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Racionalização e Modernidade na ótica da Escola de Frankfurt PROVA DIDÁTICA IFSP – CAMPUS DE PRESIDENTE EPITÁCIO Para nossa reflexão: o que as imagens que estamos a visualizar tem a ver com a temática que trataremos nesta aula? ISTO É RACIONAL? FAZ PARTE DA MODERNIDADE? Esta é a condição para o Progresso? O que é o Progresso? O que eles tem a ver com racionalização e modernidade? Progresso = Destruição da Natureza A “irracionalidade” ou a racionalidade da Guerra?: bombardeio de Dresden – “Florença” Alemã. Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin – Espanha Republicana “O FACISMO NÃO PASSARÁ” Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin – Junho de 1848 A Canção do Senhor da Guerra [Legião Urbana - Compositor: Renato Russo] Existe alguém esperando por você Que vai comprar a sua juventude E convencê-lo a vencer Mais uma guerra sem razão Já são tantas as crianças com armas na mão Mas explicam novamente que a guerra gera empregos Aumenta a produção Uma guerra sempre avança a tecnologia Mesmo sendo guerra santa Quente, morna ou fria Pra que exportar comida? Se as armas dão mais lucros na exportação Existe alguém que está contando com você Pra lutar em seu lugar já que nessa guerra Não é ele quem vai morrer E quando longe de casa Ferido e com frio o inimigo você espera Ele estará com outros velhos Inventando novos jogos de guerra Que belíssimas cenas de destruição Não teremos mais problemas Com a superpopulação Veja que uniforme lindo fizemos pra você E lembre-se sempre que Deus está Do lado de quem vai vencer O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças O senhor da guerra Não gosta de crianças PROBLEMATIZANDO! 1) – A guerra é racional ou irracional? Faça uma discussão a partir do conceito de racionalização trabalhado na aula? 2) – Por que em sua avaliação a guerra é uma constante na modernidade? Quais são as suas causas e as suas consequências para a humanidade e o meio ambiente ? 3) – De acordo com que vimos na aula como, em sua visão, os filósofos da Escola de Frankfurt encararam as guerras, sejam as duas grandes, a guerra fria e as guerras regionais e ou locais? CONTEXTO HISTÓRICO EM QUE ESTÁ INSERIDA A ESCOLA DE FRANKFURT Pós 1ª Guerra Mundial [1914-1919] Revolução Russa de 1917 Crise de 1929 Queda da Bolsa de Nova York 2ª Guerra Mundial [1939-1945] Nazismo Fascismo Franquismo Stalinismo Guerra Fria Bipolarização EUA x URSS Guerra do Vietnã Revolução Cubana Ditaduras Latino-americanas O QUE FOI A ESCOLA DE FRANKFURT? Fundação 1923 Instituto de Pesquisas Sociais idealização Félix Weil Cientista político teuto-argentino financiador 1923-1930Direção: Carl Grunberg marxista Pesquisa como a classe operária enfrentava as consequências de um sistema capitalista documentação / teorização desses movimentos operários Max Horkheimer 1930-1967 problemas decorrentes do capitalismo moderno Adorno assume 1967-? Marxismo dimensão crítica / radicalismo antibolchevique / perspectiva aberta x visão passada pensamento único. Escola muito além das ideias de Marx análise dos meios de comunicação de massa Cinema / rádio / televisão Revista de Pesquisa Social (1932) principal veículo dessas reflexões publicada periodicamente eram impressos os textos produzidos por seus adeptos e colaboradores A ESCOLA DE FRANKFURT Grupo de filósofos e pesquisadores alemães O QUE FOI A ESCOLA DE FRANKFURT? Ascensão do Nazismo fuga para Genebra Paris no caminho para a Espanha suicídio Walter Benjamin sul da França Exílio nos E.U.A (Columbia University) 1933 Após a 2ª Guerra Mundial 1950 retorna para a Alemanha Análise cena construída pelo Capital no século XX grandes guerras compreensão das relações sociais políticas suas determinações. Sociedade capitalista prismas: políticos, sociais, culturais e estéticos Abordagem de problemas autoritarismo e burocracia Principais Expoentes do Instituto de Pesquisas Sociais 1ª Geração da Teoria Crítica Max HORKHEIMER filósofo, sociólogo e psicólogo social; Friedrich POLLOCK economista e especialista em problemas de planejamento nacional; Theodor ADORNO filósofo, sociólogo e musicólogo; Erich FROMM psicanalista e psicólogo social; Herbert MARCUSE filósofo; Franz NEUMANN cientista político, particularmente voltado para estudos sobre o direito; Otto KIRCHHEIMER cientista político, também voltado para estudos sobre o direito; Leo LOWENTHAL estudioso da cultura popular e da literatura; Henryk GROSSMAN economista político; Arkadij GURLAND economista e sociólogo; Walter BENJAMIN ensaísta e crítico literário membro do “círculo externo” do Instituto. Componentes da “Escola” de Frankfurt Horkheimer, Adorno, Marcuse, Lowenthal, Pollock Fromm nos primeiros anos do Instituto Entre esses havia importantes diferenças de concepções. Herbert Marcuse (1898, Berlim – 1979 ) Repressão sexual x Repressão social indissociáveis. Liberalismo sociedades industriais avançadas pseudoliberdade conformismo Crítica ao marxismo oficial da União Soviética distante do caráter revolucionário da filosofia de Marx Leo Löwenthal [Frankfurt, 1900 – Berkeley, 1993] Sociólogo Obras: Prophets of Deceit: Um Estudo das técnicas do agitador americano (1949) Literatura e a imagem do homem (1957) Literatura, Cultura Popular e Sociedade (1961) Friedrich Pollock Economista, filósofo e sociólogo. Especializado no marxismo Encarregado desenvolver vertente econômica Projeto da Teoria Crítica Crítica do Capitalismo mecanismos econômicos exercem diferentes graus de dominação Ser Humano ERICH FROMM (23/03/1900, Frankfurt - Alemanha 18/03/1980, Muralto - Suíça) psicanalista e psicólogo social METAS BÁSICAS DA ESCOLA DE FRANKFURT Reabilitação da “reflexão” crítica como categoria de conhecimento válido x teoria tradicional Introduzir um questionamento nos valores individualistas; Elucidar o caráter contraditório conquista racional do mundo racionalidade científica e técnica homem escravo de sua própria técnica; Crítica massificação da indústria cultural dos totalitarismos da concepção positivista do mundo O CONCEITO DE RACIONALIZAÇÃO Razão promessa iluminista trazer a luz obscurantista Instrumento de dominação x compreensão da natureza. Max Horkheimer dois tipos de razão: Cognitiva busca conhecer a verdade Instrumental agir sobre a natureza / transformá-la. Capitalismo ciência aplicada à técnica = tecnologia sobreposição da instrumental sobre a cognitiva. Max Horkheimer (1895 Stuttgart, Alemanha – 1973, Nuremberg) Crítica ao positivismo sociológico. Reflexão projeto filosófico, político, científico e cultural Iluminismo influência formação da sociedade contemporânea sua ideologia. Temas família, autoridade política, autoritarismo, cultura de massas e ideologia da sociedade burguesa O CONCEITO DE RACIONALIZAÇÃO Razão instrumental = utilização a serviço da barbárie regressão social reificação e mercantilização da cultura sociedade valor de troca irracionalidade a serviço do lucro. Fim do sujeito autônomo não emancipação Indústria Cultural (Adorno / Horkheimer) Sofrimento da natureza problemas ecológicos Theodor Adorno (1903, Frankfurt, Alemanha 1969, Visp, Suíça) Formulou o conceito “indústria cultural” exploração comercial / vulgarização cultura rádio e cinema. Denunciou a ideologia da dominação da natureza técnica dominação do próprio homem. Crítica ao positivismo. Definição de Racionalização [Japiassu] Justificação práticas de dominação necessárias ao progresso desenvolvimento social ocultando-se verdadeiros interesses classe dominante v. ideologia e racionalidade. CONCEITO DE MODERNIDADE civilização capitalista-industrial na economia de mercado; no valor de troca; na propriedade privada; na reificação; na racionalidade instrumental; na quantificação; na legitimidade burocrática; no espírito de cálculo racional; no desencantamento do mundo. POR QUE O MODERNO, TAL QUAL A MODA, ENVELHECE TÃO RAPIDAMENTE? CRÍTICA À MODERNIDADE o crítico mais radical da modernidade Walter Benjamin. texto, as Teses Sobre o Conceito de História (1940) conjunto de aforismos e de alegorias de inspiração, a um só tempo, marxista e messiânica. Rejeita o culto moderno do progresso = catástrofe = progresso. Walter Benjamin (1892, Berlim – 1940, sul da França) Uma profunda reflexão crítica arte e cultura na sociedade do seu tempo. Obra de Arte Perda da “aura” aquilo que faz do objeto de arte algo único e especial ruptura com o modo tradicional de se relacionar com esse objeto x nova relação revolucionária transformar as próprias estruturas sociais. Teses Sobre o Conceito de História (1940) CRÍTICA À MODERNIDADE Tese IX uma das mais fascinantes destas alegorias comentário de um quadro de Paul Klee Angelus Novus descrição pouca relação com o quadro: trata-se essencialmente da projeção dos próprios sentimentos e ideias de Benjamin sobre a imagem simples e despojada do pintor suíço. Paul Klee: “Angelus Novus” CRÍTICA À MODERNIDADE – BENJAMIN O passado do ponto de vista dos oprimidos uma série interminável de derrotas catastróficas Spartacus, Thomas Münzer, Revoluções dos Trabalhadores de Junho 1848 na Europa, a Comuna de Paris, a sublevação spartakista alemã de 1919 Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin – Thomas Müntzer Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin – Comuna de Paris Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin - a sublevação espartaquista alemã de 1919 ROSA LUXEMBURG LIGA ESPARTAQUISTA CRÍTICA À MODERNIDADE – BENJAMIN Tese VI Atual "até o presente momento, o inimigo ainda não deixou de triunfar“ derrota da Espanha republicana, Pacto Molotov-Ribbentrop [Pacto Nazi-Soviético um tratado de não-agressão anterior à Segunda Guerra Mundial] , invasão nazista vitoriosa na Europa. Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin, Pacto Molotov-Ribbentrop [Nazi-Soviético] JOSEF STÁLIN ADOLF HITLER Derrotas Catastróficas na História, segundo Benjamin – Espanha Republicana CRÍTICA À MODERNIDADE – BENJAMIN Catástrofes do progresso coração da modernidade: (1) Exploração destrutiva e mortífera (mörderische) da natureza —> em lugar da harmonia originária-utópica sonho Fourier, Baudelaire dentre outros. Catástrofes do Progresso (2) O aperfeiçoamento das técnicas de guerra energias destrutivas progridem sem cessar. Benjamin insistia, em diversos escritos a partir da metade dos anos 20 perigo aterrador representado pelo gás e pelos bombardeios aéreos Catástrofes do progresso (3) O fascismo leva às últimas consequências a combinação tipicamente moderna entre progresso técnico e regressão social. Benjamin aspira a "uma teoria da história a partir da qual o fascismo possa ser percebido“ teoria que compreenda as irracionalidades do fascismo como o simples avesso da racionalidade (instrumental) moderna. Capitalismo = Barbárie Marx e Engels "intuição fulgurante“ da barbárie por vir, em seus prognósticos sobre a evolução do capitalismo Marxistas incapazes de compreender —> de a ela resistir eficazmente —> barbárie moderna, industrial, dinâmica instalada no próprio cerne do progresso técnico e científico. KARL MARX (1818-1883) COMBATE À IDEOLOGIA DO PROGRESSO Benjamin combate a ideologia do progresso em todos os seus componentes: o evolucionismo darwinista; o determinismo de tipo científico-natural; o otimismo cego — dogma da vitória "inevitável" do partido tanto o socialdemocrata como o comunista; a convicção de "nadar a favor da corrente" do desenvolvimento técnico na crença confortável em um progresso automático, contínuo, infinito, baseado na acumulação quantitativa, na ampliação das forças produtivas e no crescimento do domínio sobre a natureza. a concepção homogênea, vazia e mecânica do tempo histórico como um movimento de relojoaria um fio condutor da ideologia do progresso que ele submete a uma crítica radical Evolucionismo Darwinista, um componente da Ideologia do Progresso Era o ano de 1940, pouco antes de Auschwitz e Hiroshima... O Anjo da História gostaria de deter-se, cuidar das feridas das vítimas esmagadas sob o acúmulo de ruínas, mas a tempestade leva-o inexoravelmente para o futuro. Enquanto durar esta tempestade, o futuro será apenas a repetição do passado: novas catástrofes, novas hecatombes, cada vez mais vastas e destruidoras. Como parar a tempestade, como interromper o progresso em sua fatal progressão? A resposta de Benjamin, como sempre, é dupla: religiosa e profana. Messias, a Tese XVII nos fala da "interrupção messiânica do devir “ "O Messias rompe a história“ Revolução: as classes revolucionárias, escreve a Tese XV, são conscientes — no momento de sua ação — de "romper o continuum história" Pensamento Marxiano x Teoria Crítica “As revoluções são as locomotivas da história”. “(...) Pode ser que as revoluções sejam o ato, pela humanidade que viaja neste trem, de puxar urgentemente os freios.“ Walter Benjamin Jürgen Habermas (1929- ) 2ª Geração da Escola de Frankfurt Atualização marxismo características capitalismo avançado da sociedade industrial contemporânea Weber racionalidade dessa sociedade razão instrumental meios fins determinados perda autonomia do próprio bem submetido regras de dominação técnica do mundo natural. 2ª Geração da Teoria Crítica Nasce da recente obra filosófica e sociológica Jürgen HABERMAS reformula a noção de teoria crítica. Outros pensadores que contribuíram para o desenvolvimento desse projeto teórico: Albrecht Wellmer filósofo; Claus Offe cientista político e sociólogo; Klaus Eder antropólogo. Utopia “neo-racionalista” de Habermas Projeto da modernidade inacabado levado adiante valorização da razão crítica emancipação humana ideologia dominação político-econômica. Segundo Lowy ele representa uma certa ruptura tradição frankfurtiana reconciliação modernidade ideologia do progresso Racionalidade Não Instrumental Agir Comunicativo entre sujeitos livres emancipação dominação técnica Ideologia distorção ação comunicativa relações assimétricas impedimento da realização plena da interação Crítica desmascaramento da ideologia. Retomada da razão emancipadora Teoria da Ação Comunicativa filosofia analítica da linguagem livre de distorção fundamento da nova racionalidade Autores sobre os quais a Escola de Frankfurt debruçou e buscou sintetizar aspectos de suas obras IMMANUEL KANT HEGEL Autores sobre os quais a Escola de Frankfurt debruçou e buscou sintetizar aspectos de suas obras KARL MARX MAX WEBER Autores sobre os quais a Escola de Frankfurt debruçou e buscou sintetizar aspectos de suas obras GEORG LUKACS SIGMUND FREUD EROS E A CIVILIZAÇÃO Década de 60 dizia-se que a juventude seguia três M: Marx, Mao e Marcuse. Mergulho na Sociedade Unidimensional (Marcuse) das aparências / consumista / conformista Sociedade estético-erótica felicidade / paz / beleza Claus Offe [Cientista Político e Sociólogo] Albrecht Wellmer Filósofo Klaus Eder Antropólogo Defende a importância de uma nova política de classes para a compreensão da sociedade moderna X noção marxista de classe Cultura qualquer tipo de expressão simbólica que dê sentido ao mundo elo que liga a classe e a ação coletiva motivo de desconexão das mesmas
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