Buscar

Relações de trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIFERENCIAÇÃO RELAÇÃO DE TRABALHO DE RELAÇÃO DE 
EMPREGO. 
 
 Segundo Renato Saraiva, relação de trabalho corresponde a qualquer vínculo 
jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, 
mediante o pagamento de uma contraprestação. Exemplo: trabalho autônomo, avulso, 
eventual, estagiário, etc. 
 Para Maurício Delgado Godinho, todavia, o conceito de relação de trabalho é 
materializado no gênero o qual se acomodam todas as formas de pactuação de prestação 
de labor. 1 
 Já a relação de emprego é uma modalidade de relação de trabalho caracterizada 
pela existência de quatro requisitos: PPSS. 
 Pessoalidade 
 Permanência (ou habitualidade, ou não eventualidade) 
 Subordinação 
 Salário (remuneração, onerosidade) 
Esta caracterização da relação de emprego encontra-se consignada no conceito 
de emprego positivado no artigo 3º da CLT. 
 
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar 
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência 
deste e mediante salário. 
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de 
emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, 
técnico e manual. 
 
Assim, pode-se afirmar que a relação de trabalho é gênero do qual a relação de 
emprego é espécie. Ou seja, toda relação de emprego corresponde a uma relação de 
trabalho, mas nem toda relação de trabalho corresponde a uma relação de emprego. 
 
 
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
1 Parece-me um conceito mais acertado, considerando a existência do trabalho voluntário. 
 
 São sujeitos do contrato de trabalho o empregado e o empregador. 
 
- EMPREGADO: O artigo 3º da CLT conceitua empregado como “toda pessoa 
física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador sob a dependência 
deste e mediante salário”. (Parágrafo único: Não haverá distinções relativas à espécie 
de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e 
manual.). 
 O parágrafo único do art. 3º da CLT tem guarida também no artigo 7º, XXXII da 
CF/1988. Nesta hipótese, o tipo de trabalho realizado pelo empregado, seja manual, 
técnico ou intelectual, é irrelevante à configuração do vínculo empregatício. 
Vale lembrar que este empregado descrito na CLT é o empregado urbano 
celetista, uma vez que há outras modalidades especiais de empregados como os 
domésticos, rurais, aprendizes, etc. 
 
Obs: não há distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o 
executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam 
caracterizados os pressupostos da relação de emprego. 
 
- EMPREGADOR: O artigo 2º da CLT disciplina o conceito de empregador ao 
dispor: “Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo 
os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de 
serviço.”. 
“§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de 
emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações 
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores 
como empregados.”. 
 Renato Saraiva conceitua o empregador como sendo a pessoa física ou jurídica 
que, assumindo, os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação 
pessoal de serviços. 
No que tange ao empregador, convém destacar que esse se sujeita ao princípio 
da alteridade, que determina que os riscos da atividade econômica pertencem única e 
exclusivamente ao empregador. 
Neste diapasão, tendo laborado para o empregador, independentemente de a 
empresa ter auferido lucros ou prejuízos, as parcelas salariais serão sempre devidas aos 
obreiros, o qual não assume o risco da atividade econômica. 
 
 
RELAÇÕES ESPECIAIS DE EMPREGO 
 
 Com relação às relações especiais de emprego, podemos citar como principais: 
empregados domésticos, empregados rurais e empregados públicos. Tais relações de 
emprego constituem contratos especiais que serão estudados no Direito do Trabalho II. 
 
 
RELAÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO 
 
- Trabalho Avulso: A característica principal do trabalho avulso é a presença da 
intermediação da mão-de-obra. Assim, o trabalhador avulso é pessoa física que presta 
serviços sem vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas pessoas, 
sendo sindicalizado ou não, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria 
profissional ou do órgão gestor de mão de obra. Ex: Lei nº. 9.719/1998 – que trata do 
trabalhador avulso portuário; e Lei nº. 12.023/2009 – que cuida do trabalhador avulso 
em atividades de movimentação de mercadorias (chapas que trabalham descarregando 
caminhões na CEASA). 
 Na definição de Valentim Carrion, trabalhador avulso é aquele que presta 
serviços a inúmeras empresas, agrupado em entidade de classe por intermédio desta e 
sem vínculo empregatício. 
 Com relação ao trabalho avulso exercido em porto, conforme citado, este será 
dirigido pelo OGMO (órgão gestor de mão de obra). 
 É importante destacar que a CF/1988, em seu artigo 7º, XXXIV, assegurou 
igualdade de direitos entre os empregados com vínculo jurídico permanente e os 
trabalhadores avulsos. 
 
- Trabalho Autônomo: Nesta espécie de relação de trabalho não existe 
dependência ou subordinação jurídica entre o prestador de serviços e o respectivo 
tomador. Ou seja, o trabalhador autônomo atua como patrão de si mesmo, assumindo os 
riscos do empreendimento. Exemplos: médico, pedreiro, taxista, diarista, eletricista 
autônomo, camelô, etc. 
 Destaca-se que nada impede que um pedreiro, taxista ou qualquer outro típico 
autônomo seja contratado como empregado, desde que estejam presentes os quatros 
requisitos da relação de emprego, em especial, a subordinação. 
Obs: Não há um consenso acerca da diferença entre o profissional liberal e o 
trabalhador autônomo. Contudo, o pensamento majoritário insere-se na ideia de que o 
trabalhador autônomo é gênero, do qual o profissional liberal é espécie. Isso porque, em 
ambos os casos não se verifica a subordinação jurídica, porém, enquanto o trabalho 
autônomo abarca qualquer tipo de profissão que seja exercida com poder de direção e 
com base no risco; o profissional liberal também é autônomo, pois exerce sua atividade 
com poder de direção, entretanto, essa atividade requer certo conhecimento técnico, 
atestado por escola de ensino superior e cuja profissão seja regulamentada. 
 
- Trabalho Eventual: É aquele realizado em caráter esporádico, temporário, de 
curta duração e, em regra, não relacionado com a atividade-fim da empresa. Nesta 
hipótese não haverá qualquer espécie de continuidade (habitualidade) na prestação de 
serviços, sendo realizado em caráter precário, embora haja uma subordinação 
momentânea. 
 Ex: Faculdade de direito contrata programador de sistemas por três dias, para 
atualização dos computadores. 
 
- Estágio: Lei nº. 11.788/2008. O estágio é o ato educativo supervisionado 
desenvolvido no ambiente do trabalho, que visa a preparação para o trabalho produtivo 
de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação 
superior, médio e anos finais do ensino fundamental (art. 1º). 
 No estágio, temos os seguintes atores sociais envolvidos: o estagiário 
(educando), a instituição de ensino, a parte concedente do estágio e os agentes de 
integração públicos e privados (auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto 
do estágio). 
 A parte concedente do estágio poderá ser: pessoa jurídica de direito privado, 
Administração Pública ouprofissionais liberais de nível superior. 
 A relação jurídica entre parte concedente e estagiário representa verdadeira 
relação de trabalho em sentido amplo, porque há prestação de serviços executados por 
pessoa natural. Ademais, embora o contrato de estágio possua todos os requisitos para 
formação da relação empregatícia, pois nele há pessoalidade, não eventualidade, 
onerosidade e subordinação, por determinação legal (art. 3º), o legislador excluiu o 
estagiário da proteção celetista para incentivar a formação de novos profissionais. 
Neste sentido, destaca-se que o estágio não cria vinculo de emprego com a parte 
concedente, desde que atendidos os seguintes requisitos: matrícula e frequência no 
curso; termo de compromisso entre o educando, a instituição de ensino e a parte 
concedente e compatibilidade das atividades com o termo de compromisso. Ou seja, o 
descumprimento de qualquer desses requisitos acarretará na formação de vínculo 
empregatício. Ex: O estudante de direito que presta serviços no escritório de advocacia, 
mas apenas atende telefone, serve café, faz a limpeza, será empregado e não estagiário, 
pois não há compatibilidade entre o estudo teórico e as atividades por ele desenvolvidas. 
 O descumprimento da lei do estágio irá caracterizar a relação de emprego e a 
parte concedente ficará impedida de receber estagiários por dois anos. 
 Durante o período de provas, a jornada do estagiário será reduzida, pelo menos, 
à metade de sua carga. 
 A jornada de trabalho será de 4 horas diárias (20 semanais) ou 6 horas diárias 
(30 semanais). Poderá ser de 8 horas diárias (40 semanais) desde que previsto no projeto 
pedagógico do curso e da instituição de ensino e que seja ministrado cursos neste 
período. 
 A duração do estágio na mesma parte concedente não poderá exceder a 2 (dois) 
anos, salvo no caso de portador de deficiência. 
 O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a 
ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na 
hipótese de estágio não obrigatório. A eventual concessão de benefícios relacionados a 
transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. 
 O estagiário fará jus a recesso de 1 (um) mês, preferencialmente no período das 
férias escolares, quando laborar pelo período de 1 (um) ano. Caso este não trabalhe por 
1 (um) ano, seu recesso será proporcional. Ademais, caso o estágio seja remunerado, o 
recesso também será. 
 
- Trabalho Voluntário: por não ser atividade remunerada não será possível 
reconhecer o vínculo empregatício do trabalhador voluntário. Vale destacar que o 
prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que 
comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias (art. 3º da Lei nº. 
9.608/1998). 
 
- Trabalho religioso: primeiramente é importante distinguir o trabalho religioso 
do trabalho para uma instituição religiosa. O primeiro não é considerado um contrato de 
trabalho, constituindo o exercício de uma vocação, uma vez que o fim a que se destina é 
de ordem espiritual e não profissional. Já o segundo constitui um trabalho profissional, 
com os requisitos caracterizadores da relação de emprego e que é desempenhado em 
favor de uma determinada instituição religiosa. 
Se faz mister destacar que para a doutrina há uma divergência sobre o assunto, 
pois há quem defenda que o trabalho para uma instituição religiosa não pode ser 
considerado relação de trabalho por não visar lucro. Contudo, tal argumento não assiste 
razão, uma vez que o § 1º do artigo 2º da CLT preconiza que “Equiparam-se ao 
empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais 
liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras 
instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.”. 
Assim, um faxineiro poderá ser contratado por uma igreja, desde que observado 
os requisitos para caracterização da relação de emprego. O que não pode é configurar 
como relação de trabalho o serviço de pastor ou padre, e de leigos que colaboram nas 
missas ou cultos. 
Há decisões no TST nos dois sentidos, tanto favorável, quanto negativa à 
caracterização de relação de emprego de pastores com igrejas. 
Ex: Processo RR-93000-38.2008.5.17.0014 – INDEFERIMENTO: Segundo o 
acórdão, dentre outros fatores, a verba percebida pelo autor não poderia ser considerada 
como salário, pois era proveniente de doações de fiéis, sem a caracterização de uma 
contraprestação de serviços. 
Processo RR-19800-83.2008.5.01.0065 – DEFERIMENTO: Neste caso, cujo 
relator fora o Ministro Ives Gandra, o TST decidiu favorável ao reconhecimento do 
vínculo empregatício e verbas decorrentes, que somadas ao dano moral, foram pagas na 
importância de R$ 19.000,00, pelo motivo de ter sido comprovado que o pastor era 
obrigado a cumprir metas de arrecadação sobre os fiéis, que cresciam mensalmente, 
com a ressalva de que o TST não costuma a admitir a caracterização de tal vínculo. 
Ademais, o pastor havia sido “demitido” sob a acusação de roubo. 
 
- Cooperado: Cooperativa é uma sociedade de pessoas que reciprocamente se 
obrigam, com a união de esforços, a alcançar um objetivo comum. O próprio nome já 
diz, cooperar é atuar em conjunto. Exemplo: taxistas que se juntam para fundar uma 
cooperativa com o intuito de dinamizar suas atividades (prestar serviços de transporte 
para várias empresas e diminuir custos com novas tecnologias, como rádios, GPS, etc.) 
 Entre cooperados não há qualquer subordinação. Dessa forma, não há vínculo 
empregatício entre cooperativa e cooperados, uma vez que todos assumem o risco da 
atividade econômica (art. 442, CLT). 
 Para que a cooperativa seja lícita é necessária a observância de dois requisitos: 
inexistência de subordinação entre membros da cooperativa; e ausência de pessoalidade, 
ou seja, uma empresa ao contratar serviços de uma cooperativa (limpeza, por exemplo), 
não pode escolher determinada pessoa, pois houve apenas a contratação dos serviços. 
 Pode ocorrer, contudo, a existência de cooperativas fraudulentas, criados no afã 
de burlar as normas trabalhistas. Exemplo: determinada pessoa cria uma cooperativa de 
colhedores de laranja, atuando como “dono” desta, admitindo, assalariando e dirigindo a 
prestação de serviços. Logo, diante da existência da subordinação cuidar-se-á de relação 
de emprego. 
 Cumpre ressaltar que não há qualquer vedação para que a cooperativa (pessoa 
jurídica com direitos e deveres) contrate empregados, como telefonistas, 
administradores, vendedores, etc.

Continue navegando