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ATIVIDADE INTEGRADORA - Síndrome metabólica e metabolismo

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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
Metabolismo 
PROBLEMA 1M3 - “SÍNDROME METABÓLICA” 
JL, 42 anos, masculino, procurou o ambulatório de clínica médica após o falecimento de sua mãe por infarto agudo 
do miocárdio. O paciente relata ser sedentário, tabagista há 25 anos (2 maços de cigarros/dia), hipertenso há 4 
anos, em uso irregular de Losartana 50 mg 2x/dia e Hidroclorotiazida 25 mg/dia. Queixa-se de ganho ponderal 
desde que começou a trabalhar como caminhoneiro há 8 anos. Ao exame físico encontra-se com Obesidade grau 
2, circunferência abdominal de 110 cm, com pressão arterial normal. Traz exames laboratoriais (jejum de 12h): 
Colesterol total: 212 mg/dL; Triglicerídeos: 485 mg/dL; Colesterol HDL: 35 mg/dL. Glicemia de jejum: 110 mg/dL. 
O paciente está com muito medo de ter um infarto também e quer saber se está sob risco e o que poderia ser feito 
para evitar. 
Instrução: O que você sabe sobre o metabolismo dos lipídios, suas alterações e a correlação com Síndrome 
Metabólica? 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
DESCREVER O CICLO EXÓGENO E 
ENDÓGENO DO METABOLISMO DOS 
LIPÍDIOS, PERFIL LIPÍDICO E LIPIDOGRAMA; 
Lipídeos: 
• Moléculas orgânicas insolúveis em água 
(hidrofóbicas). 
• Encontram-se 
compartimentalizados 
(associados à membrana 
por exemplo) ou 
transportados no sangue 
em associação com 
proteínas 
(lipoproteínas). 
• São importante fonte de 
energia para o corpo. 
• Fornecem barreira 
hidrofóbica que 
permite a participação 
dos conteúdos aquosos 
das células. 
• Outras funções: certas 
vitaminas lipossolúveis 
têm funções regulatórias 
ou de co-ezimas, e as 
prostaglandinas e os 
hormônios esteroides 
exercem papéis fundamentais no controle da 
homeostase do organismo. 
 
Digestão: 
Começa no estômago e é completada no intestino 
delgado. 
No estômago: 
A digestão no estômago é limitada – é catalisada pela 
lipase lingual e pela lipase gástrica. Essas lipases 
ácidas hidrolisam ácidos graxos de moléculas de 
TAG, particularmente aqueles que contêm ácidos 
graxos de cadeia curta ou média, como os 
encontrados na gordura do leite. 
Consequentemente, essas lipases desempenham um 
papel particularmente importante na digestão lipídica 
em lactentes, para quem a gordura do leite é a 
principal fonte de calorias. 
Elas também se tornam importantes enzimas 
digestivas em indivíduos com insuficiência 
pancreática, como os portadores de fibrose cística 
(FC) – as lipases ajudam esses pacientes a degradar 
moléculas de TAG apesar da ausência da lipase 
pancreática. 
 
Emulsificação no intestino delgado: 
Ocorre no duodeno e aumenta a área da superfície 
das gotículas de lipídeos hidrofóbicos, de maneira 
que as enzimas digestivas, as quais trabalham na 
interface da gotícula com a solução aquosa que a 
envolve, possam agir com eficiência. 
A emulsificação é obtida por dois mecanismos 
complementares: 
• Uso das propriedades detergentes dos sais 
biliares conjugados 
• Mistura mecânica devida ao peristaltismo 
Os sais biliares, produzidos no fígado e armazenados 
na vesícula biliar, são derivados anfipáticos do 
colesterol. Os sais biliares conjugados consistem em 
uma estrutura hidroxilada de esterol em anéis, com 
uma cadeia lateral à qual uma molécula de glicina ou 
taurina está covalentemente ligada por uma ligação 
amida. 
Esses agentes emulsificantes interagem com as 
gotículas de lipídeos da dieta e com os conteúdos 
aquosos do duodeno, estabilizando as gotículas à 
medida que elas se tornam menores pelo processo 
do peristaltismo e impedindo que coalesçam. 
 
 
 
2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
Degradação pelas enzimas pancreáticas: 
Os TAG, ésteres de colesterol e fosfolipídeos da dieta 
são degradados enzimaticamente (digeridos) no 
intestino delgado por enzimas pancreáti-cas, cuja 
secreção é hormonalmente controlada. 
Degradação de triacilgliceróis: 
As moléculas de TAG são muito grandes para serem 
captadas de maneira eficiente pelos enterócitos. Elas 
são então hidrolisadas pela ação da lipase 
pancreática, que remove ácidos graxos 
preferencialmente dos carbonos 1 e 3. 
Assim, os principais produtos da hidrólise são uma 
mistura de 2-monoacil-glicerol (2-MAG) e ácidos 
graxos livres. 
A lipase pancreática é encontrada em altas 
concentrações em secreções pancreáticas [2 a 3% da 
proteína total presente] e é muito eficiente 
cataliticamente, assegurando, dessa forma, que 
somente uma grave deficiência pancreática, como 
aquela observada na fibrose cística, resultaria em má 
absorção significativa de gordura. 
Uma segunda proteína, a colipase, também 
secretada pelo pâncreas, liga-se à lipase na razão de 
1:1 e a ancora na interface lipídeo-água. A colipase 
restabelece a atividade da lipase na presença de 
substâncias inibidoras, como os sais biliares que ligam 
as micelas. 
A colipase é secretada como o zimogênio pró-
colipase, ativado no intestino pela tripsina. 
Orlistate, um fármaco antiobesidade, inibe as lipases 
gástrica e pancreática, diminuindo, desse modo, a 
absorção de gorduras, resultando na perda de peso. 
Degradação de ésteres de colesterol: 
A maior parte do colesterol da dieta está presente na 
forma livre (não esterificado), com 10 a 15% presentes 
na forma esterificada. 
Os ésteres de colesterol são hidrolisados por uma 
enzima pancreática, a hidrolase dos ésteres de 
colesterol (colesterol-esterase), que produz 
colesterol e ácidos graxos livres. A atividade dessa 
enzima está muito aumentada na presença de sais 
biliares. 
Degradação de fosfolipídeos: 
O suco pancreático é rico na pró-enzima da 
fosfolipase A2 que, como a pró-colipase, é ativada 
pela tripsina e, como a hidrolase dos ésteres de 
colesterol, necessita de sais biliares para sua atividade 
ótima. 
A fosfolipase A2 remove um ácido graxo do carbono 
2 de um fosfolipídeo, originando um lisofos-folipídeo. 
Por exemplo, a fosfatidilcolina (o fosfolipídeo 
predominante da digestão) torna-se 
lisofosfatidilcolina. 
O ácido graxo que resta no carbono 1 pode ser 
removido pela lisofosfolipase, originando uma 
glicerilfosforila ligada a uma base (p. ex., 
glicerilfosforilcolina), que pode ser excretada nas 
fezes, posteriormente degradada ou absorvida. 
Controle: 
A secreção pancreática das enzimas hidrolíticas que 
degradam os lipídeos da dieta no intestino delgado é 
controlada hormonalmente. 
As células na 
mucosa do 
duodeno inferior e 
do jejuno 
produzem a 
colecistocinina 
(CCK) em resposta 
à presença de 
lipídeos e de 
proteínas 
parcialmente 
digeridas que 
entram nessas 
regiões vindas do 
intestino delgado 
superior. 
A CCK age sobre a 
vesícula biliar 
(fazendo-a contrair-
se e liberar a bile – 
uma mistura de sais 
biliares, 
fosfolipídeos e 
colesterol livre) e 
sobre as células 
exócrinas do 
pâncreas (fazendo-
as liberar enzimas 
digestivas). Ela 
diminui também a 
motilidade 
gástrica, 
resultando na 
liberação mais lenta 
dos conteúdos 
gástricos no 
intestino delgado. 
Outras células 
intestinais produzem outro hormônio peptídico, a 
secretina, em resposta ao baixo pH do quimo ao 
entrar no intestino a partir do estômago. A secretina 
induz o pâncreas a liberar uma solução aquosa rica 
em bicarbonato, que ajuda a neutralizar o pH do 
conteúdo intestinal, trazendo-o para o pH apropriado 
para a atividade digestiva das enzimas pancreáticas. 
 
Absorção pelos enterócitos: 
Ácidos graxos livres, colesterol livre e 2-
monoacilglicerol são os principais produtos da 
digestão dos lipídeos no jejuno. Esses, juntamente 
com os sais biliares e as vitaminas lipossolúveis (A, D, 
E e K), formam as micelas mistas (agregados em forma 
de disco de lipídeos anfipáticos, que coalescem com 
os seus grupos hidrofóbicos para o interior e seus 
grupos hidrofílicos para a superfície). As micelas 
mistas são, portanto, solúveis no meio aquoso do 
lúmen intestinal. 
Essas partículas se aproximam do principal local de 
absorção de lipídeos, a membrana com borda em es-
cova dos enterócitos. Esta membrana apical rica emmicrovilosidades é separada dos conteúdos líquidos 
do lúmen intestinal por uma camada aquosa 
 
3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
estacionária que se mistura pouco com o fluido total. 
A superfície hidrofílica das micelas facilita o transporte 
dos lipídeos hidrofóbicos através da camada de água 
estacionária para a membrana com borda em escova, 
onde eles são 
absorvidos. Os 
sais biliares são 
absorvidos no 
íleo terminal, 
com perda de < 
5% nas fezes. 
Em relação a 
outros lipídeos 
da dieta, o 
colesterol é 
muito pouco 
absorvido pelos 
enterócitos. A 
terapia 
farmacológica [p. 
ex., com 
ezetimiba] pode 
reduzir ainda 
mais a absorção 
de colesterol no 
intestino 
delgado. 
Como os ácidos 
graxos com 
cadeias curta e 
média são 
solúveis em 
água, eles não 
necessitam da 
participação de micelas mistas para sua absorção pela 
mucosa intestinal. 
 
Ressíntese de TAG e ésteres de colesterol: 
A mistura de lipídeos absorvida pelos enterócitos 
migra para o retículo endoplasmático liso (REL), onde 
ocorre a biossíntese de lipídeos complexos. Os ácidos 
graxos de cadeia longa são primeiro convertidos em 
sua forma ativada pela sintetase dos acil-CoA graxos 
(tiocinase). 
Utilizando os derivados de acil-CoA graxos, o 2-MAG 
absorvido pelos enterócitos é convertido em TAG por 
meio de reacilações sequenciais por duas 
aciltransferases, a acil-CoA:monoacilglicerol 
aciltransferase e a acil-CoA:diacilglicerol 
aciltransferase. Os lisofosfoli-pídeos sofrem nova 
acilação para formar fosfolipídeos por uma famí-lia de 
aciltransferases, e o colesterol é acilado 
principalmente pela acilCoA:colesterol-
aciltransferase. 
Praticamente todos os ácidos graxos de cadeia longa 
que entram nos enterócitos são usa-dos dessa 
maneira para formar TAG, fosfolipídeos e ésteres de 
coles-terol. Ácidos graxos de cadeia curta e média 
não são convertidos em seus derivados CoA e não são 
reesterificados usando o 2-MAG. Em vez disso, eles 
são liberados para a circulação porta, sendo 
carregados pela albumina sérica para o fígado. 
 
 
 
 
Secreção de lipídeos a partir dos enterócitos: 
Os TAGs e os ésteres de colesterol novamente 
sintetizados são muito hidrofóbicos e agregam-se em 
meio aquoso. Portanto, eles devem ser embalados 
como partículas de gotículas lipídicas cercadas por 
uma camada fina composta por fosfolipídeos, 
colesterol não esterificado e uma molécula da 
proteína apolipoproteína (apo) B-48. 
Essa camada estabiliza a partícula e aumenta a sua 
solubilidade, evitando, assim, que muitas partículas 
coalesçam. 
A proteína de transferência de triglicerídeos 
microssomal é essencial para a montagem de todas as 
partículas ricas em TAGs contendo apo B no RE. 
As partículas são liberadas por exocitose dos 
enterócitos para os lactélios vasos linfáticos que se 
originam nas vilosidades do intestino delgado). A 
presença dessas partículas na linfa após uma refeição 
rica em lipídeos dá à linfa uma aparência leitosa. Essa 
linfa é chamada de quilo (em oposição ao quimo – o 
nome dado para a massa semifluida de alimento 
parcialmente digerido que passa do estômago para o 
duodeno), e as partículas são chamadas quilomicra. 
Os quilomicra seguem pelo sistema linfático até o 
ducto torácico e são, em seguida, transportados para 
a veia subclávia esquerda, onde entram no sangue. 
Uma vez liberados para o sangue, os quilomicra 
nascentes [imaturos] recrutam as apolipoproteínas E e 
C-II a partir de lipoproteínas de alta densidade e 
tornam-se maduros. 
 
Ferrier, Denise R. Bioquímica ilustrada. (Ilustrada). 
Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo 
A, 2019. 
 
METABOLISMO ENDÓGENO E EXÓGENO: 
O transporte dos lipídeos, no plasma, é feito por 
estruturas denominadas de lipoproteínas. As 
lipoproteínas são macroagregados moleculares de 
forma esférica constituídos de um núcleo hidrofóbico, 
que contém, principalmente, colesterol esterificado e 
triglicérides, envolvido por uma monocamada 
constituída de fosfolipídeos e colesterol livre, lipídeos 
anfifílicos e proteínas, denominadas apolipoproteínas 
(apos). 
 
4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
As apos associam-se aos lipídeos por interações não-
covalentes e desempenham importante papel na 
estabilização estrutural, na regulação das atividades 
enzimáticas sobre as lipoproteínas e na mediação da 
captação celular das partículas por receptores 
específicos. São classificadas de acordo com uma 
nomenclatura alfa-numérica (apoA-I, A-II, B-48, B-100, 
C-II, C-III, por exemplo). 
As lipoproteínas são classificadas, de acordo com sua 
densidade e sua migração eletroforética (CHAPMAN 
e col., 1981), em: 
1. quilomícrons (QM), com densidade <0,950 
g/ml e mobilidade eletroforética nula. 
2. Lipoproteínas de densidade muito baixa 
(VLDL), 0,95<d<1.005 g/ml e mobilidade pré-
beta 
3. Lipoproteínas de baixa densidade (LDL), 
1,019<d<1,063 g/ml 
4. Lipoproteínas de alta densidade (HDL), 
10,63<d<1,210 g/ml. 
O metabolismo das lipoproteínas pode ser dividido 
em: 
• ciclo endógeno: lipídeos de origem endógena (a 
associação de seus componentes, LDL e HDL e a 
ocorrência de aterosclerose). A avaliação da 
concentração de seus componentes é simples, 
verificando-se a medida de colesterol e 
triglicérides, após 12 horas de jejum. 
• ciclo exógeno: lipídeos provenientes da dieta. O 
metabolismo dos lipídeos exógenos é tão rápido 
que é difícil determinar alterações que possam 
ocorrer. 
 
 
Ciclo exógeno: 
Inicia-se com a digestão dos lipídeos, provenientes da 
dieta, pelas lipases lingual e gástrica. É completado 
no intestino pela lipase pancreática. 
Os fosfolipídeos e o colesterol esterificado são 
hidrolisados no intestino pela fosfolipase A2 e pelo 
colesterol esterase, respectivamente. 
A interação dos produtos lipolíticos com os ácidos 
biliares resulta na formação de micelas, o que 
favorece a aproximação e entrada desses lipídeos nas 
células da mucosa intestinal. 
Os produtos da digestão lipídica (monoglicerídeos, 
lisofosfatidilcolina e colesterol livre) destacam-se das 
micelas de sais biliares e cruzam a membrana da 
borda em escova da célula da mucosa intestinal por 
absorção passiva. O transporte até o retículo 
endoplasmático é mediado por uma proteína 
ligadora de ácido graxo (FABP). No retículo 
endoplasmático liso, (REL) os ácidos graxos, 
monoglicerídeos, colesterol livre e lisofosfatidilcolina 
são reesterificados, formando triglicérides, colesterol 
esterificado e fosfatidilcolina. Essas reações são 
catalisadas por enzimas específicas, localizadas na 
superfície citoplasmática da membrana do REL. Os 
lipídeos formados migram através das cisternas do 
REL até o retículo endoplasmático rugoso, aos quais 
são adicionadas as apos (B-48, A-I, A-II e A-IV), 
originando partículas que são transportadas ao 
complexo de Golgi para o processamento final. 
As vesículas secretoras contendo os QM são, desse 
modo, transportadas até um sítio próximo à 
membrana lateral, do qual são secretadas para o 
espaço intercelular. O número, o tamanho e a 
composição das partículas secretadas dependem do 
aporte e da natureza dos lipídeos absorvidos. Assim, 
durante o pico de absorção de lipídeos, há uma 
tendência à formação de partículas de tamanho 
maior. 
Os QM, liberados na linfa mesentérica, formam uma 
população heterogênea, com diâmetro variando de 
75 a 600 nm que contêm apo B-48 como componente 
estrutural. 
Após a secreção para os capilares linfáticos intestinais, 
os QM interagem com outras lipoproteínas presentes 
na linfa, principalmente a HDL. Como resultado, 
recebem as apos C, e E e doam apos A-I e A-IV, além 
de perder fosfolipídeos. 
As apos predominantes nos QM são a apo A-I, C-I, C-
II e C-III, com quantidades menores de apo E, A-IV e 
B-48. Essa última é sintetizada pelo intestino e 
constitui menos de 5% da proteína total na partícula. 
No entanto, desempenha papel na estruturação do 
QM, no seu transporte intracelular, na sua liberação 
pela célula intestinal e permanecena partícula 
durante o seu transporte na linfa e no plasma. 
Os QM são transportados para a circulação sistêmica 
através do ducto torácico. Os componentes da 
superfície continuam sendo trocados, principalmente, 
com a HDL. 
 O metabolismo dos QM ocorre em duas etapas: a 
primeira é dependente da atividade da lipase 
lipoprotéica (LPL), enzima extra-hepática, responsável 
 
5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
pela hidrólise dos triglicérides presentes no núcleo 
hidrofóbico dos QM e da VLDL. 
A LPL está presente em tecidos do tipo adiposo, 
muscular cardíaco e esquelético, pulmonar, glândula 
mamária, tanto em animais quanto em humanos. 
A enzima é sintetizada nas células parenquimatosas, 
atravessa o espaço intersticial e liga-se aos 
glicosaminoglicanos da membrana basal de células 
endoteliais. Existem, pelo menos, duas frações de LPL 
nos tecidos. A primeira é rapidamente liberada após 
perfusão com heparina e localiza-se na superfície 
luminal das células endoteliais. A segunda fração não 
é removida pela heparina, atuando como estoque de 
LPL. 
As taxas de síntese, deslocamento e degradação 
enzimática são fatores que influenciam a atividade da 
LPL, uma vez que a sua meia-vida é curta. Os níveis 
mais elevados de atividade enzimática são descritos 
em tecidos que oxidam e esterificam grandes 
quantidades de ácidos graxos como o músculo 
cardíaco e o tecido adiposo. A enzima tem, portanto, 
papel fundamental no armazenamento lipídico no 
tecido adiposo e no fornecimento de energia para o 
músculo. 
A apo C-II, presente na superfície do QM e da VLDL, 
atua como co-fator da LPL, aumentando o índice de 
hidrólise de triglicérides. Após a ligação da LPL com a 
lipoproteína, ocorre uma hidrólise muito rápida no 
início, e os produtos liberados são utilizados pelas 
células. 
À medida que a capacidade de utilização é 
ultrapassada, a hidrólise diminui porque o excesso 
dos produtos liberados bloqueia a ativação da enzima 
pela apo C-II. A diminuição da afinidade entre a 
enzima e a partícula de QM facilita o retorno da 
lipoproteína à circulação. A apo C-III, também 
presente na superfície e QM e VLDL, inibe a atividade 
da LPL, atuando como modulador fisiológico dessa 
enzima. 
A atividade da LPL, medida em extratos de tecidos, é 
regulada por estímulos bioquímicos (citocinas), 
farmacológicos (insulina) e fisiológicos (ácidos 
graxos). 
Essa enzima é regulada de uma forma específica em 
cada tecido. Dessa forma, o jejum leva a uma redução 
na atividade da LPL no tecido adiposo e a um 
aumento desta atividade no músculo. 
O catabolismo na circulação sanguínea é rápido, 
conferindo aos QM uma meiavida plasmática curta (4 
a 10 minutos) (COHEN, 1989). Durante a lipólise, o 
conteúdo de triglicérides da partícula diminui, mas o 
de colesterol esterificado não é alterado de forma 
significativa. Há perda de fosfolipídeos, o que torna a 
superfície relativamente mais rica em colesterol livre. 
As apos associadas à partícula também são trocadas. 
Perde-se apo A-I e ganha-se apo C e E. As partículas 
resultantes apresentam um diâmetro menor (40 a 60 
nm) e são denominadas remanescentes de QM. 
O processo lipolítico que resulta na geração dos 
remanescentes de QM é fundamental para a remoção 
da partícula pelos receptores hepáticos (REDGRAVE, 
1983). Assim, o bloqueio da atividade da LPL leva ao 
acúmulo de QM na circulação, já que partículas não-
metabolizadas têm baixa afinidade pelo receptor. 
A ligação do QMrem ao receptor é feita através da 
interação com a apo E, que possui regiões ricas em 
aminoácidos básicos que constituem o domínio de 
reconhecimento pelos receptores de alta afinidade, 
localizados no espaço de Disse, o receptor B/E e a 
proteína relacionada ao receptor B/E, o LRP (figura 2). 
No espaço de Disse, lipase hepática (HL), localizada 
na superfície das células endoteliais dos sinusóides 
hepáticos, hidrolisa os fosfolipídeos dos QMrem, o 
que facilita o enriquecimento da partícula com apo E 
(SHERRIL e col., 1980; MAHLEY e col., 1989, COOPER, 
1997). Além das apos, tem sido questionado, 
também, o envolvimento das lipases (LPL e HL) na 
remoção dos QMrem pelos receptores hepáticos. 
SKOTTOVA e col (1995) demonstraram que a LPL tem 
uma participação na remoção hepática de 
remanescente de QM em hepatócitos de ratos que é 
independente de sua atividade catalítica. Estudos 
recentes demonstram que a HL pode atuar também 
como uma proteína de ligação para as partículas 
remanescentes (APPLEBAUM-BOWDEN, 1995). A 
presença de apo CII no QMrem exerce um efeito 
inibitório na remoção da partícula (SHELBURNE e col., 
1980). A remoção dos remanescentes de QM é 
importante na regulação dos níveis plasmáticos de 
colesterol. Existem evidências de que esta é a única 
lipoproteína capaz de provocar uma potente inibição 
da síntese hepática de colesterol. Esse bloqueio é 
proporcional à quantidade de colesterol ingerida 
(ANDERSEN e col, 1979; TURLEY e col., 1981). Além 
disso, quando ocorre um aumento do colesterol 
proveniente dos QMrem no fígado, o número de 
receptores de LDL e a síntese de colesterol são 
reduzidos, afetando o balanço entre as várias classes 
de lipoproteínas (ANGELIN e col., 1983; BROWN e 
col., 1986). Essa diminuição da síntese hepática de 
colesterol e da expressão do receptor de LDL deve 
ocorrer devido à contribuição do receptor de LDL 
para captação hepática dos QMrem (COOPER, 1997). 
Após a captação hepática, os QMrem são 
catabolizados liberando ácidos graxos, glicerol, 
aminoácidos e colesterol. Esse último pode ser 
excretado na bile na forma de ácidos biliares, utilizado 
para a síntese de membranas ou integrar as 
lipoproteínas secretadas pelo hepatócito (HAVEL e 
col., 1988). O colesterol é secretado na bile, tanto na 
forma livre quanto na de ácidos biliares, e ambos são 
reabsorvidos no intestino. Na circulação entero-
hepática, cerca de 50% do colesterol biliar e mais de 
95% dos ácidos biliares são reabsorvidos. A maior 
parte do colesterol do organismo é excretada nas 
fezes (KESANIEMI e col., 1982). 
 
6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
 
 
Ciclo endógeno: 
O ciclo endógeno inicia-se com a formação de 
lipoproteínas ricas em triglicérides, como as 
lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), no 
hepatócito, tendo como proteína estrutural a apo B-
100. A função principal da VLDL é o transporte de 
triglicérides e de colesterol do fígado para os tecidos 
periféricos (EISENBERG e col.,1984). Os ácidos graxos 
empregados na síntese de triglicérides, fosfolipídeos 
e na esterificação do colesterol no hepatócito são 
derivados da via glicolítica (síntese "de novo" de 
colesterol a partir de acetil-CoA), da captação de 
ácidos graxos livres por um processo passivo e da 
hidrólise intracelular dos remanescentes das 
lipoproteínas captadas pelo fígado (JANERO e col., 
1984). 
As VLDL têm diâmetro variando entre 0,94 e 1,006 
g/ml, mobilidade pré-beta e são constituídas de: 45 a 
65% de triglicérides, 15 a 20% de fosfolipídeos, 4 a 8% 
de colesterol e 6 a 10% de proteínas (Tabela 1). A 
VLDL é formada no retículo endoplasmático, 
contendo apoB-100, armazenada no complexo de 
Golgi e secretada para circulação (KANE e col, 1980; 
JANERO e col, 1984) e tem uma meia-vida plasmática 
de duas a quatro horas (EISENBERG, 1984). Na 
circulação, a partícula adquire as apos A, C e E, 
provenientes da HDL (BREWER e col, 1988; 
ERKELENS, 1989). Inicialmente a VLDL é convertida, 
progressivamente, em partículas mais densas, em 
conseqüência da hidrólise de triglicérides mediada 
pela LPL, de forma semelhante aos QM. O material em 
excesso da superfície, principalmente fosfolipídeos e 
colesterol, é utilizado para a síntese plasmática de 
HDL (DECKELBAUM e col., 1986). Os remanescentes 
de VLDL gerados recebem a denominação de 
lipoproteínas de densidade intermediária (IDL). Esta 
classe de lipoproteína tem densidade variando entre 
1,006-1,019 g/ml e mobilidade pré-beta lenta. Uma 
fração da IDL plasmática é removida rapidamentepelo fígado, principal sítio de catabolismo das 
lipoproteínas que contêm apo B. A remoção ocorre 
pela ligação de alta afinidade, tanto pelo receptor LRP 
quanto pelo receptor B/E (rLDL) (ARBEENY e col., 
1984; BROWN e col., 1986; GREGG e col., 1988). A 
IDL não removida pelo fígado sofre lipólise adicional, 
o que acarreta alterações de composição, com perdas 
de todas as apos, exceto da apo B-100, e das 
propriedades físicas da lipoproteína que passa a ser 
denominada lipoproteína de baixa densidade (LDL) 
(HAVEL, 1984). 
Em indivíduos normais, a LDL carrega cerca de 2/3 do 
colesterol plasmático total. A LDL tem uma meia-vida 
de 4 a 5 dias, e sua, metabolização ocorre através da 
interação com o receptor B/E (rLDL), no fígado e em 
tecidos extra-hepáticos (Figura 1). O colesterol 
fornecido pela LDL para os tecidos extra-hepáticos é 
utilizado na síntese de hormônios esteróides na córtex 
adrenal e gônadas, na síntese de membranas e na 
síntese de VLDL no fígado (BROWN e col., 1986). Os 
rLDL estão localizados em regiões diferenciadas da 
membrana citoplasmática, denominadas depressões 
cobertas (coated pits) (GOLDSTEIN e col., 1979). 
Essas regiões são cobertas pela proteína de 
sustentação do citoesqueleto, chamada clatrina. Após 
a ligação lipoproteína-receptor, essa região sofre 
invaginação rápida (endocitose) formando a vesícula 
endocítica. O envoltório de clatrina se dissocia, e 
várias vesículas se fundem formando os endossomos. 
A diminuição do pH nesses endossomos promove o 
desligamento do complexo receptor-LDL, com 
retorno do receptor à superfície celular. Seguem-se a 
fusão com lisossomos e a degradação dos seus 
componentes, as apolipoproteínas a aminoácidos 
livres, colesterol esterificado a colesterol livre, 
triglicérides a ácidos graxos. O colesterol livre que 
entra no compartimento citoplasmático pode ser 
utilizado no metabolismo celular ou ser armazenado 
após reesterificação pela enzima acil CoA:colesterol 
aciltransferase (ACAT) (BROWN e col.,1981). O 
colesterol oriundo do catabolismo da LDL determina 
três eventos intracelulares de natureza regulatória: 
1. inibição da sua biossíntese por diminuição da 
expressão da enzima 3-hidroxi3-metil-glutaril-
coenzima A redutase (HMGCoA redutase) enzima 
chave na síntese endógena do colesterol; 
2. estimulação da atividade da colesterol acil 
transferase (ACAT), com conseqüente aumento da 
esterificação do colesterol e armazenamento do 
excesso de colesterol em gotículas lipídicas; 
3. diminuição da síntese do rLDL reduzindo a 
captação da lipoproteína. 
Em situações em que possa ocorrer diminuição ou 
ausência de remoção de LDL pelos rLDL, a 
lipoproteína tende a se acumular no plasma, podendo 
sofrer modificações dos seus componentes lipídicos 
ou protéico. A partícula passa a ser reconhecida por 
um outro tipo de receptor, denominado receptor de 
varredura ou "scavenger" (SR), presente em células do 
sistema retículo endotelial como macrófagos. 
Quando esses macrófagos tornam-se 
sobrecarregados com colesterol esterificado, 
convertem-se nas células espumosas, componente 
clássico do processo de aterogênese. Estima-se que 
33 a 66% da LDL plasmática é degradada via rLDL e o 
restante pela via SR ou por outros mecanismos ainda 
não conhecidos (BROWN e col.,1990). 
http://www.rbac.org.br/wp-
content/uploads/2016/08/RBAC_Vol31_n3-
Completa.pdf 
 
PERFIL LIPÍDICO: 
http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2016/08/RBAC_Vol31_n3-Completa.pdf
http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2016/08/RBAC_Vol31_n3-Completa.pdf
http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2016/08/RBAC_Vol31_n3-Completa.pdf
 
7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
Dislipidemias são alterações no nosso perfil lipídico 
que impactam no desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares e podem ser secundárias em outras 
doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, 
hipotireoidismo, disfunções renais e hepáticas. 
A prevenção das dislipidemias é influenciada pelos 
hábitos que cada pessoa pratica e fatores genéticos. 
O teste laboratorial de Perfil Lipídico é um ensaio 
colorimétrico enzimático para determinação 
quantitativa de lipídeos em amostras de sangue total 
obtidas por punção digital, um método rápido e 
indolor. 
A reação enzimática da amostra com a tira reagente 
produz coloração, e a intensidade da cor determina a 
concentração de colesterol total (CT), HDL colesterol 
e triglicerídeos (TG). 
Pessoas entre 9 e 19 anos devem fazer o exame uma 
única vez para rastreamento da hipercolesterolemia 
familiar. Acima de 20 anos é importante realizar o 
exame a cada 3 a 5 anos para avaliar o risco 
cardiovascular. 
Pessoas que possuem algum fator de risco 
cardiovascular como diabetes, obesidade, 
hipotireoidismo, disfunções renais ou hepáticas, 
devem realizá-lo com mais frequência, conforme 
indicado pelo médico. 
Não há contra-indicação para realização desse 
exame. 
 
 
 
Como interpretar o resultado do exame: 
 
 
 
https://hilab.com.br/exames/perfil-lipidico/ 
 
LIPIDOGRAMA: 
O lipidograma completo, também chamado de perfil 
lipídico, é um conjunto de exames laboratoriais usado 
para analisar possíveis irregularidades nos lipídios — 
moléculas de gorduras encontradas no sangue, como 
o colesterol. Em um primeiro momento, níveis 
alterados de lipídios não provocam sintomas. Ainda 
assim, são fatores de risco para doenças 
cardiovasculares, merecendo atenção. 
O lipidograma completo mede os níveis de 
triglicerídeos e de diferentes tipos de colesterol no 
https://hilab.com.br/exames/perfil-lipidico/
 
8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
sangue. O exame faz parte da rotina de check-up e 
costuma ser solicitado, em média, a cada 5 anos. 
Apenas em pessoas com tendência a terem os níveis 
de colesterol ruim (LDL) aumentados, sua realização 
pode ser feita em um intervalo de tempo menor. É o 
caso de muitos idosos, principalmente homens, e 
jovens com histórico familiar de dislipidemias. 
Além disso, o mesmo ocorre entre pessoas que têm 
um estilo de vida que predisponha ao aumento das 
taxas de gordura no sangue, tais como: 
• sedentários; 
• tabagistas; 
• quem usa esteroides anabolizantes; 
• quem consome muita carne vermelha; 
• que ingere grandes quantidades de álcool; 
• pessoas com certas doenças associadas (como 
diabetes, hipotireoidismo, doença renal crônica e 
cirrose biliar primária); 
• indivíduos que façam uso contínuo de certos 
medicamentos (estrogênios orais, 
corticosteroides, antivirais para tratamento de HIV 
e Aids, entre outros). 
 
O lipidograma completo permite diagnosticar os 
riscos para dislipidemias — uma série de distúrbios 
ligados às taxas de colesterol e triglicerídeos. Essas 
taxas servem como indicadores para doenças 
cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidente 
vascular cerebral (AVC), por exemplo) e, em certos 
casos, pancreatites. 
Para chegar a uma conclusão correta, a análise dos 
valores deve ser feita em conjunto. Assim, uma pessoa 
com colesterol total alto não tem, necessariamente, 
maior risco cardíaco. Se o valor elevado for 
consequência de maiores níveis de HDL (o “colesterol 
bom”), na verdade, ela está mais protegida das 
doenças cardiovasculares. 
 
Quando os níveis de lipídios estão extremamente 
elevados podem ocorrer alguns sintomas como, por 
exemplo: 
• xantomas (nódulos benignos), os quais são 
formados pela gordura que se deposita nos 
tendões e na pele; 
• anéis brancos ou cinzas no entorno das córneas; 
• sensação de formigamento ou queimação nos 
pés e mãos; 
• dificuldade para respirar; entre outros. 
 
O lipidograma completo mostra diversas taxas. As 
principais são: 
• colesterol total; 
• LDL (lipoproteína de baixa densidade); 
• HDL (lipoproteína de alta densidade); 
• VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade); 
• triglicérides. 
Para adultos (acima de 20 anos), os valores 
referenciais considerados ideais são: 
• colesterol total abaixo de 190 mg/dl, sendo a taxa 
limítrofe entre 190 e 240 mg/dl e, acima de240 
mg/dl, considerada de risco; 
• LDL abaixo de 130 mg/dl, sendo a taxa limítrofe 
entre 130 e 160 mg/dl e, a partir de então, de 
risco; 
• HDL acima de 40 mg/dl, sendo aceitável entre 35 
e 40 mg/dl e, menor que 35 mg/dl, de risco; 
• triglicerídeos abaixo de 150 mg/dl, sendo 
limítrofe entre 150 e 200 mg/dl e, acima de 200 
mg/dl, considerada de risco. 
Conhecer essas taxas é essencial para prevenir e tratar 
doenças. Sabe-se que o risco de ter um ataque 
cardíaco mais do que duplica quando o colesterol 
total se aproxima de 300 mg/dl. 
 
O lipidograma é feito a partir de uma coleta de 
amostra de sangue em laboratório. Para o preparo, o 
paciente deve evitar atividades físicas (que não sejam 
habituais) nas duas semanas que antecedem o exame. 
A alimentação rotineira pode ser mantida. Já o 
consumo de bebidas alcoólicas precisa ser suspenso 
3 dias antes da coleta. 
De acordo com o Consenso Brasileiro para a 
Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil 
Lipídico, o jejum para a realização do lipidograma não 
é obrigatório. A necessidade, ou não, depende do 
tipo de análise solicitada. Para pedidos com glicemia, 
por exemplo, recomenda-se o jejum máximo de 14 
horas. 
 
O lipidograma é contraindicado para grávidas. O 
exame só é liberado 3 meses após o parto. 
 
Recomenda-se que quem esteja se recuperando de 
infecções bacterianas ou de patologias debilitantes 
espere, ao menos, 2 meses para realizá-lo. Pessoas 
que passaram por traumas e cirurgias também devem 
aguardar, conforme orientação dos respectivos 
médicos. 
Assim, o lipidograma completo é um exame que, 
quando solicitado, deve ser impreterivelmente 
realizado — inclusive, quando não há nenhum sintoma 
aparente. Afinal, conhecer as taxas de colesterol total 
e triglicérides permite prevenir doenças 
cardiovasculares silenciosas, bem como uma série de 
complicações associadas. 
 
https://magscan.com.br/exame/lipidograma-
completo-lipidios-totais-colesteroltrig/ 
 
METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS: 
Via intestinal: 
Os TG representam a maior parte das gorduras 
ingeridas. Após ingestão, as lipases pancreáticas 
hidrolizam os TG em ácidos graxos livres, 
monoglicerídeos e diglicerídeos. Sais biliares 
liberados na luz intestinal emulsificam estes e outros 
lípides oriundos da dieta e da circulação entero-
hepática, com formação de micelas. A solubilização 
dos lípides sob a forma de micelas facilita sua 
movimentação através da borda em escova das 
células intestinais. A proteína Niemann-Pick C1-like 1 
https://magscan.com.br/exame/lipidograma-completo-lipidios-totais-colesteroltrig/
https://magscan.com.br/exame/lipidograma-completo-lipidios-totais-colesteroltrig/
 
9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
(NPC1-L1), parte de um transportador de colesterol 
intestinal, está situada na membrana apical do 
enterócito e promove a passagem do colesterol 
através da borda em escova desta célula, facilitando a 
absorção intestinal do colesterol.1 A inibição da 
proteína NPC1-L1, com consequente inibição seletiva 
da absorção intestinal do colesterol, tem sido 
reconhecida como importante alvo terapêutico no 
tratamento da hipercolesterolemia.1 
Após serem absorvidas pelas células intestinais, as 
diversas partículas lipídicas, particularmente os ácidos 
graxos, são utilizadas na produção de quilomícrons, 
que também contêm ApoB48, o componente amino-
terminal da ApoB100. Os quilomícrons são, em 
seguida, secretados pelas células intestinais para o 
interior do sistema linfático, de onde alcançam a 
circulação através do ducto torácico. Enquanto 
circulam, os quilomícrons sofrem hidrólise pela Lipase 
Lipoproteica (LPL), uma enzima localizada na 
superfície endotelial de capilares do tecido adiposo e 
músculos, com consequente liberação de ácidos 
graxos e glicerol do core, e de colesterol não 
esterificado da superfície destas partículas. Após este 
processo de lipólise, os ácidos graxos são capturados 
por células musculares e também adipócitos − estes 
últimos importantes reservatórios de TG elaborados a 
partir de ácidos graxos. Remanescentes de 
quilomícrons e ácidos graxos também são capturados 
pelo fígado, onde são utilizados na formação de 
VLDL. 
 
Via hepática: 
O transporte de lípides de origem hepática ocorre por 
meio das VLDL, IDL e LDL. As VLDL são lipoproteínas 
ricas em TG e contêm a ApoB100 como sua Apo 
principal. As VLDL são montadas e secretadas pelo 
fígado, sendo liberadas na circulação periférica. A 
montagem das partículas de VLDL no fígado requer a 
ação de uma proteína intracelular, a chamada 
proteína de transferência de TG microssomal (MTP, 
do inglês microsomal triglyceride transfer protein), 
responsável pela transferência dos TG para a ApoB, 
permitindo a formação da VLDL. A montagem 
hepática da VLDL também tem sido reconhecida 
como foco terapêutico no tratamento da 
hipercolesterolemia, seja pela inibição da síntese de 
Apolipoproteína B 100 (ApoB),2 ou pela inibição da 
MTP.3 
Já na circulação, os TG das VLDL, assim como no caso 
dos quilomícrons, são então hidrolisados pela LPL, 
enzima estimulada pela ApoC-II e inibida pela ApoC-
III. Os ácidos graxos assim liberados são 
redistribuídos para os tecidos, nos quais podem ser 
armazenados (como no tecido adiposo), ou 
prontamente utilizados, como nos músculos 
esqueléticos. Por ação da LPL, as VLDL, 
progressivamente depletadas de TG, transformam-se 
em remanescentes, também removidos pelo fígado 
por receptores específicos. Uma parte das VLDL dá 
origem às IDL, que são removidas rapidamente do 
plasma. O processo de catabolismo continua e inclui 
a ação da lipase hepática, resultando na formação das 
LDL. 
Durante a hidrólise das VLDL, estas lipoproteínas 
também estão sujeitas a trocas lipídicas com as HDL e 
as LDL. Por intermédio da ação da Proteína de 
Transferência de Ésteres de Colesterol (CETP, do 
inglês cholesteryl ester transfer protein), as VLDL 
trocam TG por ésteres de colesterol com as HDL e 
LDL. A CETP vem sendo testada como alvo 
terapêutico no tratamento de dislipidemias, em 
particular no tratamento da HDL baixa, e na redução 
do risco cardiovascular. 
https://www.scielo.br/j/abc/a/whBsCyzTDzGYJcsBY7
YVkWn/?lang=pt 
 
2) EXPLICAR A ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO 
CARDIOVASCULAR DE ACORDO COM A 
ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE 
TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS DE 2017, 
BEM COMO O MECANISMO DE AÇÃO E 
EFEITOS COLATERAIS DAS PRINCIPAIS 
DROGAS USADAS NO TRATAMENTO DAS 
DISLIPIDEMIAS; 
6. Estratificação do Risco Cardiovascular para 
Prevenção e Tratamento da Aterosclerose e Metas 
Terapêuticas 
Um evento coronário agudo é a primeira 
manifestação da doença aterosclerótica em pelo 
menos metade dos indivíduos que apresentam esta 
complicação. Desta forma, a identificação dos 
indivíduos assintomáticos que estão mais 
predispostos é crucial para a prevenção efetiva, com 
a correta definição das metas terapêuticas individuais. 
A estimativa do risco de doença aterosclerótica 
resulta da somatória do risco associado a cada um dos 
fatores de risco mais a potenciação causada por 
sinergismos entre alguns destes fatores. Diante da 
complexidade destas interações, a atribuição intuitiva 
do risco frequentemente resulta em sub ou 
superestimação dos casos de maior ou menor risco, 
respectivamente. Para contornar esta dificuldade, 
diversos algoritmos têm sido criados, baseados em 
análises de regressão de estudos populacionais, por 
meio dos quais a identificação do risco é 
substancialmente aprimorada. 
Dentre os diversos algoritmos existentes, esta 
atualização recomenda a utilização do Escore de 
Risco Global (ERG), que estima o risco de infarto do 
miocárdio, AVC, ou insuficiência cardíaca, fatais ou 
não fatais, ou insuficiência vascular periférica em 10 
anos. Ele deve ser utilizado na avaliação inicial, ou 
mesmo em pacientes em uso de estatinas, entre os 
indivíduos que não foram enquadrados nas 
condições de muito alto ou alto risco apresentadas a 
seguir e pode ser encontrado pelo aplicativo obtido 
nosite do Departamento de Aterosclerose da SBC 
para os sistemas Android e IOS. 
 
6.1. Estratificação do risco cardiovascular em 
pacientes sem tratamento hipolipemiante 
6.1.1. Risco muito alto 
https://www.scielo.br/j/abc/a/whBsCyzTDzGYJcsBY7YVkWn/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/abc/a/whBsCyzTDzGYJcsBY7YVkWn/?lang=pt
 
10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
Indivíduos que apresentem doença aterosclerótica 
significativa (coronária, cerebrovascular, vascular 
periférica (Grau de Recomendação: IIa; Nível de 
Evidência: B), com ou sem eventos clínicos, ou 
obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial (Grau 
de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: C). 
 
6.1.2. Alto risco 
Para fins desta atualização, foram considerados de 
alto risco os indivíduos em prevenção primária: 
• Portadores de aterosclerose na forma subclínica 
documentada por metodologia diagnóstica: 
ultrassonografia de carótidas com presença de 
placa; Índice Tornozelo-Braquial (ITB) < 0,9; 
escore de Cálcio Arterial Coronariano (CAC) > 
100 ou a presença de placas ateroscleróticas na 
angiotomografia (angio-CT) de coronárias. 
• Aneurisma de aorta abdominal. 
• Doença renal crônica definida por Taxa de 
Filtração Glomerular (TFG) < 60 mL/min, e em fase 
não dialítica. 
• Aqueles com concentrações de LDL-c ≥ 190 
mg/dL. 
• Presença de diabetes melito tipos 1 ou 2, e com 
LDL-c entre 70 e 189 mg/dL e presença de 
Estratificadores de Risco (ER) ou Doença 
Aterosclerótica Subclínica (DASC). 
Definem-se ER e DASC no diabetes como: 
ER: idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na mulher; 
tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos; história 
familiar de parente de primeiro grau com DCV 
prematura (< 55 anos para homem e < 65 anos para 
mulher); tabagismo (pelo menos um cigarro no último 
mês); hipertensão arterial sistêmica; síndrome 
metabólica, de acordo com a International Diabetes 
Federation; presença de albuminúria > 30 mg/g de 
creatinina e/ou retinopatia; TFG < 60 mL/min. 
DASC: ultrassonografia de carótidas com presença de 
placa > 1,5 mm; ITB < 0,9; escore de CAC > 10; 
presença de placas ateroscleróticas na angio-CT de 
coronárias. 
• Pacientes com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL, do sexo 
masculino com risco calculado pelo ERG > 20% e nas 
mulheres > 10%. 
(Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: C). 
 
6.1.3. Risco intermediário 
Indivíduos com ERG entre 5 e 20% no sexo masculino 
e entre 5 e 10% no sexo feminino (Grau de 
Recomendação: I; Nível de Evidência: A), ou ainda os 
diabéticos sem os critérios de DASC ou ER listados 
anteriormente. 
 
6.1.4. Baixo risco 
Pacientes do sexo masculino e feminino com risco em 
10 anos < 5%, calculado pelo ERG (Grau de 
Recomendação: I; Nível de Evidência: A). 
Observação: esta atualização não utiliza os fatores 
agravantes para reclassificação do risco 
cardiovascular. 
 
6.2. Estratificação De Risco Em Pacientes Em Uso 
De Estatinas 
Os escores de risco para avaliação do risco 
cardiovascular devem ser utilizados na avaliação 
inicial naqueles indivíduos que não se enquadram nas 
situações de alto e muito alto risco, e que não 
recebam terapia modificadora de lípides. No entanto, 
aqueles sob terapêutica hipolipemiante não podem 
ter sua estratificação de risco e determinação das 
metas estabelecidas. 
Este documento propõe a utilização de um fator de 
correção para o CT para o cálculo do ERG em 
pacientes sob terapia hipolipemiante. Assim, em 
pacientes em uso de estatina, deve-se multiplicar o CT 
por 1,43, como utilizado em alguns ensaios clínicos 
que tomam por base uma redução média de 30% do 
CT com estatinas.108 Este valor foi derivado de 
estudos que compararam a eficácia de várias estatinas 
nas doses utilizadas e que admitem uma redução 
média de LDL-c ~ 30% com o tratamento. Isto se 
aplica à maior parte dos pacientes que usam doses 
moderadas de estatinas. 
A utilização deste fator de correção tem limitações. 
Pode subestimar o CT basal nos pacientes utilizando 
estatinas potentes e em doses altas, ou combinações 
de fármacos; não considera a variabilidade na 
resposta individual ao tratamento, e nem os efeitos do 
tempo de exposição ao tratamento na atenuação do 
risco. Porém, como o colesterol é classificado em 
faixas, o impacto do fator de correção é atenuado 
(Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: C). 
 
Observação: o escore de risco é dinâmico, pois o 
controle dos fatores de risco, por meio de 
intervenções não farmacológicas ou farmacológicas, 
reduz o risco calculado do paciente. Este documento 
orienta que, na vigência de medicamentos 
hipolipemiantes, mesmo que o valor absoluto de LDL-
c alcançado seja muito menor do que a meta atual 
preconizada pelo ERG, a dose e a intensidade de 
tratamento não devem ser modificadas. 
Exemplo de caso clínico: paciente do sexo masculino, 
61 anos, em prevenção primária, tabagista, pressão 
arterial sistólica (não tratada) de 155 mmHg, CT de 
210 mg/dL, HDL-c de 40 mg/dL, LDL-c (calculado) de 
140 mg/dL, TG de 150 mg/dL. Cálculo do ERG > 20% 
(alto risco) com proposta de redução de LDL-c > 50%. 
Recebeu orientação para uso de estatina de alta 
potência. Após 18 meses, procura outro médico, 
informando que parou de fumar, está com pressão 
arterial sistólica de 125 mmHg, tratada com anti-
hipertensivo, e traz exames recentes em uso de 
estatina de alta potência, com CT de 111 mg/dL, HDL-
c de 43 mg/dL, LDL de 38 mg/ dL e TG de 150 mg/dL, 
além de risco calculado intermediário. 
Apesar da diminuição do escore de risco calculado 
após as intervenções terapêuticas, este documento 
reforça a importância da manutenção das medidas 
não farmacológicas e farmacológicas, em especial o 
uso da estatina de alta potência. 
 
 
11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DAS 
DISLIPIDEMIAS: 
Os medicamentos hipolipemiantes costumam ser 
divididos nos que agem predominantemente nas 
taxas séricas de colesterol e naqueles que agem 
predominantemente nas taxas de TG. 
 
Estatinas: 
Até o presente, a redução do LDL-c por inibidores da 
HMG-CoA redutase ou pelas estatinas permanece a 
terapia mais validada por estudos clínicos para 
diminuir a incidência de eventos cardiovasculares. A 
depleção intracelular de colesterol estimula a 
liberação de fatores transcricionais e, 
consequentemente, a síntese e a expressão na 
membrana celular de receptores para captação do 
colesterol circulante, como o LDLR. Assim, a ação das 
estatinas pode potencialmente influenciar em todo 
conjunto das lipoproteínas circulantes que interagem 
com o LDLR, como a LDL, a VLDL e os remanescentes 
de quilomícrons. Em metanálise com 170 mil 
pacientes e 26 estudos clínicos, para cada 40 mg/dL 
de redução do LDL-c com estatinas, ocorreu 
diminuição da mortalidade por todas as causas em 
10%, refletindo, em grande parte, a redução no 
número de mortes por DAC (−20%). Os estudos 
mostram redução também dos eventos isquêmicos 
coronários agudos, da necessidade de 
revascularização do miocárdio e do AVC. 
Efeitos colaterais são raros no tratamento com 
estatinas. Dentre estes, os efeitos musculares são os 
mais comuns e podem surgir em semanas ou anos 
após o início do tratamento. Variam desde mialgia, 
com ou sem elevação da Creatinoquinase (CK), até a 
rabdomiólise. A dosagem de CK deve ser avaliada no 
início do tratamento, principalmente em indivíduos 
de alto risco de eventos adversos musculares, como 
pacientes com antecedentes de intolerância à 
estatina; indivíduos com antecedentes familiares de 
miopatia; o uso concomitante de fármacos que 
aumentem o risco de miopatia. A dosagem rotineira 
de CK não é recomendada em pacientes já em uso de 
estatina, exceto se ocorrerem sintomas musculares 
(dor, sensibilidade, rigidez, câimbras, fraqueza e 
fadiga localizada ou generalizada), introdução de 
fármacos que possam interagir com estatina ou 
quando se eleva a dose desta (Grau de 
Recomendação: IIa; Nível de Evidência: B). 
 
Ezetimiba: 
A ezetimiba inibe a absorção de colesterolna borda 
em escova do intestino delgado, atuando 
seletivamente nos receptores NPC1-L1 e inibindo o 
transporte intestinal de colesterol. A inibição da 
absorção de colesterol (em grande parte do 
colesterol biliar) leva à diminuição dos níveis de 
colesterol hepático e ao estímulo à síntese de LDLR, 
com consequente redução do nível plasmático de 
LDL-c de 10 a 25%. Em comparação com placebo, a 
ezetimiba associada à estatina reduziu eventos 
cardiovasculares em pacientes com estenose aórtica 
degenerativa252 e doença renal crônica.253 Em 
comparação com monoterapia com sinvastatina, o 
estudo IMPROVE-IT mostrou redução significativa de 
eventos cardiovasculares após síndrome coronária 
aguda com uso da associação estatina e ezetimiba. 
Raros efeitos colaterais têm sido apontados e estão 
em geral relacionados com o trânsito intestinal. Por 
precaução, recomenda-se que ela não seja utilizada 
em casos de dislipidemia com doença hepática 
aguda. 
 
Resinas: 
As resinas, ou sequestradores dos ácidos biliares, 
atuam reduzindo a absorção enteral de ácidos 
biliares. Como resultado, ocorre depleção do 
colesterol celular hepático, estimulando a síntese de 
LDLR e de colesterol endógeno. Como consequência 
deste estímulo à síntese, pode ocorrer aumento da 
produção de VLDL e, consequentemente, de TG 
plasmáticos. 
Três resinas foram desenvolvidas: a colestiramina, o 
colestipol e o colesevelam. No entanto, no Brasil, 
somente a colestiramina está disponível. Esta resina 
foi testada no estudo LRC-CPPT (Lipid Research 
Clinics Coronary Prevention Trial),255 cujo desfecho 
primário combinado de morte por doença coronária 
e infarto do miocárdio foi reduzido em 19%. Em 
adição às estatinas, não existe estudo clínico que 
comprove benefício adicional. 
Os principais efeitos colaterais relacionam-se ao 
aparelho digestivo, por interferir na motilidade 
intestinal: obstipação (particularmente em idosos), 
plenitude gástrica, náuseas e meteorismo, além de 
exacerbação de hemorroidas preexistentes. 
Raramente, pode ocorrer obstrução intestinal e 
acidose hiperclorêmica em idosos e crianças, 
respectivamente. Diminui, eventualmente, a absorção 
de vitaminas lipossolúveis (A, D, K e E) e de ácido 
fólico. A suplementação destes elementos em 
crianças ou, eventualmente, em adultos pode ser 
necessária. Entre os efeitos bioquímicos, é possível o 
aumento dos níveis de TG, secundário ao estímulo à 
síntese hepática de VLDL. Como consequência, seu 
uso deve ser evitado na hipertrigliceridemia, 
particularmente se houver níveis acima de 400 mg/dL. 
 
Fibratos: 
São fármacos derivados do ácido fíbrico que agem 
estimulando os receptores nucleares denominados 
“Receptores Alfa Ativados da Proliferação dos 
Peroxissomas” (PPAR-α). Este estímulo leva ao 
aumento da produção e da ação da LPL, responsável 
pela hidrólise intravascular dos TG, e à redução da 
ApoC-III, responsável pela inibição da LPL. O estímulo 
do PPAR-α pelos fibratos também leva a maior síntese 
da ApoA-I e, consequentemente, de HDL. Reduz as 
taxas séricas de TG de 30 a 60%. No entanto, a 
redução deve ser mais pronunciada quanto maior o 
valor basal da trigliceridemia. Aumentam o HDL-c de 
7 a 11%. Sua ação sobre o LDL-c é variável, podendo 
diminuí-lo, não o modificar ou até aumentá-lo. 
Parecem ter efeitos pleiotrópicos, mas não se 
conhece a relevância clínica dos mesmos. Na tabela 7 
 
12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
estão descritos os fibratos disponíveis e seus 
respectivos efeitos no perfil lipídico. 
É infrequente a ocorrência de efeitos colaterais graves 
durante tratamento com fibratos, levando à 
necessidade da interrupção do tratamento. Podem 
ocorrer: distúrbios gastrintestinais, mialgia, astenia, 
litíase biliar (mais comum com clofibrato), diminuição 
de libido, erupção cutânea, prurido, cefaleia e 
perturbação do sono. Raramente, observa-se 
aumento de enzimas hepáticas e/ou CK, também de 
forma reversível com a interrupção do tratamento. 
Casos de rabdomiólise têm sido descritos com o uso 
da associação de estatinas com gemfibrozila. 
Recomenda-se, por isso, evitar esta associação. 
Recomenda-se também cautela nas seguintes 
condições clínicas: portadores de doença biliar; uso 
concomitante de anticoagulante oral, cuja posologia 
deve ser ajustada; pacientes com função renal 
diminuída; e associação com estatinas. 
 
Ácido nicotínico (niacina): 
O ácido nicotínico reduz a ação da lipase tecidual nos 
adipócitos, levando à menor liberação de ácidos 
graxos livres para a corrente sanguínea. Como 
consequência, reduz-se a síntese de TG pelos 
hepatócitos. Reduz ainda o LDL-c em 5 a 25%; 
aumenta o HDL-c em 15 a 35%; e diminui o TG em 20 
a 50%. 
Devido a menor tolerabilidade com a forma de 
liberação imediata (rubor e prurido) e à descrição de 
hepatotoxicidade com a forma de liberação lenta, tem 
sido preconizado seu uso na forma de liberação 
intermediária, com melhor perfil de tolerabilidade. 
Como os efeitos adversos relacionados ao rubor facial 
ou prurido ocorrem com maior frequência no início 
do tratamento, recomenda-se dose inicial de 500 mg 
ao dia com aumento gradual − em geral para 750 mg 
e, depois, para 1.000 mg, com intervalos de 4 
semanas a cada titulação de dose, buscando-se 
atingir 1 a 2 g diárias. O pleno efeito sobre o perfil 
lipídico apenas é atingido com o decorrer de vários 
meses de tratamento. Com a forma de liberação 
intermediária e o uso de doses atualmente mais 
baixas de niacina, outros efeitos como alterações 
gastrintestinais, hiperglicemia e hiperuricemia 
tornaram-se mais raros. 
 
Ácidos graxos ômega 3: 
Ácidos graxos ômega 3 são poli-insaturados 
derivados dos óleos de peixes e de certas plantas e 
nozes. O óleo de peixe contém tanto o ácido DHA 
quanto o ácido EPA, mas os óleos de origem vegetal 
contêm predominantemente o ácido ALA. Em altas 
doses (4 a 10g ao dia), reduzem os TG e aumentam 
discretamente o HDL-c, podendo, entretanto, 
aumentar o LDL-c. Seus efeitos no perfil lipídico são 
dosedependentes e resultam de uma variedade de 
mecanismos, entre os quais a diminuição da 
produção de VLDL e o aumento de seu catabolismo. 
 
3) CONCEITUAR SÍNDROME METABÓLICA E 
DEFINIR SEUS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
(NCEP, OMS E IDF); 
O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto 
de fatores de risco que se manifestam num indivíduo 
e aumentam as chances de desenvolver doenças 
cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome 
Metabólica tem como base a resistência à ação da 
insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da 
glicose), daí também ser conhecida como síndrome 
de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos 
nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais 
insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns 
fatores contribuem para o seu aparecimento: os 
genéticos, excesso de peso (principalmente na região 
abdominal) e a ausência de atividade física. 
Fatores de risco: 
• – grande quantidade de gordura abdominal: em 
homens, cintura com mais de 102 cm e nas 
mulheres, maior que 88 cm; 
• – baixo HDL (“bom colesterol”): em homens, 
menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do 
que 50mg/dl; 
• – triglicerídeos elevados (nível de gordura no 
sangue): 150mg/dl ou superior; 
• – pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou 
superior ou se está utilizando algum 
medicamento para reduzir a pressão; 
• – glicose elevada: 110mg/dl ou superior. 
Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da 
presença da resistência insulínica. Esta resistência 
significa que mais insulina do que a quantidade 
normal está sendo necessária para manter o 
organismo funcionando e a glicose em níveis normais. 
A maioria das pessoas que tem a Síndrome 
Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. 
Entretanto, elas estão na faixa de risco para o 
desenvolvimento de doenças graves, como as 
cardiovasculares e o diabetes. 
https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-metabolica/ 
 
CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA DEFINIÇÃO DA 
SÍNDROME METABÓLICA 
World Health Organization (WHO) 
Com o objetivo desuperar os problemas 
relacionados à definição da SM e facilitar as 
investigações clínicas e epidemiológicas, um grupo 
de consultores da WHO, em 1998, propôs o primeiro 
critério diagnóstico para SM 1) como uma definição 
que poderia ser modificada quando mais dados 
estivessem disponíveis. 
https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-metabolica/
 
13 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
 
Para diagnosticar a SM, seria preciso a constatação 
da resistência à insulina, mediante o método de 
clamp euglicêmico hiperinsulinêmico (ponto de corte 
é o primeiro quartil da população em estudo), aliado 
a dois ou mais dos seguintes componentes: 
obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e 
microalbuminúrica. 
Os autores dessa definição foram flexíveis quanto a 
possíveis revisões nela, deixando claro que ela 
poderia ser modificada quando mais informações 
científicas estivessem disponíveis. Portanto, em 1999, 
essa definição foi revisada para atender a novos 
critérios diagnósticos de hipertensão arterial que 
passaram a ser adotados pela WHO.29 A 
complexidade do método, porém, para determinar a 
resistência à insulina (clamp euglicêmico 
hiperinsulinêmico) e o uso do teste de tolerância à 
glicose tornaram a definição da WHO pouco utilizada 
na prática clínica. 
 
European Group for the Study of Insulin Resistance 
(EGIR) 
Também em 1999, o EGIR17 propôs uma nova 
definição (TAB. 2) que substituiu a determinação 
direta da resistência à insulina pela insulinemia de 
jejum (ponto de corte é o quarto quartil da população 
em estudo), excluía a microalbuminúria como um 
dos componentes da SM, avaliava a obesidade 
medindo circunferência da cintura e adotava a 
glicemia de jejum para medir a intolerância à 
glicose. Apesar de esses critérios diagnósticos serem 
mais simples, essa definição também tinha 
importantes limitações para o uso clínico, por não ser 
aplicável a pacientes diabéticos e incluir a insulinemia 
de jejum, que não é um exame habitual. 
 
 
National Cholesterol Education Program (NCEP-
ATP III) 
Em 2001, nos Estados Unidos, um grupo de 
cardiologistas e endocrinologistas do NCEP-ATP III 
propôs uma nova definição para SM (TAB. 3) que não 
incluía a determinação direta da resistência à insulina. 
Segundo esse grupo, uma pessoa é considerada 
portadora da SM quando apresenta três ou cinco 
componentes indicados, em qualquer ordem de 
agrupação. 
O NCEP-ATP III definia originariamente a 
hiperglicemia como glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL. 
Em 2005, essa definição foi revisada e passou a adotar 
a glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL como referência 
para a hiperglicemia,30 pois esse era o novo ponto de 
corte recomendado pela American Diabetes 
Association (ADA). 
Pela praticidade e simplicidade, a definição do NCEP-
ATP III é amplamente aceita e recomendada pela I 
Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da 
Síndrome Metabólica. 
 
 
 
14 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
American Association of Clinical Endocrinologists/ 
American College of Endocrinology (AACE/ACE) 
Em 2003, a AACE/ACE ressaltou novamente a 
importância da inclusão dos testes de tolerância à 
glicose no diagnóstico (TAB. 4), assim, como a 
diferenciação do risco de acordo com características 
específicas, tais como IMC acima de 25 kg/m2 ou CC 
acima de 100 cm em homens e acima de 87,5 em 
mulheres (para não-caucasianos, considerar limites 
10% e 15% inferiores), estilo de vida sedentário, idade 
acima de 40 anos, etnia, história familiar de DM2, HA 
ou DCV, história de intolerância à glicose ou diabetes 
gestacional, Acanthosis nigricans, síndrome dos 
ovários policísticos e doença hepática não alcoólica. 
 
 
International Diabetes Federation (IDF) 
Por fim, em 2005, a IDF promoveu, em Berlim, o I 
Congresso Internacional de Síndrome Metabólica e 
Pré-Diabetes, com a finalidade de unificar os critérios 
diagnósticos existentes.19 A recente definição da 
síndrome metabólica pela IDF (TAB. 5) considera a 
obesidade central, avaliada pela circunferência 
abdominal, um componente essencial para o 
diagnóstico da síndrome metabólica, dadas as fortes 
evidências de associação com a doença 
cardiovascular e com os outros componentes da 
síndrome metabólica, levando em conta a 
diferenciação do risco de acordo com a etnia 
populacional. Dessa forma, o diagnóstico poderia ser 
usado em qualquer parte do mundo e comparações 
posteriores seriam padronizadas e, 
conseqüentemente, mais adequadas. 
 
http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/283#:~:text
=O%20NCEP%2DATP%20III%2C%20a,faz%20parte%
20desses%20cinco%20diagn%C3%B3sticos 
 
4) DESCREVER A HOMEOSTASIA DO 
METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FÓSFORO 
NO ORGANISMO E ANALISAR AS CAUSAS DE 
RAQUITISMO, SUA FISIOPATOLOGIA, 
PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL; 
O cálcio está presente no nosso organismo em maior 
parte nos ossos (98,9%), fazendo parte da sua 
estrutura e também como reserva, armazenando ou 
liberando quando necessário. 
Também está presente em diferentes 
compartimentos, como o intracelular (1%) ou no 
plasma (0,1%). O cálcio intracelular é responsável 
pelo controle de vários processos celulares como a 
contração muscular, o acoplamento estímulo dos 
nervos, exocitose de alguns hormônios e vários 
processos enzimáticos. O cálcio plasmático, além 
dessas funções, também contribui para coagulação 
sanguínea, para a manutenção das junções firmes 
entre as células, e para estabilidade da membrana 
plasmática, principalmente nos tecidos excitáveis 
como músculos e nervos. O cálcio tem papel também 
na estrutura dos ossos e dentes. A maior parte do 
cálcio circulante é encontrada na forma ionizada livre, 
portanto precisa de uma regulação bem precisa. 
Por isso, uma hipocalcemia ou hiper pode resultar em 
disfunções principalmente do SNC e nos processos 
neuromusculares causando hiperexcitação e tetania e 
depressão do SNC. 
http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/283#:~:text=O%20NCEP%2DATP%20III%2C%20a,faz%20parte%20desses%20cinco%20diagn%C3%B3sticos
http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/283#:~:text=O%20NCEP%2DATP%20III%2C%20a,faz%20parte%20desses%20cinco%20diagn%C3%B3sticos
http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/283#:~:text=O%20NCEP%2DATP%20III%2C%20a,faz%20parte%20desses%20cinco%20diagn%C3%B3sticos
 
15 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
 
Cerca de 85% do fosfato está presente nos ossos, 
14% no meio intracelular e 1% no extracelular. Ele 
pode estar na forma inorgânica, que na maioria das 
vezes vai estar ligado ao cálcio, contribuindo para 
integridade funcional e estrutural dos tecidos duros, 
como ossos e dentes. Em quantidade maior, cerca de 
10x mais que o cálcio, está compondo tecidos moles 
ou funcionando como um tampão nos casos de 
excesso de hidrogênio plasmático. 
Contudo, temos o fosfato ligado a elementos 
orgânicos que compõem diversas moléculas: AMPc, 
ATP, DNA, RNA e os fosfolipideos de membrana. 
Os reguladores do fosfato são os mesmos do cálcio, 
porém como o fosfato inorgânico é o substrato para a 
síntese do orgânico, as concentrações desse 
elemento não sofrem regulação tão rígida como a do 
cálcio. Mas isso não quer dizer que alterações não 
causem repercussões fisiológicas. 
Por exemplo, como no tecido mole há mais fosfato do 
que cálcio, se há dano tecidual com morte maciça de 
células musculares pode ocorrer uma hiperfosfatemia 
às custas de aumento do fosfato inorgânico e isso 
ainda pode causar uma hipocalcemia aguda já que 
esse fosfato se liga ao cálcio formando complexos. 
 
Essencialmente, são dois hormônios que fazem o 
controle: 
• PHT 
• 1,25 dihidroxicolecalciferol que age no intestino, 
ossos e rins. 
Ainda tem a calcitonina que age na regulação do 
cálcio. 
 
PTH – hormônio da paratireoide: 
Produzido nas glândulas paratireoides, que são 
pequenas e são 4, localizadas nos polos superiores e 
inferiores da face dorsal da glândula tireoide. 
As paratireoides são formadas por dois tipos de 
células epiteliais: 
• Oxífilas – sem função definida, começam a 
aparecerapós os 7 anos de idade. 
• Principais – produtoras de PTH 
O PTH é responsável por evitar redução da 
concentração sérica de cálcio, ou seja, a 
hipocalcemia, atuando principalmente nos ossos e 
nos rins. 
É um hormônio proteico e por isso segue a mesma 
linha de produção dos hormônios desse tipo. 
Se forma primeiramente o pré pró PTH e a partir daí 
chega o PTH, que tem uma meia vida bem curta. 
Então quando o PTH é liberado ele precisa agir no seu 
receptor específico. 
 
Há dois tipos de receptores de PTH, um que é 
compartilhado porque recebe o PTH e também uma 
proteína relacionada ao PTH (está presente nos 
osteoblastos e nos túbulos distais e proximais dos 
rins) e outro que só se liga ao PTH (é encontrado no 
cérebro, na placenta e no pâncreas). 
Ambos os receptores são acoplados à proteína G. 
 
Funções do PTH: 
• Aumenta reabsorção óssea – disponibiliza cálcio e 
fosfato 
• Ativa a bomba de cálcio – essa bomba tira o cálcio 
do osso e joga para o líquido extracelular. 
• Ativação indireta de osteoclastos (osteoblastos 
ativados liberam osteoprotegerina que ativa os 
receptores) 
• Aumenta reabsorção de cálcio nos rins – ou seja, 
o PTH aumenta o cálcio sérico e diminui o fosfato. 
• Diminui excreção urinária de cálcio e aumenta de 
fósforo 
• Promove reabsorção de magnésio e hidrogênio 
• Promove excreção de sódio, potássio e 
aminoácidos 
• Aumenta formação de 1,25-
dihidroxicolecalciferol (vitamina D ativada) 
 
 
16 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
 
 
Regulação: 
• Baixa circulação de cálcio circulante - Detectada 
pelos receptores sensíveis ao cálcio localizados 
nas células principais da paratireoide. 
Como o PTH evita a hipocalcemia, então o principal 
sinal que estimula sua secreção é a baixa 
concentração de cálcio circulante. 
Os receptores são bem sensíveis às alterações de 
cálcio, mantendo uma regulação muito efetiva sobre 
a produção do PTH. 
O PTH regula diretamente a secreção – quando o nível 
sérico de cálcio está alto, a secreção do PTH é inibida 
e o cálcio é depositado nos ossos. Quando esse nível 
está baixo, ela é estimulada e o cálcio é retirado dos 
ossos. Mas não é só o cálcio que estimula, o aumento 
do fosfato plasmático também influencia a secreção 
do PTH. 
 
 
1,25 Dihidroxicolecalciferol ou calcitriol 
ou1,25(OH)2D3: 
É a vitamina D ativada. 
 
Síntese e transporte: 
• Vitamina D3 é formada na pele a partir do 
70desidrocolesterol 
• No fígado é convertida em 25-
hidroxicolecalciferol 
• Nos rins é convertida em 1,25-
dihidroxicolecalciferol 
• Transportados pela proteína de ligação a vitamina 
D 
• Receptor de esteroides 
• Influenciam a transcrição de RNAm 
 
O nosso corpo é responsável por produzir a vitamina 
D3 (colecalciferol), é formada na nossa pele a partir do 
7-desidrocolesterol por ação da luz ultravioleta solar. 
Contudo, a vitamina D também pode ser adquirida 
em menor quantidade através da alimentação, dessa 
forma, os indivíduos que têm uma exposição solar 
precária têm a ingestão como a sua principal fonte de 
vitamina D. 
Segundo a produção, a vitamina D é transportada da 
pele para o fígado ou do intestino pela circulação 
porta e lá sofre uma hidroxilação na posição 25 se 
transformando em 25 hidroxicolecalficerol. Essa 
conversão é controlada por um feedback pois mesmo 
se a ingestão de vitamina D aumentar muito, a 
concentração de calcitriol produzida no fígado 
continua normal e isso funciona inclusive como forma 
de armazenamento dessa substância. Ela é levada 
para os rins onde nos túbulos proximais é novamente 
hidroxilada na posição 1 e é convertida em 1,25 
dihidroxicolecalciferol ou calcitriol que é realmente a 
forma ativa do hormônio. 
Para toda essa conversão, é imprescindível a presença 
do PTH. 
 
A vitamina D e seus metabólicos seguem no sangue 
transportado sobretudo pela proteína de ligação e 
vitamina D e quando chegam às células alvo (intestino 
delgado, ossos, rins e paratireoides), se ligam ao 
receptor nuclear de esteroides (pois são esteroides) 
especificamente da vitamina D e atuam interferindo 
na transcrição de RNA, ou aumentando, ou 
diminuindo. 
 
Esse hormônio desempenha papel importantíssimo 
na absorção do cálcio e em menor proporção na 
absorção do fósforo, tanto pelo intestino delgado 
como através da regulação da reabsorção óssea e 
renal de cálcio e fosfato. 
Os RNA mensageiros produzidos em resposta ao 
estímulo da 1,25 dihidoxicolecalciferol determina a 
formação de um tipo de proteína chamada calbindina 
D que faz parte da família de proteínas de ligação ao 
cálcio. Essa calbindina facilita o transporte do cálcio 
no epitélio intestinal, aumentando sua absorção. O 
cálcio é absorvido essencialmente no duodeno e no 
jejuno, onde seu transporte do lúmen intestinal para 
o interior do enterócito é facilitado pelos canais de 
cálcio na porção apical das células epiteliais. Esse 
cálcio se liga à calbindina que mantem a 
concentração de cálcio baixa no interior da célula 
contribuindo para a manutenção do gradiente. 
Logo depois, o cálcio é transportado através da 
membrana basolateral para a circulação contra o 
gradiente eletroquímico pela cálcio ATPase que fica 
na membrana plasmática e é claro que esse hormônio 
vai estimular todos os componentes desse processo. 
 
17 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
A absorção do fosfato também ocorre, porém ocorre 
em proporção menor e esse transporte é feito 
principalmente por um transportador de sódio e 
fosfato. Além disso, 1,25 dihidroxicolecalciferol 
facilita a absorção de cálcio dos ossos 
potencializando a função do PTH uma vez que 
também estimula indiretamente os osteoclastos a 
partir dos osteoblastos, por isso, em excesso, esse 
hormônio provoca a absorção do osso e em 
quantidades menores ele promove a calcificação 
óssea. 
 
Funções: 
• Favorece absorção de cálcio e fósforo pelo 
intestino 
• Regula reabsorção óssea e renal de cálcio e 
fósforo 
• Formação de calbindina D: facilita transporte de 
cálcio no epitélio intestinal; canais de cálcio 
facilitam a entrada do elemento na parte apical 
das células (TRPVS5 e TRPV6); sai da célula pela 
ATPase da membrana basolateral (PMCA) 
• Facilita reabsorção de cálcio nos ossos 
• Potencializa ação do PTH 
 
Calcitonina: 
• Produzido pelas células parafoliculares ou células 
C 
• Diminui concentração plasmática de cálcio 
• Diminui ação absortiva dos osteoclastos 
• Diminui produção de novos osteoclastos 
• Secreção estimulada pela elevação dos níveis 
séricos de cálcio 
Desempenha papel antagônico ao PTH. 
O principal estimula para sua secreção é a elevação 
dos níveis séricos de cálcio. 
O efeito da calcitonina é mais fraco em relação ao 
efeito do PTH. Mas na criança esse efeito é maior pois 
a remodelagem óssea ocorre mais rápido. 
 
 
 
Hormônios gonadais: 
• Estradiol – absorção intestinal de cálcio 
• Estrógeno – aumenta sobrevida de osteoblastos; 
estimula apoptose de osteoclastos 
Por isso que a mulher na pós menopausa, quando há 
queda acentuada no estrógeno tem risco de 
desenvolver osteoporose. 
 
Hormônios adrenais: 
Glicocorticoides: 
• Aumentam reabsorção óssea 
• Perda renal de cálcio 
• Redução da absorção intestinal 
• Risco aumentado para osteoporose 
 
https://www.youtube.com/watch?v=C1JIY7_3gGQ 
 
5) EXPLICAR AS PRINCIPAIS AÇÕES DA 
VITAMINA D ENFATIZANDO SUAS 
PROPRIEDADES IMUNOLÓGICAS. 
A vitamina D é inicialmente formada na pele: as 
radiações solares produzem colecalciferol, que é 
levada ao fígado para ser convertida em 25-
hidroxicolecalciferol. 
Após ser produzida, a 25-hidroxicolecalciferol é 
levada ao rim para ser convertida em calcitrol (1,25 di-
hidroxicolecalciferol). 
Sendo ela a forma mais ativa da vitamina D. Por isso, 
sem os rins para realizar essa conversão, a vitamina D 
perde quase toda a sua eficácia. 
 
Para mais, o PTH apresenta ação fundamental na 
ativação renal para conversão do calcitriol. 
 
 
Assim, a vitamina D atua aumentandoa absorção 
intestinal de cálcio, bem como a de fósforo. E mais, 
diminuindo a excreção renal de cálcio e fósforo, e 
estimulando a mineralização óssea. 
 
A concentração plasmática de 1,25-di-
hidroxicolecalciferol é inversamente influenciada pela 
concentração de cálcio no plasma. 
Existem duas razões para esse efeito. 
• Primeiro, o cálcio iônico tem um leve efeito de 
impedir a conversão de 25-hidroxicolecalciferol 
em 1,25-di-hidroxicolecalciferol. 
https://www.youtube.com/watch?v=C1JIY7_3gGQ
 
18 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
• Segundo, e ainda mais importante, a secreção do 
PTH é muito suprimida quando a concentração 
plasmática do cálcio iônico sobe acima de 9 a 10 
mg/100 mℓ. 
Portanto, em concentrações de cálcio abaixo desse 
nível, o PTH promove a conversão de 25-
hidroxicolecalciferol em 1,25-di-hidroxicolecalciferol 
nos rins. Em concentrações mais elevadas do cálcio ao 
suprimir o PTH, o 25-hidroxicolecalciferol é 
convertido em um composto diferente – o 24,25-di-
hidroxicolecalciferol – que tem efeito quase nulo de 
vitamina D. 
 
Quando a concentração plasmática do cálcio já for 
muito alta, a formação de 1,25-di-hidroxicolecalciferol 
é muito deprimida. A ausência de 1,25-di- 
hidroxicolecalciferol, por sua vez, diminui a absorção 
de cálcio pelos intestinos, ossos e túbulos renais, 
levando, assim, a queda do nível de cálcio iônico para 
seu nível normal. 
 
Ações da vitamina D: 
A forma ativa da vitamina D, o 1,25-di-
hidroxicolecalciferol (calcitriol), apresenta diversos 
efeitos nos intestinos, rins e ossos, como o aumento 
da absorção de cálcio e fósforo para o líquido 
extracelular e a contribuição com a regulação dessas 
substâncias por feedback. 
 
O 1,25-di-hidroxicolecalciferol atua como um 
hormônio para promover a absorção intestinal de 
cálcio, aumentando principalmente, ao longo de um 
período de cerca de 2 dias, a formação de calbindina, 
uma proteína ligante do cálcio, nas células epiteliais 
intestinais. Essa proteína atua na borda em escova 
dessas células para transportar o cálcio para o 
citoplasma celular. O cálcio, então, move-se através 
da membrana basolateral da célula por meio de 
difusão facilitada. A absorção de cálcio é diretamente 
proporcional à quantidade dessa proteína ligante. 
Além disso, essa proteína permanece nas células por 
várias semanas, após a remoção do 1,25-di-
hidroxicolecalciferol do corpo, causando um efeito 
prolongado de absorção do cálcio. 
 
Outros efeitos do 1,25-di-hidroxicolecalciferol que 
podem desempenhar um papel na promoção da 
absorção de cálcio incluem a formação de (1) 
trifosfatase de adenosina estimulada pelo cálcio na 
borda em escova das células epiteliais; e (2) fosfatase 
alcalina nas células epiteliais. 
 
A vitamina D também aumenta a reabsorção de cálcio 
e fósforo pelas células epiteliais dos túbulos renais, 
tendendo, assim, a diminuir a excreção de tais 
substâncias na urina. No entanto, esse efeito é fraco e, 
provavelmente, sem grande importância para a 
regulação da concentração dessas substâncias no 
líquido extracelular. 
 
A vitamina D desempenha importantes papéis na 
reabsorção e deposição ósseas. A administração de 
quantidades extremas de vitamina D causa a 
reabsorção óssea. Na ausência dessa vitamina, o 
efeito do PTH na indução da reabsorção óssea é 
bastante reduzido ou mesmo impedido. O 
mecanismo dessa ação da vitamina D não é 
totalmente compreendido, mas acredita-se que ele 
seja o resultado do efeito do 1,25-di-
hidroxicolecalciferol de aumentar o transporte de 
cálcio através das membranas celulares. 
 
A vitamina D em quantidades menores promove a 
calcificação óssea. Uma das maneiras de promover 
essa calcificação é aumentar a absorção de cálcio e 
fósforo pelos intestinos. No entanto, mesmo na 
ausência de tal aumento, a vitamina D é capaz de 
intensificar a mineralização óssea. 
 
Disparadores: 
https://abeso.org.br/wpcontent/uploads/2019/12/Di
retrizes-Download-DiretrizesBrasileirasdeObesidade-
2016.pdf 
https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/sindr
ome-metabolica-tratamento-naofarmacologico-para-
reducao-do-risco-cardiovascular.pdf 
http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2
019/v11304/pdf/11304022.pdf 
http://web.unifoa.edu.br/portal/plano_aula/arquivos/
04054/Metabolismo%20%20Calcio%20 
e%20Fosfato%20-%20FOA%20completo.pdf 
https://www.youtube.com/watch?v=173ZxTuwwwI&a
b_channel=Prof.FelipeBarros 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
XAVIER, H. T. et al. V Diretriz Brasileira de 
Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. 
Bras. Cardiol., São Paulo, v. 101, n. 4, supl. 1 p.1-20, 
Oct. 2013. 
VILAR, L. Endocrinologia Clínica. 6 ed.Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2016 3. I Diretriz Brasileira de 
Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. 
Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 84, supl. 1, p.3-28, 
Apr. 2005. 
4. SALES, P. et al. O Essencial em Endocrinologia. 1 
ed. Rio de janeiro: Roca, 2016 5. 
 HALL, J.E.; GUYTON, A.C. Tratado de Fisiologia 
Médica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
GOLDMANN, B. Cecil. Tratado de Medicina Interna. 
21ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 
Alberti, K.G.M.M., et. al. Harmonizing the Metabolic 
Syndrome: A Joint Interim Statement of the 
International Diabetes Federation Task Force on 
Epidemiology and Prevention; 
National Heart, Lung, and Blood Institute; American 
Heart Association; World Heart Federation; 
International Atherosclerosis Society; and 
International Association for the Study of Obesity. 
Circulation. 2009; 120:1640-1645. 
ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE 
DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE 
– Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76 
 
http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2019/v11304/pdf/11304022.pdf
http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2019/v11304/pdf/11304022.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=173ZxTuwwwI&ab_channel=Prof.FelipeBarros
https://www.youtube.com/watch?v=173ZxTuwwwI&ab_channel=Prof.FelipeBarros
 
19 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 6°P MEDICINA 
IRAT: 
Questão 01 ___________________________________ 
Dos pontos de vista fisiológico e clínico, os lipídeos 
biologicamente mais relevantes apresentam grande 
importância, sendo apenas inadequado o seguinte 
conceito: 
a) Dos pontos de vista fisiológico e clínico, os lipides 
biologicamente mais relevantes são os 
Fosfolipides, o Colesterol, os Triglicérides (TG) e 
os Ácidos Graxos. 
b) Os Fosfolipides formam a estrutura básica das 
membranas celulares. 
c) O Colesterol é precursor dos hormônios 
esteroides, dos ácidos biliares e da vitamina D. 
d) Os Triglicérides (TG) são formados a partir de 
cinco ácidos graxos ligados a uma molécula de 
glicerol e constituem uma das formas de 
armazenamento energético mais importantes no 
organismo, sendo depositados nos tecidos 
adiposo e muscular. 
F – TG são formados a partir de 3 ácidos graxos. 
https://www.scielo.br/j/abc/a/4yb6jFzgVXd483Y63w
xBsCw/#:~:text=Dos%20pontos%20de%20vista%20fi
siol%C3%B3gico,biliares%20e%20da%20vitamina%2
0D. 
 
Questão 02 ___________________________________ 
Com relação a fisiopatologia do colesterol, podemos 
afirmar que: 
a) Os trigliceridíos são lipoproteínas de muito baixa 
densidade (VLDL) que são absorvidos 
diretamente na mucosa intestinal. 
F – os triglicerídeos são os lipídios mais abundantes 
na natureza e estão conformados por glicerol e 3 
ácidos graxos, unidos mediante ligação éster. O VLDL 
é uma lipoproteína de densidade muito baixa, 
transporta triglicerídeos do fígado para os tecidos 
periféricos e é sintetizada no fígado. 
https://www.ufrgs.br/lacvet/conceitos-basicos-de-
lipidios/ 
b) A lipoproteína de baixa densidade (LDL) é 
formada nos hepatócitos para o transporte do 
colesterol para as células. 
F - As HDL são produzidas no fígado e transportam 
fosfolipídios e ésteres de colesterol desde os tecidos 
periféricos até o fígado para sua excreção. 
As LDL e IDL são geradas a partir de VLDL no plasma 
por ação da enzima

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