Buscar

EFEITOS DOS RECURSOS E APELAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONCEITO DE RECURSO, NATUREZA JURÍDICA, OBJETIVOS, SISTEMAS DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS E DECISÕES E CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS 
1-CONCEITO 
Etimologicamente, o termo significa refazer o curso, retomar o caminho. Conforme leciona Jose Carlos Barbosa Moreira, recurso e o remédio voluntário, idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração judicial que se impugna. Portento, recurso é o meio de impugnação voluntário, previsto em Lei para no mesmo processo se possa reformar, invalidar, esclarecer ou integrar uma decisão judicial.
O conceito de recurso é construído partindo-se de cinco características essenciais a esse meio de impugnação:
a)voluntariedade;
b)Expressa previsão em lei federal;
c)Desenvolvimento no próprio processo no qual a decisão impugnada foi proferida;
d)Manejável pelas partes, terceiros interessados e MP;
e)Com o objetivo de reformar, anular, integrar ou esclarecer decisão judicial;
OBS. Não se forma outro processo, o recurso é dentro do processo. Isso distingue o recurso de uma ação rescisória. A demonstração mais clara de que não se forma outro processo é a inexistência de citação do recorrido, havendo uma mera intimação para, querendo, apresentar contrarrazões. OBS.2 Quando se recorre se pede que a decisão seja reformada, invalidada, esclarecida ou para integrar uma decisão judicial.
2 NATUREZA JURÍDICA DE RECURSO. 
A doutrina majoritária entende que o poder de recorrer se qualifica como aspecto, elemento, modalidade ou extensão do próprio direito de ação exercido no processo, refutando a tese de que o recurso seria uma ação autônoma.
3 OBJETIVOS
Os recursos podem ter como objetivos:
1) A reforma da decisão impugnada, consistente na substituição da decisão recorrida por outra, favorável a parte recorrente, a ser proferida pelo órgão julgador do recurso, conforme artigo 1.005 do Código de Processo Civil;
2) A invalidação (ou anulação) da decisão, a fim de que o órgão que a prolatou, quando isto seja possível, profira nova decisão, sanando os vícios que geraram sua anulação.
3) O esclarecimento ou a integração da decisão judicial impugnada, pelo mesmo órgão que a proferiu, para sanar-lhe omissão, contradição ou obscuridade.
CAUSA DE PEDIR E PEDIDO
Error in judicando=> A solução que o juiz deu não é boa, não concorda com a decisão do Juiz)=> REFORMA DA DECISÃO.
Error in procedendo=> A decisão é nula, possui um problema formal. Ex: Uma decisão sem motivação. Não houve contraditório=>INVALIDAÇÃO.
Obscuridade ou contradição=> ESCLARECIMENTO.
Omissão=> INTEGRAÇÃO.
Obs. No recurso é possível cumular os pedidos ex: Reforme esse capitulo e invalide aquele outro ou reforme esse capitulo mas alternativamente o invalide.
4- MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
O sistema de impugnação das decisões judiciais e composto por:
recursos;
ações autônomas de impugnação; 
sucedâneos recursais. 
-O meio mais comum de impugnar as decisões judiciais é o Recurso 
Os recursos, conforme conceito apresentado no item precedente, são os meios de impugnação das decisões judiciais apresentados dentro do processo em que a decisão e proferida. 
Mas o recurso não é o único meio de se impugnar as decisões judiciais.
-Sucedâneos recursais: É tudo aquilo que serve para impugnar uma decisão e não é nem recurso nem ação autônoma. É uma categoria residual: Ex: Reexame necessário.
 -Ação autônoma de impugnação é diferente do recurso, pois da origem a um processo novo. Exemplos: ação rescisória, mandado de segurança contra ato judicial. 
Atenção: Distingue-se do recurso justamente por não ser veiculada no mesmo processo em que a decisão impugnada foi proferida. 
Obs. Existe doutrinadores que dividem em recurso e sucedâneos recursais , nesse caso as ações autônomas seriam exemplos de sucedâneos recursais externos.
*Sucedâneos recursais
Reexame necessário (remessa necessária) Art. 496. 
Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
Obs: havendo acolhimento da exceção de pré-executividade em vez de embargos à execução fiscal, por analogia se aplica o dispositivo legal.
O reexame necessário é uma condição impeditiva do trânsito em julgado. Art. 496 [...] § 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária.
Atenção: Não basta a sucumbência da Fazenda Pública para que a sentença esteja sujeita ao reexame necessário, conforme § 3º e § 4o do artigo 496. § 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Diferenças do reexame necessário para um recurso 
Ausência de voluntariedade, não existe interposição muito menos prazo; 
2- O reexame necessário não é dialético, não haverá contraditório, não existem razões nem contrarrazões, cabendo ao tribunal analisar os atos praticados ate a sentença. Apesar de não ser recurso se aplica institutos típicos de recurso como a proibição do reformatio in pejus.
*Ações autônomas de impugnação ou sucedâneos recursais externos.
Mandado de segurança contra ato judicial 
A LEI Nº 12.016/2009 disciplina o mandado de segurança. Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: [...] II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. SÚMULA 267 STF-Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.
5-CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS:
a) Extensão da matéria impugnada. Recurso total e recurso parcial.
-Recurso Total quando o recurso serve para impugnar tudo que possa ser impugnado.
-Recurso parcial é quando se recorre apenas de parte do que poderia ser recorrido. Não compreende a totalidade do conteúdo impugnável Ex: podia recorrer de dois pontos recorreu de apenas um, nesse caso o ponto que não foi recorrido transitou em julgado
b) Momento. 
Dependendo do momento em que e interposto, o recurso poderá ser independente (ou principal) e adesivo, desde que haja sucumbência reciproca, comportando, pois, recurso de ambas as partes. Na hipótese de sucumbência recíproca, cada uma das partes poderá interpor seu recurso no prazo comum,ambos sendo recebidos e processados independentemente, ou, então, caso uma das partes não tenha ingressado com recurso independente ou principal, poderá ainda recorrer adesivamente ao recurso da outra parte, no mesmo prazo de que dispõe para responder a este último, conforme artigo 997 do Código de Processo Civil.
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.
c) Fundamentação. 
Recurso de fundamentação livre: Os recursos de fundamentação livre são aqueles nos quais a lei deixa a parte livre para, em seu recurso, deduzir qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem que isto tenha qualquer influência na admissibilidade do mesmo. É o caso da apelação. Recurso de fundamentação vinculada: o recorrente só pode se valer dele se alegar uma das causas de pedir recursais tipicamente previstas em Lei é o caso dos embargos de declaração, recurso especial e recurso extraordinário. No primeiro, a fundamentação do recurso deve circunscrever-se às hipóteses do Art. 105, III, da Constituição da República; já no segundo, a fundamentação do recurso deve ater-se aos casos previstos no art. 102, III, da Constituição da República.
d) Efeitos:
Quanto aos efeitos, podem os recursos ser classificados em suspensivos e não suspensivos.
Suspensivo: São suspensivos aqueles recursos que impedem a imediata produção de efeitos da decisão recorrida, ficando o comando nela contido suspenso ate seu julgamento (apelação);
Não suspensivos: Não suspensivos são aqueles desprovidos, como regra geral, deste efeito e que, por isto, não obstam a que haja execução provisória da decisão impugnada.
6-ATOS SUJEITOS A RECURSO 
-Apenas decisões são recorríveis, ou seja despachos (pronunciamentos judiciais não decisórios) são irrecorríveis. 
As decisões podem ser proferidas pelo juízo singular são a decisão interlocutória e a sentença. Decisão interlocutória: toda decisão que não encerrar o procedimento em primeira instância; Sentença: É a decisão judicial que, enquadrando-se numa das hipóteses do artigo 485 ou do artigo 487 do CPC, encerra o procedimento de primeira instância.
No tribunal, as decisões podem ser classificadas a partir do órgão prolator:
unipessoais (monocráticas)
Acórdãos (colegiadas)
1- Decisões proferidas por juízo singular:
- Decisões interlocutórias
Agravo de instrumento (artigo 1.015 CPC)
Apelação (artigo 1.009, § 1).
- Sentenças
Apelação (artigo 1.009, § 1)
Recurso inominado (art. 41, 42 da Lei 9.099/95.
2- Pronunciamento judicial em tribunal:
- Decisões unipessoais(monocráticas)
 Do relator:
agravo interno (art. 1021, CPC) 
Do presidente ou vice-presidente do tribunal:
a)Agravo em recurso especial ou extrordinário (artigo 1.042 CPC)
b)Agravo interno (artigo 1.030 § 2, 1.035 § 7, 1.036 § 3 CPC)
- Acórdãos
a) Recurso especial 
b)Recurso extraordinário 
c)Recurso ordinário constitucional 
d)Embargos de divergência
Atenção: contra qualquer decisão cabe embargos de declaração.
7- PRINCIPIOS
Os Recursos, assim como nos outros ramos do direito, submete-se a inúmeros princípios, que norteiam a aplicação das regras específicas e orientam a interpretação de todo o sistema.
1- Princípio do duplo grau de jurisdição
A ideia do duplo grau de jurisdição impõe que da decisão judicial que possa resultar algum prejuízo jurídico para alguém, admita revisão judicial por outro órgão também pertencente ao Poder Judiciário.
O principio visa o controle da atividade do juiz, por conseguinte, a segurança jurídica, a fim de evitar que decisões contrárias a lei ou a prova dos autos sejam impostas a parte sem que seja conferido ao jurisdicionado a possibilidade de sua revisão.
Esse princípio decorre de regra contida expressamente no art. 5o, LV, da Constituição da Republica.
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Razões: 
-Minimiza o risco de erro. 
-É da natureza humana se insurgir contra decisões que lhe são desfavoráveis. 
-Se não existisse, o duplo grau de jurisdição, o Juiz poderia tornar-se despótico, uma vez que sabedor de que sobre suas decisões não haveria controle.
O princípio não significa que necessariamente a parte tenha acesso aos órgãos judiciários de primeiro grau. Há regras que estabelecem competência originária de órgãos de hierarquia superior.
O duplo grau assegura à parte ao menos um recurso. Há casos, excepcionais em que a reapreciação ocorre perante o mesmo órgão jurisdicional.
Atenção: O embargo de declaração é dirigido ao mesmo magistrado.
Atenção: Normalmente, o duplo grau subordina-se à iniciativa da parte. Há, porém, casos em que a própria lei impõe o duplo grau (art. 496, CPC) remessa necessária.
2-Princípio da legalidade/ taxatividade.
Somente são recursos aqueles expressamente determinados por Lei
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência.
Obs. Outros recursos previstos por lei federal além dos recursos disciplinados diretamente pelo CPC também correspondem ao principio da taxatividade, recurso inominado (arts. 41 a 43 da Lei 9.099/95) dentre outros. 
2-Pincípio da unicidade / singularidade. 
De acordo com o principio, também conhecido como principio da unirrecorribilidade, não e possível a utilização simultânea de dois recursos contra a mesma decisão. Por conseguinte, ha no sistema processual apenas um recurso adequado para cada decisão em determinado momento processual. 
Exceção: Da mesma maneira, sempre que uma decisão for obscura, contraditória ou omissa, poderá caber embargos de declaração e outro recurso.
4- Princípio da fungibilidade.
Conforme visto no principio anterior a escolha de um recurso equivocado a utilização de um recurso equivocado, em princípio, não deve ser admissível sob pena de violar o princípio da unirrecorribilidade. 
Ocorre que mesmo com a indicação na legislação do recurso adequado para cada caso a ser impugnado algumas duvidas podem permanecer e o excesso de formalismo pode prejudicar a parte recorrente, razão pela qual em alguns casos é possível aplicar o princípio da fungibilidade. 
Encontra consonância com o princípio da instrumentalidade das formas. 
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Dessa forma o principio da fungibilidade pode ser aplicado quando a parte interpõe o recurso equivocado desde que observado algumas circunstancia como:
Presença de duvida objetiva a respeito do recurso cabível, inexistência de erro grosseiro, prazo adequado para o recurso correto.
5- Princípio da proibição da reformatio in pejus.
Diz respeito à probição de que o julgamento do recurso,interposto exclusivamente por um dos sujeitos, venha a tornar sua situação pior do que aquela existente antes da insurgência.
Evidentemente, sendo a sucumbência recíproca e havendo recurso de ambas as partes, a situação de qualquer delas poderá ser agravada como resultado do recurso interposto pela parte contrária, mas não do seu próprio recurso.
EFEITOS DOS RECURSOS
A interposição do recurso impede o transito em julgado da decisão.
Efeito suspensivo
O efeito suspensivo é aquele que provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão que se quer impugnar. 
O simples fato de a decisão estar sujeita a recurso, é ato, via de regra ineficaz.
Atenção: A regra é que o recurso não tenha efeito suspensivo automático
Art. 995.  Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único.  A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Atenção: Com relação a apelação a regra é que o efeito suspensivo é a regra.
Art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Atenção: É possível que o recurso tenha um efeito suspensivo com relação a um dos pedidos e não ter com relação a outro. Exemplo: Uma tutela provisória concedida com relação a um dos pedidos da petição inicial e uma apelação é interposta impugnando todos os pedidos da petição inicial, nesse caso não haverá efeito suspensivo com relação ao objeto da tutela provisória.
Efeito devolutivo
É o efeito que o recurso tem de transferir o exame da decisão impugnada ao órgão ad quem. O sentido de devolver aqui é de transferir. A palavra devolver vem do direito romano. Excepcionalmente há recursos que transferem o exame para o mesmo órgão, a exemplo dos embargos de declaração.
Para Fredie Didier JR e Leonardo Carneiro da Cunha, essa é uma questão histórica, mas atualmente, o efeito devolutivo decorre da interposição de qualquer recurso, equivalendo a um efeito de transferência da matéria ou de renovação do julgamento para outro ou para o mesmo órgão julgador. 
Uma dimensão do efeito devolutivo é chamado de efeito de retratação ou regressivo do recurso.
É o que acontece, por exemplo, nos seguintes recursos:
apelação contra sentença que indefere a petição inicial (artigo 331, CPC);
apelação contra sentença que extingue o processo sem exame do mérito (artigo 485, paragrafo 7 CPC);
agravo de instrumento (artigo 1.018, paragrafo 1 CPC)
Efeito expansivo subjetivo
A regra é que o recurso só produz efeito para aquele que recorre. Mas, há situações em que o recurso para expandir os seus efeitos para outros sujeitos, além do recorrente. Quando isso acontece, fala-se em efeito expansivo subjetivo.
Exemplos: 
a) Os embargos de declaração - Eles interrompem o prazo para o embargante e para o embargado;
Art. 1.026.  Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.
b) Recurso de litisconsorte.
Art. 1.005.  O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único.  Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
APELAÇÃO
É o recurso cabível contra a sentença e as decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de instrumento.
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
A apelação pode ser interposta contra toda e qualquer sentença, tenha ou não sido apreciado o mérito, em jurisdição voluntária ou contenciosa, em processo de conhecimento ou de execução.
Art. 724.  Da sentença caberá apelação.
Dessa forma para compreensão adequada é fundamental relembrar o conceito de sentença.
Conforme artigo 203 sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 
485 e 487 (sentença com resolução do mérito e sem mérito),põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Atenção para os exemplos: 
Decisão que exclui o litisconsórcio passivo por ilegitimidade, apesar de estar no 485 não é sentença, pois não põe fim a fase cognitiva do procedimento comum. (é decisão interlocutória). 
Decisão que julga antecipado de maneira parcial o mérito, apesar de estar no artigo 487, não é sentença, pois não põe fim a fase cognitiva do procedimento comum. (é decisão interlocutória). 
O CPC dispõe que: Art. 316.  A extinção do processo dar-se-á por sentença.
Nem toda sentença extingue o processo. Basta que contra ela se interponha recurso e o processo terá continuidade.
Espécie de sentenças
-Sentença terminativa, são aquelas em que o mérito não será analisado.
Atenção: A Sentença terminativa, diferentemente da sentença de mérito, não faz coisa julgada.
Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
Atenção:
[...]
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
No caso do abandono da causa, a extinção do processo deverá ocorrer após a intimação pessoal da parte, pois o abandono poderá ocorrer por negligência do advogado sem que a parte saiba, nesse caso a parte poderá tomar providências para que evite a sentença terminativa.
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 486.  O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Regularidade formal e prazo.
A apelação deve ser interposta no prazo de quinze dias por meio de petição escrita dirigida ao juízo de primeira instância que proferiu a sentença.
Não se admite a interposição oral da apelação.
Aplica-se a dobra de prazo para entes públicos, MP e Defensoria Pública. 
Obs: Art. 219.  Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 1.010.  A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão.
§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.
DA APELAÇÃO:
1. Não há mais juízo de admissibilidade pelo Tribunal a quo, consequentemente deixa de existir agravo para destrancamento do recurso.
2. Das decisões interlocutórias de acordo com o CPC/73 cabiam agravo de instrumento ou agravo retido.
O NCPC extinguiu o agravo retido, com isso as decisões interlocutória que não são passiveis de agravo de instrumento não são mais recorríveis de imediato, mas continuam sendo recorriveis. Só que agora através da apelação. 
Portanto, passou a ser cabível também contra decisões interlocutórias. 
Há duas espécies de interlocutórias:
-Agraváveis (impugnadas imediatamente);
-Recorríveis, mas não imediatamente, poderão ser objeto do recurso de Apelação.
Agora a Apelação terá duplo objeto: sentença + interlocutórias (passa a ter mais de um alvo, assim, normalmente as sentenças terão mais de um capítulo). 
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
O NCPC trouxe a possibilidade do vencedor apelar na contrarrazões nela ele responde as alegações do vencido e recorre das interlocutórias. 
Recurso subordinado (depende da existência da Apelação do vencido) e condicionado (vencido recorreu, mas o Tribunal manteve a sentença, NÃO há interesse por parte do vencedor, vencedor só terá apelação examinada caso o recurso do vencido seja provido, pois do contrário não haverá qualquer interesse).
Parece recurso Adesivo, pois ambos são subordinados, mas são diferentes.
Diferenças do recurso adesivo para a apelação nas contrarrazões: 
 
a) R. Adesivo pressupõe sucumbência recíproca, o que não ocorre no caso;
b) R. Adesivo pode ser feito em outros recursos que não sejam a Apelação (recurso especial e extraordinário).
Art. 1.009.
[...]
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
(contrarrazões do vencido, em relação à apelação do vencedor é garantia do Contraditório). 
Art. 1.009.
[...]
§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
O artigo 1.015 versa sobre o agravo de instrumento.
Tudo que estiver na sentença é impugnável por apelação, ainda que, se decidida em outro momento, seria impugnável por Agravo.
Exemplo: O juiz concede a tutela antecipada na sentença. Cabe apelação.
Art. 1.013 [...] § 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
3. Efeito suspensivo na apelação
A apela continua a ter efeito suspensivo automático. Há, contudo, nova hipótese de apelação SEM efeito suspensivo.
Art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
O NCPC amplia as tutelas provisórias (tutela de urgência e evidência). Consequentemente gera uma ampliação. 
Exemplo: O recurso de apelação interposto contra uma sentença que concedeu uma tutela de evidência com base em um precedente obrigatório não terá efeito suspensivo.
VI - decreta a interdição.
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
Art. 1012 [...] 
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
4- Efeito devolutivo da apelação 
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
Esclarecimento, para acabar com a ideia de que mesmo os capítulos não impugnados devem subir. Apenas o capítulo impugnado sobe. Diminuindo o efeito devolutivo da Apelação.
-Teoria da causa madura
Art. 1.013 [...] 
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
Exemplo: O juiz julga de maneira extra petita o tribunal deve decidir desde logo o mérito.
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retornodo processo ao juízo de primeiro grau.

Outros materiais