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Su m ár io Comunicação e Expressão 2 www.ulbra.br/ead Como pesquisar no texto Clique em editar => Localizar ou clique Ctrl + F. Na barra de ferramentas, digite sua pesquisa na caixa de texto localizar. Como utilizar o zoom Selecione Visualizar => Aplicar Zoom e selecione a opção deseja- da ou clique na barra de ferramentas + ou - para alterar o zoom. Você ainda pode escolher Ferramentas => Selecionar e zoom => Zoom dinâmico e arraste para aumentar uma área. Como imprimir Clique no ícone imprimir , ou selecione arquivo => imprimir. Se preferir clique em Ctrl + p para imprimir o arquivo. Selecione visualizar => modo de leitura ou modo tela cheia para ler com mais facilidade o arquivo. Para retornar à página anterior ou ir para a próxima página clique nos seguintes ícones: Obtenha maiores informações selecionando Ajuda => Como => Fundamentos do Adobe Reader. Dicas para utilizar o pdf Ensino a Distância Atendimento ao Aluno EAD DDG 0800.0514131 DDG: 0800.6426363 E-mail: alunoead@ulbra.br Campus Canoas: Av. Farroupilha, 8001 · Prédio 11 · 2º andar Corredor central - Sala 130 · Canoas/RS Atendimento de segunda-feira a sexta-feira: Manhã/Tarde/Noite: Das 8:00hs às 22:30hs Atendimento aos sábados: Manhã: 8:00hs às 12:00hs Reitor Ruben Eugen Becker Vice-Reitor Leandro Eugênio Becker Pró-Reitora de Ensino a Distância Sirlei Dias Gosmes Diretora de Planejamento e Legislação EAD Lígia Leindecker Futterleib Laboratório de Criação do Ensino a Distância Coordenação Luiz Carlos Specht Filho Designer/Infografia José Renato dos Santos Pereira Luiz Felipe Telles Sabrina Marques Maciel Sumário Variações Lingüisticas e sua imporância para o falante nativo ............ 3 Níveis e funções da linguagem ................................................... 8 Coesão do texto escrito.............................................................. 11 Coerência textual .......................................................................... 21 O parágrafo padrão ........................................................................ 26 A paráfrase ................................................................................... 34 Retextualização – do texto falado ao texto escrito ............................ 40 Resumo e resenha ......................................................................... 45 Concordância verbal e nominal ...................................................... 54 A vírgula, a crase e os porquês ....................................................... 60 Referências ................................................................................... 21 2 Va ria çõ es li ng üí st ic as e su a im po rtâ nc ia p ar a o fa la nt e na tiv o Comunicação e Expressão 3 www.ulbra.br/ead VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O FALANTE NATIVO A língua, por ser viva, muda no tempo e no espaço. Vamos ver como isso acontece! Neste capítulo, nós nos dedicamos ao estudo das diversas possibilidades para utilização da língua portuguesa, as quais variam de acordo com as diferentes situações em que ela é utilizada. Estudos da linguagem: uma breve retomada histórica Nesse imenso território, usamos a mesma língua para nos comunicarmos, ou seja, usamos a língua portuguesa. Ainda que muitos estados tenham fronteiras com diferentes países, que cada um tenha sido colonizado por povos dife- rentes, que tenhamos climas, aspectos geográfi- cos e culturas diferentes, falamos todos a mesma língua portuguesa. Será que essa língua é, de fato, a mesma? Ao longo da história, vários teóricos ten- taram estudar a linguagem humana. A grande maioria, até o século XVII, selecionava uma lín- gua e a analisava em todos os seus aspectos: fô- nico (sons), semântico (sentidos), sintático (gra- maticais) e morfológico (estrutura das palavras). Sabiam muito do funcionamento daquela língua, mas ignoravam como funcionavam as demais. No século XVII, houve o desejo de se “fa- zer” uma língua que todos falassem, em todos os lugares do mundo, para que ocorresse a comuni- cação sem precisar estudar a língua que fosse pró- pria de cada país. A busca por essa “linguagem universal” fez com que os estudiosos estudassem várias línguas ao mesmo tempo, comparando-as em todos os aspectos. Esse estudo fez com que se observasse a existência de princípios que eram comuns a TODAS AS LÍNGUAS DO MUNDO. A verdade é que não se conseguiu uma língua universal, mas essa descoberta foi de suma im- portância para o avanço nos estudos lingüísticos. Seguem os princípios lingüísticos: Vanessa Loureiro Correa Arquivo RS RS SC SC SP MS MG RJ ES BH SE PE AL PB RNCE PI MA TO GO MT PA APPR AC RO Va ria çõ es li ng üí st ic as e su a im po rtâ nc ia p ar a o fa la nt e na tiv o Comunicação e Expressão 4 www.ulbra.br/ead Voltando à questão da língua universal, o homem sempre desejou que houvesse uma que fosse comum a todos os povos. Baseado nesse desejo, criou-se o Esperanto, que tinha por obje- tivo substituir o inglês. No entanto não deu certo, ainda que a gramática seja acessível, o Esperanto não permite ironias e ambigüidade, o que dificul- tou o seu emprego. Mais tarde, no século XIX, os teóricos se interessaram em buscar a língua-mãe, ou seja, aquela que deu origem a um grupo de línguas. Nessa nova abordagem, eles descobriram que a língua sofre mudanças de maneira ordena- da e que essas transformações não ocorrem porque alguém decreta, mas pelo amplo uso de uma estrutura em um grupo. Por exemplo: Aqua água É importante ressaltar que a língua não muda pela vontade do homem, mas sim pelo uso que o mesmo faz dela. Princípio da Variação Lingüística: será estudado em uma unidade com maior pro- fundidade, mas é aquele que diz que todas as línguas variam no tempo e no espaço. Princípio da Dupla Articulação: afirma que todas as línguas têm duas articulações, sendo a primeira a que se refere às palavras, por isso uma lista aberta, pois sempre podem se acrescentar novas palavras, e a segunda a que se refere aos sons da língua, uma lista fechada porque não se podem criar novos sons para a língua. Ex.:mesa,cadeira,menino,menina(primeira articulação)/m/, /t/, /d/ (segunda articulação) Princípio da Singularidade: todas as línguas articulam as suas estruturas de forma própria, singular. Ex.: Meninas bonitas estudam na ULBRA. (em português, o adjetivo é colocado depois do substantivo) Beautiful girls study at ULBRA. (em inglês, o adjetivo é colocado antes do substantivo) Princípio da Universalidade: embora todas as línguas articulem suas estruturas de forma singular, elas têm traços comuns. Ex.: todas as línguas têm substantivo, todas elas possuem o som /a/ , ntre outros aspectos. Princípio da Sistematicidade: todo falante, ao adquirir uma língua, aprende toda a estrutura dela. Princípio do Processo Analógico: o falante tende a tornar regular as formas irre- gulares da língua. Ex. Eu fazi um trabalho (por analogia a Eu corri lá fora). (São frases ditas por crianças. Elas entendem que o verbo é conjugado da mesma forma que, por exemplo, “comer”, “bater” e “ler”) Princípio da Criatividade Lingüística: afirma que somente o homem é capaz de criar novas estruturas para descrever situações atípicas. 4 Va ria çõ es li ng üí st ic as e su a im po rtâ nc ia p ar a o fa la nt e na tiv o Comunicação e Expressão 5 www.ulbra.br/ead Em 1916, com a publicação do livro Cours de Linguistique General de Ferdinad Saussure, fundou-se a Lingüística.Essa ciência estuda a linguagem verbal (palavra escrita ou falada) hu- mana. Não cabe aos lingüistas dizer o que é cer- to ou errado na língua, apenas analisar os vários usos e estruturas que a mesma apresenta em gru- pos sociais, a fim de descrevê-la. Na Lingüística, dizer “Nóis fumo, vortemo e nada incontremo” não é errado, se o emissor comunica a sua men- sagem. O lingüista vai analisar essa frase dentro do contexto comunicativo em que ela foi dita e ver o porquê dessa estrutura gramatical, sem se preocupar em dizer que ela está errada, pois não está de acordo com a língua-padrão. Para melhor entendermos a afirmação aci- ma, vamos tratar da variação lingüística. Variação lingüística e sua importância para o falante nativo Como já foi dito anteriormente, não pode- mos esperar que se fale a mesma língua portu- guesa em todas as regiões do Brasil. A língua varia de acordo com a necessidade do falante, ou seja, toda vez que precisarmos de uma estrutura nova ou adaptada, nós mudaremos a nossa lín- gua. É importante lembrar que TODAS AS LÍN- GUAS, segundo o Princípio da Variação Lingü- ística mudam no tempo e no espaço. Vamos ver alguns exemplos: Ex.: “Veio ainda infante Claudio Manuel da Costa para a cidade do Rio de Janeiro a fim de receber a sua educação litteraria. Tinham os je- suítas as melhores escholas; pertenciam á Com- panhia os mais affamados mestres: freqüentou elle as escholas dos Jesuítas; aprendeu latim, rhetorica, philosophia, rudimentos de mathema- ticas (...)” (trecho do livro “Os varões illustres do Brazil durante os tempos coloniáes, 1858, p.12) Por incrível que pareça, o trecho acima foi escrito em português, o mesmo que falamos ago- ra, mas diferente porque pertence a outra época, provando que a língua muda de um período para outro. No Rio Grande do Sul, os gaúchos fazem rancho (compras de comida) passam pela lom- bada. Esperam o ônibus na faixa(na rua) e co- mem negrinhos (brigadeiros). Existem alguns motivos que levam a língua a variar, como os que seguem: Região: cada região tem características pró- prias em termos geográficos, climáticos, cultu- rais. Por isso, existem termos próprios usados somente nelas. No Norte, por exemplo, temos a disputa do boi Garantido versus o Caprichoso. Para isso, existe toda uma linguagem que se refe- re a essa disputa. No Sul, temos o tradicionalis- mo gaúcho, rico em expressões e ditados que são desconhecidos dentro do próprio Rio Grande do Sul, se o falante não fizer parte do movimento. Ex. “Mais perdido que cusco em tiroteio” (ditado gaúcho) Vamos ver um exemplo da linguagem nor- tista, que aborda a maior festa dessa região: Os bois e os sons das toadas na floresta no Festival de Parintins. O som das toadas e o repique dos tam- bores. No centro, figuras típicas como Pai Francisco, Mãe Catirina, Tuchauas, Cunhã-Poranga, Pajé e diversas tribos indígenas cantam e dançam no ritmo alucinante e contagiante das toadas de boi. Esta é uma das cenas que podem ser vistas durante o Festival de Pa- rintins, considerado uma das maiores manifestações culturais do Brasil. O espetáculo se transforma numa verdadeira batalha folclórica, em que os guerreiros são os simpatizantes dos “Festival de Parintins” Va ria çõ es li ng üí st ic as e su a im po rtâ nc ia p ar a o fa la nt e na tiv o Comunicação e Expressão 6 www.ulbra.br/ead Faixa Etária: nossa linguagem muda con- forme a idade, tendo em vista o interesse que te- mos em cada faixa etária. A linguagem de uma criança é diferente da linguagem de um ado- lescente e essa é diferente da linguagem de um adulto, conforme os exemplos abaixo. Sexo: homens e mulheres não falam a mes- ma linguagem. Pessoas do sexo feminino, por exemplo, preferem frases mais longas e elabo- radas, tendo em vista as revistas direcionadas a esse público. Já os homens são mais objetivos, por isso as frases são mais curtas e truncadas. Também o vocabulário difere, uma vez que os assuntos têm focos distintos. Em revistas femini- nas, encontramos questões que lidam com a vida amorosa, relacionamentos. Já as masculinas, tra- tam de futebol, carros e viagens. Há muito mais figuras nessas últimas do que nas primeiras. Ex. “A linguagem do diretor de redação, Felipe Zobaran, é direta o objetiva, procurando se aproximar o máximo possível do seu sujeito interpretante: Fonte 3 - Filologia Ex. “Eu e os meus irmãozinhos fomos a uma festinha na casa de amiguinhos.” “Eu e os brothers fomos a uma balada na baía da galera.” “Eu e amigos fomos a uma reunião na casa de amigos.” Estou sentado na cadeira de diretor de redação da VIP e a vista daqui não é nada má, ga- ranto a você. Estou muito bem cercado. Se giro a cadeira, vejo Sabrina, a musa instantânea, no seu primeiro ensaio calien- te para uma revista. Delícia. Giro de novo e é só prazer, acredite. Este é o mundo de VIP. E meu trabalho é tra- tar muito bem dele. Como se fosse você, meu caro, sentado nessa cadeira.” Fo nt e 4 - SX C luxo, fantasias e muita coreografia. A grande festa começa com uma re- cepção chamada “Festa dos Visitantes” que acontece no Clube Ilha Verde e nos currais dos bumbas Garantido e Caprichoso.” Bumbás Garantido (Vermelho e Branco) e Caprichoso (Azul e Branco). Na aveni- da, durante quase seis horas, a cada noite, sempre no final do mês de junho, eles en- cenam um verdadeiro ritual festivo, que encanta. São belas mulheres e homens, Fonte 1 - Amazônia Fonte 2 - SXC Estudo: quanto mais educação intelectual tiver o falante nativo, mais rica será a sua lin- guagem. Isso se dá pelo acesso ä leitura, a novos conhecimentos. Infelizmente, no Brasil, a educa- ção, com tudo que diz respeito a ela, é cara. Logo, são poucos que podem ter uma linguagem mais diversificada em todos os aspectos. É através do conhecimento que podemos conhecer e dominar os diferentes níveis de linguagem para, da melhor forma, adequá-los aos contextos comunicativos. Ex. “ Fomos ao médico para consultá-lo so- bre dores de cabeça” “Fumo ao médico para consultar ele sobre dor de cabeça.” Tribos ou grupos sociais: cada vez mais, em busca de uma identificação e individualiza- ção em um mundo tão globalizado. Tribos ou grupos sociais se formam em cada canto do pla- neta. Além de roupas, comportamentos e ideo- logias diferentes, esses grupos se caracterizam por uma linguagem própria. A pessoa que não 6 Va ria çõ es li ng üí st ic as e su a im po rtâ nc ia p ar a o fa la nt e na tiv o Comunicação e Expressão 7 www.ulbra.br/ead No próximo capítulo você aprenderá os níveis e funções da linguagem. É muito impor- tante que você lembre da va- riação lingüística, porque, somente assim, você entende- rá que a língua tem diferen- tes níveis e que o falante tem diferentes objetivos no pro- cesso comunicativo. Como se pode ver, esses e outros aspectos fazem com que a nossa língua mude sempre que acharmos necessário. É importante termos essa consciência para que possamos evitar atitudes preconceituosas e excludentes. Não podemos exigir que todos falem a mesma língua, pois a mesma veste diferentes roupagens, a fim de aten- der nossas necessidades diárias. O importante, neste caso, é comunicar, ou seja, passar a mensa- gem para alguém, adequando o nível de lingua- gem ao contexto comunicativo. Arquivo “Dropei a onda, peguei um tubo e levei uma vaca!” Ar qu ivo Surfistas: Funkeiros: “Fui a um baile que era uma maresia. Conheci um alemão que tinha o maior conchavo. Dava corte em to- das as princesas. Um verdadeiro playboy.” Ar qu ivo domina os aspectos lingüísticos da tribo,não pode participar da mesma. Vamos aos exemplos: N ív ei s e fu nç õe s d a lin gu ag em Comunicação e Expressão 8 www.ulbra.br/ead NÍVEIS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM Há várias formas de comunicação e também diferentes objetivos lingüísticos. Neste capítulo, destacamos a necessidade de observar em qual contexto comunicativo es- tamos inseridos, a fim de utilizarmos o nível de linguagem adequado. Além disso, estudamos as principais funções exercidas pela língua em nos- sa vida diária. No que consistem os níveis de linguagem Sempre que falamos, devemos observar em qual contexto comunicativo estamos inseridos, a fim de utilizarmos o nível de linguagem adequa- do. Ainda que a Lingüística diga que não existe o certo e o errado na língua, devemos ter consciên- cia de que existe o adequado e o inadequado para determinadas situações. A língua é como roupa, assim como não vamos dar uma palestra usando LÍNGUA CULTA OU PADRÃO No nível culto, dizemos: “Dá-me um copo d’água” porque esse nível está de acordo com as normas da gramática tradicional. Ideal para textos escritos. LÍNGUA COLOQUIAL Neste nível, podemos dizer: “Me dá um copo d’água” porque permite pequenos desvios da gramática padrão. É ideal para situações comunicativas orais. LÍNGUA VULGAR OU INCULTA Este nível contém várias inadequações se for- mos levar em conta a gramática normativa da língua portuguesa. No entanto, em contextos comunicativos orais, pode ser usada sem pro- blemas. Ex. Nóis não vimu ninguém. Vanessa Loureiro Correa trajes de banho ou não usamos traje de gala para irmos à praia, não podemos usar um nível regio- nal, por exemplo, em textos escritos. Sendo assim, atualmente, aquele que melhor conhece e domina os cinco níveis de linguagem existentes em nossa língua, tem melhores opor- tunidades do que aqueles que sabem apenas um. Abaixo estão os níveis com os exemplos. LÍNGUA REGIONAL O nível regional diz respeito à linguagem usa- da nas regiões. Ex. Olha o tranco da morena, que passa ali no rancho! LÍNGUA GRUPAL É o nível de linguagem que pertence a gru- pos fechados. Divide-se em técnica e gíria. Técnica: pertence a áreas de estudo. Só é com- preendida por aqueles que estudaram os termos. Ex.: O juiz deu um hábeas corpus ao réu. Gíria: é própria de “tribos” existentes na so- ciedade, como, por exemplo, os surfistas, os skatistas, os funkeiros e assim por diante. Ex.: Dropamos a onda e levamos uma vaca. 8 N ív ei s e fu nç õe s d a lin gu ag em Comunicação e Expressão 9 www.ulbra.br/ead Assim como temos níveis para usar nos con- textos comunicativos, também, quando falamos, sempre temos um objetivo. Ninguém fala se não tem necessidade; logo, o nosso discurso é acom- panhado de uma função. Vejamos as funções da linguagem mais relevantes para a área acadêmica. Cabe ressaltar que temos as funções fática, poéti- ca, emotiva. No entanto, as mesmas, no contexto acadêmico, não são tão utilizadas. Sendo assim, vamos nos deter nas funções que seguem: Função referencial (ou denotativa, ou cognitiva) Aponta para o sentido real dos seres e coisas. ASTROLOGIA: A importância da lua na vida das pessoas No texto anterior, Lua está no sentido denotativo, ou seja, como um satélite da Terra. É encontrada em todos os textos informativos que lemos e produzimos. Função conativa (ou apelativa ou imperativa) Centra-se no sujeito receptor e é eminente- mente persuasória. “Quem tem Dell não troca Seu presente com total comodidade! Compre um Dell!” Na propaganda anterior, vimos que o objeti- vo é fazer com que o receptor compre um compu- tador da marca Dell. Usamo-na, principalmente, quando emitidos uma ordem, estando ela ou não em forma de pedido, sugestão ou conselho. 24/05/2002 - 00h13 No nosso sistema solar, a Lua é o corpo ce- leste que se movimenta com mais rapidez. A cada 28 dias ela perfaz uma volta completa em torno da Terra e percorre 360ºdo zodíaco.A cada 07 dias ela muda de fa se. A cada 02 dias e meio atravessa um signo i nteiro e em pouca horas visita outros planetas , fazendo e desfa- zendo aspectos e ângulos co m eles. N ív ei s e fu nç õe s d a lin gu ag em Comunicação e Expressão 10 www.ulbra.br/ead Função metalingüistica É a língua falando da própria língua. Serve para verificar se emissor e receptor estão usando o mesmo repertório. Definição do Amor “Amor é fogo que arde sem se ver é ferida que doi e não se sente é um contentamento descontente é dor que desatina sem doer” (Camões) Nesta canção, o autor define o que é saber amar usando outras palavras da língua para ex- plicar um sentimento, uma atitude. Esse tipo de função pauta todos os textos técnicos que têm por meta introduzir palavras próprias de cada área de estudo. Agora que você já viu os níveis e funções da linguagem, já apren- deu a importância de se respei- tar as mais diferentes formas de se comunicar, vamos passar para os capítulos seguintes. Eles mostram como escrever usando a norma culta. Para você é essencial saber isso, pois é acadêmico e deve dominar o ní- vel culto nos trabalhos. Arquivo Arquivo Todos esses aspectos são importantes para que tenhamos a consciência do quanto a nossa língua é rica no momento em que estamos usan- do-a. Dominando os níveis e funções, o falante nativo terá um eficiente processo comunicativo. 10 10 C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão 11 www.ulbra.br/ead COESÃO DO TEXTO ESCRITO Você sabe quais são as palavras que garantem a unidade dos textos? Neste capítulo estudamos a coesão textual, destacando o papel dos anafóricos e dos articuladores como elementos que caracterizam este fator de textualidade. O objetivo é compreender o conceito de coesão textual e reconhecer e analisar o funcionamento dos anafóricos e dos articuladores na constru- ção do sentido em um texto. O que é um texto coeso? Todo texto escrito pressupõe uma organi- zação diferente da que caracteriza o texto fala- do. Veremos que a sua forma e estruturação são essenciais para a clareza da comunicação da mensagem, entretanto outros elementos também contribuem para que esse discurso seja bem-su- cedido. O que é a coesão textual?. A palavra coesão no dicionário possui vários significados, entre os quais “ligação e associação íntima entre as partes de um todo”. Ora, se o todo é o texto, associar as suas partes é ligar as pala- vras e as idéias que o compõem sem repeti-las. Para confirmar isso, consulte um dicionário e compare com a definição abaixo. Harmonia e equilíbrio entre as par- 1. tes de um todo ou entre membros de um grupo ; UNIDADE. [ + a, entre: Falta coesão ao grupo.: Não se vê coesão entre os adversários do re- gime.] Caráter lógico de um discurso, tex- 2. to etc. ; COERÊNCIA: O advoga- do mostrou a coesão das provas. Ling. Expressão formal das cone- 3. xões de sentido que ligam entre si as partes de um texto. Pl.: -sões. [F.: do fr. cohésion. Idéia de liga- ção, de adesão.] Daniela Duarte Ilhesca Mozara Rossetto da Silva Ar qu ivo C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão www.ulbra.br/ead 12 Observe os elos abaixo: Eles são como as seguintes palavras: Casa rosa bonita casa branca Todos os elos podem formar uma corrente, po- rém precisam estar ligados entre si por meio de outros elos. Isso formará uma corrente coesa, e, no caso das palavras, isso também dará coesão ao texto. Veja o resultado: Ar qu ivo A casa rosa é mais bonita que a branca. Observemos o exemplo 1 depois de ler o texto a seguir. O marceneiro Osvaldonotou que o filho estava caminhan-do com os pés tortos. O mar- ceneiro resolveu investigar. O marce- neiro concluiu que o filho estava com os pés apertados. Era hora de substituir aquele velho tênis. Levou o filho à lo- jinha do Manoel. A lojinha ficava per- to da casa do marceneiro. Chegando à lojinha, o marceneiro escolheu um tê- nis novo para o filho e separou o velho para jogar fora. O filho experimentou o tênis e começou a chorar. O marce- neiro não entendeu o porquê daquele choro, pensou que alguma coisa estava machucando o filho e tirou imediata- mente o tênis novo dos pés do filho. O filho continuou a chorar e disse que amava demais o tênis velho para trocar O que notamos nesse texto é a falta de coe- são. Resumindo, nele encontramos: a) muitas repetições; b) muitas frases estanques, isto é, as idéias não estão ligadas umas às outras. Agora que identificamos os problemas no texto, fica fácil reformulá-lo, corrigindo as re- petições e estabelecendo relação entre as idéias. Tente fazer as modificações necessárias e com- pare-as com as sugeridas no texto abaixo. Exemplo 1 O marceneiro Osvaldo notou que o filho estava caminhando com os pés tortos E resolveu investigar. Concluiu que o garoto estava com os pés aper- tados, ALÉM DISSO que já era hora de substituir aquele tênis surrado. Levou-o, então, à lojinha do Manoel, que ficava perto de sua casa. QUAN- DO lá chegou, escolheu um novo cal- çado para seu piá E, TAMBÉM, se- parou o velho para jogar fora. MAL experimentara o presente, começou a chorar. Sem entender o porquê daque- le choro, o homem NÃO SÓ pensou que alguma coisa o estava machu- cando, COMO TAMBÉM tirou ime- diatamente o sapato do baixinho, que continuou a choramingar, dizendo que amava demais o companheiro para trocá-lo por outro. ASSIM, o pai pôs o antigo amigo no moleque A FIM DE voltarem para casa da mesma maneira como haviam saído. Fonte 5 - SXC por outro tênis. O marceneiro calçou os tênis velhos no filho e ele e o filho voltaram para casa da mesma maneira como tinham quando saído. C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão 13 www.ulbra.br/ead O texto sublinhado indica as substituições feitas para evitar a repetição de palavras, enquan- to o texto em letras maiúsculas corrige a ligação entre as idéias por meio de uma possível relação de sentido. Vejamos primeiramente as substituições. Observemos que todas possuem um referente an- terior, ou seja, só procuramos substituir aquelas palavras que já foram escritas anteriormente e não devem ser repetidas. SUBSTITUIÇÕES REFERENTES Concluiu o marceneiro Osvaldo o garoto o filho Levou o marceneiro Osvaldo -o garoto / filho que lojinha do Manuel Sua garoto / filho Lá lojinha do Manuel Chegou o marceneiro Osvaldo Calçado tênis Seu o marceneiro Osvaldo Piá garoto / filho o velho calçado / tênis Experimentara o piá / garoto / filho o presente novo calçado o homem o marceneiro Osvaldo O o piá / garoto / filho o sapato o presente / novo calçado Baixinho o piá / garoto / filho o companheiro tênis surrado -lo tênis surrado Outro companheiro / tênis / calçado /sapato o pai o marceneiro Osvaldo o antigo amigo tênis surrado Moleque o piá / garoto / filho Voltarem o filho e o pai Que maneira C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão www.ulbra.br/ead 14 No estudo da coesão, nomeiam-se as substitui- ções como anafóricos, os quais possuem um re- ferente anterior. O primeiro passo para obter co- esão textual é utilizar esse recurso, pois, dessa forma, o texto não ficará repetitivo. Ainda em relação ao texto sobre o marce- neiro, precisamos também observar as palavras que ligaram idéias, estabelecendo uma relação de sentido entre elas. Verifique o quadro abaixo, observando a relação de sentido surgida entre as idéias, no momento em que foram conectadas. O nome anafórico é esquisito, mas a sua função é muito simples: substi- tuir palavras ou idéias para que não se repitam no texto PALAVRAS QUE LIGAM RELAÇÃO DE SENTIDO E adição além disso adição Então conclusão Quando temporalidade e também adição a fim de finalidade Mal temporalidade não só... mas também adição Assim conclusão Exemplo 2 A idéia da mãe substituta é mais antiga do que parece. Na Bíblia, lemos que Sara, não podendo engravidar, entregou sua serva Hagar ao marido Abraão, a fim de que ele se tornas- se pai. Com isso, evitava o opróbrio que pesava sobre os casais sem filhos. Depois disso, a própria Sara engravidou, uma sugestão de que Deus recompensou seu desprendimento. Agora, vejamos mais um exemplo. O que são anafóricos? Fonte 6 : Jornal Zero Hora C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão 15 www.ulbra.br/ead Observemos que, com as referên- cias/retomadas que estão sublinhadas, o texto fica muito mais claro e melhor redigido: ele – Abraão com isso – entregar a serva ao ma- rido para que este se tornasse pai disso – entregar a serva ao marido para que weste se tornasse pai seu – de Sara A idéia da mãe substituta é mais an- tiga do que parece. Na Bíblia, lemos que Sara, não podendo engravidar, entregou sua serva Hagar ao marido Abraão, a fim de que Abraão se tornasse pai. En- tregando sua serva Hagar ao marido Abraão, a fim de que Abraão se tornasse pai, evitava o opróbrio que pesava sobre os casais sem filhos. Depois de entre- gar sua serva Hagar ao marido Abraão, a fim de que Abraão se tornasse pai, a própria Sara engravidou, uma sugestão de que Deus recompensou o desprendi- mento de Sara. Exemplo 3 Vamos analisar mais um exemplo. Por que as gravações de depoimentos à CPI do Tráfico de Armas foram feitas por um funcionário terceirizado em vez de um servidor do quadro? Este último estaria submetido ao sigilo profissional que um cargo público implica. O primeiro, que entregou aos advogados de Marcos Camacho, o Marcola, por R$ 200, a fita com informações privilegiadas, não tem qualquer compromisso ético juramentado. Mesmo assim, há três anos, tem sido pela mão – pelo ouvido e confessadamente pelo bolso – dele que passam todas as informações sigilosas das CPIs. Informações essas que envolvem desde os nomes velados de testemunhas que arriscaram suas vidas depondo até a extensão do acesso das autoridades aos números das organizações criminosas e, mais, o planejamento estratégico para o seu combate. Referências: este último – um servidor do quadro o primeiro – um funcionário terceirizado dele – um funcionário terceirizado essas – informações sigilosas das CPIs suas – das testemunhas Ficou terrível, não? Cansativo, extenso, prolixo, repetitivo e seria uma prova irrefutável da falta de vocabulário e revisão do autor. Comparemos como seria desenvolvido o tex- to se o autor não tivesse tido esse cuidado: Arquivo Fonte 7 : Jornal Zero Hora C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão www.ulbra.br/ead 16 Outro recurso para estabelecermos a reto- mada de um termo que seria repetido é a elipse. Com ela, a palavra fica oculta, por ser facilmente depreendida do contexto. Exemplo 4 Itamar Franco era um homem fe- liz ao passar a faixa presidencial para Fernando Henrique Cardoso, mas esta- va tristonho ao acordar no dia seguin- te. Já não era presidente da República desde 1º de janeiro e precisava deixar o Palácio do Jaburu (...) Calado, foi ao banheiro e embalou alguns objetos. O sujeito do primeiro verbo é explicitamente mencionado, Itamar Franco. Os outros verbos do texto têm o mesmo sujeito, então não é necessá- rio repeti-lo a cada nova frase. É melhor manter o sujeitoelíptico, isto é, oculto. No estudo da coesão, nomeiam-se as pala- vras que ligam idéias de articuladores. Também conhecidos como conjunções, nexos ou conec- tivos, os articuladores possibilitam estabelecer uma relação de sentido entre as idéias. Vamos ler os exemplos: 1. Paulo não foi bem na prova. Ele não estudou oo,suficiente. 2. Joana estudou muito. Ela não passou no teste. 3. Chuva amanhã. Piquenique cancelado. Veja se você consegue ligar as idéias por meio de um articulador. Certamente, a escolha se deu a partir da relação de sentido que já existia entre as idéias mesmo sem estarem conectadas. Assim, é pos- sível que as respostas encontradas tenham sido as seguintes: Paulo não foi bem na prova porque não 1. estudou o suficiente. (relação de expli- cação/causalidade) Joana estudou muito, mas não passou 2. no teste. (relação de oposição/conces- são) ou Embora tenha estudado muito, Joana não passou no teste. Se houver chuva amanhã, o passeio 3. será cancelado. (relação de condição) Os articuladores apresentam várias possi- bilidades de sentidos. Abaixo, verifiquemos o quadro que contempla esses sentidos, bem como alguns exemplos de articuladores. SENTIDOS ARTICULADORES ADIÇÃO e, também, ainda, não só... mas também, além disso etc. OPOSIÇÃO / CON- CESSÃO mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, apesar de, mesmo que etc. EXPLICAÇÃO / CAUSALIDADE porque, pois, visto que, uma vez que, já que etc. COMPARAÇÃO tal qual, mais que, me- nos que, como etc. CONDIÇÃO se, caso, desde que, quando etc. ALTERNÂNCIA OU DISJUNÇÃO ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer etc. TEMPORALIDA- DE ou PROPOR- CIONALIDADE no momento em que, à medida que, mal, quan- do, enquanto, quanto mais... mais, à propor- ção que etc. FINALIDADE a fim de, com o objeti- vo de, para etc. CONFORMIDADE segundo, conforme, de acordo com, como etc. CONCLUSÃO Portanto, assim, logo etc. Como você escolheu o articulador apropriado? Será que acertou o alvo? O que são articuladores? C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão 17 www.ulbra.br/ead Se me avisares do nascimento do bebê, irei visitá-lo. (condição) No momento em que me avisares do nasci- mento do bebê, irei visitá-lo. (temporalidade) Quando entrei em casa, vi que havia um vul- to atrás da cortina. (temporalidade) Mal entrei em casa, vi que havia um vulto atrás da cortina. c) Verifique o “e” nas seguintes frases: Casaram-se e foram felizes para sempre. (adição) Casaram-se, e não foram felizes para sem- pre. (oposição) Casaram-se, mas não foram felizes para sempre. Considerando os exemplos apresentados an- teriormente, é importante conhecermos todos os sentidos possíveis, mas é desaconselhável a “de- coreba” dos articuladores, visto que um mesmo nexo pode assumir um ou mais sentidos. O que vale mesmo no estudo dos articuladores é entender a relação que as idéias podem ter em um determinado texto. Observemos os textos a seguir, verificando a análi- se dos sentidos expressos pelos nexos destacados É hoje, prática corrente de qualquer acadêmico, mesmo que não se dedi- que à carreira de inves- tigação, escrever artigos destinados à apresentação em conferências da sua es- pecialidade. Como a gene- ralidade das conferências satisfaz a tradição, é im- portante que o autor saiba cumprir o formato típico dos artigos científicos. Exemplo 5 Elementos de coesão empregados: mesmo que - sentido de conces- são (poderia ser substituído, sem preju- ízo de significado, por apesar de não se dedicar... ou embora não se dedique...) como - sentido de causalidade/expli- cação (poderia ser substituído, sem prejuí- zo de significado, por visto que ou já que) É de suma importância a identificação do sentido que desejamos passar no momento da produção do texto, para que saibamos qual articulador de- verá ser selecionado para estabelecer essa “pon- te“ entre os períodos ou parágrafos. Alguns articuladores podem estabelecer mais de uma relação de sentido. Como não viu o carro, acabou provocando um acidente. (explicação / causalidade) Porque não viu o carro, acabou provocando um acidente. Como prevê a lei, nenhuma criança pode fi- car sem escola. (conformidade) Conforme prevê a lei, nenhuma criança pode ficar sem escola. Ele é como o pai. (comparação) Ele é tal qual o pai. Quando me avisares do nascimento do bebê, irei visitá-lo. (temporalidade ou condição) Verifique o “como” nos exemplos abaixo: a) Verifique o “quando” nos exemplos abaixo: b) C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão www.ulbra.br/ead 18 Exemplo 6 Por vezes é pedido que um artigo seja acompanhado por um conjunto de palavras-chaves que caracterizem o domínio ou domínios em que ele se inscreve. Estes termos são normalmen- te utilizados para permitir que o artigo seja posteriormente encontrado em sistemas eletrônicos de pesquisa. Por isso, devem escolher-se palavras-chave tão gerais e comuns quanto possível. Elementos de coesão empregados: para – sentido de finalidade (poderia ser substituído, sem prejuízo de significado, por a fim de permitir... ou com a finalidade de permitir...) por isso – sentido de causalidade/explicação (poderia ser substituído, sem prejuízo de signifi- cado, por por esta razão... ou por este motivo...) Agora vamos analisar dois trechos que uti- lizam os elementos de coesão estudados. O uso tanto dos anafóricos quanto dos articuladores confere aos trechos coesão, concisão e clareza, Exemplo 7 O resumo não é uma introdução ao artigo, mas sim uma descrição su- mária da sua totalidade, na qual se procura realçar os aspectos menciona- dos. Deverá ser discursivo, e não ape- nas uma lista dos tópicos que o artigo cobre. Deve-se entrar na essência do resumo logo na primeira frase, sem ro- deios introdutórios nem recorrendo à fórmula estafada “Neste artigo ...”. mas sim – articulador que expressa oposição de idéias e – articulador que expressa adição de informação logo – articulador que expressa temporalidade nem – articulador que expressa adição de informação (Observe que mesmo os articula- dores não devem ser repetidos indefinidamente no texto; é preciso substituí-los por outros que transmitam o mesmo sentido, a fim de evitar a já comentada repetição de palavras.) sua – anafórico que se refere ao termo artigo na qual – anafórico que se refere à expres- são descrição sumária deverá – anafórico que se refere ao termo resumo A seguir, apresentamos uma demonstração de como o trecho do exemplo 7 estaria redigido se os elementos de coesão não fossem adequa- dos. Podemos comprovar, assim, o prejuízo em relação ao real sentido que o autor tenta transmi- tir e para o próprio acompanhamento da leitura e o entendimento do texto. Exemplo 8 O resumo não é uma introdução ao artigo, portanto é uma descrição sumária da totalidade do artigo, na descrição sumária se procura realçar os aspectos mencionados. o resumo deverá ser discursivo, assim não ape- nas uma lista dos tópicos que o artigo cobre. Deve-se entrar na essência do resumo então na primeira frase, sem rodeios introdutórios sem recorrendo à fórmula estafada “Neste artigo ...”. Elementos de coesão utilizados no texto 7: qualidades indispensáveis para o bom entendi- mento de um texto. C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão 19 www.ulbra.br/ead Exemplo 9 Pretendeu-se que este trabalho proporcionasse, de forma muito sin- tética, (1) objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de umartigo científico. (2) satisfazer (3) , optou-se por uma descrição seqüencial das componentes típicas de um docu- mento desta natureza. Pensa-se que o resultado obtido satisfaz os requisitos de objetividade e pequena dimensão que pretendia atingir. Pensa-se (4) que constituirá um auxiliar útil, de Cá entre nós.... ficou péssimo, não? Sentidos deturpados, repetições desnecessárias. Entretanto, como vimos, perfeitamente passível de aprimoramento. No trecho a seguir, vamos identificar quais seriam os elementos coesivos necessários para que o texto apresentasse uma redação com mais estilo. referência freqüente para o leitor que pretenda construir a sua competência na escrita de artigos científicos. Faz- se notar, (5) , que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de tare- fa. A arte de escrever artigos cientí- ficos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura. (6) , as indicações deste texto deverão ser entendidas como um mero primeiro passo, enquadrador, para uma jornada plena de aliciantes, (7) que nunca terá fim. Observamos o sentido exigido pelo contexto para complementar e unir as informações transmitidas: oposição de idéias entre o caráter objetivo e estruturante e a forma muito sintética do tra- 1. balho = porém ; finalidade / objetivo do trabalho= para; 2. referência e retomada à pretensão citada na abertura do texto = este objetivo; 3. adição/complementação de idéias = também; 4. oposição entre o objetivo do trabalho e a dificuldade que toda redação de artigos científi- 5. cos pressupõe = todavia; articulador que exprime a relação de conclusão, visto ser o último período do parágrafo = assim; 6. oposição entre a idéia de um início de tarefa e a projeção dessa continuidade indefinida- 7. mente = mas. Fonte 8 C oe sã o do te xt o es cr ito Comunicação e Expressão www.ulbra.br/ead 20 Como vimos, apenas um conjunto de palavras não é capaz de formar uma frase, e um conjunto aleatório de frases também não é suficiente para formar um texto. 20 Segue o texto na íntegra para que comprovemos a sua redação coesa e inteligível. Pretendeu-se que este trabalho propor- cionasse, de forma muito sintética, porém objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escri- ta de um artigo científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição seqüencial das componentes típicas de um documento desta natureza. Pensa-se que o resultado obtido satisfaz os requisitos de objetividade e pequena dimensão que pre- tendia atingir. Pensa-se também que consti- tuirá um auxiliar útil, de referência freqüen- te para o leitor que pretenda construir a sua competência na escrita de artigos científi- cos. Faz-se notar, todavia, que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de ta- refa. A arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da expe- riência e da cultura. Assim, as indicações deste texto deverão ser entendidas como um mero primeiro passo, enquadrador, para uma jornada plena de aliciantes, mas que nunca terá fim. Fonte 9 - Nogueira Para escrever um texto coe- so, é necessário que as suas partes mantenham uma orde- nação e uma relação entre si, que estejam de acordo com o sistema lingüístico e transmitam aos leitores os sentidos COERENTES que o autor deseja demonstrar. Por isso, no próximo capítu- lo, vamos estudar os meca- nismos que garantem essa COERÊNCIA TEXTUAL. Arquivo C oe rê nc ia te xt ua l Comunicação e Expressão 21 www.ulbra.br/ead COERÊNCIA TEXTUAL Você conhece os princípios que sustentam a coerência dos textos? Veja como isso acontece! Neste capítulo, estudamos a coerência tex- tual, destacando os fatores principais que levam um texto a ser coerente. O que é um texto coerente? A coerência textual implica que as palavras devem manter uma correlação para que o texto não perca o seu sentido, ou seja, elas não podem ficar isoladas. Às vezes, quando redigimos um texto, não constatamos, em um primeiro mo- mento, que pode haver algumas incoerências que dificultarão a interpretabilidade textual. Vamos observar as frases abaixo e verificar se são coe- rentes ou não. Exemplo 1 O meu pai não gosta de futebol, visto que meu pai comprou uma cami- seta da seleção brasileira para a Copa. Façamos uma breve análise dessa frase. Notamos que há repetição de palavras (o meu pai) e contradição de idéias (não gosta de futebol –comprou uma camiseta da seleção). Esses fatores acabam por comprometer a coerência do texto. Veja abaixo uma reconstrução coerente da frase: Daniela Duarte Ilhesca Mozara Rossetto da Silva Arquivo O meu pai não gosta de futebol, porém comprou uma camiseta da seleção brasileira para a Copa. C oe rê nc ia te xt ua l Comunicação e Expressão 22 www.ulbra.br/ead Com a utilização de um articulador de oposição (porém), a idéia contraditória foi apagada, o texto ganhou fluência, e as duas idéias puderam ficar unidas, estabelecendo uma harmonia textual. Que mecanismos garan- tem a coerência do texto? No capítulo sobre coesão textual, vimos como é fundamental o uso de anafóricos e de articuladores que contribuem para a qua- lidade do discurso escrito. Contudo, existem outros dois itens importantes que vão garan- tir a coerência de um texto: a não-contra- dição entre idéias, tempos verbais e pessoas do discurso e a relação das idéias de forma lógica, como veremos daqui a pouco. De acordo com Charolles (1978), a coerência de um texto é sustentada pela utilização de quatro princípios básicos: repetição, progressão, não-contradição e relação. Assim, quando terminamos uma produção textual, devemos observar se todos foram consi- derados. Agora, vejamos cada um deles. O pri- meiro é o princípio da repetição, que se refere à utilização de anafóricos para evitar a repetição de palavras, expressões ou idéias, como podemos observar nos exemplos a seguir. Exemplo 2 Ana comprou um carro, mas não o aprovou e decidiu trocá-lo por outro. Exemplo 3 O meu trabalho foi entregue antes do prazo estipulado, mas ele apresen- tou alguns problemas de digitação e resolvi arrumá-lo. O princípio da progressão estabelece a utilização de articuladores para que o texto não se repita indefinidamente, isto é, para que haja sempre renovação da informação e acréscimo de novos argumentos. Exemplo 4 Em votação realizada ontem à noite, os ministros do Tribunal Supe- rior Eleitoral (TSE) estabeleceram as regras para as eleições de outubro des- te ano. Entre as principais resoluções, os magistrados decidiram que não ha- verá teto para os gastos dos candidatos. Além disso, também está permitida a divulgação de pesquisas de opinião inclusive no dia da eleição, diferente- mente do que determinava a Lei Elei- toral sancionada pelo presidente Lula no último dia 10. No entanto, o tribunal manteve a proibição à realização de showmícios e à distribuição de camisetas e brindes durante a campanha eleitoral, que co- meça em 5 de julho. Observe que há presença de articuladores e informações novas são acrescentadas, permitindo a fluência do texto e garantindo sua progressão. O princípio da não-contradição diz respei- to à obrigatoriedade da coerência entre as idéias, os tempos verbais e as pessoas do discurso, de forma que todos esses itens estejam presentes no texto sem nenhuma contradição. Vejamos alguns exemplos. Fonte 10 - Zero Hora Exemplo 5 Na elaboração deste trabalho, ob- jetivamos mostrar os resultados, para que se tenha uma idéia bastante níti- da... 22 C oe rê nc ia te xt ua l Comunicação e Expressão23 www.ulbra.br/ead Nos exemplos 5 e 6, houve modificação da pessoa do discurso (1ª pessoa do plural para 3ª pessoa do singular) e devemos manter a unidade no nosso texto. Vejamos como poderíamos redigir essas frases de maneira correta: Na elaboração deste tra- balho, objetivamos mos- trar os resultados, para que tenhamos uma idéia bastante nítida ... Exemplo 8 A seleção brasileira venceu a Copa, apesar de ser a favorita. Os exemplos 7 e 8 apresentam idéias con- traditórias, já que uma idéia vai de encontro à outra. Não há censura no Brasil, mas nem todas as informações podem ser publicadas, pois com- prometem algumas pessoas. A seleção brasileira venceu a Copa, já que era a favorita. Exemplo 9 A pesquisa não possuía caráter científico e não tem um referencial te- órico adequado. Exemplo 10 O ministro faz o anúncio de novas medidas econômicas na televisão, e os jornais publicaram-nas. Nos exemplos 9 e 10, há modificação do tempo verbal, o que fere o princípio da não-con- tradição, pois devemos observar a uniformidade do tempo verbal (presente, pretérito, futuro e de- mais flexões) no texto. Exemplo 6 Em suma, procuramos estabelecer alguns parâmetros para que se possa chegar a um resultado satisfatório. Eles poderiam ser reescritos assim: Finalizando, o princípio da relação esta- belece que cada parte do texto, cada parágrafo encerrado, prepara o seguinte, e este, por sua vez, retoma e amplia o que foi apresentado pelo ante- rior, garantindo, assim, a permanência no tema, A pesquisa não possuía caráter científico e não tinha um referencial teó- rico adequado. O ministro fez o anúncio de novas medidas econô- micas na televisão, e os jornais publicaram -nas. O correto seria: Exemplo 7 Não há censura no Brasil, só que algumas informações não po- dem ser publicadas. Em suma, procuramos estabelecer alguns parâ- metros para que possa- mos chegar a um resul- tado satisfatório. C oe rê nc ia te xt ua l Comunicação e Expressão 24 www.ulbra.br/ead Exemplo 11 A noite mais fria do ano até agora cobriu de branco o Rio Grande do Sul. Quem teve de sair de casa logo no iní- cio da manhã presenciou belas paisa- gens, com campos cobertos pela geada na maior parte do Estado. Cambará do Sul voltou a ter temperatura negativa pelo segundo dia consecutivo. Desta vez, o termômetro registrou na cidade dos Campos de Cima da Serra -2,6°C, a menor marca do ano até agora. O frio também foi intenso nas ou- tras regiões gaúchas, que tiveram mí- nimas variando entre 2°C e 4ºC. Em Santa Maria, termômetros registraram 0,9ºC, a segunda temperatura mais fria do Estado. No distrito de Boca do Mon- te, às 6h30min, uma ponte parecia que recém havia sido pintada de branco. No exemplo 11, percebemos que não houve fuga do tema proposto no início do parágrafo, o qual foi retomado e ampliado através de um pas- seio pelas regiões onde fez frio naquele estado. Como podemos notar, dois princípios já fazem parte do seu conhecimento básico sobre produção textual: o da repetição, que contempla o uso dos anafóricos, e o da progressão, que se refere à utilização de articuladores. Já os princípios da não-contradição e da re- lação estão diretamente ligados à logicidade das idéias, considerando a manutenção do tema, da pessoa do discurso, do tempo verbal e da não- contradição de idéias. Para finalizar, veja quantas incoerên- cias o texto a seguir apresenta... Exemplo 12 O turismo oferece muitas vanta- gens. Algumas delas e para quem tra- balha muito e não conseguia organizar uma agenda de viagens, para isso exis- tirão as maravilhosas agên- cias e outra é o co- nhecimento de novos vocabu- lários. Depois que voltamos para nossa ter- ra natal é que se dá o devido valor para o nosso habitat, na verdade o que ficam mesmo são fotos, filmagens e lembranças e nem sempre as agências conseguem satisfazer os clientes. A vida é feita para ser vivida. é contraditório quando diz que o tu- rismo oferece muitas vantagens e, no final, afirma que nem sempre as agên- cias conseguem satisfazer os clientes; é contraditório quanto ao uso dos tem- pos verbais, pois o pensamento inicia no presente, mas no mesmo racio- cínio mistura o pretérito e o futuro; é contraditório em relação à pessoa do discurso, na medida em que inicia com a 3ª pessoa (o turismo oferece) e passa à 1ª do plural (voltamos) no meio do texto; falta relação entre algumas idéias que perdem a lógica pela falta de seqüência ao raciocínio, como em para isso exis- tirão as maravilhosas agências e outra é o conhecimento de novos vocabulários; falta relação do tópico frasal o turismo sem fuga do assunto, como podemos constatar no exemplo seguinte, que trata sobre a noite mais fria do ano no estado do Rio Grande do Sul: Fonte 11 - Zero Hora Problemas do texto: a) b) c) d) e) 24 C oe rê nc ia te xt ua l Comunicação e Expressão 25 www.ulbra.br/ead O texto ficaria bem melhor assim... O turismo oferece muitas vanta- gens. Algumas agências de viagens, por exemplo, facilitam a vida de quem tra- balha, uma vez que organizam roteiros maravilhosos que possibilitam conhe- cimentos variados. Outro benefício é a experiência de um vocabulário novo, pois, dependendo da região ou país que Notamos ainda repetição de palavras e falta de articulação, o que compromete a coerência do texto. se visita, tem-se contato com dialetos diferentes, ou mesmo, com línguas es- trangeiras. Há, também, a valorização da terra natal, já que só viajando é que se tem parâmetro de comparação para ava- liar o habitat natural. Logo, até quando se vêem as fotos, as filmagens e as lem- branças, percebe-se o quanto vale viajar. Notemos que o texto deixou de ser confuso, contraditório e sem lógica. Há manutenção do tema e da pessoa do discurso (sempre na 3ª), e as idéias es- tão relacionadas entre si. Já sabemos o que é um texto coeso e coerente! No próximo capítulo, utilizaremos esses conceitos para produzirmos um PARÁGRAFO-PADRÃO cujas idéias devem ser concatenadas e estruturadas, a fim de pre- servar a unidade indispensável para a redação. Ar qu ivo Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 26 www.ulbra.br/ead O PARÁGRAFO PADRÃO O processo de se escrever um texto coeso e coerente pode ser facilitado se prestarmos atenção em certos detalhes. Neste capítulo, abordamos questões impres- cindíveis para a escrita do parágrafo-padrão, com o objetivo de levá-lo a reconhecer e dife- renciar os componentes de sua estrutura, além de planejá-lo e redigi-lo adequadamente. Escrever um texto Muitas pessoas não sentem o mínimo estí- mulo para elaborar umas poucas linhas escritas; acreditam que não possuem o preparo indis- pensável para redigir algo que permita desven- dar e compartilhar suas idéias. Elas ficam de- sanimadas e consideram-se inaptas para o dom da escrita. Qual o motivo de tais sentimentos? Falta-lhes base cultural ou, tão-somente, práti- ca? Pois, para dominar os medos, é preciso pra- ticar. É preciso ter iniciativa e escrever. Porque só aprendemos a escrever escrevendo. A redação é um excelente instrumento para desenvolver a criatividade; seu hábito leva à or- ganização do pensamento e ao desenvolvimento da expressão lingüística. Ao escrever, transmiti- mos o que pensamos sobre determinado assun- to a partir de experiências e vivências, e esta é uma tarefa que necessita aprendizagem. Parece uma solução fácil, mas não é. Muitas vezes, a pessoa se depara com a incumbência de redigir um texto, mas se encontra sem uma idéia central; não sabe como começar nem como prosseguir. Para superar o problema, eladeve se convencer Ler e escrever: a prática leva à criação. de que conhecimento, escrita e leitura são pro- cessos relacionados. Mesmo dominando as téc- nicas de redação, ninguém escreve sobre aquilo que não conhece; por outro lado, mesmo tendo plena informação sobre o assunto, a capacidade de expressão e de divulgação das idéias vai de- pender da compreensão dos princípios básicos redacionais. Para poder executar bem a tarefa de escre- ver, você deve começar definindo o assunto; de- pois deve selecionar as idéias principais sobre esse assunto e, entre elas, escolher aquela que é Luana Soares de Souza Mozara Rossetto da Silva Arquivo 26 Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 27 www.ulbra.br/ead Diariamente lemos textos e não paramos para analisar sua estrutura. Esta deve apresentar organização interna própria, que favoreça a coe- rência textual. Leia o artigo transcrito a seguir e observe de quantos parágrafos ele é composto. a central. A seguir, deve concatenar as idéias e organizar um esquema que preserve a unidade da redação. Finalmente, deve passar à escrita, lem- brando que, nem sempre, escrever bem significa escrever muito. A estrutura do parágrafo: suas partes Exemplo 1 O desafio da qualidade Crianças de 5ª série que não sabem ler nem escrever, salários baixos para todos os profissionais da escola, equipes deses- timuladas, famílias desinteressadas pelo que acontece com seus filhos nas salas de aula, qualidade que deixa a desejar, pro- fessores que fingem que ensinam e alunos que fingem que aprendem. O quadro da Educação brasileira (sobretudo a pública) está cada vez mais desanimador. Na mais recente avaliação nacional, o Prova Bra- sil, os estudantes de 4ª série obtiveram em Matemática e Língua Portuguesa notas que deveriam ser comuns na 1ª. E os de 8ª mal conseguem alcançar os conteúdos previstos para a 4ª. Enfrentar esse desafio parece, muitas vezes, uma tarefa impossível. Mas a verdade é uma só: assim como está, não dá para continuar! A boa notícia é que cada vez mais gente está percebendo isso – e se mobilizando para mudar essa situação dra- mática. No início de setembro, um grupo de empresários e líderes políticos lançaram (com grande apoio de jornais e emissoras de rádio e TV) o compromisso Todos pela Educação. Foram apresentadas cinco metas a ser atingidas até 7 de setembro de 2022, o ano do bicentenário da Independência: toda criança e jovem de 4 a 17 • anos estará na escola; toda criança de 8 anos saberá • ler e escrever; todo aluno aprenderá o que é • apropriado para a sua série; todos os alunos vão concluir o • Ensino Fundamental e o Médio; o investimento na Educação Bá-• sica será garantido e bem geri- do. A escolha da data é simbólica e re- força a crença de que um país só pode ser considerado independente, de fato, se suas crianças e jovens têm acesso à Educação de qualidade, afirma Ana Maria Diniz, presi- dente do Instituto Pão de Açúcar e uma das idealizadoras do pacto.(...). Ninguém mais quer um país com uma taxa tão baixa de escolaridade: nossos alu- nos ficam, em média, apenas 4,9 anos na escola, contra 12 nos Estados Unidos, 11 na Coréia do Sul e oito na Argentina. E, o que é pior, não aprendem as competências bási- cas. Pesquisa nacional conduzida pelo Ins- tituto Paulo Montenegro mostra que 74% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, não conseguem ler esta reportagem (na verdade, não compreendem nada mais complexo que um bilhete). É espantador, mas é verdade. De cada quatro pessoas, só uma é capaz de entender o que está escrito em qualquer texto minimamente complexo. E o mesmo ocorre com habilidades mate- máticas, como as quatro operações. Até algumas décadas atrás, esses dados tinham relativamente pouca relevância. Hoje, com a globalização econômica, não dá mais para viver sem dominar essas competências básicas. Estudos comprovam que a riqueza de uma nação depende de sua produtividade e, portanto, da capacitação de sua mão-de-obra. Em bom economês, gente educada produz mais. Do ponto de vista social, a Educação também é a única saída para reduzir desigualdades. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- tística (IBGE) mostram que filhos de mu- Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 28 www.ulbra.br/ead Crianças de 5ª série que não sabem ler nem escrever, salários baixos para todos os profissionais da escola, equi- pes desestimuladas, famílias desinteressadas pelo que acon- tece com seus filhos nas salas de aula, qualidade que deixa a desejar, professores que fingem que ensinam e alunos que fingem que aprendem. Se analisarmos esses seis parágrafos sepa- radamente, poderemos verificar que a maioria deles apresenta uma introdução ou frase-núcleo na qual percebemos o enfoque a ser expandido; um desenvolvimento em que são apresentadas as idéias relacionadas ao tópico inicial; uma con- clusão na qual o autor faz a retomada do tema e apresenta uma nova idéia, às vezes, a mais im- portante, ou ainda, um questionamento que pode- rá servir de gancho para um novo parágrafo. Tomemos o terceiro parágrafo do artigo e analisemos sua estrutura: Ninguém mais quer um país com uma taxa tão baixa de escolaridade: nossos alunos ficam, em média, apenas 4,9 anos na escola, contra 12 nos Estados Unidos, 11 na Coréia do Sul e oito 2º parágrafo: A escolha da data é sim- bólica e reforça a crença de que um país só pode ser conside- rado independente, de fato, se suas crianças e jovens têm acesso à Educação de quali- dade, afirma Ana Maria Diniz, presidente do Instituto Pão de Açúcar e uma das idealizadoras do pacto. Ninguém mais quer um país com uma taxa tão baixa de escolaridade: nossos alunos ficam, em média, apenas 4,9 anos na escola, contra 12 nos Estados Unidos, 11 na Coréia do Sul e oito na Argentina. Hoje, com a globalização econômica, não dá mais para viver sem dominar essas com- petências básicas. Nos últimos anos, o Bra- sil deu um passo importante ao (praticamente) resolver a questão do acesso à escola: 97% dos jovens de 7 a 14 anos estão matriculados. No bicentenário da Inde- pendência, o cenário educa- cional pode ser o mesmo de hoje. 3º parágrafo: 4º parágrafo: 5º parágrafo: 6º parágrafo: 1º parágrafo: Certamente você contou seis parágrafos. Essa simples conclusão é evidente, uma vez que é puramente visual e assinalada pelo deslocamento da margem. Entretanto, isso não é tudo. É preciso aprender como se constrói um parágrafo para que ele mantenha a estrutura e a coerência internas. No artigo apresentado, notamos que, apesar de existir uma relação entre eles (o cenário edu- cacional brasileiro), a cada parágrafo é introduzi- do um novo enfoque sobre o tema, como um pon- to de vista diferente do anterior, ou é feita uma nova abordagem desse tema. Assim, já podemos deduzir que o parágrafo deve se ocupar de apenas um aspecto ou de um enfoque do assunto; des- sa forma, é garantida a sua unidade autônoma, a qual pode compor um texto maior. Observe a introdução de cada um dos pará- grafos do texto. Todas possuem uma idéia-núcleo, que será desenvolvida posteriormente. lheres com pouca escolaridade (até três anos de estudo) têm 2,5 vezes mais riscos de morrer antes de completar 5 anos de idade do que as crianças cujas mães estudaram por oito anos ou mais. Nos últimos anos, o Brasil deu um passo im- portante ao (praticamente) resolver a questão do acesso à escola: 97% dos jovens de 7 a 14 anos estão matriculados. Só que esses míseros 3% que estão longe de livros e cadernos correspondem a 1,5 milhão de pessoas (logicamente, das cama- das mais pobres).(...). No bicentenário da Independência,o cená- rio educacional pode ser o mesmo de hoje. Ou não. Mudar essa situação caótica é uma decisão de todos os cidadãos – e não só de empresários e dirigentes políticos, mas de diretores de escola, pais e professores. (...) Fonte 12 - Nova Escola 28 Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 29 www.ulbra.br/ead na Argentina. E, o que é pior, não aprendem as competências básicas. Pesquisa nacional condu- zida pelo Instituto Paulo Montenegro mostra que 74% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, não conseguem ler esta reportagem (na verdade, não compreendem nada mais complexo que um bilhete). É espantador, mas é verdade. De cada quatro pessoas, só uma é capaz de entender o que está escrito em qualquer texto minimamen- te complexo. E o mesmo ocorre com habilidades matemáticas, como as quatro operações. Até al- gumas décadas atrás, esses dados tinham re- lativamente pouca relevância. Fonte 13- Nova Escola Nesse parágrafo, observamos que a in- trodução (sublinhada) é composta por dois períodos, o desenvolvimento contém quatro períodos e a conclusão (em negrito) possui um período. Isso nos possibilita nomeá-lo de parágrafo padrão. Isto é, ele é composto de uma estrutura modelo que contempla os quesitos de um texto bem elaborado. Essa análise pode ser realizada nos demais parágrafos do texto, e a única variante será o nú- mero de períodos que os compõem, uma vez que todos abordam uma mesma temática – qualidade do ensino no Brasil – de um texto dissertativo. Outro fator que pode servir como caracterís- tica do parágrafo-padrão é o nível de linguagem, uma vez que ele privilegia o registro padrão. Vejamos, agora, um exemplo de parágrafo que foi produzido como um texto autônomo, isto é, ele não compõe um texto com mais parágrafos. Exemplo 3 Fonte 14 - Jornal do Comércio* Exemplo 2 Embargo russo Para tentar pôr fim ao embargo da Rús- sia contra a carne bovina, suína e deriva- dos produzidos em quatro estados do País, uma missão do governo brasileiro viajará para Moscou no mês que vem, informou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O comércio foi suspenso em 13 de dezem- bro de 2005, logo depois do Ministério da Agricultura ter diagnosticado focos de febre aftosa nos rebanhos do Paraná e do Mato Grosso do Sul. A restrição era mais ampla e valia também para carnes e deri- vados produzidos em São Paulo, Goiás e Mato Grosso*. Jornalismo literário O que eu acredito é que existe texto bom e texto ruim. O bom texto é construído com informações mais complexas do que a mera reprodução do que é dito pelas fontes. É construído também com não-ditos, inter- ditos, omissões, frases suspensas pelo meio, decepadas antes do ponto final. Dá ao lei- tor observação (muita), detalhes (muitos), cheiros, texturas, descrição do lugar, do jei- to das pessoas, de como se vestem, sentam, andam, pegam o cigarro, passam a mão no cabelo, piscam etc. O jornalista tem de dar ao leitor esse retrato complexo de uma rea- lidade que ele não testemunhou, mas pode alcançar pela leitura da reportagem. Uma enorme responsabilidade, portanto. E isso não é ficção, não é imaginação. É infor- mação. Se eu digo que um sabiá cantou no enterro de tal pessoa, por exemplo, como já escrevi, é porque cantou – e não porque eu achei poético inventar um sabiá (se fosse escrever ficção, aliás, jamais usaria um sa- biá porque é muito clichê...). Escrever um texto com grande nível de detalhamento dá muito mais trabalho ao repórter porque exige uma apuração exaustiva. Com todas as informações na mão, escrever é a parte mais fácil. Difícil é apurar bem para es- formalmente, apresenta uma única abertura ou entrada de margem, con- forme observamos pela indicação da seta no novo exemplo apresentado: a) O texto anterior é um exemplo de parágrafo. Esse tipo de construção textual traz as seguintes características estruturais: Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 30 www.ulbra.br/ead Vejamos, então, a estrutura de outro parágrafo. crever bem. No jornalismo, a qualidade do texto é resultado da qualidade da apuração. Costumam classificar esse tipo de texto, resultado dessa apuração rigorosa, de jor- nalismo literário. Mas eu prefiro chamar de bom jornalismo. Fonte 15 - Zero Hora b) c) Para relembrar: Frase: todo enunciado que possui sen-tido e estabelece comunicação. Oração: frase que tem um ou mais verbos. Período: oração ou grupo de orações de sentido completo terminado por um ponto final ou outro sinal equivalente.Parágrafo: indicado pelo afastamento lateral da margem direita; é composto, Concisão é uma das qualidades de estilo, quer dizer, p ara que haja uma boa comunicação, o comunicador pre- cisa desenvolver den tro de seu estilo alguns quesitos: a) Clareza: remete à clareza de pensamento, com pon tuação adequada e correta disposição da s palavras na frase. b) Concisão: é a comuni ca- ção lingüisticamen te econômica e eficiente. Utiliza p oucas palavras e despreza explicaçõe s Exemplo 4 RS terá complexo industrial de biodiesel A semana será importante para a agricul- tura familiar no Rio Grande do Sul. Repre- sentantes do Ministério de Desenvolvimen- to Agrário e da Petrobras estarão no Estado para deflagrar projetos voltados para a produção de biodiesel. A meta é audacio- sa: não apenas inserir a agricultura familiar gaúcha na produção de álcool, como tornar o Estado auto-suficiente no médio prazo. A agenda começa nesta segunda-feira, com a assinatura de um memorando de enten- dimento para a instalação de uma usina de biodiesel e do contrato para instalação de uma usina de álcool entre a Petrobras e a Cooperbio, em Palmeira das Missões. Também será assinado um convênio para a manutenção do Curso de Técnico em Agropecuária Ecológica, com ênfase em Biocombustíveis, entre a Petrobras e a Fun- dep. Na quarta-feira, será a vez de assinar apesar de serem textos relativamen- te curtos, possuem lógica interna e transmitem de maneira coesa as infor- mações necessárias. Ambos são com- postos pelas três partes indispensáveis a qualquer texto que pretenda estar completo e claro: introdução, desen- volvimento e conclusão; cada uma dessas partes é formada por certo número de períodos que, obvia- mente, pode variar de acordo com a necessidade do autor, mas também deve contemplar um mínimo que garanta sua clareza e concisão, lembrando que, nor- malmente, o desenvolvimento é maior do que as outras partes. 30 Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 31 www.ulbra.br/ead Na conclusão, ocorre um fechamento que retoma a idéia central de modo coeso e coe- rente. Nesse parágrafo, o autor optou por uma conclusão que apresenta o objetivo final das ações listadas: a construção de um complexo estadual destinado à produção de biodiesel e álcool combustível. Observe que, para redigir cada parte, foi utilizado um determinado número de períodos. QUADRO EXPLICATIVO Relembrando PERÍODO: começa com a letra ini- cial maiúscula e termina por uma pausa bem definida e indicada por ponto final (períodos 1 e 2, a seguir); ponto de inter- rogação (período 3); ponto de exclamação (período 4); ou reticências (período 5). ATENÇÃO: vírgula, ponto-e-vírgula e dois-pontos são sinais de pontuação que não delimitam períodos. Exemplos de períodos: O ponto final é empregado ao término 1. de um período de sentido completo. O Brasil está entre os países que mais 2. serão afetados pelo aquecimento global, conforme informa reportagem publicada pela Revista Veja. Você gostou da comida daquele restau-3. rante na Estrada do Mar? Mesmoem viagem ao exterior, não se 4. esqueça de sua terra natal! Estou de regime; no momento só me 5. alimento de carnes brancas e de hor- taliças, como alface, rúcula, agrião, espinafre,... Observação: Os períodos 1, 3 e 4, por serem cons- tituídos de uma só oração (apenas um ver- bo), são períodos simples. Os períodos 2 e 5 são constituídos de mais de uma oração (mais de um verbo): são períodos compos- tos. Vamos, agora, analisar os períodos do pará- grafo que constitui o exemplo 4. A introdução é composta por um único pe- ríodo (ou seja, um ponto final). A semana será importante para a agricultura familiar no Rio Grande do Sul. O desenvolvimento tem cinco períodos (no caso, caracterizados por cinco pontos finais). Argumento 1: integrantes de órgãos federais virão ao Rio Grande do Sul para dar início a progra- mas direcionados à produção de biodiesel. Argumento 2: a inserção da agricul- tura familiar gaúcha na cadeia nacional de produção de álcool. Argumento 3: a assinatura pelos vi- sitantes de diversos documentos visando tornar o Estado, a médio prazo, auto- suficiente na área. Fonte 16 - Correio do Povo Na introdução, a idéia inicial é apre- sentada. A partir de uma frase-núcleo, o leitor fica ciente do assunto que será trata- do no texto: as perspectivas favoráveis que se apresentam para a agricultura familiar gaúcha. No desenvolvimento, a idéia inicial é expandida, sendo apresentados e ordenados os argumentos que a explicam e sustentam. memorando semelhante em Bagé, com os mesmo objetivos. As ações integram os projetos Biodiesel-Norte e Biodiesel-Sul, para implantação de um complexo indus- trial para a produção de biodiesel e álcool combustível. Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 32 www.ulbra.br/ead Planejando antes de escrever o parágrafo Planejar é tão importante quanto conhecer o assunto Múltiplas são as dificuldades que surgem para o principiante que deseja escrever um bom texto. Sem uma idéia central e um planejamento adequado, ele será cercado por incertezas e por dúvidas durante o início e o desenvolvimento do tema. Redigir não é tarefa fácil, mas pode ser aprendida e treinada. Em qualquer redação exis- tem três aspectos importantes que devem ser con- siderados: Antes de começar a redigir o texto, você deve organizar suas idéias através de alguns passos importantes e elaborar um esquema que servirá como um “esqueleto” do seu parágrafo. Vamos identificar nos próximos exemplos de parágrafos como podem ser apresentados os seus respectivos esquemas. Representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário e da Petrobras estarão no Estado para deflagrar projetos voltados para a produ- ção de biodiesel. A meta é audaciosa: não apenas inserir a agricultura familiar gaú- cha na produção de álcool, como tornar o Estado auto-suficiente no médio prazo. A agenda começa nesta segunda-feira, com a assinatura de um memorando de enten- dimento para a instalação de uma usina de biodiesel e do contrato para instalação de uma usina de álcool entre a Petrobras e a Cooperbio, em Palmeira das Missões. Também será assinado um convênio para a manutenção do Curso de Técnico em Agropecuária Ecológica, com ênfase em Biocombustíveis, entre a Petrobras e a Fundep. Na quarta-feira, será a vez de assi- nar memorando semelhante em Bagé, com os mesmo objetivos. A conclusão traz um período (ou seja, um ponto final). As ações integram os projetos Biodie- sel-Norte e Biodiesel-Sul, para implanta- ção de um complexo industrial para a pro- dução de biodiesel e álcool combustível. o conteúdo (o que se tem a dizer sobre o assunto);1o 2o 3o a estrutura (a partir do tipo de texto predeter- minado, há um padrão a ser seguido em rela- ção ao estilo, ao título, à extensão, ao número e à organização dos períodos etc.); correção gramatical (aspectos ortográficos, de pontuação e de concordância, relativos à pa- dronização da língua). 1o 2o 3o escolher um assunto; delimitar esse assunto (isto é, especificá-lo, restringi-lo a um ou dois enfoques) elaborar o objetivo do parágrafo (ou seja, qual é a intenção de quem redige; aonde quer chegar com os argumentos apresentados). É importante lembrar que o objetivo sempre é iniciado por um verbo na forma infinitiva como, por exemplo, mostrar, demonstrar, es- pecificar, esclarecer, exemplificar etc. Exemplo 5 Ele começou a ser utilizado na culinária não por dar sabor aos alimentos, mas por seu potencial sanitário. Com um forte po- der esterilizador, o sal conservava a comida, impedindo a reprodução de bactérias. Mas esse aliado inicial da saúde agora está sob a mira das entidades médicas. Associado a uma série de problemas, entre eles a hiper- tensão, o sal foi alvo de uma ação recente da American Medical Association. A entidade pediu à FDA (agência responsável pela re- gulamentação de alimentos e remédios nos Estados Unidos) que mudasse o status do sal, até agora considerado uma substância de consumo seguro. Além disso, a associa- ção quer reduzir pela metade a quantidade de sódio em alimentos processados ou ser- vidos em lojas de fast-food. (...) Esquema: Assunto: o consumo de sal na alimenta-1. ção. Delimitação: modificação na utilização 2. do sal. Objetivo: apresentar as providências que 3. organizações médicas pretendem tomar quanto ao consumo incontrolado de sal. o o o Fonte 17 - Mantovani Passos: 32 Pa rá gr af o pa dr ão Comunicação e Expressão 33 www.ulbra.br/ead Esquema: Assunto: a ajuda das crianças nas tare-1. fas domésticas. Delimitação: a colaboração infantil nos 2. trabalhos da casa exige cuidados. Objetivo: alertar quanto às precauções 3. que devem ser adotadas durante a re- alização de atividades domésticas por crianças. o o o Exemplo 6 Estimular nas crianças o compromisso com a organização da casa é uma das missões dos pais. Mas é preciso ter cuidados redo- brados na hora de eleger em quais tarefas a ajuda delas é bem-vinda a fim de evitar acidentes. “É preciso ter bom senso. De- pende muito da habilidade e da idade da criança”, observa Luciana O’Reilly, da ONG Criança Segura. Atribuir a elas a or- ganização dos brinquedos e a arrumação da própria cama, por exemplo, é uma opção segura e repleta de significação. As tarefas ao ar livre também são adequadas: ajudar a estender a roupa no varal, regar o jardim e auxiliar nos cuidados com a horta são algumas das atividades liberadas.Produtos de limpeza devem ser mantidos à distância dos pequenos ajudantes. “Um erro muito comum é colocar esse tipo de produto em embalagens de refrigerante, o que acaba es- timulando a ingestão. Alguns, como a soda cáustica e o limpa-fornos, podem causar lesões irreversíveis”, lembra Fiks, pneu- mologista do Hospital e Maternidade São Luís, em São Paulo. (...) Fonte 18- São Paulo Pense sobre o conteúdo estudado e procure co- locá-lo em prática quan- do você escrever um pa- rágrafo. No próximo capítulo, aprenda como melho- rar ainda mais a sua escrita transforman- do um texto em outro. Confira! Arquivo Observe que, em ambos os casos, os autores dos parágrafos organizaram seus textos, a partir do esquema, da seguinte forma: na introdução, apresentaram a delimitação;• no desenvolvimento, desmembraram o objetivo;• na conclusão, fecharam o texto de modo coeso • e coerente. A p ar áf ra se Comunicação e Expressão 34 www.ulbra.br/ead A PARÁFRASE Dispomos de mais de uma maneira de dizer as coisas na lín- gua. Não é por acaso que utilizamos uma e não a(s) outra(s) cada vez que falamos ou escrevemos. Neste capítulo temos dois objetivos princi- pais: compreender e aplicar
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