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Administração UA03 teorias da administração

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Aluna: Renata Sampaio Valera Disciplina: Administração 
UA03: TAREFA - MOMENTO DA VERDADE 
ATIVIDADE NÃO AVALIATIVA 
 
Após ler com atenção a UA 03, procure identificar quais as 
principais contribuições de cada Escola de Administração estudada e cite 
dois exemplos de aplicação prática dessas Escolas. 
 
 
 
De acordo com Idalberto Chiavenato1, o desenvolvimento da Teoria 
Geral da Administração se deu em um processo gradativo conforme a ênfase 
que foi dada a alguma necessidade específica de cada contexto histórico-
social. Ao longo dos períodos históricos essas necessidades específicas foram 
mencionadas pelo autor como “variáveis”, que são as seguintes: tarefas, 
estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade. Nas palavras do 
autor, “cada uma dessas seis variáveis (...) provocou a seu tempo uma 
diferente teoria administrativa” 2. Nas palavras do autor: 
 
“A Teoria Geral da Administração começou com a ênfase nas tarefas 
(atividades executadas pelos operários em uma fábrica), por meio da 
Administração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica 
passou para a ênfase na estrutura com a Teoria Clássica de Fayol e 
com a Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde a 
Teoria Estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas 
pessoas, por meio da Teoria das Relações Humanas, mais tarde 
desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela Teoria do 
Desenvolvimento Organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a 
Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da 
Contingência. Essa, posteriormente, desenvolveu a ênfase na 
tecnologia. Mais recentemente, as novas abordagens trouxeram à 
tona a emergente necessidade de competitividade das organizações 
em um mundo globalizado e carregado de mudanças e 
transformações. Assim, cada uma dessas seis variáveis - tarefas, 
estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade - 
provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, 
marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA. Cada 
teoria administrativa privilegia ou enfatiza uma ou mais dessas seis 
variáveis.” 
 
Passeamos a cada uma destas teorias. 
 
1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 11. 
2 Idem, Ibidem. 
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1) ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA DE TAYLOR 
 
Este modelo de administração também é conhecido por Taylorismo. 
 
Foi criado por Frederick Taylor (1856-1915), engenheiro norte-americano 
que publicou, em 1911, a obra Princípios de Administração Científica. 
 
A preocupação básica da Escola da Administração Científica era 
aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no 
nível operacional3. 
 
Por este modelo, o funcionário exerce sua tarefa no menor tempo 
possível, não precisando conhecer todo o processo produtivo, tampouco o 
produto final. Assim, havia a divisão técnica do trabalho e padronização das 
atividades, que se tornaram simples e repetitivas. 
 
A responsabilidade por todo o processo era de um único funcionário, 
superior hierárquico, cujo papel também era fiscalizar o tempo e as etapas de 
produção. 
 
O empresário norte-americano Henry Ford, famoso fundador da “Ford 
Motor Company”, foi o primeiro a colocar em prática o modelo de Taylor. 
Assim, iniciou o processo produtivo de montagem em série (“linha de 
montagem”), que possibilitou a montagem em massa de automóveis em menos 
tempo com menos custo. 
 
Apesar de utilizar a base taylorista, o método de produção de Ford 
inovou em alguns aspectos, passando a ser chamado de Fordismo. 
 
Tanto o Taylorismo, quanto o Fordismo foram duas formas de 
organização da produção industrial que provocaram mudanças muito 
 
3 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 48. 
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expressivas no século XX, afetando profundamente a sociedade a partir de 
então. 
 
Tais modelos possibilitaram, por exemplo, a evolução do capitalismo, o 
impulsionamento da Segunda Revolução Industrial, o surgimento da sociedade 
de produção e de consumo de massa, o êxodo rural, a precarização das 
condições de trabalho (em vista de seu objetivo de ampliar o lucro dos 
detentores dos meios de produção, sem levar em conta as condições de 
trabalho) e de vida nas cidades (em razão da piora da saúde dos 
trabalhadores, tanto física, quanto psíquica; do aumento exacerbado de 
pessoas vivendo nas cidades, com o aumento da criminalidade, dentre outros 
aspectos), a mudança do modo de intervenção estatal na economia etc. 
 
A título de exemplo, não se pode deixar de citar o filme “Tempos 
modernos” de Charles Chaplin, que mostra com precisão o funcionário da 
fábrica especializado em apenas uma etapa do processo produtivo, repetindo a 
mesma atividade durante toda sua jornada de trabalho, de forma rápida, 
cansativa, monótona e alienante. Além disso, o filme também mostra a 
coisificação dos operários que, a partir da perda de controle de seu tempo e de 
trabalho, acabavam perdendo a própria identidade e sendo dominados pela 
indústria e, sobretudo, pelo capitalismo. 
 
Após, o Fordismo foi substituído pelo Toyotismo, modelo japonês de 
produção, criado pelo japonês Taiichi Ohno e implantado nas fábricas de 
automóveis Toyota, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Tal modelo 
modificou ainda mais o sistema de produção. 
 
Em tal modelo os estoques foram reduzidos e o foco tornou-se a 
qualidade. 
 
No Fordismo, a produção ocorrida em massa, de modo que eram feitos 
muitos produtos, para depois vender. Assim, era necessário que ocorresse 
também o consumo em massa, então os trabalhadores deveriam ganhar mais 
para consumir mais. Desta forma, onde a população não tinha acesso ao 
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consumo dos produtos gerados pela indústria de produção em massa, o 
Fordismo não se adequaria. 
 
Após a Segunda Guerra Mundial, crise econômica espalhou-se 
mundialmente. Sendo assim, o Toyotismo acabou ocupando o lugar do 
Fordismo, com a ideia de produzir somente o que fosse necessário. 
 
Como consequências, houve novamente mudanças nas relações de 
trabalho (com uma maior qualificação dos operários), automatização, 
organização de trabalho em equipe, controle de qualidade, dentre outros 
aspectos. 
 
Em suma, conforme ensina Chiavenato, representaram a Escola da 
Administração Científica, ao longo dos tempos, Frederick Winslow Taylor 
(1856-1915), Henry Lawrence Gantt (1861-1919), Frank Bunker Gilbreth (1868-
1924), Harrington Emerson (1853-1931) e, por fim, Henry Ford (1863-1947) 
costuma ser incluído entre eles pela aplicação desses princípios em seus 
negócios4. 
 
1.1) Exemplos da aplicação prática da escola da administração 
científica de Taylor: 
 
São exemplos, por fim, do modelo de administração científica de Taylor 
(e também do Fordismo e do Toyotismo), todas as indústrias cujo modo 
produtivo se faz por trabalhadores que exercem suas tarefas de forma 
padronizada, simples e repetitiva, no menor tempo possível e sem o 
conhecimento de todo o processo, que fica à cargo de um superior hierárquico, 
fiscalizador de todo o trabalho. 
 
 
 
 
4 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administraçãodas organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 48. 
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2) ESCOLA CLÁSSICA DE FAYOL 
 
A Escola Clássica foi desenvolvida pelo engenheiro francês Jules Henri 
Fayol (1841-1925). 
 
Segundo Idalberto Chiavenato5, a preocupação da Teoria Clássica era 
“aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação 
de princípios gerais da Administração em bases científicas”. 
 
Neste contexto, a contribuição de Fayol possibilitou que, pela primeira 
vez, se pudesse falar em administração como disciplina, como ciência e/ou 
como profissão. 
 
Montando uma “teoria da administração”, Fayol estabeleceu quais 
seriam as funções de uma empresa, definiu o ato de administrar (ou as funções 
do administrador) e estabeleceu 14 princípios gerais para a administração, 
dentre outras contribuições. 
 
Em resumo, quanto às funções de uma empresa, Fayol elaborou a ideia 
de que toda empresa possui 6 (seis) funções6: 
1) Técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da 
empresa; 
2) Comerciais: relacionadas com as negociações de compra e venda, 
bem como as de troca; 
3) Financeiras: relacionadas com procura e gerência de capitais; 
4) Segurança: relacionadas com proteção e preservação dos bens e 
das pessoas; 
5) Contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços, custos 
e estatísticas; e 
 
5 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 48. 
6 Idem, Ibidem, p. 80. 
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6) Administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das outras 
funções anteriores; elas prevêem, organizam, comandam, 
coordenam e controlam as demais funções da empresa. 
 
A função administrativa seria a mais importante, pois ela é que é a 
responsável por programar a ação geral da empresa, coordenando e 
harmonizando seus esforços para atingir determinado escopo. 
 
Já com relação à definição do ato de administrar (ou as funções do 
administrador), Fayol afirmou que administrar é “prever” ou “planejar” 
(visualizar o futuro e traçar o programa de ação), “organizar” (constituir o duplo 
organismo material e social da empresa), “comandar” (dirigir e orientar a 
organização), “coordenar” (unir e harmonizar os atos e esforços coletivos) e 
“controlar” (verificar se as normas e regras estabelecidas estão sendo 
seguidas), de modo que essas seriam, portanto, as funções do administrador7. 
 
Por fim, os 14 (quatorze) princípios gerais da administração, 
estabelecidos por Fayol, foram: 
1) divisão do trabalho (especialização das tarefas e das pessoas 
para aumentar a eficiência); 
2) autoridade (direito de dar ordens e o poder de esperar 
obediência) e responsabilidade (conseqüência natural da 
autoridade e significa o dever de prestar contas), que devem estar 
equilibradas entre si; 
3) disciplina (depende de obediência, aplicação, energia, 
comportamento e respeito aos acordos estabelecidos); 
4) unidade de comando (cada empregado deve receber ordens de 
apenas um superior); 
5) unidade de direção (uma cabeça e um plano para cada conjunto 
de atividades que tenham o mesmo objetivo); 
6) subordinação dos interesses individuais aos gerais; 
 
7 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 81. 
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7) remuneração do pessoal (deve haver justa e garantida satisfação 
para os empregados e para a organização em termos de 
retribuição). 
8) centralização (concentração da autoridade no topo da hierarquia 
da organização); 
9) cadeia escalar (linha de autoridade que vai do escalão mais alto 
ao mais baixo em função do princípio do comando); 
10) ordem; 
11) equidade (amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do 
pessoal); 
12) estabilidade do pessoal (a rotatividade do pessoal é prejudicial 
para a eficiência da organização); 
13) iniciativa (capacidade de visualizar um plano e assegurar 
pessoalmente o seu sucesso); e 
14) espírito de equipe. 
 
Essas foram, resumidamente, algumas das bases que Fayol 
estabeleceu para a teoria geral da administração, para passar a ser vista como 
disciplina ou ciência. 
 
2.1) Exemplos da aplicação prática da escola clássica de Fayol: 
 
Qualquer empresa que aplique os fundamentos básicos de 
administração desenvolvidos por Fayol pode ser exemplo prático de sua teoria 
clássica. 
 
Imaginemos uma empresa que deseja realizar um projeto para 
fabricação de algum produto. Para desenvolver o projeto, primeiro, é 
necessário antever todos os possíveis problemas e/ou riscos, prevendo o 
mercado para planejar as vendas. Se esta decisão for favorável, passa-se às 
próximas decisões administrativas. Para executar o plano, a segunda etapa é 
organizar os recursos, o dinheiro, o material e o pessoal necessário para 
executar o trabalho. Após, passa-se à terceira função de Fayol, a direção ou 
comando do trabalho para executar o projeto. A seguir, a função de direção 
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consiste em influenciar todos os atos e esforços para a consecução das metas 
traçadas de modo favorável. Em seguida, a coordenação é a penúltima função 
sugerida por Fayol, que ocorre através da comunicação do administrador com 
todos. Por fim, passa-se ao controle, ou seja, ao monitoramento da execução 
dos objetivos dentro dos limites de tempo e de orçamento, agindo para corrigir 
desvios, medindo as tarefas para saber quando estarão prontas e quanto 
custarão e adaptando os planos em caso de surgimento de situações 
inusitadas. 
 
3) ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS DE ELTON MAYO 
 
De acordo com Chiavenato8, a Escola das Relações Humanas (ou 
Teoria das Relações Humanas) de Elton Mayo, foi um movimento de reação e 
oposição à Teoria Clássica da Administração de Fayol. 
 
Esta teoria inseriu-se num contexto de desenvolvimento das ciências 
humanas, de modo que buscou humanizar e democratizar a Administração, 
libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica9. 
 
Elton Mayo foi responsável pelo desenvolvimento de uma experiência, 
entre 1927 e 1932, na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company, 
situada em Chicago, que, em suma, indicou que a eficiência dos operários é 
afetada por suas condições psicológicas e suas relações humanas. 
 
Assim, a escola das relações humanas se concentrou nos aspectos 
informais da empresa (e não em aspectos formais, que eram o foco da teoria 
clássica). Para os humanistas, a empresa passou a ser visualizada como uma 
organização social composta de grupos sociais10. 
 
3.1) Exemplos da aplicação prática da Escola das Relações 
Humanas de Elton Mayo: 
 
8 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 101. 
9 Idem, Ibidem, p. 102. 
10 Idem, Ibidem, p. 106. 
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A Teoria Humanista de Mayo iniciou-se em 1927 e, infelizmente, até os 
dias atuais, existem empresas que ignoram suas proposições. Veja-se, por 
exemplo, as empresas de telemarketing. 
 
Existem diversas notícias a respeito dos inúmeros problemas que os 
funcionários do setor enfrentam.Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, de 
05/10/2014, denunciou assédio moral, exploração, humilhações por não 
cumprir metas (impossíveis de serem cumpridas) e escala para funcionárias 
engravidarem11. 
 
Há decisões judiciais que condenam empresas por restrição e controle 
no uso do banheiro, afrontando a dignidade da pessoa humana e a 
privacidade, com o abuso do poder diretivo do empregador12. 
 
Entretanto, há empresas que primam pela boa convivência e pelos 
aspectos psicológicos e emocionais de seus funcionários. Dentre elas, 
podemos citar a empresa Philips que, de acordo com a Revista Exame, 
proporciona aos seus empregados (e até mesmo estagiários) o direito de 
trabalhar um dia da semana em casa13. Também podemos citar a Consultoria 
Accenture (onde, durante o verão, o último dia útil da semana termina às 
12h30), a Monsanto (onde o funcionário pode encerrar o expediente às 15 
horas toda sexta-feira, desde que trabalhe um pouco mais nos outros dias da 
semana), Ourofino (a empresa doa a cada um dos funcionários 10 quilos 
de frutas, verduras e legumes provenientes da fazenda da própria companhia e 
 
11 Fonte: “Funcionários do setor de telemarketing relatam série de abusos”. Disponível em: 
<http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/funcionarios-do-setor-de-telemarketing-relatam-
serie-de-abusos.html>. Acesso em 14/03/2016. 
12 Por exemplo: <http://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/144981103/recurso-de-revista-rr-
1295005620135130009>. Acesso em 14/03/2016. 
13 Fonte: “Benefícios fazem toda diferença nas 150 melhores empresas”. Disponível em: 
<http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/18402/noticias/um-pedaco-do-paraiso>. 
Acesso em 14/03/2016. 
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do Ceasa), Magazine Luiza, Basf, Accenture, Cielo e DuPont (que apresentam 
benefícios para parceiros do mesmo sexo), dentre outras14. 
 
4) ESCOLA COMPORTAMENTAL 
 
A escola comportamental (ou teoria comportamental) da administração, 
que surgiu em 194015, também é chamada de teoria behaviorista. 
 
Esta teoria marcou de forma definitiva a transferência do foco da teoria 
da administração da estrutura organizacional (aspectos estruturais e estáticos 
da organização) para as pessoas (aspectos comportamentais e dinâmicos)16. 
 
Decorreu da Teoria das Relações Humanas de Elton Mayo, como se 
fosse um segundo estágio desta17. 
 
Mas, apesar de ter a Teoria das Relações Humanas como ponto de 
partida, a Teoria Comportamental Teoria Comportamental rejeita suas 
“concepções ingênuas e românticas”, como diz Chiavenato18. 
 
Dentre suas principais características, a Teoria Comportamental deu 
ênfase nas pessoas, preocupou-se com o comportamento organizacional e 
estudou o comportamento humano, com o enfoque da teoria da motivação 
humana de Maslow19. 
 
4.1) Exemplos da aplicação prática da Escola Comportamental: 
 
 
14 Fonte: “Benefícios fazem toda diferença nas 150 melhores empresas”. Disponível em: 
<http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/18402/noticias/um-pedaco-do-paraiso>. 
Acesso em 14/03/2016. 
15 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 329. 
16 Idem, Ibidem, p. 359. 
17 Idem, Ibidem, p. 328. 
18 Idem, Ibidem. 
19 Idem, Ibidem, p. 329. 
Aluna: Renata Sampaio Valera Disciplina: Administração 
A empresa Google, no Brasil, eleita a melhor empresa para se trabalhar 
em 2013 pelo Guia Você S/A20, pode ser citada como exemplo prático da 
Escola Comportamental. 
 
De acordo com a Revista Exame, a empresa Google no Brasil: 
a) investe em espaços de lazer e descanso para seus 
funcionários, dedicados ao ócio criativo (ambientes para 
integração e descontração); 
b) possui decoração moderna que incite a inovação e a 
criatividade; 
c) proporciona acesso a uma cota anual de 16 mil reais para 
fazer cursos de pós-graduação ou extensão (sendo que uma 
porcentagem deste valor pode ser destinada a cursos que não 
tenham relação com a profissão); 
d) tem pacote de benefícios idêntico para todos os funcionários 
(de modo que o plano de saúde do presidente da empresa 
seja o mesmo dos estagiários); 
e) trata todos os funcionários por “googlers”, o que lhes dá uma 
identidade única, espírito de equipe e favorece o amor pelo 
grupo e pela empresa; 
f) permite que os funcionários (“googlers”) produzam em 
ambientes de descontração; 
g) proporciona alimentos para ficarem disponíveis para o 
consumo ilimitado dos funcionários, durante todo o dia; e 
h) além do convívio na empresa, há uma verba para os 
funcionários saírem juntos após o trabalho. 
 
5) ESCOLA DA CONTINGÊNCIA 
 
Segundo o livro-texto da UA 03, contingente significa eventual, 
temporário21. Nas palavras de Chiavenato, “a palavra contingência significa 
 
20 Fonte: “Google é a melhor empresa para trabalhar no Brasil em 2013”. Revista Exame. 
Matéria online disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/google-e-a-melhor-
empresa-para-trabalhar-em-2013>. Acesso em 14/03/2016. 
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algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não, dependendo das 
circunstâncias”22. 
 
Explica Chiavenato23 que a Teoria da Contingência “é a corrente mais 
recente que parte do princípio de que a Administração é relativa e situacional, 
isto é, depende de circunstâncias ambientais e tecnológicas da organização”. 
 
Para o autor, a Teoria da Contingência estabeleceu suas bases 
definitivas a partir da Teoria do Desenvolvimento Organizacional24, que não 
segue um procedimento rígido e imutável, mas é, na verdade, situacional e 
orientado para as contingências, sendo flexível e pragmática, adaptando as 
ações para adequá-las às necessidades específicas e particulares que forem 
diagnosticadas25. 
 
Pela abordagem contingencial, a eficácia organizacional não pode ser 
alcançada seguindo um único modelo de organização, pois não existe uma 
forma única e melhor para se organizar. 
 
Esta abordagem também contempla as demandas ambientais sobre a 
dinâmica organizacional. 
 
Nas palavras de Chiavenato26: “são as características ambientais que 
condicionam as características organizacionais”. 
 
E, ainda nos ditames do autor27: 
 
“É no ambiente que estão as explicações causais das características 
das organizações. Assim, não há uma única melhor maneira (the best 
way) de se organizar. Tudo depende (it depends) das características 
ambientais relevantes para a organização. As características 
 
21 Livro-texto da disciplina Administração Geral, Unidade 03, p. 09. 
22 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente 
da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 498. 
23 Idem, Ibidem, p. 24. 
24 Idem, Ibidem, p. 371. 
25 Idem, Ibidem, p. 383. 
26 Idem, Ibidem, p. 500. 
27 Idem, Ibidem. 
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organizacionais somente podem ser entendidas mediante a análise 
das características ambientais com as quais se defrontam”. 
 
Desta forma, a Escola da Contingência indica que a organização é um 
sistema composto de subsistemas, e todas as relações, dentro de cada um dos 
sistemas e entre os mesmos, devem ser analisadas, por terem natureza 
variada. 
 
5.1)Exemplos da aplicação prática da Escola da Contingência: 
 
De acordo com a Escola da Contingência, a empresa é afetada pelos 
fenômenos do ambiente externo que a cerca. Esses fenômenos, na maioria 
das vezes, não podem ser mudados, mas apenas monitorados. A título de 
exemplo, cita-se a empresa Friboi, que enfrentou queda em suas exportações 
em virtude da crise sanitária decorrente da febre aftosa no gado do Mato 
Grosso do Sul. Em vista disso, a direção da empresa realocou sua produção, a 
fim de não reduzir os abates. Deste modo, a produção do estado do Mato 
Grosso do Sul foi deslocada para as unidades de Goiás, Mato Grosso e 
Rondônia. Sendo assim, apesar da crise, a empresa continuou com sua linha 
de abates para exportação28. 
 
 
28 Fonte: <http://www.iprj.uerj.br/~loyola/teoria_da_contingencia.pdf>. Acesso em 14/03/2016.

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