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Empréstimo:
Existem 2 espécies: mútuo e comodato.
Comodato: empréstimo de coisa certa, gracioso. É o empréstimo de uso.
Mútuo: empréstimo de coisa fungível. É o empréstimo de consumo, pois quem recebe utiliza o bem.
Comodato:
Art. 579: Comodato é o empréstimo gratuito de coisa não fungível, para que o recebedor (comodatário) utilize e a restitua (a exata coisa que entregou) O comodato perfaz-se com a tradição do objeto.
A infungibilidade da coisa é requisito do comodato, caso o bem seja fungível, estaremos diante de mútuo. Destaque-se, porém, que nada impede que as partes estabeleçam contratualmente a infungibilidade de bens que são, geralmente, fungíveis. Esses são casos de commodatum pompae vel ostentations causa (ex: o comerciante que toma bens fungíveis e consumíveis por empréstimo gratuito, para exposição, mas tem a obrigação de devolver o exato bem que lhe foi entregue).
As partes são o comodante (quem dá o empréstimo) e o comodatário (o que recebe o bem em empréstimo). 
Características jurídicas:
Unilateral: só gera a obrigação de restituir por parte do comodatário (a entrega do bem não é obrigação do comodante, mas sim o ato que dá início à relação, já que o contrato é real).
Gratuito: o comodato é contrato gratuito, pois gera proveitos apenas para o comodatário(que utiliza o bem sem pagar), a existência de contraprestação descaracteriza, portanto, o comodato. 
A doutrina moderna admite o comodato modal, aquele que apresenta encargo ao comodatário. Destaque-se, porém, que o suposto encargo não pode ser alto ao ponte de ser comparado à contraprestação.
Real: pelo próprio artigo 579 a entrega da coisa é elemento de sua celebração, antes dela, não existe comodato, mas sim promessa de comodato, contrato preliminar.
Personalíssimo? Para Cm o comodato não é celebrado intuito personae, apesar de, muitas vezes, representar favorecimento pessoal. Existe discussão, exatamente por essa característica, sobre seu caráter personalíssimo, se o mesmo se manifestar, o bem não pode ser cedido a outro pelo comodatário, e a morte extingue o contrato.
O comodato não precisa de forma solene, basta a tradição, o problema reside na prova. Ela deve ser feita tentando demonstrar a presença de elementos diferenciadores do comodato (a gratuidade, para não se confundir com locação; e a necessidade de restituição da coisa, para não se confundir com a doação).
Pelo artigo 580, os tutores curadores e administradores em geral não podem dar a coisa em comodato, já que, por ser contrato gratuito, traz benefício para o comodatário apenas, não se configurando, regra geral, como efetivo ato de administração. Pode ocorrer, porém, que o comodato seja útil para facilitar a conservação da coisa. Nesse sentido é que o mesmo artigo prevê a possibilidade de comodato feito por esses administradores, mediante anuência do dono ou, em caso de incapazes, do juiz.
O comodante não precisa ser o proprietário, basta que não seja impedido legal ou contratualmente (caso do locatário de prédio urbano, que não pode emprestar a coisa, sob pena de despejo).
Pelo artigo 581: não sendo estabelecido prazo convencional, ele será presumido como o necessário para o uso a que se destina. O comodante só poderá pedir o bem de volta, antes de findo o prazo, mediante anuência do juiz, que será concedida nos casos em que exista necessidade urgente e imprevista.
O comodatário tem a responsabilidade de conservar a coisa, e utilizá-la para a finalidade convencionada, ou a que decorra de sua natureza. Caso não o faça, responde por perdas e danos. 
Deve-se atentar para o fato de que apesar de utilizar o termo “como se fosse sua” não cabe ao comodatário a defesa de ser habitualmente desleixado, visto que o CC exige cuidado com o bem dado em comodato. Art. 582.
Exatamente pela obrigação de conservar a coisa dada em comodato, o comodatário não pode cobrar do comodante as despesas normais de conservação e manutenção da coisa, ainda que necessárias ou indispensáveis. Os gastos extraordinários devem ser restituídos, porém, e devem ser feitos mediante anuência do comodante para que esse os proveja ou, em caso de urgência, pelo comodatário com direito de reembolso.
A sanção pela obrigação de conservar e manter a coisa é a responsabilidade do comodatário, que não responde pelo fortuito, a menos que esteja em mora. 
O fortuito é responsabilidade, então, do comodante (res perit domino)
DÚVIDA: CM DIZ QUE O COMODATÁRIO TEM O DEVER DE CONSERVAR A COISA E NÃO PODE, POR ISSO, COBRAR DO COMODANTE AS DESPESAS NORMAIS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA COISA. DIZ DEPOIS QUE O CCOMODATÁRIO NÃO RESPONDE PELO QUE OCORRE NA COISA EM RAZÃO DO USO NORMAL OU PELA AÇÃO DO TEMPOO, JÁ QUE NÃO RESPONDE PELO FORTUITO. COMO COMPATIBILIZAR O DEVER DE CONSERVAÇÃO E A NÃO RESPONSABILIZAÇÃO PELO QUE OCORRE À COISA PELO USO NORMAL OU PELA AÇÃO DO TEMPO? Acho: CM considera que as despesas decorrentes do uso normal e da ação do tempo são extraordinárias, o que seriam as ordinárias então?
 O comodatário tem, também, a obrigação de restituir a coisa no prazo ajustado ou naquele necessário a que se preencha a finalidade para qual o contrato foi celebrado.
Em mora, o comodante pode estipular aluguel sanção pelo tempo superior ao prazo, ou após notificação, em que o comodatário continuar com a coisa (art. 582). Se o montante for excessivo pode o juiz rever a multa.
Se existirem mais de dois comodatários, são os mesmos responsáveis solidariamente, pelo disposto no artigo 585. Qualquer deles pode ser cobrado, portanto, mesmo que se prove que o dano foi causado por um só, contra a qual o demandado terá ação regressiva. 
O art. 583: em casos de calamidade o comodatário deve sempre salvar a coisa do comodante.
Surgem obrigações para o comodante em apenas duas hipóteses (além de garantir o uso pacífico da coisa):
Reembolsar o comodatário nos casos de despesas extraordinárias (superiores aos de conservação normal) e urgentes( aqueles em que não seja possível notificar o comodante e esperar que esse providencia os gastos necessários). Tem o comodatário direito de retenção, por aplicação do disposto para as benfeitorias necessárias. 
Indenizar o comodatário pelos vícios ocultos da coisa, dos quais tinha conhecimento e dolosamente não o preveniu no tempo adequado.
O comodatário vai poder reclamar as benfeitorias necessárias, as demais não.
OBS: não existe requisito de que a coisa seja entregue em estado apto ao uso, a menos que isso decorra do contrato.
Mútuo:
É o empréstimo de coisas fungíveis, tendo o mutuário obrigação de restituir ao mutuante coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade. Art. 586.
Transfere-se, em verdade, a propriedade da coisa, já que o mútuo é empréstimo de uso, incompatível com a conservação da coisa em questão, que não é devolvida ela mesma, mas uma de mesmo gênero qualidade e quantidade. Assim, diferentemente do comodato, o mutuante deve ser o dono.
Características jurídicas:
Real: a entrega da coisa é requisito para a relação contratual, sem essa entrega existe, na verdade, promessa de mutuar.
Unilateral: por ser real a traditio não é obrigação do mutuante, mas parte constitutiva do vínculo. Só o mutuário contrai obrigações.
Gratuito: na falta de determinação em contrário, presume-se o mútuo gratuito. O mútuo para fins econômicos é presumido oneroso, porém.
Temporário: o mútuo não pode ser eterno, se o for, confunde-se com a compra e venda ou a doação.
Translatício de domínio: O mútuo transfere a propriedade da coisa mutuada, não é contrato de alienação pois a transferência de propriedade não é seu fim, mas o meio pelo qual o verdadeiro fim é atingido.
Requisitos:
Subjetivos: a capacidade das partes é requisito do contrato de mútuo. O mutuante deve ter a disposição da coisa, o mutuário deve ser apto a contratar.
Nesse sentido, o art. 588 do CC trata do mútuo feito aos menores, sem a prévia autorização de assistente ou representante. Determina a impossibilidade de se reaver a coisa dada em mútuo, seja cobrando do mutuário seja cobrandodos fiadores. 
Essa pena não será aplicada, porém, nos casos do artigo 589: 
Se o assistente ou representante der a anuência posteriormente, ou se o próprio menor a conceder, atingida a maioridade ou a emancipação. 
Se na ausência do responsável o menor pegou o empréstimo para obter alimentos, entendidos aqui tanto como alimentação como despesas para o vestuário, colégio, etc.
Se o menor tiver patrimônio próprio, obtido com seu trabalho, responde até o limite desse patrimônio.
Se o empréstimo tiver gerado benefícios econômicos ao menor.
Se houver dolo do menor, que escondeu sua real idade para ter acesso ao empréstimo.
Essa sexta hipótese é dada por CM, se o empréstimo contraído por CM beneficiar o seu responsável, o mutuante deve poder cobrar do que se aproveitou, e não do menor.
Objetivos: como requisito referente ao objeto do mútuo exige-se apenas que ele seja coisa fungível, e da qual o mutuante possa dispor.
Obrigações das partes:
Mutuante: o mutuante não tem, em regra, obrigações, já que se trata de contrato real. Não deve reembolsar as despesas na conservação, visto que a coisa passa a ser de propriedade do mutuário, que responde pelos riscos. Só indenizará pelos prejuízos causados pelos vícios ocultos na coisa, dos quais tinha conhecimento mas não avisou ao mutuário.
Mutuário: seu principal dever é restituir o que recebeu, em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. A variação no preço da coisa não afeta essa obrigação, já que o interesse do mutuante no contrato é a devolução da coisa em seu gênero quantidade e qualidade. Cm considera válido o mútuo com obrigação alternativa ao mutuário, ou devolve a coisa em seu gênero quantidade e qualidade ou paga o seu valor no momento da restituição.
Vale destacar, aqui, que o gênero não perece.
É importante determinar o momento da restituição, pelo mutuário:
Havendo acordo entre as partes, ele deve ser respeitado. O prazo estipulado vigora em favor de ambos, ou seja, nem o mutuante pode exigir o pagamento antecipado, via de regra, nem o mutuário pode exigir que o mutuante aceite a devolução da coisa antes do prazo ajustado. Para isso, independe a gratuidade ou não do empréstimo.
Sendo o mútuo de produtos agrícolas, presume-se o que o prazo para restituição será a próxima colheita.
Sendo mútuo pecuniário, presume-se vencível em 30 dias, deve ser pago nesse prazo, salvo convenção em contrário.
Para quaisquer outros bens, o mutuante deverá declarar prazo para a restituição, tem a faculdade de intimar o devedor a todo tempo, dando prazo razoável para que pague.
O artigo 590 do CC disciplina a hipótese de o mutuário sofrer redução significativa em seu patrimônio. Nesses casos pode o mutuante exigir garantia de restituição.
O mutuante não pode ser obrigado a receber pro parte, salvo em casos específicos.
A prova do mútuo pode se dar pela emissão de título abstrato (nota promissória etc)., pela confissão formal de dívida, ou pelo simples recibo da quantia emprestada.
No mútuo a propriedade é transferida, então quem assume o risco é o mutuário, que é o dono, segue-se, então a regra do res perit domino.
Também é contrato real, e só é possível com bens móveis.
Juros:
	Tem limite para quem não é instituição bancária, não para as instituições bancárias: o artigo 406 coloca a taxa SELIC como limite anual aos juros.
Modelo fixo: a lei estabelece o valor máximo dos juros e o modelo móvel, que permite a variação dos juros de acordo com o mercado.
Os juros não se confundem com a correção monetária: adequação do valor do dinheiro no tempo.
Existe ainda o juros moratórios e compensatórios.
	No art. 406, o CC teve a intenção de adotar o modelo móvel, mas ao vincular à SELIC gerou críticas. alguns tribunais aplicam, ainda, o juros máximo de 1¢ ao mês: 12 ¢ ao ano. 
Aos bancos: lei especial permite a cobrança acima do limite do CC.
A correção monetária para prazo inferior a 1 ano é proibida. 
O artigo 590 do CC permite, havendo a mudança na condição econômica do mutuário, pode o mutuário exigir nova garantia, ou, não dando a garantia o mutuário, cobrar a dívida antecipadamente. É possível pensar que esse artigo não se aplica ao caso de já haver garantia.
O mútuo ao menor: 
A regra geral é não ser possível a devolução. Mas essa regra permite largas exceções.
Em regra as partes estabelecem prazo para a devolução da coisa, o art. 592 determina os prazos para o mútuo de dinheiro – prazo de 30 dias.

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