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BIOQUÍMICA CLÍNICA SEGUNDA PROVA Profa. Dra. Cláudia Funchal Prof. Dr. Alex Sander Araújo Biomedicina PROTEÍNASPROTEÍNAS Compostos de elevada massa molecular (500 a vários milhões). Produzidas pelas células de todas as formas de vida. São polímeros de aminoácidos unidos entre si por ligação peptídica. As proteínas podem fornecer somente aminoácidos (proteínas simples) ou, além dos aminoácidos, outros compostos orgânicos ou inorgânicos (proteínas conjugadas). A porção não protéica é denominada Grupo Prostético. FUNÇÕES:FUNÇÕES: 9 Transporte: hormônios, vitaminas, metais, drogas e oxigênio (hemoglobina); 9 Catalítica: enzimas; 9 Defesa: anticorpos e complemento; 9 Tampões: auxiliam na manutenção do pH; 9 Nutrição tecidual: aminoácidos; 9 Hormônios: insulina; 9 Mantêm a distribuição de água entre as células e o compartimento intersticial e o sistema vascular do organismo; 9 Transmissão genética: proteínas cromossômicas, histonas. PROTEÍNAS TOTAISPROTEÍNAS TOTAIS Existem mais de 300 proteínas diferentes no plasma sangüíneo. Suas concentrações são alteradas por diversos processos patológicos. Apesar do grande número de proteínas do plasma somente algumas são determinadas rotineiramente. As proteínas totais são avaliadas no plasma, urina, líquidos (cefalorraquidiano, amniótico, peritonial, pleural), saliva e fezes. O laboratório de bioquímica mede rotineiramente as concentrações de PROTEÍNAS TOTAIS e de ALBUMINA. A diferença entre as proteínas totais e a albumina é chamada de fração globulina. Outras proteínas, como as imunoglobulinas, são dosadas como classes e existem métodos imunoquímicos para dosar proteínas específicas e hormônios. METABOLISMO DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICASMETABOLISMO DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS A concentração das proteínas é determinada por: 99 Velocidade de síntese:Velocidade de síntese: a maioria das proteínas plasmáticas são sintetizadas no fígado enquanto algumas são produzidas em outros locais como as imunoglobulinas pelos linfócitos e apoproteínas pelos enterócitos. Aproximadamente 25g de proteínas plasmáticas são sintetizadas e secretadas a cada dia. NÃO HÁ ARMAZENAMENTO DE PROTEÍNAS INTRACELULAR!!!!! 99 Velocidade de catabolismo:Velocidade de catabolismo: degradadas em todo organismo. Os AA liberados ficam disponíveis para a síntese de proteínas celulares. 99 Volume sangüíneo:Volume sangüíneo: distribuição. Normalmente a concentração de proteínas totais no plasma está ao redor de 7,0 g/dL e aproximadamente 250 g de proteínas são encontradas no compartimento vascular de um homem adulto de 70 kg. A água atravessa mais livremente as paredes capilares que as proteínas, portanto, a concentração de proteínas no espaço vascular é afetada pela distribuição líquida. HIPERPROTEINEMIAHIPERPROTEINEMIA Aumento de proteínas totais. Desidratação:Desidratação: provoca aumento (relativo) de todas as frações protéicas. Causas: 9 Vômito; diarréia intensa; pouca ingestão de líquidos; enfermidade de Addison; acidose metabólica. Enfermidades Enfermidades monoclonaismonoclonais:: promovem elevação de imunoglobulinas, causando um aumento nos níveis de proteínas totais séricas. 9 Mieloma múltiplo; macroglobulinemia de Waldenström; doença da cadeia pesada (Franklin); paraproteinemia benigna; resposta de fase aguda (trauma, infarto, malignidade). Enfermidade Enfermidade policlonaispoliclonais crônicas:crônicas: aumento difuso das gama globulinas. 9 Cirrose hepática; hepatite ativa crônica; sarcoidose, lupus eritematoso sitêmico; infecção bacteriana crônica (brucelose, tuberculose, malária, lepra); infecções intrauterinas. HIPOPROTEINEMIAHIPOPROTEINEMIA Diminuição de proteínas totais. Aumento do volume plasmáticoAumento do volume plasmático hemodiluição por intoxicação hídrica. Na cirrose quando ascite está presente. Perda renal de proteínas:Perda renal de proteínas: síndrome nefrótica e glomerulonefrite crônica. Perda de proteínas pela pele:Perda de proteínas pela pele: quimaduras severas. Gota:Gota: aumento da uricemia. Distúrbios de síntese protéica:Distúrbios de síntese protéica: sensível ao suprimento de aminoácidos. Desnutrição, má absorção, dietas pobres em proteínas, enfermidade hepática não virótica severa. Outras causas:Outras causas: edema, hipertireoidismo, hemorragia grave, insuficiência cardíaca congestiva, leucemia, úlcera péptica. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS SÉRICASDETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS SÉRICAS Paciente:Paciente: não deve ingerir dieta rica em gordura durante 8h antes do teste. Suspender medicações que interfiram nos níveis de proteínas séricas. Amostra:Amostra: soro sem hemólise e não lipêmico. Interferentes:Interferentes: 9 Falsamente elevados: contrates radiológicos, insulina, somatotropina, corticoesteróides, clofibrato. 9 Falsos diminuídos: anticoncepcionais orais, dextrato, íon amônio, líquidos intravenosos excessivos contendo glicose, salicilatos. Métodos:Métodos: método de referência- Kjeldahl. Não é empregado rotineiramente devido a sua comlexidade. 9 Refractometria: medida do índice de refração. Pode ser usado no plasma, soro, urina e líquor. 9 Biureto: é o mais usado atualmente. É preciso e exato, de fácil execução. Biureto é o nome dado ao produto de decomposição da uréia pelo calor. Quando o biureto é tratado com íons cúpricos em solução alcalina desenvolve coloração violeta. Os íons cobre (Cu+2) em meio alcalino (Reagente de Biureto) reagem com as ligações peptídicas das proteínas séricas formando cor púrpura, que tem absorbância máxima em 545 nm, proporcional à concentração das proteínas na amostra. PROTEÍNAS TOTAIS NA URINAPROTEÍNAS TOTAIS NA URINA Como resultado da pressão hidrostática, as proteínas de baixa massa molecular rotineiramente são filtradas através da membrana basal glomerular. A membrana atua como uma barreira à filtração graças ao tamanho dos poros e a carga negativa. As proteínas de pequeno tamanho molecular são conduzidas para dentro do túbulo renal onde são quase totalmente reabsorvidas, no entanto, uma pequena fração é conduzida através dos túbulos e aparece na urina. Entre 20-50% da proteína urinária é albumina. Restante consiste de uromucóide, mucoproteína de Tomm-Horsfall provenientes das células tubulares renais. Uma pequena quantidade de albumina é encontrada na urina (25mg/24h). Quando são encontradas quantidades maiores que 250 mg/24h ocorreu lesão significativa da membrana glomerular. As causas de proteinúria são: 9 Proteinúria transitória, desaparece em poucos dias; 9 Proteinúria ortostática (postural), associada a lordose severa; 9 Proteinúria persistente devido a doença extra-renal (até 500mg/d); 9 Proteinúria persistente devido a doença glomerular (acima de 500mg/d); 9 Doença glomerular; 9 Proteinúria tubular; 9 Proteinúria por excesso de proteínas circulantes. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS NA URINADETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS NA URINA Amostra: Amostra: urina de 24h ou 12h sem preservativos. Interferências:Interferências: Resultados falsamente elevados: urinas alcalinas, após administração de radiocontrastes, aminoglicosídios, lítio, chumbo, mercúrio, cádmio. Métodos:Métodos: 9 Turbidimetria: simples, rápidos e suficientemente exatos. Reagentes mais usados: ácido tricloroacético, ácido sulfossalicílico ou cloreto de benzetônio em meio alcalino. O reagente é adicionado a urina, há desnaturação de proteínas com sua conseqüente precipitação. O ppt é quantificado por turbidimetria. 9 Corantes: técnica baseada no desvio da absorvância máxima do corante quando ligado à proteínas. Mais freqüentes: azul brilhante de commassie G (G-250), que se liga aos resíduos de NH3 das proteínas e o molibdato vermelho de pirrogalol que reage com os grupos aminobásicos da albumina e das γ-globulinas para formar um complexo azul. 9 Biureto: pouco utilizado por serem complexos e sofrerem interferência de certos metabólitos como a bilirrubina. 9 Indicador de pH: é um método semi-quantitativo onde a proteína se liga ao indicador provocando alterações na cor. Apresenta falso positivos em urinas com pH >8,0. ALBUMINAALBUMINA Compreende ao redor de 50-60% das proteínas presentes no plasma humano. É sintetizada no fígado em velocidade dependente da ingestão protéica e da regulação por “feedback” pelo teor de albumina circulante. Tem meia vida de 15-20 dias A concentração da albumina é um dos melhores índices do estado nutricional do paciente. FUNÇÕES:FUNÇÕES: 9 Regulação osmótica: Contribui com 75-80% da pressão osmótica do plasma, um dos fatores que regulam a distribuição apropriada de água entre os compartimentos intra- e extracelulares. Em certas doenças os teores de albumina anormalmente baixos movem a água do leito vascular para os tecidos, EDEMA. 9 Transporte e armazenamento: sua natureza altamente polar (em pH 7,4 a albumina apresenta 200 cargas negativas por molécula) a albumina apresenta uma capacidade de ligação não seletiva a muitos compostos pouco solúveis em água. - transporte de AG de cadeias longas e esteróis; - transporte de bilirrubina do sistema retículo endotelial para o fígado, tornando-a hidrossolúvel e atóxica; - transporte de fármacos: salicitatos, barbitúricos, dicumarol, clofibrato, sulfonamidas, wafarina, penicilina. Indicações:Indicações: 9�� Deficiências nutricionais 9�� Como marcador de desordens do metabolismo protéico 9��Redução da síntese protéica 9��Perda acentuada de proteínas Os níveis séricos de albumina são dependentes da velocidade de síntese, da secreção pela célula hepática, da distribuição pelos líquidos corporais e da degradação. HIPERALBUMINEMIAHIPERALBUMINEMIA É encontrada raramente nos casos de carcinomatose metastática, desidratação aguda, diarréia, estresse, febre, gravidez, vômito, hemoconcentração, tuberculose, neoplasias, etc. HIPOALBUMINEMIAHIPOALBUMINEMIA Promovida pela diminuição ou defeito da síntese devido a um dano hepatocelular, deficiência na ingestão de Aa, aumento de perdas de albumina por doenças e catabolismo induzido pelo estresse fisiológico. Deficiência na síntese de albumina:Deficiência na síntese de albumina: 9 Doença hepática: na cirrose, a síntese é reduzida pela perda de massa celular. 9�O fluxo do sangue portal muitas vezes está reduzido e mal distribuído, promovendo deficiências na distribuição de nutrientes e oxigênio. 9�O fluxo de substratos afeta certas funções do fígado, incluindo a síntese protéica, que está diminuída em pacientes cirróticos sem ascite. Ingestão inadequada de proteínas:Ingestão inadequada de proteínas: promove a rápida perda de RNA celular e a degradação do RE ligado aos polissomos e com isso, diminui a síntese da albumina. Perda excessiva de proteína Perda excessiva de proteína extravascularextravascular: : 9 Síndrome nefrótica produz hipoalbuminemia em função da proteinúria massiva, com perdas >3 g em 24 horas. 9 A albumina é filtrada pelo glomérulo e catabolizada pelos túbulos renais com reciclagem dos aminoácidos. 9 Em doenças renais crônicas – com patologias glomerular e tubular – a filtração protéica excessiva aumenta a perda e a degradação de proteínas. EnteropatiaEnteropatia perdedora de proteínas:perdedora de proteínas: em condições normais menos de 10% da albumina total é perdida pelo intestino. Quando associada a infecções intestinais, a hipoalbuminemia aumenta por fatores periféricos que inibem a síntese de albumina por mecanismos similares aos encontrados nas queimaduras, traumas, infecções neoplasias. Queimaduras extensas:Queimaduras extensas: 9 A pele é o principal local de armazenamento extracelular de albumina; constitui o pool necessário para manter os teores de albumina no plasma. 9 A perda direta de albumina nas queimaduras compromete o fluxo sangüíneo hepático pela diminuição de volume e pela inibição de fatores teciduais liberados nos locais da queimadura. 9 Os fatores liberados são: fator de necrose tumoral, interleucina- 1 e interleucina- 6. HemodiluiçãoHemodiluição:: 9 Nas ascites de qualquer causa, os níveis de albumina sérica não são bons índices da capacidade sintética do fígado. 9 Nas ascites, a síntese pode estar normal ou mesmo aumentada, no entanto, os teores séricos estão baixos. Ex.: ascites por cirrose. 9 Na insuficiência cardíaca congestiva a síntese de albumina é normal, mas devido ao aumento do volume de distribuição, ocorre hipoalbuminemia. Aumento da pressão Aumento da pressão oncóticaoncótica:: 9 Em parte, a síntese de albumina é regulada pela pressão oncótica do soro. 9 A pressão oncótica no líquido intersticial hepático regula a síntese de albumina – a síntese é inversamente proporcional a pressão. 9 Condições que aumentam outras substâncias osmoticamente ativas no soro e reduzem a síntese. 9 Globulinas séricas aumentadas em hepatites; infusão de outros colóides (dextranos e gamaglobulinas). Estresse:Estresse: 9 Estresse fisiológico de qualquer tipo: queimaduras severas, infecção ou carcinoma. Isso ocorre por meio de substâncias mensageiras liberadas no local da lesão. 9 O fator de necrose tumoral, interleucina-1 e interleucina-6 são exemplos desses mensageiros. 9 Os mensageiros reduzem a síntese pela modificação do mRNA disponível. 9 Também pode ocorrer perda nas queimaduras AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA HIPOALBUMINEMIAAVALIAÇÃO LABORATORIAL DA HIPOALBUMINEMIA As etiologias potenciais para a hipoalbuminemia são numerosas. A suspeita clínica de doença subadjacente deve orientar os estudos laboratoriais. 9 Redução na contagem de linfócitos e na uréia sérica são encontradas na desnutrição. 9 Transferrina, pré-albumina e proteína ligada ao retinol têm meias- vidas curtas, e refletem melhor os estados nutricionais do que a albumina, com meia-vida longa. 9 Pré-albumina, ao contrário da pré-pró-albumina e da pró-albumina, não é precursora da albumina. 9 A pré-albumina é uma proteína totalmente diferente da albumina. Na eletroforese, migra antes da albumina. 9 Elevações nos níveis da proteína C reativa sugerem que uma inflamação é a causa da hipoalbuminemia. 9 Proteinúria acima de 3 g/24 horas sugerem sindrome nefrótica. 9 Transaminases podem estar elevadas ou normais em cirróticos. 9 Estudos de gorduras fecais. 9 Depuração da alfa-1 antitripsina fecal pode mostrar a de má- absorção de proteínas. 9 Eletroforese das proteínas séricas para detectar hipergamaglobulinemia. CONSEQÜÊNCIAS DA HIPOALBUMINEMIACONSEQÜÊNCIAS DA HIPOALBUMINEMIA Edema facial, macroglossia, tumefação das parótidas, icterícia conjuntival. Revestimentos: perda de gordura subcutânea, pele áspera e seca, dermatoses doloridas, edema periférico, cabelo fino, angiomas. Eritema palmar. Cardivascular: bradicardia, hipotensão, cardiomegalia, diomegalia. Respiratório: diminuição da expansão respiratória devido à disfunção pleural e à debilidade dos músculos intercostais. Gastrointestinais: hepatoesplenomegalia, ascites. Músculo esquelético: perda muscular, retardo de crescimento em crianças, atrofia dos músculos interósseos das mãos. Neurológica: encefalopatia. Endócrino: ginecomastia, hipotermia, tiromegalia. Outros: vários sinais relacionados a deficiências nutricionais específicas. TRATAMENTO DA HIPOALBUMINEMIATRATAMENTO DA HIPOALBUMINEMIA A hipoalbuminemia é um fenômeno comum em pacientes com doenças graves. O tratamento deve focar a causa subjacente em lugar de repor a albumina. A suplementação de albumina aumenta transitoriamente a sua concentração sérica mas não influencia o curso clínico. A administração de albumina pode ser prejudicial.�Em geral, a albumina não é utilizada no tratamento da hipoalbuminemia. DETERMINAÇÃO DE ALBUMINA SÉRICADETERMINAÇÃO DE ALBUMINA SÉRICA Paciente Paciente não deve consumir dieta rica em gordura por 48h antes da prova. Amostra:Amostra: Soro. Evitar estase prolongada na coleta de sangue, pois a hemoconcentração aumenta os níveis das proteínas plasmáticas. A postura do paciente pode modificar em até 0,3 g/dL quando comparado os pacientes ambulatoriais e os hospitalizados. Interferências: Interferências: - Resultados falsamente elevados: agentes citotóxicos, anticoncenpcionais orais e bromossulfaleína. - Resultados falsamente reduzidos: paracetamol, aspirina, estrogênios, anticoncenpcionais orias, ampicilina, asparaginase, fluoracil. Métodos:Métodos: os primeiros métodos de separação da albumina das globulinas empregavam o fracionamento salino. Método de Kjeldahl, reação do biureto. 9 Verde de bromocresol: fixação de corantes. A albumina tem a capacidade de fixar seletivamente vários ânions orgânicos, entre eles, moléculas do corante verde de bromocresol, azul de bromofenol. Ao se ligarem à albumina esse corantes sofrem um desvio nas suas absorvâncias máximas. A quantidade de albumina ligada ao corante é proporcional ao teor de albumina na amostra. 9 Eletroforese: fornece informações adicionais sobre as globulinas. 9 Outros métodos: eletroimunoensaio, imunoquímico, turbidimetria. ALBUMINÚRIAALBUMINÚRIA Aumento da excreção urinária de albumina é indicativo da elevação da permeabilidade glomerular. A exceção urinária normal de albumina é menor que 30mg/dia. Albuminúria geralmente refere-se à excreção maior que 300mg/dia. A albuminúria é geralmente detectada de modo semiquantitativo por fitas reagentes, os teores positivos estão acima de 300-500mg/dia. PROTEÍNAS PLASMÁTICAS ESPECÍFICASPROTEÍNAS PLASMÁTICAS ESPECÍFICAS Proteínas: moléculas anfóteras que podem ser separadas em frações quando aplicadas sobre um suporte poroso e submetidas a um campo elétrico ELETROFORESE.ELETROFORESE. A migração ocorre de acordo com o grau de ionização, tamanho e forma da molécula protéica, características da solução tampão do meio onde se realiza o processo (pH, composição qualitativa, força iônica), da força do campo elétrico, da porosidade, viscosidade e temperatura do suporte. As moléculas de carga positiva migram para o pólo negativo (cátodo); e as partículas de carga negativa migram para o pólo positivo (ânodo). A velocidade com que uma partícula se movimenta num campo elétrico depende de vários fatores: de maior importância é a sua propriedade em adquirir carga elétrica. Quanto maior for a densidade de carga elétrica livre de uma partícula, maior será a sua velocidade quando submetida à ação de um campo elétrico. As proteínas contém grupos ácidos (COO-) e alcalinos (NH3+), portanto quando em solução ou suspensão, podem apresentar-se: 99 CARREGADAS POSITIVAMENTECARREGADAS POSITIVAMENTE - n.º ↑ grupos (NH3+). - Isto ocorre em pH ácido, uma vez que os grupos (COO-) vão se neutralizando pela adição de proteínas e consequentemente haverá excesso de grupos (NH3+). 99 CARREGADOS NEGATIVAMENTE:CARREGADOS NEGATIVAMENTE: - n.º ↑ grupos (COO-). - Acontece com pH alcalino pela neutralização dos grupos (NH3+), quando se adiciona álcali (OH). 99 SEM CARGAS OU NEUTROS:SEM CARGAS OU NEUTROS: - pH do tampão = ponto isoelétrico das proteínas, - Não haverá migração, cargas positivas = cargas negativas. -- PONTO ISOELÉTRICOPONTO ISOELÉTRICO - É o pH de uma solução o qual cargas positivas = as negativas - O movimento sob ação do campo elétrico é nulo. - Ex.: A Albumina tem um ponto isoelétrico em pH 4,7 e, como a eletroforese das proteínas séricas é normalmente feita em tampão pH 8,6, ela terá alta densidade de carga elétrica negativa, enquanto que a gama globulina por ter PI em pH 7,2 (próximo do tampão), terá uma baixa densidade elétrica livre. Assim a albumina terá uma maior velocidade de migração que a gama globulina. Em pH ácido tem-se H+ livre. Em pH alcalino tem-se OH- livre. Proteína em solução tampão abaixo do PI, sobram cátions H+, que neutralizam grupos COO-, a proteína fica carregada positivamente. Proteína em solução tampão acima do PI, sobra OH- que neutraliza os grupos NH3+ e a proteína fica carregada negativamente. Ex.: PIA= 5,0 e PIB= 3,0 Solução tampão Solução tampão pH=7pH=7,1. Como elas estão carregadas e para qual ,1. Como elas estão carregadas e para qual pólo elas migram? Qual migra com maior velocidade?pólo elas migram? Qual migra com maior velocidade? pH acima do PI sobra OH- que neutraliza grupos NH3+ Elas estão carregadas negativamente e migram par o pólo positivo. A B está em pH mais afastado do PI, portanto tem mais carga livre e maior velocidade. O fracionamento protéico pela eletroforese é realizado no SORO. Não é feito no plasma para evitar bandas interferentes do fibrinogênio. Em pH 8,6, empregando os métodos eletroforéticos, as proteínas do soro sangüíneo são divididas nas seguintes frações: pré albumina, pré albumina, albumina, albumina, αα1, 1, αα2, 2, ββ1, 1, ββ2 e 2 e γγ. . A migração dessas macromoléculas é realizada em suportes em resposta a um campo elétrico. INDICAÇÃO DA INDICAÇÃO DA ELETROFORESE DE ELETROFORESE DE PROTEÍNAS OU PROTEÍNAS OU PROTEINOGRAMA:PROTEINOGRAMA: estudar anormalidades protéicas. SUPORTES:SUPORTES: 99 PAPEL FILTRO:PAPEL FILTRO: enzimas, isoenzimas, hemoglobinas, glicoproteínas, ácido vanilmandélico, aminoácidos, açúcares. 99 ACETADO DE CELULOSE:ACETADO DE CELULOSE: todo tipo de eletroforese e imunoeletroforese. imunoeletroforese. 99 GEL DE ÁGAR OU AGAROSE:GEL DE ÁGAR OU AGAROSE: Recomentado para todos os tipos de eletroforese e imunoeletroforese. 99 GEL DE AMIDO:GEL DE AMIDO: Recomendado para a tipagem das haptoglobinas. 99 GEL DE POLIACRILAMIDA:GEL DE POLIACRILAMIDA: Não recomendado para laboratório de análises clínicas de rotina, usa-se na pesquisa. pH=PIpH=PI Proteína fica parada no ponto de aplicação TAMPÃO:TAMPÃO: 9 Para eletroforese das proteínas no soro pH 8,6. 9 Albumina PI- 4,2 9 γ PI 7,... 9 Os PIs são acendentes . 9 Tampão pH 8,6, portanto, o PI é menor que o pH, carregadas negativamente, migram para o pólo positivo e a albumina migra mais rápido que as demais. CORANTES:CORANTES: 9 Negro de amido, Ponceau LAVAGEM E TRANSPARENTIZAÇÃO:LAVAGEM E TRANSPARENTIZAÇÃO: 9 Retira o excesso de corante. Usa-se ácido acético. Seca-se a fita. INSTRUMENTOS: INSTRUMENTOS: 9 Fonte de energia: É o aparelho que fornece corrente contínua e deve conter um regulador de tensão. Transforma corrente alternada em corrente contínua. Amperagem: corrente que transporta os íons – Amperes - A. Voltagem: medida impulsora dos íons – volts – V (200 a 300V). 9 Cuba eletroforética: Consiste em uma caixa de acrílico dividida em dois compartimentos, tendo em cada lado um eletrodo, um para o cátodo e outro para o ânodo. 9 Densitômetro: leitura e registro eletroforético. Faz um gráfico com picos. E fornece os valores das frações. Normal Alterado ALBUMINA E PRÉALBUMINA E PRÉ--ALBUMINAALBUMINA Albumina:Albumina: já comentada. Importância clínica: hipoalbuminemia. PréPré--albumina:albumina: junto a ela também migra a proteína fixadora de retinol (RBP). Ambas são sintetizadas no fígado e tem meia vida menor que 12h. Fornecem indicadores de desnutrição ou disfunção hepática.. Os níveis caem rapidamente nas reduções calóricas e proteínas na dieta. A pré-albumina transporta T3 e T4. Seus níveis diminuem na inflamação, doenças malignas, cirrose hepática, enfermidades renais perdadoras de proteínas. A RBP transporta vitamina A. Redução na desnutrição ou disfunção hepática e elevação em enfermidades renais.REGIÃO REGIÃO αα11 Cada região contém muitos constituintes químicos. alfa1-antitripsina (65%), alfa1-glicoproteína ácida (30%), alfa1- fetoproteína. Alfa 1 globulina. São inibidores de proteases. Age contra: renina, plasmina, quimiotripsina, elastase e colagenase (PMN). Sua síntese é estimulada durante processos inflamatórios agudos como hepatopatias e age na prevenção do enfisema pulmonar e na cirrose. Globulina alfa-1 ↑ quando o teor de albumina ↓, (infecções e processos inflamatórios) Na hepatite aguda e na deficiência familiar de alfa-1 antitripsina, que é uma das causas do enfisema pulmonar, esta globulina está diminuída. Antitripsina está ↓ em doenças hepáticas e pulmonares. A diminuição do perfil α1 é por causa da antitripsina e o aumento é devido a glicoproteína ácida. Alfa1-fetoproteína- alta quando se nasce e dimunui com a idade. Em tumores está aumentada. Geralmente nos processos inlflamatórios agudos há um aumento de glicoproteína ácida. E na artrite reumatóide, lúpus, queimadura e infarto agudo do miocárdio há ↑ de glicoproteína ácida. REGIÃO REGIÃO αα22 Alfa 2 globulina. Haptoglobulina (50%), alfa2-macroglobulina, ceruloplasmina. ↑ síndrome nefrótica (↑ macroglobulina alfa-2). Proteína muito grande para atravessar pelos glomérulos lesados como ocorre nesta enfermidade. A fração alfa-2 está freqüentemente aumentada na artrite reumatóide, lúpus eritematoso ou após infarto do miocárdio. A globulina alfa-2 está diminuída na enfermidade hepatocelular aguda. HAPTOGLOBULINA:HAPTOGLOBULINA: se liga à hemoglobina livre evitando perda . Urinária. A haptoglobina sérica é um indicador de grau de hemólise intravascular. Pacientes com significativa hemólise intravascular terão baixo nível ou nulo de haptoglobina, devido a remoção dos complexos haptoglobina-hemoglobina pelo sistema reticuloendotelial. Se liga somente à hemoglobina, não se liga à outras hemeproteínas, metahemoglobina, nem o próprio heme (HEMOPEXINA). Dosagens isoladas tem pouco significado clínico devido seu amplo intervalo de referencia. ALFA2ALFA2--MACROGLUBULINAMACROGLUBULINA:: Função biológica pouco conhecida. São inibidores de protease sintetizada no fígado ↑ na síndrome nefrótica (elevado peso molecular) ↓ nas hepatopatias crônicas (fase avançada) e na artrite reumática. CERULOPLASMINA:CERULOPLASMINA: Sua ↓ soro leva a ↑ ferro do fígado e nos níveis séricos de ferritina. Esses pacientes tornam-se suscetíveis a diabetes, degeneração da retina e lesões no SNC. Isso ocorre devido aos níveis de cobre aumentado no pâncreas e no cérebro respectivamente. Proteína doadora de cobre (6 átomos em sua estrutura). É uma ferroxidase (ferroso férrico) ↑ processos inflamatórios malignos, focos de necrose, neoplasias malignas. ↓ anemias, cirrose. A macroglobulina é responsável pela frente do perfil e a haptoglobulina por trás do perfil. REGIÃO REGIÃO ββ Beta globulina. Pode correr junto e não se separar a 1 da 2. É de difícil interpretação. β1: transferrina (60%), hemopexina (30%), betalipoproteína. β2: fibrinogênio, complemento. TRANSFERRINA:TRANSFERRINA: é uma proteína sintetizada no fígado responsável pelo transporte de ferro do intestino até sua metabolização. A maior afinidade é pelo Fe3+, o Fe2+ não é ligado. Possui meia-vida de 7 dias. ↑ anemia ferropriva ↓enfermidade hepática, necrose e neoplasia maligna HEMOPEXINA:HEMOPEXINA: transporte de heme livre após o catabolismo da Hb. Está ↑ ou ↓ nas mesmas condições que a haptoglobina. ↑ diabetes melitus, mieloma múltiplo, LMA. ↓ hemólise intravascular, enfermidade hepática. BETABETA--LIPOPROTEÍNALIPOPROTEÍNA: transporta lipídeos. ↑ hiperlipidemias. COMPLEMENTO (COMPLEMENTO (C3C3 e e C4C4):): proteínas responsáveis pela defesa do organismo. ↑ fase tardia do processo inflamatório. ↓ doenças autoimunes. FIBRINOGÊNIO:FIBRINOGÊNIO: glicoproteína sintetizada pelo fígado. Atua como substrato para a enzima trombina. ↑ doenças inflamatórias agudas e crônicas, síndrome nefrótica, doenças hepáticas, cirrose e ↓ coagulação intravascular aguda descompensada, doença hepática avançada. REGIÃO REGIÃO γγ Gama globulina. Contém a maioria das imunoglobulinas IgA, IgM, IgE, IgG e IgD. Formam uma banda compacta. Cada uma é específica e tem uma composição de aminoácidos. As Igs ↑ em várias enfermidades policlonais e aparecem como uma fração larga.. Ex.: hepatite viral, artrite reumatóide, infecções crônicas, leucemias e linfomas. A ↓ das γ globulinas (hipogamaglobulinemia) ocorre ↓ síntese pelos linfócitos. Congênita: hereditária. Adquirida: drogas para pacientes sensíveis. Retorna a níveis normais após a retirada das drogas. A hipogamaglobulinemia severa, pode ser parcialmente reposta por injeção intramuscular periódica de globulinas gama. ↑ mielomas, parasitoses, alergias, hepatopatias agudas e crônicas. ↓ imunodeficiência, sensibilidade a determinadas drogas. PARAPROTEÍNA:PARAPROTEÍNA: proteína anormal que está associada ao mioeloma múltiplo São imunoglobulinas produzidas por proliferação de células plasmáticas. COMO SE LÊ OS PERFIS ELETROFORÉTICOS?COMO SE LÊ OS PERFIS ELETROFORÉTICOS? PROCESSO INFLAMATÓRIO:PROCESSO INFLAMATÓRIO: processo agudo- proteínas da fase aguda, ↑ de α1-glicoproteína ácida. ↑ α2macroglobulina. ↓ albumina para compensar o aumento de α1 e α2. PROCESSO INFECCIOSO:PROCESSO INFECCIOSO: sempre vai ser acompanhado de processo inflamatório. ↑ na produção de IgM na fase aguda e ↑ na produção de IgG na fase crônica. Diminui albumina e aumenta γ e α. INSUFICIÊNCIA RENAL: INSUFICIÊNCIA RENAL: aumento de albumina na urina. No proteinograma ↓ albumina, ↓ α1, ↓β, ↓γ, ↑α2 por um momento. ↓ todas as frações: desnutirção, gastroenterite, dificiência de síntese protéica (cirrose). CIRROSE:CIRROSE: no início processo inflamatório, estado mais avançado tem ↑ IgA, ↑γ. Funde-se β e γ. HEPATITE: HEPATITE: ↑ de γ. Pode ser de IgG ou IgM depende da fase. AIDAIDÉÉTICO EM PROCESSO TERMINAL:TICO EM PROCESSO TERMINAL: Hiperproteinemia. DeFiciência na produção de Ac, lança-se Ac não funcionantes na corrente circulatória. ↑ de γ. MIELOMA MMIELOMA MÚÚLTIPLO:LTIPLO: ↑ de γ. Analisar outros exames. TUMORES:TUMORES: alguns aumenta α1-fetoproteína. Proteína totais = albumina + globulinas Globulinas = proteínas totais – albumina Relação A/G: 1,5- 2,7 A= albumina G globulina RELAÇÃO RELAÇÃO A/GA/G NORMAL: NORMAL: não há alterações nas frações albumina e globulinas. RELAÇÃO RELAÇÃO A/GA/G AUMENTADA:AUMENTADA: albumina aumentada ????? Globulina diminuída ????? Difícil de existir, provavelmente ERRO!!! RELAÇÃO RELAÇÃO A/GA/G DIMINUÍDA:DIMINUÍDA: alguma fração está aumentada, alteração nas globulinas e albumina diminui. Paraproteína LIPÍDEOSLIPÍDEOS Pouco solúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos tais como: benzeno, clorofórmio, éter de petróleo, tetracloreto de carbono, etc. Estão presentes em todos os tecidos e apresentam uma grande importância em vários aspecto da vida. FUNÇÕES:FUNÇÕES: 9 Componentes estruturais de membrana celulares; 9 Formas de armazenamento de energia; 9 Produção de energia; 9 Agentes emulsificantes; 9 Hormônios e prostaglandinas; 9 Vitaminas lipossolúveis. Lipídeos plasmáticos de importância fisiológicas: ácidos graxos, triacilgliceróis (triglicerídeos), fosfoglicerídeos, colesterol livre e esterificado. Geralmente estão compartimentalizados (lipídeos associados a membranas ou no interior dos adipócitos), ou no plasma sangüíneo onde os lipídeos são transportados em associação às proteínas (lipoproteínas). As lipoproteínas são partículas que transportam lipídeos apolares em seu núcleo. São constituídas por conteúdo variável de colesterol e seus ésteres, triglicerídeos,fosfolipídeos e apolipoproteínas. São solúveis no plasma devido a sua natureza hidrofílica da parte protéica. As lipoproteínas com base na densidade são separadas em: quilomicrons, VLDL, LDL, HDL. Os ácidos graxos livres também podem ser transportados no sangue em associação com a albumina sérica até que sejam captados pelas células. DISLIPIDEMIAS:DISLIPIDEMIAS: desordem de uma ou mais frações lipídicas no sangue. Exames de diagnóstico das dislipidemias: colesterol total, triglicerídeos, colesterol LDL, colesterol HDL. Outros marcadores: proteína C reativa de alta sensibilidade, homocisteína, lipoproteína, fibrinogênio e antígeno PA-1 e t-PA. TRIGLICERÍDEOSTRIGLICERÍDEOS Constituem as principais frações dos quilomicrons, VLDL e pequena parte das LDL. Cerca de 90% das gorduras ingeridas da dieta são triacilgliceróis. Os triclicerideos do quilomicrons e das VLDL sofrem rápida ação da lipase lipoprotéica. As meias vidas dos quilomicrons e das VLDL são 10 minutos e 9h respectivamente. Durante o catabolismo os triglicerídeos são hidrolisados, os ácidos graxos livres são liberados para o plasma e o colesterol é transferido das HDL para as VLDL. Distúrbios que incrementam a síntese dos quilomicrons ou das VLDL ou promovem redução do catabolismo dessas partículas aumentam os níveis de triglicerídeos plasmáticos. Sintetizados no fígado e no intestino. Formas mais importantes de armazenamento e transporte de ácidos graxos. Complexos de proteínas e lipídeos. Responsáveis pelo transporte de lipídeos no plasma em seu núcleo. Complexos constituídos por quantidades variáveis de colesterol e seus ésteres, TG, fosfolipídeos e proteínas (apolipoproteínas) sendo solúveis no plasma devido à natureza hidrofílica da porção protéica. A classificação das lipoproteínas é baseada nas propriedades físico-químicas de cada grupo, que diferem entre si na composição lipídíca e protéica. QuilomicronsQuilomicrons:: é a principal forma de transporte de TG da dieta (exógeno) para os tecidos. VLDL VLDL ––lipoproteínas de densidade muito baixa:lipoproteínas de densidade muito baixa: tranportam TG de origem endógena desde o fígado e, em menor quantidade, do intestino delgado para os tecidos LDL LDL -- lipoproteínas de baixa densidade:lipoproteínas de baixa densidade: ricas em colesterol que são transportadas até as células. HDL HDL -- lipoproteínas de alta densidade:lipoproteínas de alta densidade: atuam na captação do colesterol ao nível celular conduzindo-o até o fígado onde é catabolizado e eliminado. Outras lipoproteínas de interesse clínico: lipoproteínas de densidade intermediária (IDL) e a lipoproteína a (Lpa) que é uma variante genética da LDL plasmática. Núcleo hidrofóbico de ésteres de colesterol e TG (exceção das VLDL). São compostas de um centro de lipídio neutro (contendo TG, ésteres de colesterol ou ambos), circundado por uma concha de apoproteínas, fosfolipídios e colesterol não esterificado, todos orientados de modo que suas porções polares estejam expostas na superfície da lipoproteína, tornando assim a partícula solúvel em solução aquosa. Principais lipídeos transportados: colesterol e TG. LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICASLIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS Família complexa de polipeptídeos que determinam o destino metabólico dos lipídeos no plasma e sua captação pelos tecidos. Atuam também como inibidores ou ativadores das enzimas envolvidas no metabolismo das lipoproteínas. São divididas em vários grupos. ApoAApoA:: sintetizada no fígado e no intestino. Está inicialmente presente nos quilomicrons na linfa, mas é rapidamente transferida para as HDL. ApoBApoB:: presente no plasma em duas formas: apoB100 e apoB48. A B100 é componente protéico das LDL e está presente também nos quilomicrons e VLDL. A B48 é somente encontrada nos quilomicrons. A B100 é reconhecida por receptores específicos nos tecidos periféricos. ApoCApoC:: família de 3 proteínas (CI, CII e CIII). É sintetizada no fígado e incorporada pelas HDL. ApoEApoE:: é sintetizada no fígado, incorporada ao HDL e transferida na circulação para os quilomicrons e VLDL Apo(a):Apo(a): presente em quantidades equimolares a apoB100 nas lipoproteínas A, Lp(a). Tem elevado conteúdo de carboidratos. APOPROTEÍNASAPOPROTEÍNAS Lecitina colesterol Lecitina colesterol aciltransferaseaciltransferase (LCAT):(LCAT): transfere um grupo acila (resíduo de AG) da lecitina para o colesterol, formando éster de colesterol. No plasma esta reação ocorre principalmente nas HDL e pode ser estimulada pela apoAI. LipaseLipase lipoprotéica:lipoprotéica: está ligada à superfície endotelial dos capilares sangüíneos em vários tecidos extra-hepáticos e atua na hidrólise dos TG presentes nos quilomicrons e VLDL, formando glicerol e AG. Sua atividade aumenta após refeição. LipaseLipase hepática:hepática: atividade semelhante a lipase lipoprotéica. LipaseLipase hormônio sensível:hormônio sensível: presente nas células do tecido adiposo. Catalisa a liberação de AG do tecido adiposo para o plasma. É ativada pelas catecolaminas, hormônio do crescimento e glicocorticóides e é inibida pela glicose e insulina. ENZIMAS ENVOLVIDAS NO TRANSPORTE LIPÍDICOENZIMAS ENVOLVIDAS NO TRANSPORTE LIPÍDICO HIPERTRIGLICERIDEMIAHIPERTRIGLICERIDEMIA Desordem comum exacerbada pela diabetes melito não controlada , obesidade e hábitos sedentários. Triglicerídeos se elevam por diferentes causas: síndromes familiares e genéticas, doenças metabólicas e fármacos. Teores afetados pelo sexo, idade e dieta. Está associada com o risco para doença arterial coronariana (DAC). SÍNDROMES GENÉTICAS:SÍNDROMES GENÉTICAS: anormalidades do metabolismo dos quilomicrons. 99 HIPERLIPOPROTEINEMIA DO TIPO I:HIPERLIPOPROTEINEMIA DO TIPO I: deficiência na lipase lipoprotéica ou de seu cofator, apo-CII. A lipase lipoprotéica é ativada por insulina. Portanto, também está alterada na diabetes tipo I e II. 99 HIPERLIPIDEMIA FAMILIAR COMBINADA:HIPERLIPIDEMIA FAMILIAR COMBINADA: doença autossômica dominante caracterizada por pacientes e seus parentes em primeiro grau com elevação dos triglicerídeos ou de LDL ou uma combinação. Apresentam risco de DAC prematura. CAUSAS METABÓLICAS: CAUSAS METABÓLICAS: 99 DIABETES MELITO: DIABETES MELITO: do tipo 1 e 2 não controlada. São mais severas em pacientes com cetose. Pacientes tipo 1 são insulino deficientes, portanto, a lipase lipoprotéica não é efetiva, tratamento com insulina estabelece a função da enzima. Pacientes do tipo 2 a lipase lipoprotéica é menos ativa no estado insulino-resistente; produção de VLDL pelo fígado é comum em pacientes com diabetes e sobre peso; metabolismo da VLDL é incompleto. 99 OBESIDADE:OBESIDADE: redução da eficácia da lipase lipoprotéica e por produção aumentada de VLDL. 99 HIPOTIROIDISMO:HIPOTIROIDISMO: aumenta LDL e também pode provocar hiperlipidemia mista ou elevação elevada de triglicerídeos. A redução da lipase lipoprotéica reduz o catabolismo das VLDL remanescentes (LDL). 99 SÍNDROME NEFRÓTICA:SÍNDROME NEFRÓTICA: aumento de síntese VLDL e diminuição de catabolismo de VLDL e LDL USO DE FÁRMACOSUSO DE FÁRMACOS: diuréticos tiazídicos, bloqueadores beta adrenérgicos, terapia oral de estrogênio, anticoncepcionais orais com alto teor de estrogênio. OUTRAS CAUSAS:OUTRAS CAUSAS: alcoolismo, pancreatite aguda, gravidez. AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA HIPERTRIGLICERIDEMIAHIPERTRIGLICERIDEMIA Os TG são determinados diretamente em soro ou plasma após jejum de 12-14h. Teores de TG menores que 1000 mg/dL apresentam em geral VLDL aumentada e quilomicrons normais. Para TG maiores que 1000 mg/dL tanto VLDL quanto quilomicrons estão elevados. TG aumentados mas ainda abaixo de 1000mg/dL e colesterol alto,há anormalidade da lipase lipoprotéica que pode ser causada por elevações tanto da LDL como da VLDL ou das lipoproteínas remanescentes. TG acima de 1000 mg/dL a presença de quilomicrons deve ser confirmada pelo teste de refrigeração por uma noite do tubo de soro ou plasma. Em presença de quilomicrons aparecerá uma camada leitosa sobrenadante. Se o infranadante se apresentar turvo, altos teores de VLDL também estão presentes. DETERMINAÇÃO DE TRIGLICERÍDEOSDETERMINAÇÃO DE TRIGLICERÍDEOS PACIENTE:PACIENTE: permanecer em jejum à exceção da água, durante 12- 14h. Abster-se de álcool durante 72h antes da coleta. Nenhuma atividade física rigorosa deve ser realizada nas 24h que antecedem o exame. AMOSTRAAMOSTRA: soro ou plasma heparinizado sem hemólise e separado dentro de 3h após a coleta. INTERFERÊNCIAS: INTERFERÊNCIAS: 9 Falsamente elevados: situações em que o glicerol está elevado - exercício recente, estresse emocional, doença hepática, diabetes melito, medicação intravenosa contendo glicerol, nutrição parenteral, hemodiálise e exercícios. Fármacos: anticoncepcionais orais, estrógenos, corticoesteróides, beta-bloqueadores, diuréticos tiazídicos. 9 Falsamente diminuídos: ácido ascórbico, clofibrato, metaformin. MÉTODOS: MÉTODOS: avaliação do glicerol liberado a partir dos TG tem sido a base das determinações desse composto. 9 Método químico: inicialmente os TG são extraídos com a remoção de fosfolipídeos e glicose. A seguir o glicerol é liberado dos TG e quantificado por diversas reações diferentes. Esses métodos estão sendo abandonados. 9 Método enzimático: hidrólise dos AG do glicerol realizada pela enzima lipase. 9 Um fator importante que afeta a exatidão da medida dos TG é a presença de glicerol livre endógeno no soro. É o esterol componente das membranas celulares de mamíferos e precursor de 3 classes de compostos biologicamente ativos: hormônios esteróides, ácidos biliares e vitamina D. É transportado no plasma pelas lipoproteínas, principalmente LDL. Distúrbios no metabolismo do colesterol exercem papel importante na etiologia da doença arterial coronariana. COLESTEROL TOTALCOLESTEROL TOTAL É derivado do ciclo pentano peridro fenantreno e contém 27 átomos de carbono, uma ligação dupla entre os carbonos 5 e 6, hidroxila no carbono 3 e cadeia alifática de 8 carbonos no carbono 17. A dieta ocidental contém cerca de 400-700 mg/dia de colesterol, enquanto a absorção é em torno de 70% desse valor. Somente 25% desse colesterol é proveniente da dieta, o restante é sintetizado (1g/dia), fundamentalmente pelo fígado a partir de acetil- CoA. Parte do colesterol hepático é transformada em ácidos biliares e excretada pela bile. Os sais e os ácidos biliares formam complexos com o colesterol promovendo maior excreção desse composto. o colesterol plasmático ocorre tanto na forma livre quanto na forma esterificada. O colesterol plasmático é afetado tanto por fatores intra- individuais como inter-individuais. As medidas de colesterolemia são influenciadas por: 99 DIETA:DIETA: a quantidade e a composição de gordura da dieta interferem nos níveis de lipídeos plasmáticos. 99 EXERCÍCIOS FÍSICOS:EXERCÍCIOS FÍSICOS: quando executados de forma regular aumentam o HDL e reduzem o LDL. 99 IDADE:IDADE: o colesterol plasmático se eleva com a idade. Encontram-se valores diferenciados nas populações pediátricas, adolescentes, adultas e geriátricas. 99 SEXO:SEXO: entre 15 e 55 anos há aumento progressivo de colesterol total e LDL, com níveis menores em mulheres pré-menopausa, talvez pelo efeito protetor do estrogênio, quando comparada a homens da mesma idade. 99 RAÇA:RAÇA: existem diferenças. Europeus do norte apresentam colesterol plasmático elevado, devido à dieta, fatores ambientais e diferenças genéticas. Origem do Colesterol Endógeno Origem do Colesterol Endógeno Destinos do ColesterolDestinos do Colesterol Local da Síntese de ColesterolLocal da Síntese de Colesterol No RE e no citosol de todos os tecidos, principalmente o fígado, intestino, além de adrenal e gônadas Durante o estado alimentado, quando há uma ingestão insuficiente de colesterol para suprir a demanda. Momento Metabólico da Síntese de ColesterolMomento Metabólico da Síntese de Colesterol Glicose da dieta Piruvato Piruvato Oxaloacetato Acetil-CoA Citrato Citrato Oxaloacetato Acetil-CoA Malato Ciclo das Pentoses NADPH Glicogênio Aminoácidos cetogênicos da dieta Proteínas Ciclo Krebs NADPH Colesterol Glicose da dieta ATP Ácidos Graxos da dieta Fontes de Carbono e Energia para a Síntese de Colesterol Os níveis de colesterol plasmático iniciam o seu aumento com o nascimento, mostrando uma leve depressão na adolescência, sofrendo uma nova elevação na idade adulta. Não existem valores de referência específicos para crianças. 99 HIPERCOLESTEROLEMIA POLIGÊNICA:HIPERCOLESTEROLEMIA POLIGÊNICA: é a mais comum das formas de elevação do colesterol sérico. Manifesta-se com hipercolesterolemia moderada (240-350 mg/dL) e teores normais de triglicerídeos séricos. Ocorre por uma complexa interação entre múltiplos fatores genéticos e ambientais - dieta, regulação da síntese de colesterol e ácidos biliares, metabolismo intravascular de lipoproteínas ricas em Apo B e à regulação do receptor de LDL. - A elevação do colesterol está associada com o aumento de risco de doença arterial coronariana. - Concentrações elevadas de LDL podem estar associadas com defeitos no gene do receptor de LDL, diminuindo o catabolismo dessa lipoproteína. - Fármacos podem estar associados, mas para a maioria dos pacientes a ingestão de grandes quantidades de gordura junto a genotipagem susceptível causa redução dos receptores de LDL no fígado. 99 HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR (HF):HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR (HF): desordem autossômica dominante que produz elevação do colesterol total e LDL. Nessa desordem há ausência ou disfunção dos receptores de LDL. - Existem 5 classes de mutações: ¾ Classe 1: refere-se a ausência de proteínas receptoras. ¾ Classe 2a: bloqueio completo do transporte do receptor entre o RE e o aparelho de Golgi. ¾ Classe 2b: bloqueio parcial do transporte do receptor entre o RE e o aparelho de Golgi. ¾ Classe 3: incapacidade do receptor em ligar as LDL de modo normal. ¾ Classe 4: envolve a incapacidade de acumular na superfície de revestimento após ligação das LDL. Impedindo a internalização do receptor. ¾ Classe 5: exibe incapacidade de liberar LDL para o interior da célula após a internalização o que impede que a reciclagem do receptor volte à superfície da célula. HIPERCOLESTEROLEMIAHIPERCOLESTEROLEMIA Acúmulo de lipídeos dentro e ao redor das células do espaço intimal. Está associada com a proliferação celular e fibrose que provocam o estreitamento do lúmem do vaso. A deposição de lipídeos no vaso é um evento precoce e o colesterol é derivado principalmente das LDL. As placas ateroscleróticas são estruturas complexas. Pode ter outras causas: hipotireoidismo, gravidez, cirrose, obstrução biliar, nefrose, doenças pancreáticas e doença renal crônica. ATEROSCLEROSEATEROSCLEROSE Causas: abetaliproteimenia, ausência completa de apo B, hipertireoidismo, anemia crônica, má-nutrição, macroglobulinemia de Waldenström, leucemia mielocítica crônica, metaplasia mielóide, mielofibrose, mieloma. HIPOCOLESTEROLEMIAHIPOCOLESTEROLEMIA PACIENTE:PACIENTE: permanecer em jejum à exceção de água durante 12- 14h. Nenhuma atividade física rigorosa deve ser realizada nas 24h que antecedem ao exame. Se possível suspender a medicação que afeta os resultados nas 24h anteriores a coleta. AMOSTRA:AMOSTRA: soro ou plasma heparinizado isentos de hemólise. INTERFERÊNCIAS:INTERFERÊNCIAS:- Falsos elevados: adrenalina, anticocepcionias orais, ácido ascórbico, clorpromazina, corticoesteróides, fenitoína, amiodarona, levodopa e sulfonamidas. DETERMINAÇÃO DE COLESTEROL TOTALDETERMINAÇÃO DE COLESTEROL TOTAL - Falsos reduzidos: alopurinol, isoniazida, eritromicina, clorpromazina, azatioprina, andrógenos, propiltiouracil, estrógenos orais, colesteiramina, tetracicilinas, nitratos e corticoesteróides. MÉTODOS:MÉTODOS: reação de Liebermann e Burchard- desenvolvimento de cor com ácido sulfúrico e anidrido acético. Esse método sofreu inúmeras modificações. Sofre interferência da bilirrubina, turvação, lipidemia, hemólise e outros cromogênios não específicos. 9 ENZIMÁTICO: mais usados hoje. Colesterol esterase que hidrolisa os ésteres de colesterol presentes no soro formando colesterol livre e ácidos graxos. O colesterol livre é oxidado pela colesterol oxidase formando peróxido de hidrogênio, que oxida certas substâncias formando o complexo corado. HDL=HDL= lipoproteínas discóides que têm papel no transporte de colesterol dos tecidos periféricos para o fígado em processo denominado transporte reverso de colesterol. A prevalência de doenças cardiovasculares é muito maior em indivíduos com níveis reduzidos de HDL. Relação inversa e independente entre as doenças cardiovasculares e a concentração de HDL. A maioria dos métodos para avaliação de HDL está baseada na precipitação das lipoproteínas contendo apo-B (LDL e VLDL) por meio de soluções polianiônicas tais como dextran sulfato/cloreto de magnésio, fosfotungstato ou polietilieno glicol. O teor de colesterol no sobrenadante é determinado pelos métodos correntes. Os níveis de colesterol HDL são dependentes do sexo e da idade. HDLHDL LDL: LDL: formadas principalmente ou quase na sua totalidade a parir das VLDL pela perda de TG e de apoproteínas, exceto apo-B 100. A remoção dos TG reduz o tamanho das partículas e aumenta a sua densidade. São as partículas lipídicas mais aterogênicas do sangue. Constitui 2/3 dos colesterol plasmático. Níveis elevados estão associados diretamente ao risco de doenças vasculares. É determinado pelo emprego de antisoro policlonal enzimático em partículas de látex removendo assim os VLDL e HDL da amostra. Também são obtidos pelo cálculo pela fórmula de Friedewald. Obtém-se bons resultados com o uso dessa fórmula quando os TG são menores que 400 mg/dL. A determinação direta não apresenta vantagens sobre os valores de cálculo. LDLLDL Valores elevados:Valores elevados: alcoolismo, cirrose biliar, hepatite crônica. Fármacos: ácido nicotínico, ciclofenil, cimetidina, estrógenos, etanol, fenitoína, hidrocarbonetos clorados, lovastatina e terbutalina. Valores reduzidos:Valores reduzidos: aterosclerose, colestase, coronariopatia, diabetes melito, doença renal, hepatopatia, hipercolesterolemia, hipolipoproteinemia, após infarto do miocárdio, fumo, obesidade, sedentarismo, infecções bacterianas e virais. Fármacos: esteróides, andrógenos, progestágenos, anabolizantes, tiazídicos, bloqueadores β- adrenérgicos, neomicina e anti-hipertensivo. É possível a avaliação de risco coronariano por meio do subfracionamento da HDL através da eletroforese em gel de poliacrilamida, que podem ser identificadas as subfrações 2a, 2b, 3a (H5, H4, H3), correspondentes a fração HDL2, que apresentam correlação negativa com o risco coronariano e as subfrações 3b e 3C (H2, H1) correspondentes ao HDL3, mais densas e menores, possuem correlação de alto risco as doenças vasculares. Colesterol LDL= cotesterol total- (colesterol HDL + TG/5) VLDL= TG/5 Colestrol LDL = colesterol total – (HDL+ VLDL) Valores elevados: Valores elevados: anorexia nervosa, diabetes melito, disglobulinemias, doença de Cushing, gravidez, hepatopatia, hiperproteinemia tipo II, insuficiência renal e porfiria. Fármacos: anabolizantes, anticoncepcionais orais, catecolaminas, corticoesteróides glicogênicos e diuréticos. Valores reduzidos:Valores reduzidos: abetalipoproteinemia, aterosclerose, doença articular inflamatória, doença pulmonar, estresse, hiperlipoproteinemia do tipo I, hipertireoidismo, hipoalbuminemia, mieloma múltiplo e síndrome de Reye. Fármacos: ácido nicotínico, clofibrato, colestiramina, estrógenos, neomicina, probucol e tiroxina. Modo de visualizar a influência combinada de fatores de risco de doença coronariana. Divisão do colesterol total pelo HDL- índice de risco coronariano. Para aplicação da fórmula o paciente não pode estar padecendo de doenças que alteram os níveis de lipoproteínas séricas RELAÇÃO COLESTEROL RELAÇÃO COLESTEROL TOTAL/HDLTOTAL/HDL Associa o colesterol total, HDL e TG (cálculo do LDL). RELAÇÃO RELAÇÃO LDL/HDLLDL/HDL HIPERLIPOPROTEINEMIA:HIPERLIPOPROTEINEMIA: grupo de distúrbios caracterizados pelas anormalidades quantitativas e/ou qualitativas das lipoproteínas plasmáticas. Classificação de Classificação de FredriksonFredrikson LevyLevy-- Na década de 60, Fredrikson e Levy criaram uma classificação das baseada no padrão eletroforético de separação das mesmas; essa classificação reflete os tipos fenotípicos de alteração, mas não reflete a etiologia ou os mecanismos fisiopatológicos da doença. Assim, mais recentemente, outras classificações surgiram, e hoje, são utilizadas na prática. São classificadas laboratorialmente. Deve ser realizada em indivíduos com dieta livre e sem medicação hipolipemiante há mais de 4 semanas. HIPERLIPOPROTEINEMIASHIPERLIPOPROTEINEMIAS São alterações da concentração de lipídeos e lipoproteínas plasmáticas. QUILOMICROM: transporte de TG e colesterol exógeno. VLDL: transporte de TG endógeno e exógeno do fígado aos tecidos periféricos. LDL: fornecer colesterol aos tecidos periféricos. HDL: transporte de colesterol esterificado ao fígado onde é degradado e liberado. Hiperlipoproteinemias ou hiperlipidemias. Hipolipoproteinemias ou hipolipidemias. DISLIPIDEMIAS E DESLIPOPROTEINEMIASDISLIPIDEMIAS E DESLIPOPROTEINEMIAS São classificadas laboratorialmenteclassificadas laboratorialmente. Deve ser realizada em indivíduos com dieta livre e sem medicação hipolipemiante há mais de 4 semanas. Hipercolesterolemia isoladaHipercolesterolemia isolada: em geral representada por aumento do colesterol LDL. Hipertrigliceridemia isolada:Hipertrigliceridemia isolada: em geral representada por aumento das VLDL, ou dos quilomicrons, ou de ambos. Hiperlipidemia mista:Hiperlipidemia mista: valores aumentados de CT e TG. HDLHDL--C baixo:C baixo: isolado ou em associação com aumento de LDL-C e/ou de TG. Classificação etiológica: Classificação etiológica: Dislipidemias primárias:Dislipidemias primárias: conseqüentes de causas genéticas, algumas só se manifestando em função da influência ambiental, devido à dieta inadequada e/ou ao sedentarismo. Englobam: 9 Hiperlipidemias primárias ou genéticas 9 Hipolipidemias primárias: devido à: diminuição de LDL-C (abetalipoproteinemia e hipobetalipoproteinemia), diminuição de HDL- C: hipoalfalipoproteinemia e deficiência familiar de apo A (doença de Tangier). DislipidemiasDislipidemias secundárias:secundárias: 9 Dislipidemias secundárias a doenças: diabetes melito do tipo 2, hipotireoidismo, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, hepatopatias, obesidade, Síndrome de Cushing, bulimia nervosa, anorexia nervosa. 9 Dislipidemias secundárias a medicamentos: -anti-hipertensivos: tiazidas, clortalidona, espironolactona e beta- bloqueadores. - Imunossupressores: ciclosporina, prednisolona, prednisona. - Esteróides: estrogênios, progestágenos, contraceptivos orais. - Anticonvulsionantes - Ácido acetilsalicílico - Ácido ascórbico - Alopurinol 9 Dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados: - Dieta: Ingestão excessivade gorduras formadas por ácidos graxos trans e/ou saturados. - Ingestão elevada de colesterol - Excesso de calorias - Tabagismo - Etilismo - Sedentarismo Não existe uma classificação completa satisfatória dos distúrbios das lipoproteínas. Hiperlipidemia primária: mesma de Fredrikson e Levy. É a mais aceita. Baseia-se em resultados de análises do plasma. I e V são raras. IIa, IIb, IV são muito comuns. A III é de freqüência intermediária. Hiperlipidemia secundária: ocorre em pessoas normolipêmicas que adquirem certas atividades sistêmicas. Alguns sintomas de pacientes com hiperlipidemia. Aterosclerose é um processo dinâmico, evolutivo, a partir de dano endotelial de origem multifatorial, com características de reparação tecidual. CURSO EVOLUTIVO DA ATEROSCLEROSE:CURSO EVOLUTIVO DA ATEROSCLEROSE: 9 Os fatores de risco são capazes de lesar o endotélio vascular causando disfunção endotelial. 9 A partir do dano vascular, ocorre a expressão de moléculas de adesão que mediarão a entrada de monócitos em direção ao espaço intimal. 9 Os monócitos no espaço intimal englobarão lipoproteínas modificadas (predominantemente LDL oxidadas), originando as células espumosas. 9 Diferentes mediadores inflamatórios são liberados no espaço intimal, perpetuando e ampliando o processo, levando à formação da placa aterosclerótica. 9 Esta é constituída por elementos celulares, componentes da matriz extracelular e núcleo lipídico. 9 As placas podem ser divididas em estáveis ou instáveis. 9 As placas estáveis caracterizam-se por predomínio de colágeno, organizado com capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias e núcleo lipídico menos proeminente. 9 As placas instáveis apresentam atividade inflamatória intensa, especialmente nos seus ângulos, com grande atividade proteolítica, núcleo lipídico proeminente e capa fibrótica tênue. 9 A ruptura das placas parece relacionar-se com as suas características morfológicas e bioquímicas, e não com seu grau de estenose. 9 Ao longo da vida, pequenas rupturas/tromboses parecem ocorrer, determinando remodelação das placas, freqüentemente sem manifestações clínicas. 9 Todavia, o grau de trombose sobreposta à placa rota determinará a magnitude do evento cardiovascular. 9 Mais recentemente, o papel da adventícia vem sendo revisto na aterogênese, a partir de observações histopatológicas, demonstrando a presença de células inflamatórias e de agentes infecciosos que poderiam migrar para o espaço intimal. ATEROGÊNESEATEROGÊNESE Fatores de risco: parâmetros que têm relação de causa e efeito com a doença arterial coronariana. Tabagismo, hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes melito, sedentarismo, obesidade, história familiar. Os mesmo fatores são de risco para aterosclerose. São doenças multifatoriais- quanto maior o número de fatores de risco, maior a suscetibilidade. FATORES DE RISCO PARA FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL DOENÇA ARTERIAL CORONARIANACORONARIANA A-beta-lipoproteínemia familiar: doença rara onde não há síntese de apoB. Os quilomícrons, VLDL e LDL estão ausentes. Estes pacientes desenvolvem retardo de crescimento e degeneração progressiva do SNC, por dificuldade de absorção de ácidos graxos essenciais e de vitaminas lipossolúveis. Hipo-beta-lipoproteínemia familiar: estes pacientes possuem baixos teores de LDL e de LDL-colesterol; são assintomáticos e tem menor risco de DAC. A-beta-lipoproteínemia familiar: também chamada de doença de Tangier, caracterizada pela ausência de síntese de apoA I ou apoA II e, conseqüentemente, por baixos níveis de HDL sérico. Os níveis de colesterol sérico estão diminuídos, devido a ausência de colesterol HDL, e esses pacientes, apesar da ausência de HDL, não estão mais expostos às doenças arteriais coronarianas. HIPOLIPOPROTEINEMIASHIPOLIPOPROTEINEMIAS 99 Outros exames:Outros exames: Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) – auxilia na estratificação do risco de aterosclerose clínica; homocisteína (pouco usada rotineiramente); lipoproteína (a) – Lp(a) (pouco usada rotineiramente); fatores homeostáticos (pouco usados rotineiramente); Fibrinogênio;Antígeno do PA-1 e t-PA. ENZIMASENZIMAS ENZIMAS=ENZIMAS= proteínas com propriedades catalisadoras sobre as reações que ocorrem em sistemas biológicos. Elevado grau de especificidade sobre o substrato. Aceleram reações específicas sem serem alteradas ou consumidas durante o processo. Seu estudo tem importância clínica. Em algumas doenças as atividades de certas enzimas são medidas principalmente no plasma sangüíneo de eritrócitos ou tecidos. Todas as enzimas presentes no corpo humano são sintetizadas INTRACELULARMENTE. INTRACELULARMENTE. ENZIMAS PLASMA ESPECÍFICAS:ENZIMAS PLASMA ESPECÍFICAS: enzimas ativas no plasma utilizadas no mecanismo de coagulação sangüínea e fibrinólise. ENZIMAS SECRETADAS:ENZIMAS SECRETADAS: são secretadas normalmente na forma inativa e após a sua ativação atuam extracelularmente. ENZIMAS CELULARES:ENZIMAS CELULARES: normalmente apresentam baixos teores séricos que aumentam quando são liberadas a partir de tecidos lesados por alguma doença. Isso permite inferir a localização e a natureza das variações patológicas em alguns órgãos tais como: fígado e pâncreas. As meias vidas das enzimas teciduais após liberação no plasma apresentam grande variabilidade. Podendo variar de horas até semanas Em condições normais as atividades enzimáticas permanecem constantes, refletindo o equilíbrio entre esses processos. Modificações nos níveis de atividade enzimática ocorrem em situações onde esse balanço é alterado. A elevação na atividade enzimática é devido a: 99 Aumento na liberação de enzimas para o plasma:Aumento na liberação de enzimas para o plasma: como conseqüência de lesão celular extensa; proliferação celular e aumento de renovação; aumento da síntese enzimática; obstrução de ductos. 99 Redução da remoção de enzimas do plasma devido à insuficiência Redução da remoção de enzimas do plasma devido à insuficiência renal:renal: síntese enzimática reduzida, deficiência congênita de enzimas; variantes enzimáticas com baixa atividade biológica. Alterações em atividades enzimáticas fornecem indicadores sensíveis de lesão ou proliferação celular. Essas modificações ajudam a detectar e localizar a lesão tecidual, monitorar o tratamento e o progresso da doença. ¾ Grande número de enzimas liberado das células durante a renovação celular normal. Essas enzimas quase sempre atuam intracelularmente e não tem função fisiológica no plasma. Em indivíduos saudáveis o nível dessas enzimas é constante e representa um estado de equilíbrio, no qual a velocidade de liberação dessas enzimas no plasma pelas células danificadas é equilibrada por uma velocidade igual de remoção do plasma. A presença de atividade enzimática elevada no plasma pode indicar lesão tecidual, que é acompanhada pela liberação aumentada de enzimas intracelulares. Algumas enzimas são inespecíficas, mas algumas são tecidos específicas. MARCADORES BIOQUÍMICOS DO INFARTO MARCADORES BIOQUÍMICOS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) IAM= necrose irreversível do miocárdio, que resultam em geral de trombose numa lesão pré-existente da parede vascular ou rotura de uma placa atersoclerótica em artéria coronária importante. A princípio ocorre isquemia, que se for grave e prolongada, segue-se o IAM, cuja extensão depende da artéria coronária obstruída, do grau de circulação colateral e das exigências de oxigênio do tecido suprido pela artéria. 9 6 milhões de pacientes/ano com dor torácica são atendidos nos serviços de emergência nos EUA 9 5% (300.000) apresentam evidências diagnósticas de IAM Os marcadores bioquímicos cardíacos são empregadospara o diagnóstico em pacientes suspeitos de terem desenvolvido infarto agudo do miocárdio. O infarto de ser diferenciado da angina, embolia pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva. Os marcadores mais utilizados são: Após a instalação dos sintomas do IAM se observa um período durante o qual é possível detectar a elevação das enzimas liberadas pelo tecido miocárdico lesado. Essa relação temporal é particular para cada enzima. De modo geral, as enzimas elevam-se na ocorrência do IAM (especificidade) e dentro dos valores normais na ausência de infarto (sensibilidade). MARCADORES CARDÍACOS: INDICAÇÕESMARCADORES CARDÍACOS: INDICAÇÕES Diagnóstico diferencial de dor torácica; Detecção precoce de IAM; Seguimento e prognóstico do paciente com IAM; Método não-invasivo para detectar reperfusão coronariana; Detecção de infarto antigo (>72h); Detecção de reoclusão/reinfartamento; Determinação da extensão do infarto. MARCADORES CARDÍACOS: IMPORTÂNCIAMARCADORES CARDÍACOS: IMPORTÂNCIA 40% dos pacientes com IAM são diagnosticados tardiamente; 5-13% dos pacientes recebem alta erroneamente; 10- 26% morrem; ECG inicial não detecta >40% dos pacientes com IAM; Enzimas cardíacas (CK ou CK-MB) não diagnosticam precocemente 50% dos pacientes com IAM; ECG + Enzimas não diagnosticam >25% dos pacientes com IAM. CREATINOQUINASE (CK)CREATINOQUINASE (CK) É uma enzima encontrada em diferentes tecidos que cataliza a formação reversível da creatina fosfato. Catalisa a fosforilação reversível da creatina pela adenosina trifosfato (ATP) com a formação de creatina fosfato. A CK está associada com a geração de ATP nos sistemas contrácteis ou de transporte. Tem sua atividade mais elevada no músculo esquelético, cérebro e tecido cardíacos. Quantidades menores são encontradas nos rins, diafragma, tireóide, placenta, bexiga, pulmão, próstata, baço, reto, cólon, estômago e pâncreas. Fígado e eritrócitos são desprovidos dessa enzima. CK é um dímero composto de 2 subunidades (B ou cérebro e M ou muscular), que são separadas em 3 formas moleculares distintas. 99 CKCK--BB ou BB ou CK1CK1:: encontrada predominantemente no cérebro. Raramente está presente no sangue. 99 CKCK--MB ou CKMB ou CK--2:2: forma híbrida, predominante no miocárdio. Corresponde a menos de 6% do total. 99 CKCK--MM ou CKMM ou CK--33: predominante no músculo esquelético. Corresponde a mais de 95% do total. Essas 3 isoenzimas são encontradas no citosol ou associadas a estruturas miofribrilares. Soro normal contém cerca de 94-100% de CK-MM. A maior atividade da CK no músculo é atribuída a CK-MM. CK-MB está confinada exclusivamente no tecido cardíaco. Níveis elevados de CK-MB são encontrados no IAM. Existe uma quarta forma chamada de CK-Mt, localizada no espaço entre as membranas interna e externa da mitocôndria e corresponde a 15% da atividade da CK cardíaca. Macro-CK: associada a imunoglobulinas, representando 0,8-1,6% da atividade da CK e não está relaciona a nenhuma enfermidade específica. CORRELAÇÕES CLÍNICAS DA CKCORRELAÇÕES CLÍNICAS DA CK A atividade sérica da CK está sujeita avariações fisiológicas que interagem e afetam a atividade da enzima tais como: sexo, idade, massa muscular, atividade físca e raça. CK está elevada nos casos de : 99 Enfermidades do músculo esquelético:Enfermidades do músculo esquelético: distrofia muscular progressiva, miosite viral e polimiosite, hipotermia maligna, polimicropatia necrosante, estados psicóticos agudos, fármacos (lidocaína, penicilina, anfotericina B, clofibrato). 99 Enfermidades cardíacas:Enfermidades cardíacas: infarto do miocárdio, condições e procedimentos cardíacos, miocardite. 99 Enfermidades do sistema nervoso central (SNC):Enfermidades do sistema nervoso central (SNC): lesões no crânio com dano cerebral, enfermidade cardiovascular, neurocirurgia e isquemia cerebral, síndrome de Reye. 9 Enfermidades da tireóide: hipotireoidismo, hipertireoidismo. A CK-MB começa a elevar-se em 4- 8h a partir da dor precordial, atingindo o máximo em 12-24h, retormando ao normal em 48-72h. Pacientes que atingem o pico máximo rapidamente (8- 12h) têm melhor prognóstico do que aqueles que demoram para alcaçar o pico (24h). Atividade aumentada da CK-MB também é encontrada em outras desordens cardícas como angina severa, desfibrilação, cirurgia cardíaca de peito aberto. Especificidade para IAM pode ser aumentada se os resultados forem intrepretados em associação com outros marcadores bioquímicos. DETERMINAÇÃO DA CKDETERMINAÇÃO DA CK Paciente:Paciente: deve evitar fazer exercícios físicos vigoroso 24 h antes da dosagem se o objetivo do teste for avaliar a musculatura esquelética. Suspender fármacos que interfiram na dosagem 24h antes. AmostraAmostra: soro, plasma heparinizado, líquor e líquido amniótico. Interferências:Interferências: falsos aumentados- procedimentos invasivos, choque elétrico, eletromiografia, injeções intramusculres, massagem muscular recente. Fármacos: acatato de dexametazona, carbonato de lítio, clofibrato, codeína, digoxina, fenobarbital, sulfato de morfina. Métodos para CK total:Métodos para CK total: emprega produtos formados na reação direta (creatina fosfato +ADP) ou inversa (creatina +ATP). Tanto o ATP como o ADP são medidos por reações específicas. Os métodos mais empregados utilizam a reação reversa. Determinação das Determinação das isoenzimasisoenzimas:: separação eletroforética é um dos métodos mais usados. Ensaios imunológicos e de massa. LACTATO DESIDROGENASE (LDH)LACTATO DESIDROGENASE (LDH) É uma enzima da classe das oxidorredutares que catalisa a oxidação reversível de lactato a piruvato, em presença da coenzima NAD+ que atua como doador ou aceptor de hidrogênio. Lactato + NAD+ Piruvato + NADH+ + H+ Está presente no citoplasma de todas as células do organismo. Sendo rica no miocárdio, músculo esquelético, rim e eritrócitos. ISOENZIMAS DA LDHISOENZIMAS DA LDH Vários tecidos possuem LDH. Aumentos dos teores séricos é um achado inespecífico. É possível obter maior informações pela separação de suas isoenzimas. Cada isoenzima é um tetrâmero formado por 4 subunidades chamadas de H para a cadeia polipeptídica cardíaca e M para a cadeia polipeptídica muscular esquelética. A hemólise produzida durante a coleta e/ou manipulação do sangue eleva as frações LDH-1 e LDH-2. Aumento de atividade da LDH:Aumento de atividade da LDH: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, miocardite, choque ou insuficiência circulatória, anemia megaloblástica, válvula cardíaca artificial, enfermidade hepática, mononucleose infecciosa, doenças malignas, distrofia muscular progressiva, trauma muscular e exercícios muito intensos, embolia pulmonar, pneumocistose. A LDH aumenta no soro 8- 12h após o infarto, atingindo pico máximo entre 24-48h, esses valores permanecem elevados por 7 a 12 dias. CORRELAÇÃO CLÍNICA DAS ISOENZIMAS DA LDHCORRELAÇÃO CLÍNICA DAS ISOENZIMAS DA LDH As isoenzimas apresentam alterações em várias enfermidades que refletem a natureza dos tecidos envolvidos. ↑ LDH-3 ocorrem com freqüência em carcinomas. Níveis de LDH-5 são úteis na detecção desordem hepáticas e desordens do músculo esquelético. A LDH pode formar complexos com imunoglobulinas e revelar bandas atípicas na eletroforese. O complexo com a IgA e IgG migra entre LDH-3 e LDH-4. Esse complexo macromolecular não está associado a nenhuma anormalidade clínica específica. No IAM tem-se ↑ de LDH-1 e LDH-2. Elevações de atividade de LDH na urina de 3 a 6 vezes estão associadas com glomerulonefrite crônica, lupus eritematoso sitêmico, nefroesclerose diabética e câncer de bexiga e rins. Em condições normais a atividade da LDH no líquoré bem menor que a encontrada no plasma sangüíneo. Valores podem ↑ em presença de hemorragia ou lesão da barreira hematoencefálica, por ex. causada por meningite bacteriana. DETERMINAÇÃO DE LDHDETERMINAÇÃO DE LDH Paciente:Paciente: não é exigido preparo especial. Amostra:Amostra: soro, plasma heparinizado, líquor. Isentos de hemólise. Interferentes:Interferentes: resultados falsamente elevados- ácido ascórbico, anfotericina B, barbitúricos, carbonato de lítio, clofibrato, clonidina, procaína, codeína, niacina, nifedipina, propanolol e metildopa. Resultados falsamente diminuídos- esteróides anabólicos, androgênios oxalatos e tiazidas. Métodos:Métodos: avaliada em termos de velocidade de transformação de piruvato em lactato. Esta metodologia esta sendo abandonada em detrimento de ensaios cinéticos, que mede as coenzimas NAD/NADH. Pode-se medir a reação inversa também. AMINOTRANSFERASES OU TRANSAMINASESAMINOTRANSFERASES OU TRANSAMINASES Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmica oxalacética (TGO). Alanina aminotransferase (ALT) ou transaminase gluâmica pirúvica (TGP). Catalisam a tranferência reversível dos grupos amino de um Aa para o α-cetoglutarato, formando o cetoácido correspondente e glutamato. Requerem piridoxal fosfato como co-fator. Aspartato + α-cetoglutarato oxalacetado + glutamato Alanina + α-cetoglutarato piruvato + glutamato As reações catalisadas por aminotransferses exercem papéis centrais tanto na síntese quanto síntese quanto na degradação de Aa. Envolvem a interconversão de Aa em piruvato ou ácidos dicarboxílicos e atuam como ponte entre o metabolismo de Aa e carboidratos. Estão amplamente distribuídas nos tecidos humanos. A atividade mais elevada da AST (TGO) é no miocárdio, fígado, músculo esquelético, com pequenas quantidades nos rins, pâncreas, baço, cérebro, pulmões, eritrócitos. As transaminases estão elevadas em: 99 Doenças Doenças hepatobiliareshepatobiliares:: hepatite viral aguda, outras hepatites, cirrose de qualquer etiologia, mononucleoses infecciosa, colestase extra-hepática aguda. 99 Infarto do miocárdio:Infarto do miocárdio: ao redor de 6-8h após o infarto a atividade sérica da AST (TGO) começa a se elevar, atingindo o pico máximo entre 18-24h, retornando aos valores normais ao redor do 5° dia. A AST não se altera na angina pectoris, pericardite e enfermidade vascular miocárdica. 99 Distrofia muscular progressiva e Distrofia muscular progressiva e dermatomiositedermatomiosite.. 99 Embolia pulmonar.Embolia pulmonar. 99 Insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca congestivacongestiva.. DETERMINAÇÃO DAS TRANSAMINASESDETERMINAÇÃO DAS TRANSAMINASES Paciente:Paciente: não é exigido preparo especial. Amostra:Amostra: soro, isento de hemólise. Interferentes:Interferentes: falsamente aumentados – paracetamol, ampicilina, agentes anestésicos, cloranfenicol, codeína, cumarínicos, difenilhidantoína, etanol, isoniazida, morfina, anticoncepcionais orais, sulfonamidas, tiazidas. Métodos:Métodos: baseiam-se na formação de cor entre o piruvato ou oxalacetato e a dinitrofenilhidrazina para formar hidrazonas correspondentes. A alcalinização da mistura desenvolve cor proporcional à conversão dos cetoácidos a hidoxiácidos. É obsoleto. Hoje usa-se a monitorização contínua, onde piruvato ou axalacetato formados pelas transaminases são acoplados a uma segunda reação onde piruvato (ALT) ou oxalacetato (AST) são reduzidos a NADH em reação catalisada pela LDH (ALT) ou malado desidrogenase (AST). A transformação de NADH a NAD é medida. É uma heme proteína de ligação do oxigênio presente no músculo esquelético e cardíaco. Compreende cerca de 2% da proteína total do músculo e está localizada no citoplasma. Lesões celulares durante o IAM liberam mioglobina na circulação sangüínea. MIOGLOBINAMIOGLOBINA Inicia a elevação em torno de 2h após a dor precondrial e seus picos são atingidos dentro de 5-12h retornando ao normal entre 24-36 h após o infarto. Não determina definitivamente o IAM, necessita de confirmação. Não é específica para o músculo cardíaco. Pode ser de esquelético. Está aumentada: dano muscular esquelético, após cirurgia, exercício intenso, lesão do músculo esquelético, atrofia muscular progressiva, insuficiência renal grave, aplicação de injeção intramuscular, cocaína. São proteínas do complexo de regulação miofibrilar, que não estão presentes no músculo liso. Existem três subunidades: troponina T, troponina I e troponina C. Duas tem interesse na lesão cardíaca: Troponina T cardíaca (TnTc) Troponina I cardíaca (TnIc) São mais específicas para o IAM que a CK-MB. Detectam pequenas quantidades de lesão miocárdica. Aparece 4-6 h após IAM (mesmo tempo da CK). Picos em 12-18 h, permanecendo elevado por até 10-12 dias. TROPONINASTROPONINAS ANOREXINA V:ANOREXINA V: É uma proteína pequena (~35 kDa) ligadora de cálcio que apresenta alta afinidade para a ligação com a fosfatidil serina de forma dependente de cálcio. A fosfatidil serina é um fosfolipídio que está presente apenas na porção interna da membrana celular. O seu deslocamento para o lado externo da membrana, é um indicador de desorganização celular relacionado com o processo de apoptose (morte celular programada). Permite quantificar e extensão da área infartada de forma não invasiva. PROTEÍNA LIGADORA DE ÁCIDOS GRAXOS (FABP):PROTEÍNA LIGADORA DE ÁCIDOS GRAXOS (FABP): Apresenta baixo peso molecular (~15 kDa) e é uma das mais abundantes do citoplasma do músculo cardíaco. O pequeno tamanho propicia uma liberação rápida para o plasma após dano cardíaco o que possibilita uma identificação precoce da lesão miocárdica. O rápido clearance renal da FABP permite também a identificação de infartos recorrentes (reinfartos). É liberada do músculo cardíaco de forma semelhante à da mioglobina (3 h após o IAM com volta aos valores basais dentro de 12 a 24 h). NOVOS MARCADORESNOVOS MARCADORES Proteína miofibrila, componente muscular, encontrada no miocárdio e músculo esquelético. Aumenta 3-5 h após início da isquemia miocárdica, até 2 semanas após IAM. Sua sensibilidade está no fato de ser indetectável em pessoas normais. Em pacientes com angina, aumentos de MLC indicam progressão para IAM em 50% dos casos. Não tem relação com reperfusão, mas pode ser útil para estimar tamanho do infarto. Não é específica do miocárdio. MIOSINA DE CADEIA LEVEMIOSINA DE CADEIA LEVE Aumenta 3-5h após o infarto e se mantém por 2 semanas elevada
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