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Prof. A. J. C. Pitta 45 Polaridade de Transformadores Monofásicos 1.0 - Considerações iniciais A marcação da polaridade nos terminais das bobinas dos transformadores, é de grande importância, pois informa ao interessado as conexões devidas quando na instalação de transformadores em paralelo, instalação de medidores que utilizam transformadores de medição, relês etc. Ressalte-se ainda que é importante a determinação da polaridade dos transformadores quando se trata do defasamento angular, uma vez que ela é afetada pela polaridade. 2.0 - Polaridade de transformadores A polaridade de transformadores, basicamente é uma questão referencial, pois trata-se da verificação instantânea das tensões aplicadas e induzidas, que podem ter sentidos concordantes ou discordantes. A figura a seguir ilustra o texto. . Figura 1 - Polaridade das tensões instantâneas, possíveis no transformador. Analisando-se a figura 1, percebe-se que existem duas possibilidades, para as tensões induzidas em relação à aplicada. A primeira possibilidade refere- se a ambas estarem em fase. E, a segunda apresentarem sentidos diferentes. No entanto, esta inversão de polaridade ocorre pelo simples fato de qual dos dois terminais será escolhido como referência. Esta afirmação fica clara pois o fluxo que corta o enrolamento primário também cortará da mesma forma o enrolamento secundário. Uma situação que pode ser apresentada, para melhor ilustrar a o fenômeno da polaridade, refere-se a dois grupos de bobinas. Sendo o primeiro grupo, enrolada no mesmo sentido. E o segundo grupo enrolado em sentido contrário. A situação proposta está ilustrada na figura 2. Prof. A. J. C. Pitta 46 . Figura 2 - Polaridade considerando o sentido do enrolamento das bobinas. Mais uma vez observa-se que não houve alteração dos fluxos e, que a polaridade se verifica por uma simples questão de referência. Em outras palavras o fato de se inverter a bobina não assegura uma situação de polaridade aditiva, pois a simples inversão dos terminais implica em polaridade subtrativa. Isto posto fica mais uma vez comprovada a afirmativa que “polaridade é simplesmente uma questão de referencial”. Por outro lado, a figura 2 apresenta uma questão interessante que deve ser resolvida. A figura 2(A) sob o ponto de vista observador, possui os respectivos valores de tensões instantâneas induzidas, representadas por E1 e E2 respectivamente, no mesmo sentido. E diz-se neste caso que a polaridade é subtrativa. Fato inverso ocorre na figura 2(B), onde as tensões estão em sentidos contrários. Ora, uma avaliação imediata pode levar a conclusões precipitadas, pois fasores no mesmo sentido induz a adição e fasores contrários à subtração. Se o caso é assim tão simples, porque a teoria insiste em dizer o contrário? Ou seja subtrativo para as setas em sentido contrário; e aditivo para as setas em oposição. A resposta a esta questão é muito simples. Mais uma vez resume-se ao ponto referencial. Para os observadores, que estão do lado de fora do circuito, observa-se as setas no mesmo sentido para o caso subtrativo e as setas em sentido contrário para o caso aditivo. No entanto sob o ponto de vista carga, tudo ocorre de forma inversa. Considerando-se que a análise deve ser feita sob o ponto de vista de como a carga enxerga as tensões envolvidas, conclui-se que a situação passa a ser observada sob outro ângulo. Portanto a situação será melhor entendida através da análise da figura 3(A) e 3(B), que mostra um ensaio de polaridade pelo método da corrente alternada. Prof. A. J. C. Pitta 47 Figura 3 - Ensaio de polaridade pelo método da tensão alternada. Na figura 3 (A), tem-se polaridade subtrativa, enquanto na figura 3 (B) a polaridade é aditiva, isto é o que será indicado pelo voltímetro do circuito. 3.0 - Ensaio de Polaridade em transformadores - Método do golpe indutivo - Este método consiste em aplicar-se uma tensão contínua em um dos enrolamentos do transformador, observando-se o sentido da tensão induzida no outro enrolamento, no instante em que a chave de alimentação do primeiro enrolamento é fechada. A figura 4 a seguir esclarece a situação. Figura 4 - Método do golpe indutivo para determinação da polaridade de transformadores. Prof. A. J. C. Pitta 48 - Execução do ensaio: Para executar o ensaio de polaridade pelo processo do golpe indutivo siga os seguintes passos: 1 - Monte o esquema conforme indicado na figura 4, utilizando: 2 (dois) voltímetros de zero central com escala de 10 V; 1 (um) amperímetro com escala de 3 A; 1 (uma) fonte de corrente contínua ajustável e uma chave tipo comando. Observe as marcações dos terminais do transformador, de tal forma a ter-se a mesma referência de ambos os lados de tensão superior (TS) e tensão inferior (TI). 2 - Antes de ligar o circuito consulte o professor ou o técnico de laboratório. 3 - Após ligar o circuito, ajuste a corrente no amperímetro para um nível de 2 Ampère (com a chave ligada). Após o ajuste, retire o dedo da chave e, efetue novamente o fechamento da chave. Observe o sentido das tensões instantâneas induzidas nos dois voltímetros de zero central. Anote o ocorrido: V1 = ........................ V2 = .......................... 4 - A seguir, inverta os terminais de tensão inferior do transformador sob ensaio, considerando como referência neste caso o terminal X1 ( este terminal no ponto negativo do voltímetro de zero central). 5 - Proceder da mesma forma que em 3, anotando o ocorrido: V1 = ...................... V2 = ......................... - Método da tensão alternada Este método consiste em jampear-se os terminais adjacentes das bobinas do transformador e, aplicar-se um certo nível de tensão alternada no lado de tensão superior, medindo-se a tensão nos outros dois terminais das bobinas. Note que assim procedendo, a tensão induzida na bobina do lado de TS e a de TI podem ser somadas ou subtraídas, dependendo se o transformador for aditivo ou subtrativo respectivamente. Esta situação está ilustrada na figura 5. Figura 5 - Teste de polaridade pelo método da tensão alternada. Prof. A. J. C. Pitta 49 - Execução do ensaio: 1 - Monte o esquema conforme indicado na figura 5, utilizando: 2 (dois) voltímetros de ferro móvel (AC), com escalas de 150 V e 300 V; um varivolt monofásico de 0 a 110 V. Observe as marcações dos terminais do transformador, de tal forma a ter-se a mesma referência de ambos os lados de tensão superior (TS) e tensão inferior (TI). 2 - Antes de ligar o circuito consulte o professor ou o técnico de laboratório. 3 - Após ligar o circuito ajuste o varivolt de forma que o voltímetro V1 indique 100 Volt. A seguir anote os valores: V1 = .........................; V2 = ............................ 4 - Efetue a gora a montagem ilustrada na figura 6. Note que trata-se do mesmo circuito mostrado na figura 5, porém com o “jumper” trocado. Ou seja, agora o ‘jumper” está entre os terminais H1 e x2. Figura 6 - Teste de polaridade pelo método da tensão alternada. Prof. A. J. C. Pitta 50 5 - Antes de ligar o circuito consulte o professor ou técnico de laboratório. E não esqueça de colocar o voltímetro V2 na escala de 300 Volt, conforme observação na figura 6. 6 - Após ligar o circuito ajuste o varivolt de forma que o voltímetro V1 indique 100 Volt. A seguir anote os valores: V1 = ........................ ; V2 = ........................... 4.0 - Guia para análise 1 - Explique detalhadamente o ensaio pelo método do golpe indutivo. 2 - Porque no método do golpe indutivo a corrente teve de ser controlada? Explique! 3 - Explique detalhadamente o ensaio pelo métododa tensão alternada. 4 - Explique porque ocorreu deflexões em sentidos contrário no método do golpe indutivo. 5 - Porque no método da tensão alternada na primeira medição, item 3 do ensaio, o voltímetro 2 indicou tensão zero? 6 - Ainda referente ao item 3 do ensaio, o que indicaria o voltímetro se o transformador fosse 220 Volt na TS e 110 Volt na TI? Considere as condições propostas no ensaio. 7 - Porque o voltímetro 2, no item 6 do ensaio indicou 200 Volt? 8 - Estabeleça comparações entre o circuito da figura 5 e o da figura 6. 9 - Elabore um relatório completo sobre o ensaio em questão.
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