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Classificação dos Contratos

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Classificação dos Contratos
Típico ou Atípico (art. 425)
Típicos: são os regulados pela lei, os que têm seu perfil nela traçado. Não requer muitas cláusulas, pois passam a integrá-lo todas as normas regulamentadoras estabelecidas pelo legislador. Mais de 30 exemplos no Código Civil.
Atípico: resultam de um acordo de vontades, não tem base legal, mas são usados muito na prática. Exs.: contrato de patrocínio e contrato de opção.
Nominados ou Inominados
Nominados: tem nome no direito brasileiro.
Inominados: não tem nome no direito brasileiro.
Onerosos ou Gratuitos: quando for relevante a troca econômica na ação.
Onerosos: de regra é são onerosos, ambos os contraentes obtêm proveito, o qual corresponde um sacrifício. Ex.: Compra e Venda.
Gratuitos: são os contratos em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Para a outra só há obrigação, sacrifício. Ex.: Doações puras, dia de passe livre.
Real ou Consensual
Consensual: se aperfeiçoa com o encontro de vontades.
Real: além do consentimento é necessário entregar o bem (exceção). Ex.: contrato de depósito.
Unilaterais ou Bilaterais
Unilaterais: geram obrigações unicamente para uma das partes. Ex.: Doação Pura, Comodato.
Bilaterais: é a regra, geram obrigações para ambas as partes. Relação sinalagmática (obrigações recíprocas, equilibradas) Ex.: Locação.
Comutativos ou Aleatórios
Comutativo (regra): previsibilidade, já sabe qual a prestação.
Aleatórios: caracterizam-se pela incerteza para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que deles podem advir. A sorte define a prestação. Ex.: Aposta na Mega-Sena, Seguro (a doutrina majoritária defende ser aleatório, a minoritária defende que para a seguradora é aleatório, mas para o segurado é comutativo).
Preliminar (art. 462 CC e súmula 239 STJ) ou Definitivo
Preliminar: pré-contrato, é o que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. É irretratável e irrevogável. Até 10 salários-mínimos podem ser verbais, de regra. Traz em linhas gerais as vinculações do futuro contrato. Ex.: Promessa de Compra e Venda. Me comprometo a transmitir a propriedade para outrem.
Definitivo: tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada um. Na compra e venda, p. ex., as prestações, que constituem o seu objeto, são a entrega da coisa e o pagamento do preço.
Contratos Mistos: não é puro, tem elemento de vários contratos a fim de atender o interesse do cliente. Não tem como batizá-lo com um nome específico, pois tem características típicas de outros contratos. Adquire uma nova identidade que dificulta a nomenclatura. Ex.: celular da operadora X – Comodato? Doação? TV a cabo oferece o codificador gratuitamente - Comodato? Prestação de serviços?
Execução Continuada ou Diferida – Execução Instantânea:
Instantânea: em questão de pouco tempo a situação está resolvida. Idealizados para não perdurarem no tempo, mas sim durante um breve período entre as partes. Ex.: pagar a passagem do ônibus, ao chegar ao destino a transportadora não deve nada nem o contratante. São aqueles em que as partes adquirem seus direitos e cumprem suas obrigações simultaneamente, ou seja, executam o contrato no momento de sua celebração. Por exemplo: o contrato de compra e venda de bens móveis à vista, mediante entrega.
Continuada: contrato de execução duradora. São aqueles executados e cumpridos em etapas periódicas (vai pagando as parcelas e recebendo o serviço). Ex.: o contrato de locação, plano de saúde.
Diferida: assina o contrato antes para a prestação de serviço ser realizada bem a frente (um, dois anos a frente). São aqueles que estabelecem prazo para cumprimento ou execução para qualquer das partes. Por exemplo: o contrato de promessa de compra e venda a prazo.
Relacionais (execução duradoura): nomenclatura criada por Ronaldo Porto Macedo. Termo bastante utilizado pelo STJ, TJSP e TJRS. Escalonado, ajuste periódico do contrato. Ex.: plano de saúde -> dos 20 anos aos 25 anos R$ X, dos 25 anos aos 30 anos R$ XX, dos 30 anos aos 35 anos R$ XXY.
Contratos Existenciais: 
“Postula-se que a interferência dos juízes nas relações contratuais só é bem-vinda quando constituídas por contratos existenciais, isto é, aqueles em que pelo menos uma das partes são as pessoas naturais. Ora, como as pessoas naturais não são descartáveis, justamente porque têm vida, os juízes têm de atender às suas necessidades fundamentais, tutelando os direitos humanos”. Antônio Junqueira.
Solene ou Não-Solene: regra geral -> os contratos NÃO são solenes. A classificação é quanto a forma.
Solene: deve ser por escrito. Ex.: doação.
De Adesão (art. 51 CDC): Enzo Rocco. Contrato Standart. Uma parte estipula as regras e a outra adere, é contrato pré-disposto. Contudo existe a vedação expressa no art. 51 do CDC (rol taxativo)
Questionário
O namorado compra para presentear a namorada um conjunto de corrida (camiseta, short e tênis) na loja NIKE.
Típico, nominado (compra e venda), oneroso, consensual, bilateral, comutativo, definitivo, não é misto, execução instantânea, não relacional, não existencial, não solene, de adesão.
Contratos no CDC
Conceito de Consumidor: pessoa jurídica e destinatário final. Art. 2º
Conceito de Fornecedor: Art. 3º
Direitos Básicos: informação, modificação de cláusulas contratuais, inversão do ônus da prova. Art. 6º
Modelo de Responsabilidade Civil: Art. 12 e 14
Cláusulas Abusivas: Art. 51
Interpretação dos Contratos
Introdução
Regra Geral
Interpretação subjetiva (princípio da investigação da vontade real): intenção comum.
Interpretação objetiva: Emílio Betti (Itália).
c.1) Princípio da Boa-Fé (art. 157-B, BGB, art. 236, Portugal)
c.2) Princípio da Conservação do Contrato: “Segundo o princípio da conservação do contrato, quando uma cláusula contratual admite dois sentidos deve ser entendida, conforme já ensinara Pothier, naquele com o qual possa produzir qualquer efeito. Enuncia-se hoje como princípio que inspira a interpretação integrativa, não se restringindo à dúvida sobre cláusulas mas à que paire sobre todo o contrato funda-se na razão principal de que não se deve supor que as partes tenham celebrado um contrato inutilmente e sem sociedade” Orlando Gomes, Contratos, p. 205.
c.3) Princípio da extrema ratio
	d) Os usos interpretativos
	e) Regras específicas
		e.1) A invalidade parcial não contamina o contrato (art.184, CCB)
		e.2) Proteção do aderente (art. 424, CCB)
e.3) O valor jurídico do silêncio
e.4) Irrelevância do Nomen Juris
Revisão Contratual – Teoria da Imprevisão
Cláusula rebus sic stantibus (doutrina e prática medievais/direito aos alimentos)
Surgiu na Idade Média por influência dos canonistas.
Direito aos alimentos: binômio da possibilidade do devedor e necessidades do alimentante. O ônus de formar e educar a criança é de ambos os pais. 
Teoria da Imprevisão: criação da jurisprudência francesa (cases: canal de Craponne 1876 e companhia de gás de Bordeaux 1916).
A onerosidade excessiva (art. 478, CC): teoria nova.
Contrato de execução continuada ou diferida
Consideração dos riscos dos negócios
Acontecimentos extraordinários e imprevisíveis: acontecimento extraordinário, ou seja, que foge da realidade, muito além do que a parte pode prever.
Prestação de uma parte excessivamente onerosa: e excessivamente vantajosa para outra.
Efeito legal à resolução
Efeito subsidiário a revisão (art. 479, CC)
CDC, art. 6º, V: regra especial. O ordenamento do CDC é pró-revisão de contratos.
Resolução 
Introdução: impossibilidade (fatos externos) X não adimplemento (imputabilidade – perdas e danos de regra, vêm com o adimplemento)
Espécies de inadimplemento
Relativo
Absoluto ou definitivo
Critério
A mora (estado transitório)
Adimplemento substancial
Quebra antecipada do contrato
__________________________________________________________________________
MATÉRIA DA P2 (dia 09 houve correção da p1, a matéria nova começou dia 13)
Evicção – Art. 447 a 457
Conceito Legal e Jurisprudencial (REsp 753082 –PR ; 147882 – RJ)
Évício de direito que compromete a titularidade jurídica sobre a coisa que é objeto de alienação. Significa PERDA DA COISA pelo adquirente em consequência de reivindicação feita pelo verdadeiro dono, de cujos riscos o alienante deve resguardar o adquirente ou credor. Na evicção o bem existo; apenas acontece que a titularidade é outra, o termo evicção vem do latim. O alienante não é titular do direito real sobre a coisa alienada, em virtude de disputa judicial vencida por terceiro. Consequentemente, o credor ou adquirente da coisa recebe direito reduzido ou direito nenhum. O vencedor é o evictor e vencido é o evicto (adquirente ou credor). 
Paulo Neto Lôbo
 
Âmbito de incidência: contratos bilaterais (de regra) e comutativos.
Requisitos
3.1) Privação do direito do adquirente
3.2) Intervenção Estatal reconhecendo direito alheio
3.3) Risco anterior à aquisição da coisa
4) Alcance da autonomia privada (art. 448 e 449)
5) Requisitos (art. 450)
- Restituição das quantias pagas
- Indenização das fraudes
- Indenização pelas despesas dos contratos
- Custas judiciais e honorários
- Perdas e Danos
6) Espécies: total ou parcial
7) Três questões específicas
- Desnecessidade de trânsito em julgado
- A “obrigatoriedade” da denunciação da lide (art. 70 CPC – art. 456 CC)
- Alienação da coisa litigiosa (art. 457)
FALTA AULA DO DIA 16 DE MAIO.
Arras ou Sinal (art. 417 – 420)
Conceito: “Em direito das obrigações o vocábulo arras expressa a quantia dada por um dos contratantes ao outro como sinal de garantia da conclusão do negócio. Não só o direito pode servir como garantia ou sinal, mas igualmente qualquer coisa fungível. O escopo principal é firmar a presunção de acordo final tornando obrigatório o ajuste e também, embora mais raramente, assegurar para cada um dos contratantes o direito de arrependimento”. Arnaldo Rizzardo
“São as arras ou o sinal dados para demonstrar que os contratantes estão com propósitos sérios a respeito do contrato, com a verdadeira intenção de contratar e manter o negócio”. Silvio Venosa
Atenção: arras é diferente de caução (garantia), vai além.
Funções
Garantir o negócio: mostra que houve um contrato, que as partes saíram da fase negocial. Assim o magistrado deve interpretar.
Comprovação do contrato: comprova-se que há um negócio jurídico (verbal ou formal).
Princípio de pagamento: início de pagamento (valor total é R$ 100 mil, dá R$ 20 mil de arras, logo deve R$ 80 mil).
Viabilizar o arrependimento: eventualmente, as partes podem estipular o direito de arrependimento, mediante cláusula expressa.
Facilitar a indenização: é uma forma de receber, quase que imediatamente, a indenização pela quebra do contrato.
Destinação com a cláusula penal
“As arras, mesmo tendo aparentemente pontos em comum, não se confundem com cláusula penal, nem com obrigação alternativa, embora em alguns casos possam ser retidas por quem as recebe como pagamento por eventuais prejuízos ou perdas decorrentes da não conclusão ou concretização do contrato por parte de quem pagou o sinal. A cláusula penal, também conhecida como multa convencional prevista no contrato, é uma obrigação de natureza acessória e representa uma sanção civil que se impõe à parte que não cumprir as condições estabelecidas nas cláusulas contratuais, representando assim uma indenização prévia para quem recebe o valor da multa e uma punição para quem é inadimplente. Pode ser acionada em decorrência do inadimplemento parcial ou total do contrato.”
Espécies de cláusula penal: moratória (penalizar a mora) e compensatória (indenização pré-fixada).
Cláusula penal é teto da indenização
Arras é o mínimo de indenização: de regra, arras é o mínimo da indenização. Recebe as arras e vai atrás do restante da verba indenizatória.
Espécies de arras
Confirmatórios (art. 417): as arras, de regra, representam um valor pago em dinheiro ou um bem dado antecipadamente a título de adiantamento com o objetivo de confirmar um contrato.
“Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a Título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.”
Penitenciais (art. 420): as arras são ditas penitenciais (vem de penitência ou sacrifício para expiação dos pecados) quando são utilizadas como pagamento de indenização pelo arrependimento e não conclusão do contrato. Esta modalidade de arras é a exceção e tem função secundária. 
“Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.”
Necessidade de expressa previsão do direito de arrependimento (art. 420): não se presume direito de arrependimento, deve estar EXPRESSO no contrato. Quando está expresso, aí há a exceção do direito das arras, elas servirão como toda a indenização que a parte irá receber. Pelo Código Civil, não havendo disposição expressa no contrato, as arras penitenciais representam uma opção da parte inocente, que poderá preferir executar o contrato (CC, art. 419, segunda parte) ao invés de retê-las a título de indenização. 
“Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.”
Efeitos do inadimplemento (art. 418)
“Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.”
Inadimplemento de quem prestou arras
Inadimplemento de quem recebeu arras
Súmula 412 STF
“No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização maior a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo.”
Distrato
Conceito
Forma de extinguir o contrato. A extinção se dá em decorrência de previsão em lei ou no próprio contrato. Alguns doutrinadores chamam o distrato de resilição bilateral, tendo em vista que ambas as partes querem resilir, ou seja, encerrar o contrato.
 “Conceitua o distrato como o trato em sentido contrário, ou seja, um contrato pelo qual os figurantes eliminam o vínculo estabelecido entre si.
Aduz que toda relação jurídica comporta distrato, o qual pode ser modificativo ou extintivo; porém, exige o contrarius consensus que os efeitos do contrato ainda não estejam exauridos pelo cumprimento.
Observa, por fim, que o distrato se rege pelos mesmos elementos de existência e requisitos de validade do contrato cujos efeitos visa eliminar, tendo eficácia ex tunc ou ex nunc, a qual alcançará somente os distratantes, sem afetar o direito adquirido pelo terceiro”. Araken de Assis
“O distrato constitui uma espécie de resilição do negócio jurídico: de um lado, encerra o contrato para o futuro, ostentando natureza bilateral, vez que assenta em dupla declaração de vontade; de outro, também representa uma modalidade de revogação, expressando o contrarius consensus dos figurantes”. Orlando Gomes
Espécies
Extintivo: a disposição das partes atuará em maior ou menor profundidade, distinguindo-se, então, o distrato com eficácia ex tunc e ex nunc. 
Modificativo: Por sua vez, o distrato modificativo, na opinião de Pontes de Miranda, dá-se se a prestação é duradoura e começara a ser prestada. 
Objeto
Toda relação jurídica contratual, ou não, comporta distrato, respeitados os limites da autonomia de vontadee os demais princípios que governam a formação dos contratos.
Requisitos – Art. 472
O distrato se rege pelos mesmos elementos de existência, requisitos de validade e fatores de eficácia do contrato cujos efeitos visa a eliminar. Adota-se o princípio da simetria das formas. Ex.: o distrato de compra e venda de bem imóvel realizada por instrumento público dependerá da mesma forma.
Eficácia
Os distratantes desfrutam da ampla liberdade para outorgar-lhe eficácia ex tunc ou ex nunc. Se nenhum dos figurantes ainda prestou, desaparecem todos os efeitos do contrato desfeito; do contrário, surge pretensão à restituição, criando-se uma nova relação jurídica, destinada à liquidação do contrato.
A eficácia do distrato limita-se aos seus figurantes, não atinge direito de terceiros.
Da Resilição Unilateral
Conceito
Apenas UMA das partes deseja encerrar a obrigação (resilir o contrato). Em face do princípio da obrigatoriedade, a regra determina que contratos não podem ser resilidos unilateralmente. Entretanto, algumas espécies de contratos (art. 473), em determinadas situações, admitem a resilição unilateral, principalmente os de execução estendida no tempo (execução diferida).
Os contratos de execução continuada normalmente contêm cláusula permitindo expressamente a resilição unilateral, desde que a comunicação seja feita com antecedência. A esse respeito tem-se o art. 473, parágrafo único, que assim dispõe: 
"Parágrafo Único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos".
A regra é cogente, ou seja, não pode ser afastada pela vontade das partes. Portanto, a liberdade de contratar é ligeiramente cerceada quanto a esse aspecto. Tal comando assenta-se na função social do contrato e na boa-fé (arts. 421 e 422 do CC).
Pressupostos Essenciais
O contrato deve ter eficácia diferida no tempo (obrigações a ser cumpridas futuramente).
Nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte (art. 473).
ATENÇÃO 1: a regra geral dos contratos é permitir a resilição.
ATENÇÃO 2: enquanto a RESOLUÇÃO pressupõe CAUSA EXTERNA, como perecimento do objeto ou atitude culposa, a RESILIÇÃO opera-se por simples MANIFESTAÇÃO DE VONTADE de uma das partes, que não tem mais interesse em dar continuidade ao vínculo contratual. A resilição não tem causa externa.
I. Estipulação em favor de terceiros (arts. 436 – 438)
1. Conceito: terceiro ou pessoa que não é parte do contrato nem vinculado a este, direta ou indiretamente, pode ser beneficiário de seus efeitos. Como decorrência o terceiro pode investir-se em direito subjetivo e exigir seu cumprimento, por força do instituto da estipulação em favor de terceiros os efeitos do contrato, desde que benéficos, podem alcançar o âmbito jurídico de terceiros. Paulo Netto Lôbo
2. Exceção ao princípio da relatividade dos efeitos do contrato
3. Nomenclatura: estipulento, promitente e beneficiário.
4. Co-legitimidade para postular o adimplemento.
5. Quem pode ser terceiro?
6. Substituição do beneficiário (art. 438)
7. Comportamento do beneficiário (aceitação, recusa e renúncia)
8. Exemplos
8.1 Seguro de vida
8.2 Doação com encargo
8.3 Plano de saúde
8.4 DPVAT
9. Dica de acórdão REsp 257880 – RJ
II. Contratos com eficácia protetiva para terceiros
Compra e Venda
1. Introdução: qual o contrato mais antigo?
2. Conceito: art. 481 do CC.
“A compra e venda é um contrato bilateral, oneroso e consensual mediante o qual o vendedor assume obrigação de transferir bem ou coisa alienável e de valor econômico ao comprador, que por sua vez, assume a obrigação de pagar o preço determinado ou determinável em dinheiro. A coisa corpórea ou incorpórea é o mais importante dos contratos típicos e o mais utilizado pelas pessoas em seu cotidiano.” Paulo Lôbo
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.” -> Eficácia inter partes (pessoal).
3. O modelo brasileiro entre duas tradições.
4. Dois momentos distintos: a formação do contrato e a transmissão da propriedade: art. 492 do CC.
“Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.”
Regra geral de transmissão no Brasil: tradição nos bem móveis e transcrição (escritura pública) nos bem imóveis.
5. Elementos Essenciais
5.1 Coisa (art. 481 e 482): um bem (segundo o CC) ou produto (segundo o CDC).
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.”
5.2 Preço (art. 485-489): como será o pagamento.
“Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa. -> No Brasil é permitido que terceiro fixe o valor do contrato de compra e venda.
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. -> Comum nos contratos empresariais.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação. -> É o comum os jornais colocarem o valor do CUB (valor do metro²).
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.” -> ambas as partes devem ter noção do preço. Não pode haver a fixação unilateral do preço, sob pena de desnaturalizar o terceiro elemento (consentimento).
5.3 Consentimento (art. 482): consenso entre as partes.
“Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.”
ATENÇÃO: o contrato de compra e venda NÃO precisa ser escrito, o que importa é o consentimento, ou seja, se as partes estão de acordo. Não é um contrato real, mas sim consensual, já válido e eficaz. Ex.: comprar uma blusa no shopping é verbal.
6. Despesas de escritura e registro (art. 490)
Se as partes quiserem alterar a regra geral do CC o contrato deverá conter cláusulas gerais específicas.
“Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.”
7. Venda mediante amostra (art. 484)
“Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.”
8. Venda de ascendente à descendentes (art. 496)
Não pode vender sem a concordância dos demais descendentes.
“Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentese o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.”
9. Antecipação de legítima e colação (art. 2002)
“Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível.”
10. Incapacidade especial no contrato de compra e venda (art. 497)
“Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.”
11. Venda de quinhão na coisa comum (art. 504)
“Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.”
12. Posso vender bem de terceiro?
Em tese, não é ilícita a compra e venda de bem de terceiro. Conduto, por óbvio, se o terceiro não participou da negociação ele NÃO será atingido.
13 – Posso vender coisa futura?
“Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.”
PODE, porém se a coisa não existir deverá indenizar.
Cláusulas Especiais à Compra e Venda
1. Retrovenda (direito de retrato)
É o direito que brota através de uma cláusula de retrovenda.
1.1. Bem Imóvel
1.2 Prazo decadencial máximo: três anos (art. 505)
“Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.”
1.3 Transmissibilidade do direito de retrato (art. 507)
“Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.”
2. Venda à contento (art. 509)
Remete o produto para o comprador.
“Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.”
2.1 A manifestação do agrado: enquanto não tiver manifestação do agrado do comprador não foi fechado o negócio (condição suspensiva). Deve estar expresso no contrato.
2.2 Deveres do comprador – comodatário (art. 511)
“Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.”
Tem as responsabilidades de um comodatário (aquele que recebe empréstimo gratuito).
3. Da preempção ou preferência (art. 513)
3.1 Conceito: no contrato de compra e venda, preferência é a cláusula estipulada pelas partes contraentes mediante a qual fica assegurado ao vendedor o direito de adquirir a coisa quando o comprador pretender vendê-la à terceiro, pelo preço e condições que este oferecer. Em outras palavras, é o direito do vendedor de se substituir ao terceiro, nos mesmos termos em que o terceiro iria adquirir a coisa. No sentido geral, preferência é o direito que assiste a pessoa para que seja considerada em primeiro lugar na satisfação de seus direitos, quando confrontada por outros interesses que pretendam disputar a primazia. Paulo Netto Lôbo
3.2 Prazos (art. 513, § único e art. 516)
“Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
(...)
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.”
3.3 Responsabilidade do adquirente (art. 518)
“Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.”
A responsabilidade do comprador que não respeita o direito de preferência em relação ao seu vendedor é OBJETIVA, depende da demonstração do DANO.
Já a responsabilidade do terceiro adquirente depende da comprovação de MÁ-FÉ.
3.4 Intransmissibilidade da preempção (art. 520)
“Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.”
É direito personalíssimo.
4. Venda com reserva de domínio (art. 521)
“Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.”
A posse já vai para o comprador, mas a propriedade irá somente após o pagamento da última parcela. Não tem apenas direito de crédito, mas também ao bem (busca e apreensão, p.ex.).
4.1 Venda de coisa móvel (art. 521)
4.2 Estipulação por escrito (art. 522)
“Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.”
4.3 Transferência de propriedade e riscos (art. 524)
“Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.”
A propriedade só é transferida ao comprador com o pagamento integral, porém os riscos são imputados a este desde que a coisa lhe foi entregue.
Ex.: se for roubado, se perder, se extraviar etc.
5. Venda sobre documentos (art. 529)
“Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado.”
Documento representativo de crédito -> bilhete premiado.

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