cidades do sécuco XX estavam acelerada, em transformação, contradizendo a identidade dos lugares.
         O enfoque regional – não separa a geografia física da geografia humana ou da economia.
         REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO – um modeloi de gestão de politica publica descentralizada, coordenada e integrada, baseada nos princípios da flexibilidade, da articulação, da mobilização, da cooperação intersetorial e interinstitucional e na sinergia de decisões.
         GEOGRAFIA TRADICIONAL – CARACTERÍSTICAS:
         Influencia do romantismo – veiculação de imagens do lugar turístico se apoiando numa perspectiva romântica (contemplação dos lugares, subjetiva, igonadorando os problemas reais – pobreza, violência). Olhar turístico fundamental é para isso concorre a propaganda que se faz dos monumentos e destinos turísticos.
         Busca da individualidade dos lugares a partir do enfoque idiográfico – busca de oferecer um produto único. O marketing turístico enaltece as qualidades singulares do lugar (naturais, artificiais).
         Geografia da síntese, que reúne elementos naturais e humanos em sua abordagem (visão de síntese) – Sintese, capacidade de articular numa única análise, elementos diversos, a especialização profissional em áreas mais específicas. Turismólogo precisa dessa visão de síntese, pois seu trabalho é interdisciplinar.
         POTENCIAL DE TURISTIFICAÇÃO – Localidade – profissional turismo checará variados aspectos naturais, econômicos, sociais, institucionais dessa localidade, sintetizando seus problemas e vantagens. Nesse sentido assemelha com o geografo tradicional.
KNAFOU explica o processo de turistifiação de espaço a partir de 3 fatores:
 O turista, pois este define os lugares sendo turísticos ou não.
 O mercado, pois a percepção dos lugares como destinos turísticos estão atrelados a percepção como produto turístico e sua inserção no mercado
 Planejadores e promotores regionais, pois a intervenção destes prepara os lugares para o turismo, resultando na racionalidade imposta pelo mercado e a competitividade espacial entre os destinos. (planejando lugares e preparando embelezamento)
Turistificação do rio, praças, alojamento, restaurantes, monumentos visando propiciar o estabelecimento de fluxos turísticos direcionados aos espaços receptores, provocando implantação de atividade turística em seu espaço urbano, motivado pela transformação em sua estrutura.
         MODERNIDADE – turismo como fenômeno da modernidade, eclode junto com o capitalistmo industrial.Revolução na área da construção civil - setor hoteleiro, a cidade atrai força de trabalho com o desenvolvimento, com a burguesia e funcionários que apresentavam condições de acesso a viagens
Século XX – problemas que impediam a vinda de viajantes para o Rio de Janeiro.
  Problemas de saúde publica
  Deficiência de infraestrutura urbana
  Falta de alojamento
  Alimentação
  água
  Escassas singularidades em condições de motivar deslocamentos para a cidade
         GEOGRAFIA CRITICA – Surge em 1970. La Blanche evita centros dinâmicos do capitalismo que estava com dias contados a partir da segunda guerra mundial. Com rápido avanço das transformações tecnológicas, toda abordagem La Blanche foi criticada e substituída por uma nova geografia, voltada para o desenvolvimento, para o futuro.
Processo de renovação da geografia, de adaptação aos novos tempos, oferece subsídios para o entendimento da realidade socioespacial.
É movimento de contestação dos conteúdos e métodos de pesquisa da corrente tradicional. Permite trabalhar com mais habilidade o comércio de paisagens, o espaço como mercadoria e a segregação territorial.
Método descritivo da geografia tradicional, cede lugar ao método dialético, estudo para primaziazpela analise das diferentes classes, não descreve formas de cultura, clima, vegetação, mas contextualiza sociopoliticamente as ações humanas, em compreender as diferenças, a luta por transformações sociais.
EVOLUÇÃO DA GEOGRAFIA CRITICA – relação entre paisagem e turismo – paisagem consumo de massa, para a comercialização dos lugares.
Milton – a paisagem funciona com um conjunto de formas que exprimem as heranças das relações entre homem e natureza. 
 
TURISMO:
  Traçar contribuições, como a compreensão da paisagem transformando em propaganda do espaço geográfico.
  Turismo comércio de paisagens, vinculação a beleza de um lugar. Propaganda do espaço a ser consumido.
         GEOGRAFIA CRITICA E TURISMO
         contribuição ao estudo do turismo: debate turismo como um comércio de paisagens; verificar impactos negativos causados pelo turismo; analise da capacidade do turismo em transformar o tempo livre do trabalhador em mercadoria
         questiona as injustiças sociais (oculta as mazelas do local turístico), oculta as áreas pobres. Paisagem propaganda para hipnotiz\ar o turista, que acaba desconhecendo a realidade do lugar.
         Construir uma leitura questionadora da realidade, com base na analise do espaço geográfico a partir das mazelas sociais por uma sociedade melhor.
         Discutir o processo turístico de comercio de paisagens, o consumo da natureza e do espaço geográfico, entender a transformação do tempo livre do trabalhador em mercadoria a partir do turismo, denuncia as segregações espaciais em cidades turísticas.
         MARKETING TURÍSTICO – apoia para promover a venda dos destinos. Todo se apoia em imagens dos lugares a serem visitados, o apelo fundamental, pode convencer o indivíduo a se deslocar como turista.
         PAISAGEM – Olhar do turista se volta para a paisagem. É tudo aquilo que nosso olhar pode abarcar de uma só vez, coincidindo com a noção de cenário.
Para Blanche – paisagem é a fisionomia (percebida olhar metódico geografo) de um lugar ou região.
Paisagem seria apenas os cenários que sintetizam a combinação de elementos que conferem identidade ao lugar.
         PAISAGEM – Paraty – principal atrativo é um misto de paisagem (o que se vê) e ambiência (sentidos, atriuido ao que se vê). Romantismo da paisagem.
         PAISAGEM GEOGRÁFICA – CENÁRIO – os elementos principais definem a identidade de um lugar. Aspectos naturais – clima,vegetação, relevo etc. Lado natural – lado humano (econômico, cultural, observar todo o gênero de vida).
         GÊNERO DE VIDA – auxilia no entendimento das culturas tradicionais de comunidades nativas, se tornou um recurso turístico valioso.
         TURISMO – conceito geográfico mais aplicável é o estudo da paisagem, uma das grandes motivações do turista. Paisagem – um dos principais apelos de quase todos os produtos turísticos (neve, arquitetura, cenário natural, patrimônio histórico), vimos nos deslocamentos.
         GEOGRAFO – OBJETIVOS – busca informações população, atividades econômicas e documentos (politicas de planejamento urbano), envolve números e documentos impressos.
         GEOGRAFO HUMANISTA – Informações são relevantes, importante é a experiência humana, o que sentem as pessoas que habitam ou visitam, medo, insegurança, orgulho, sensações (emoções) é uma abordagem subjetiva. Considera os aspectos emocionais.
GOMES – enfoque é que não separa o sujeito (ser humano) das coisas (objetos). Não ignore a percepção humana.
O espaço geográfico é visto com simbolismo. Valoriza a experiência humana.
TUAN –paisagem passa a integrar o cotidiano como elemento de apreciação estética e fundamental para o desenvolvimento do turismo.
AUGUSTIN – paisagem tratando-a como marca, como expressão de um povo (gênero de vida), e outra dimensão de paisagem-matriz, a forma pela qual percebemos essa paisagem (envolve atributos estéticos e simbólicos).
- Torre Eifel – paisagem matriz (emoções, romantismo), paisagem marca (alto desenvolvimento industrial)
- Cristo redentor – paisagem marca – força do catolicismo, paisagem matriz – tornou-se símbolo da cidade, importante cartão postal do Brasil e do Rio de Janeiro 
      GEOGRAFIA HUMANÍSTICA - Essa forma de definir paisagem, na geografia tradicional se transformou na abordagem recente para geografia humanística. Valoriza a subjetividade, a experiência humana, as sensações (emoções, afetos) e a intuição. Recusa a objetividade plena, valorizando o individuo (e sua subjetividade) e o romantismo.
           CARACTERÍSTICAS DA URBANIZAÇÃO TURISTICA – crescimento demográfico acelerado, elevado custo de vida, oferta de serviços de lazer superior, emprego sazonal, consumo prevalece nas atividades produtivas.
         SAZONALIDADE – típica da atividade turística, concentra visitação em uns determinados períodos do ano, deixando outros praticamente vazios de turistas. Funciona em determinado cliclo temporal.
         TURISMO E TERRITÓRIO – Turismo é uma atividade territorial, utiliza o território enquanto recurso. Relaciona o território com o processo de urbanização turística (consumo de atividades produtivas, crescimento demográfico e econômico, existência de camadas médias (artesão)).
Turismo é uma atividade territorial, depende dos recursos naturais, culturais, históricos e urbanos parao seu estabelecimento. Território como recurso é a matéria prima de valorização de uma cidade para a atividade turística.Hotéis, resort, caminhos são objetos que compõe a territorialidade que especificará o turismo.
POLÍTICAS TERRITORIAIS PARA O TURISMO:
  Investimento urbano sem negligenciais camadas pobres
  Gestão ambiental, cuidado natureza sem interesses
  Criação de espaços para educação
  Geração de empregos nas obras turísticas
  Acesso democrático as áreas
           TERRITÓRIO – vinculado a diferentes grupos sociais, agrega relações de poder e de identidade – território religião, tráfico de drogas, forte concepção de fonte de recursos econômicos e ecológicos.
           TERRITORIALIZAÇÃO – processo contínuo de criação de diferentes territórios pelos mais diferentes grupos sociais, de acordo com exigências espaciais e de exercício de poder.
           DESTERRIORIALIZAÇÃO – a destruição dos vínculos territoriais, o estranhamento pela não inserção em um território.
           LUGAR SEGUNDO AS CORRENTES:
  HUMANISTICA – Valoriza o individuo e sua relação imediata com o ambiente no qual se localiza, os aspectos pessoais e psicológicos, subjetivo.
  CRITICA – é uma porção de superfície terrestre dotado de traços identitários e que se relaciona com o mundo exterior, conflitos ou não. Objetividade, pensa o lugar num contexto amplo, voltado para a totalidade, não individualista, mas social.
           CONCEITO DE LUGAR PARA A:
  Geografia critica – considera os interesses coletivos acima dos individuais
  Geografia humanística – visão da paisagem e sentimentos, considera os sentimentos, as emoções. Lugar seria a dimensão sentimental, única, subjetiva, varia em cada indivíduo.
           RELAÇÃO MUNDO E LUGAR – Lugar constituído configuração territorial e pelos agentes locais (cultura), mundo pelos agentes externos, com seus modismos, seus hábitos e gostos, apropriar recursos locais para satisfazer seus interesses.
           MODELO COM BASE LOCAL – minimizar os impactos ambientais, limitano o uso dos atrativos, respeitar a cultura local e o meio ambiente, dar condições de benefícios econômicos para a comunidade.
           TURISTA – desfrute dos atrativos locais.
           EMPRESARIOS – exploração dos atrativos, visando o lucro
           COMUNIDADE – preservação de seus direitos, de seu ambiente, de sua identidade, de se beneficiarem economicamente.
FUNDAMENTOS GEOGRÁFICOS DO TURISMO - EXERCÍCIOS
 
 
1.    Cite os 3 principais fatores para turistificação. (p. 56-7 do livro 2)
1º fator: O turista, pois este define os lugares sendo turísticos ou não.
2º fator: O mercado, pois a percepção dos lugares como destinos turísticos estão atrelados à percepção como produto turístico e sua inserção no mercado.
3º fator: Planejadores e promotores territoriais, pois a intervenção destes prepara os lugares para o turismo, resultando na racionalidade imposta pelo mercado e a competitividade espacial entre os destinos.
 
 
2.    Relacione modernidade e turismo. (p. 58-9 do livro 2)
A modernidade ocasionou mudanças para o setor do turismo. Antes a cidade do Rio de Janeiro era vista como insalubre, de risco aos visitantes e turistas não se atreviam a se hospedar na cidade. Ambas estão relacionadas através dos avanços tecnológicos, da Revolução Industrial e do Capitalismo que modificaram o cenário que se encontrava a cidade. A engenharia e a arquitetura desenvolveram técnicas, que, com o passar dos anos fortaleceu a alavancou os deslocamentos turísticos.
 
3.    Cite algumas obras promovidas pelo prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro (p. 69 do livro 2)
Mandou construir e reformar inúmeros jardins, praças, ruas e avenidas, como o Passeio Público, as ruas Primeiro de Março e Uruguaiana, os largos de São Francisco e da Glória, a rua do Catete, a rua das Laranjeiras, o largo da Lapa, a rua da Assembleia, a rua da Carioca e as avenidas que estavam em construção que foram essenciais para a modernização e embelezamento do Rio de Janeiro, como a avenida Central, a avenida Beira-Mar e a avenida Atlântica.
 
4.    Cite as principais características da Geografia Tradicional Lablacheana (de La Blache). (p. 83 e seguintes do livro 2).
A Geografia Tradicional Lablancheana tem como principais características o enfoque regional. O estudo de uma região ou determinada porção da superfície terrestre, observando-se os elementos (naturais e humanos). Esses elementos (rios, solos, clima, plantações, formas de morar, estradas, etc.) estão em cada região, interligados, dando uma forma própria, peculiar. Busca reunir todos os campos de estudo geográficos, na esperança de obter uma sólida síntese de cada região ou lugar. De acordo com a Geografia Tradicional Lablancheana, os lugares e regiões da superfície terrestre, são sempre distintos entre si, como nossas impressões digitais. Essa individualidade dos lugares e regiões se tornou uma premissa fundamental. Pressupõe que tais lugares, assim como pessoas, tendem a não mudar substancialmente sua natureza ou personalidade com o passar do tempo. Essa perspectiva faz com que geógrafos afirmemque cada lugar ou região da mesma forma que o ser humano possui uma alma.
 
5.    Diferencie paisagem-marca e paisagem-matriz, segundo Berque. (p. 91 do livro 2)
Paisagem-marca é a dimensão objetiva da paisagem. A expressão de um povo, de uma civilização (ou de um gênero de vida, como dizia La Blanche).
Paisagem-matriz é a forma pelo qual percebemos essa paisagem. Envolve atributos estéticos e simbólicos, que moldam nossa experiência em relação à paisagem.
 
6.    Relacione a Geografia Tradicional ao turismo. (p. 93-7 do livro 2)
A Geografia tradicional e o turismo estão relacionados basicamente pelo romantismo, estabelecendo uma forma de ver o espaço geográfico contemplativo e isentos de conflitos, o que coincide com o turismo, pois o turista quer escapar do mundo cotidiano, das tensões do dia a dia, da violência e conflitos. Procura o turismo para sair do realismo, se aprofundando no romantismo que o turismo oferece, onde a harmonia é plena. O romantismo é explorado fortemente nas paisagens turísticas para a analogia entre o turista contemporâneo e o desbravador dos tempos coloniais. O turista é visto como um verdadeiro herói, corajoso e disposto a viver altas adrenalinas. Com isso tudo que tem o lado bom do romantismo, ele também ignora os problemas da violência nos grandes centros urbanos das cidades turísticas, problemas de saneamento básico e a taxa de pobreza no território turístico que é camuflado pelas paisagens e belezas naturais.
 
7.    Diferencie a Geografia Crítica das demais correntes da Geografia anteriores a ela. (p. 107 do livro 2)
A Geografia Crítica rompia com a estética descritiva e aparentemente apolítica da geografia tradicional. Era praticada nos Estados Unidos e era baseada em formulações estatísticas e matemáticas com o objetivo de fornecer subsídios para o desenvolvimento estratégico do Estado. Estava sempre ativa nos conteúdos e com influências diversas. Anterior a isso, na década de 1970, na França, ocorreu uma renovação por um grupo de autores que publicaram uma série de trabalhos que discutiam, entre outros temas, a geopolítica do subdesenvolvimento e o ensino alienado de Geografia.
 
8.    O que o geógrafo francês Yves Lacoste chama de “Ideologia do Turismo”? (p. 114 do livro 2)
Ele chamava de discurso o que via na paisagem, que estava impregnada na sociedade como um condicionamento cultural que impingia a todos uma espécie de propaganda das ideias dominantes. Condicionava a paisagem ao consumo de massa, ou seja, servia para a “comercialização dos lugares”, mas também acima de tudo, para desvirtuar os olhares críticos da realidade. A contemplação da paisagem tornava a geografia letárgica e sectária.
 
9.    Relacione a Geografia Crítica ao turismo (p. 116 do livro 2)
A relação entre ambas é que discutem o debate do turismo como um comércio de paisagens, a tendência a verificar impactos negativos causados pelo turismo e a análise da capacidade do turismo em transformar o tempo livre do trabalhador em mercadoria.
 
10. Caracterize a Geografia Humanística. (p. 127-8 do livro 2)
A Geografia Humanística defende o princípio de que a ciência formal, instituída e reconhecida universalmente, não atende plenamente o ser humano, por não considerar seus sentimentos e emoções. Baseia-se demasiadamente na razão e na objetividade, quando o ser humano é sumamente subjetivo e emotivo. Em outras palavras possui diversidade interna. Gomes (1996, p. 310-311) analisa o quanto esta forma de conceber o mundo influenciou a Geografia Humanística, fazendo-a valorizar o conceito de lugar, mais do que seu conceito central. Conforme o raciocínio de Gomes:
a)    A Geografia Humanística é antropocêntrica;
b)    Sendo antropocêntrica, é subjetiva, isto é, valoriza os sentimentos, emoções e valores humanos;
c)    Tal postura leva a enaltecer o lugar.

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