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TECIDO EPITELIAL Seguramente, a característica fundamental do tecido epitelial é que suas células se mantém extremamente coesas e entre elas há pouca ou nenhuma substância intercelular. Este compartimento é ocupado por quantidades muito pequenas de uma substância glicoproteica denominada de glicocálix. Três mecanismos participam da coesão celular: a) ação adesiva do glicocálix; b) pelas interdigitações de células vizinhas, permitindo que projeções de uma célula penetrem em depressões de células adjacentes, aumentando assim a superfície de contato entre as células; c) estruturas especiais chamadas complexos unitivos. Os complexos unitivos são constituídos por uma seqüência de: zônula ocludente, zônula aderente e mácula aderente. As máculas aderentes são também denominadas desmossomos. Na união intercelular, pode ocorrer uma estrutura especial de junção tipo gap ou nexus, que se caracteriza por constituir verdadeiros túneis de comunicação entre as células. Por outro lado, a superfície do epitélio não está em contato com o tecido conjuntivo subjacente, mas por uma estrutura bastante delgada produzida pelas células epiteliais, contendo colágeno IV e proteoglicanas denominada lâmina basal. Sob a lâmina basal existe uma rede de fibras reticulares chamada lâmina reticular, mergulhada numa matriz densa contendo proteínas e glicosaminoglicanas, Estas estruturas e a lâmina basal constituem o que se conhece como membrana basal. Junto à lâmina basal as células epiteliais também desenvolvem estrturas de união que são os hemidesmossomos. Frequentemente, devido a falta de um limite preciso entre as células, a forma assumida por estas é de difícil observação. Assim a visualização da forma do núcleo é fundamental porque geralmente é semelhante a forma da célula. Desta maneira um núcleo esférico corresponde a uma célula globosa ou cúbica, um elíptico a uma cilíndrica e um fusiforme a uma célula pavimentosa. Tipos de Epitélio No seu aspecto mais geral, o tecido epitelial se encontra revestindo superfícies externa e interna ou constituindo agregados celulares que elaboram e secretam substâncias biológicas importantes.O primeiro tipo forma o epitélio de revestimento e o segundo o epitélio glandular. Epitélio de Revestimento O epitélio de revestimento é classificado de acordo com o número de camadas semelhantes e a forma de células. a) Número de camadas celulares. Pode ser simples, quando tem uma única camada; estratificado, quanto tem mais de uma; pseudoestratificado, quando aparentemente tem mais de uma camada e de transição quanto a espessura do revestimento varia de acordo com o estado funcional do órgão revestido. b) Forma das células. Nos epitélios simples, toda as células tem a mesma forma. Nos estratrificados, a forma das células varia nas diferentes camadas celulares. Neste caso, a forma das células da camada mais superficial será o critério classificatório. Os epitélios simples podem ser: a) Pavimentoso simples, formado por uma única camada de células achatadas que individualmente são extremamente delgadas, menos na região do núcleo que é frequentemente visível. Reveste a luz dos vasos sendo que nos capilares está adaptada a cumprir funções complexas de acordo com as necessidades metabólicas. Faz parte do revestimento das cavidades serosas, reveste as paredes alveolares do pulmão, constitui a cápsula de Bowman do néfron. b) Cúbico simples, formado por células com dimensões equivalentes em comprimento, largura e espessura. O núcleo é esférico e ocupa a região central da célula. Localiza-se na maioria dos túbulos renais, reveste a superfície do ovário, ductos glandulares. c) Cilíndrico simples, é formado por células altas, cujo núcleo varia do esférico ao elíptico, ocupando a região celular próxima à lâmina basal. Localiza-se, principalmente, revestindo o trato gastro-intestinal após o esôfago. Os epitélios estratificados, de acordo com a forma celular da camada superficial, podem ser: a) Pavimentoso estratificado: caracteristicamente, as células mais superficiais são achatadas e as mais profundas, junto ao conjuntivo, cúbicas e cilíndricas. As camadas intermediárias são poliédricas ou de aparência arredondada. Localizam-se principalmente, em superfícies de proteção como a pele, mucosa da boca e esôfago. É notável a continuidade de descamação das células superficiais e sua substituição pela atividade mitótica das células mais profundas. Se este epitélio na sua superfície livre se delimita com um meio ambiente seco, ocorre a queratinização, por exemplo, a pele. Quando o faz com um meio úmido, normalmente, não ocorre a queratinização, por exemplo, a mucosa bucal, esôfago, etc. b) Cúbico estratificado: tem sua distribuição restrita a poucas áreas, como os ductos da glândula sudorípara, salivar e outras. c) Cilíndrico estratificado: encontrado somente em alguns locais como nos ductos das glândulas mamárias. d) Transição: reveste alguns órgãos do aparelho urinário submetidos a frequentes aumentos e diminuições do seu diâmetro, como na bexiga, que aumenta durante a colheita da urina e se retrai durante sua expulsão. Nestes órgãos o número de camadas celulares do revestimento epitelial, bem como a forma celular da camada superficial são modificados de acordo com a necessidade fisiológica. Assim quando o órgão aumenta seu volume, as células superficiais se achatam e o número de camadas diminui, enquanto que, no estado de repouso, as células superficiais são globosas e o número de camadas é maior. e) Pseudoestratificado: sua característica marcante é que todas as células estão fixadas à lâmina basal, porém as células, que são cilíndricas, tem alturas diferentes de tal forma que nem todas atingem a superfície livre. Assim, os núcleos se distribuem em alturas diferentes de tal forma que nem todas atingem a superfície livre. Assim, os núcleos se distribuem em alturas diferentes, dando a falsa impressão de estratificação. Há dois tipos, o ciliado, característico das vias aéreas superiores e o não ciliado, encontrado em alguns ductos glandulares e na uretra masculina. Vascularização e Inervação De maneira geral, o tecido epitelial é avascular e sua nutrição é feita por difusão de nutrientes desde o conjuntivo subjacente. Para tanto, o limite epitélio-conjuntivo tem algumas características: presença de uma lâmina basal que age como uma membrana semipermeável, uma rede capilar subjacente ao epitélio e amplas sinuosidades que aumentam a superfície de contato entre os dois tecidos (papilas conjuntivas), cuja freqüência e tamanho parece depender da espessura do epitélio, tanto que nos epitélios simples e pouco estratificados, são menores e menos frequentes ou praticamente não existem, dentro do revestimento epitelial se observam terminações nervosas livres, que podem formar um plexo intraepitelial. Epitélio Glandular Glândula é uma célula ou um grupo de células especializadas cuja função é a secreção. De modo geral, e no seu sentido mais amplo, entende-se por secreção a atividade pela qual a célula retira do sangue substâncias que são transformadas e depois liberadas para serem aproveitadas por outras células ou eliminadas do organismo. As glândulas são constituídas de um componente epitelial denominado de parênquima e de tecido conjuntivo, chamado estroma, que serve de sustentação e contém também vasos sanguíneos e nervos. As glândulas são classificadas em dois tipos: exócrinas e endócrinas. Glândulas Exócrinas ou glândulas de secreção externa, cujo produto de secreção é eliminado através de ductos que levam a secreção para a superfície do organismo, como por exemplo as glândulas sudoríparas ou para umacavidade natural (ex.: glândulas salivares). Glândulas Endócrinas ou glândulas de secreção interna são aquelas que não tem ductos e lançam sua secreção (hormônios) no sangue. A hipófise, tireóide e supra-renal são exemplos de glândulas endócrinas. Classificação das Glândulas Exócrinas As glândulas exócrinas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. Pelo número de células as glândulas podem ser: a) Glândula unicelular: quando é constituída apenas de uma célula secretora. O exemplo é a célula caliciforme encontrada em grande quantidade no epitélio da mucosa do trato respiratório e intestinal. b) Glândula multicelular: formada por células dispostas ao redor de um lúmen central, constituindo a unidade secretora e de ductos que transportam o produto secretado para o meio externo. Quanto aos ductos, as glândulas são classificadas em: a) Simples: quando os ductos não sofrem ramificações. Ex.: glândula sudorípara. b) Composta: quando os ductos se ramificam. Ex.: glândulas salivares. De acordo com a forma da unidade secretora, as glândulas podem ser: a) Tubulosa: quando a unidade secretora for tubular. Ex.: glândulas mucosas do esôfago. b) Acinosa: quando a unidade secretora tem a forma de um bago de uva. Ex.: pâncreas exócrino. c) Tubuloacinosa: quando há uma mistura de unidades secretoras tubulosas e acinosas. Ex.: glândulas salivares. Conforme a natureza da secreção, as glândulas classificam-se em: a) Mucosas: são aquelas que secretam um fluido espesso e de natureza glicoproteica, denominada muco. Ex.: glândulas mucosas do esôfago e da traquéia. b) Serosas: são glândulas cujo produto é um fluido aquoso, rico em proteínas. Ex.: pâncreas exócrino. As glândulas exócrinas também podem ser classificadas segundo o modo da célula secretar. a) Merócrinas: nestas glândulas o produto de secreção é liberado sem haver perda de citoplasma das células secretoras. Ex.: glândulas salivares. b) Holócrinas: são glândulas cujas células morrem, após acumular a secreção, transformando-se integralmente no produto secretado. Ex.: glândula sebácea. c) Apócrinas: nestas glândulas uma pequena parte do citoplasma é eliminada junto com a secreção. Ex.: glândula mamária. Classificação das Glândulas Endócrinas De acordo com a organização de suas células, distinguem-se dois tipos de glândulas endócrinas: as cordonais e as vesiculares ou foliculares. a) Cordonal: as células formam fileiras ou cordões irregulares separados entre si por capilares sanguíneos, para dentro dos quais são lançados seus produtos de secreção (hormônios) Ex: hipófise, adrenal, ilhotas de Langerhans (pâncreas endócrino) b) Vesicular ou Folicular: nesta glândula, células cúbicas se agrupam em uma só camada, formando a parede de pequenas vesículas onde são armazenados os produtos de secreção por elas produzidos. Ex.: glândula tireóide
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