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MANDATO

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Mandato:
OBS: presentação e representação: 
PJS se manifestam por meio de pessoas físicas. Nessas PJS, o presidente, por exemplo, quando manifesta sua vontade exercendo seu cargo, é o próprio ente, não a pessoa (Ex: adm da PJ, chefe de estado e o país).
A representação ocorre quando um ente manifesta sua vontade em nome de outro, mas não fala como se fosse essa pessoa, e vincula essa prórppria pessoa. o mandato é apenas exemplo de procuração.
O mandato é caso de dar a outras pessoas o poder de realizar atos em nome de quem lhe deu a procuração.
Na procuração, valem os poderes dados expressamente no texto da procuração. 
Há vários tipos de representação: 
	Legal: a lei determina: ex: pais e filhos, sindicatos e trabalhadores. 
	Judicial: o juiz determina: ex: inventariante e espólio.
	Contratual: partes convencionam isso.
653: definição do mandato uma pessoa (mandante) outorga determinados poderes à outra (mandatário, procurador), para agir de forma a agir em seu nome.
O documento mais importante é a procuração, pois é lá que se determina a extensão dos poderes do procurador.
Se estiver fora da procuração, quem se vincula é o procurador, e não o mandante, como a regra da procuração. 
É NJ personalíssimo(se baseia na confiança). se as partes morrem, os herdeiros tem de determinar se querem continuar com a relação.
O mandato, idealmente, é contrato gracioso. Só será oneroso quando o procurador fizer isso por profissão (ex: advogado) ou quando as partes expressamente pactuarem. Quando o contrato for oneroso, e não houver estipulação dos honorários, esses serão determinados pelo costume e, na falta deste, pelo juiz. (art. 658) – ex: advogado; despachante.
Existem certos requisitos exigidos para a realização do mandato:
Subjetivos: 
Pelo artigo 654: todos os que podem exercer os atos da vida civil podem constituir mandatário, e quase todos os atos civis que poderiam ter sido praticados pelo mandante podem ser praticados pelo mandatário.
Pelo artigo 666, o mandatário pode ser menor de 18 e maior de 16, nesses casos, porém, o mandante não tem ação contra o mandatário, a não ser que em conformidade com as normas gerais aplicáveis às obrigações assumidas por menores.
O pródigo pode ser mandatário, visto que a restrição se refere aos atos relativos a seu patrimônio, o que não ocorre no mandato.
Objetivos:
São poucos os requisitos objetivos ao mandato. Em regra, o mandatário pode praticar em nome do mandante todos os atos que este poderia praticar em nome próprio, sejam eles de natureza patrimonial ou não. As restrições recaem sobre os atos personalíssimos (testamento, voto, depoimento etc).
Formais: 
O mandato é consensual, de regra. Pode ser tácito ou expresso, e o expresso pode ser verbal ou escrito. Pelo art. 657, a forma do mandato deve se adequar à forma exigida para o ato a ser praticado.
EX: a compra e venda de imóvel é ato formal: exige escritura e registro. A procuração para alguém realizar uma compra e venda de imóveis deve ter os mesmos requisitos do ato.
A aceitação do mandato pode ser expressa ou tácita. Essa última ocorre inclusive com o começo da execução.
O mandatário pode reter a coisa até que receba a remuneração que estabeleceu, bem como o reembolso das despesas.
Existe diferença entre procuração e mandato. O mandato é o contrato, a procuração é o instrumento. A procuração não significa a existência do contrato, que depende da aceitação do representante. 
Os poderes podem ser específicos ou genéricos. A procuração genérica é perigosa, pois é difícil saber se o mandatário está excedendo seus poderes.
As procurações gerais abrangem todos os negócios do mandante, habilitando o mandatário a exercer qualquer ato de administração (art. 660), ou seja, a fazer qualquer ato de gestão ou direção dos negócios, sem disposição de bens (a menos que sejam de fácil deterioração ou voltados à disposição).
Especial é o mandato que vincula a atuação do mandatário a certos eventos determinados.
O art. 661, §1º: nas obrigações com poderes gerais, entende-se que os atos específicos vão necessitar de procuração específica. 
O mandatário só pode validamente proceder no limite dos poderes recebidos, serão inválidos os atos praticados fora dessas determinações do mandato, salvo ratificação, que terá efeitos retroativos à data da prática do ato. Essa ratificação pode ser expressa ou tácita (quando o mandante, que não estaria obrigado pelos excessos de poderes do mandatário, pratica o ato ao qual não estava de início vinculado).
Existe discussão sobre substabelecer outro procurador (art. 667). É possível:
O mandatário pode, de qualquer forma, nomear ajudantes ou auxiliares, a discussão aqui recai no fato de poder ou não o mandatário se fazer substituir por um terceiro.
Uma hipótese é a procuração dizer que é possível o substabelecimento. Nesses casos, pelo § 2º, o mandatário só será responsabilizado se escolher o substabelecido com culpa ou se não lhe der as instruções adequadas.
A procuração pode impedir, o terceiro terá agido sem poderes, e os atos não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa. §3º
Art. 667 cuida do substabelecimento. – Sendo omissa a procuração, o procurador que substabelece fica responsável pelos atos do substabelecido, respondendo pelos danos sofridos pelo mandante derivados da culpa do substabelecido – como se fosse o próprio mandatário quem tivesse incorrido nos atos (a obrigação do substabelecido é de meios) - §4º
O artigo não trata disso, mas existem os casos em que a obrigação é evidentemente personalíssima, em que não será possível o substabelecimento, mesmo que a procuração seja silente.
Pelo §1º: se o mandatário se fizer substituir, mesmo medianto proibição do mandante, será responsabilizado pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, mesmo que decorrentes de caso fortuito. A única hipótese exonerativa será a de provar, o mandatário, que o dano teria ocorrido mesmo que estivesse a causa sob sua administração. 
O mandante não é obrigado a respeitar o ato exercido em excesso de poderes.
Quando o procurador faz mais do que tinha poder: 662 – os atos não vinculam o mandante, salvo se este os ratificar posteriormente.
O 673 não tem ação contra o mandante nem contra o mandatário, se o terceiro souber que o procurador não tem poderes para realizar o ato. Isso não ocorre se o mandatário prometer que conseguirá a procuração.
O 679: Se o mandatário não violar o instrumento de mandato (procuração), mas violar as instruções feitas pelo mandante e que não estão na procuração (porque são sigilosas, por exemplo). O terceiro de boa-fé poderá exigir o cumprimento da obrigação do mandante. O mandante terá de cumprir a obrigação, mas terá ação de perdas e danos contra o procurador.
É possível a existência de mais de um procurador. Se houver mais de um procurador, entende-se que todos podem realizar o ato (procuradores solidários), salvo se mencionar que elas tem de fazê-lo conjuntamente (procurações in solito - conjuntos). 
Obrigações do mandatário:
	Têm obrigação de meios, deve aplicar a diligência necessária.
	674: se no curso do exercício do mandato o mandante morrer, o mandatário pode levar a cabo o trabalho que estiver fazendo para seu mandante, se houver perigo na demora.
	Indenizar o mandante se falhar culposamente no seu dever (deixou de comparecer a reunião, etc).
	Não pode compensar os prejuízos que deu causa com o proveito que possa ter gerado ao mandante. – 669. 
	Deve prestar contas ao mandante, com os gastos etc, bem como transferir todas as vantagens provenientes do mandato. – 668
O mandatário deve apresentar a procuração com seus poderes para os terceiros com o qual se relaciona representando o mandante. Se não o fizer, responde pelas obrigações assumidas. Se, por outro lado, o terceiro conhecer os poderes do mandatário e praticar com ele atos que os excedam, não poderá ingressar com ação contra o mandatário, a menos que este tenha prometido conseguir a ratificação do mandante, que também não terá,evidentemente, sua esfera jurídica vinculada a tal ato. 673
Obrigações do mandante:
	Obrigado a cumprir as obrigações que forem acordadas pelo mandato.
	Adiantar as despesas para o mandatário.
	Ressarcir o mandatário pelos prejuízos sofridos no cumprimento do mandato sejam eles derivados de qualquer causa, a menos que tenha ocorrido culpa do mandatário.
	Eventualmente pagar remuneração ao mandatário.
OBS: havendo mais de um mandante, o CC, no art. 680, determina a responsabilidade solidária.
O mandatário tem, também, o direito de retenção da coisa específica que lhe foi entregue, se o mandante não lhe pagar os prejuízos sofridos no cumprimento do mandato.
O CC cuida, então das despesas e dos honorários de remuneração.
Quanto as despesas, elas serão sempre arcadas pelo mandante.
Quanto à remuneração, deve-se analisar se a procuração é ou não remunerada. Algumas são realizadas de forma onerosa (ex: advocacia, de regra). A remuneração pode estar ligada ao sucesso da operação, o que não descaracteriza o caráter de obrigação de meios. – 678
Ainda no 678: o mandante é obrigado a pagar ao mandatário pelos prejuízos que esse sofrer.
OBS: o mandato em nome próprio (irrevogável - art. 684- para outras causas de irrevogabilidade: ver CM):
	Em momentos, por situação negocial, o procurador recebe procuração em proveito próprio. (ex: procuração para que o comprador transfira a propriedade para seu próprio nome – quem se beneficia é o procurador). Nesses casos, a procuração será irrevogável, e transfere a herdeiros, visto que implica em cessão indireta de direitos. É o que determinará o artigo 683, que deve ser visto em conjunto com o 684. Quando o mandatário revogar, pagará perdas e danos. Pelo 684, se a procuração for em nome próprio...
Cessa o mandato (682)
Revogação: ato potestativo do mandante ( o mandante pode revogar quando quiser) – salvo hipótese de mandato em nome próprio. Pode haver indenização, perdas e danos etc, mas pode smepre revogar o mandato. Se o mandante dá procuração igual para outro sujeito, sem fazer ressalva, ou se assumir ele mesmo o negócio que era do mandatário, ocorre a revogação tácita da procuração anterior. – 687: fala da comunicação dada a ele. – o mandante terá de informar da revogação ao mandatário e também aos terceiros que com ele se relacionam, não sendo feito isso, prevalece a obrigação assumida pelo terceiro de BF, cabendo ação contra o mandatário que contratou com tal terceiro.
Renúncia (688): o procurador pode sair da relação, pode ter de arcar com perdas e danos (art 688)
Morte ou interdição de uma das partes (qualquer delas, mandante ou mandatário)
OBS: se a morte for do mandante, serão válidos os atos ajustados entre mandatário e terceiros de BF, enquanto o mandatário não souber da morte (689). Sabendo o mandatário, os atos continuam vinculando os herdeiros do mandante, mas perante eles responderá o mandatário pelos prejuízos. 
Morrendo o mandatário, os herdeiros avisarão da morte, e providenciarão a bem dele, podendo exercer os atos de conservação ou continuar negócios pendentes (isso só se as circunstâncias exigirem) – art. 690.
Mudança de estado que inabilite o cumprimento: vale a mesma determinação que vale para a morte, quando ao conhecimento ou não dos terceiros (conferir).
Fim do prazo.

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