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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CECIESA – Gestão CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO PROF. EDUARDO KRIEGER DA SILVA ACADÊMICA: FLÁVIA ARAÚJO FERREIRA POSITION PAPER Frequentemente, nas organizações, termos como treinamento e desenvolvimento são confundidos e até mesmo utilizados nas ocasiões erradas. Desta forma, o objetivo deste paper é diferenciar os termos e a aplicabilidade na visão dos autores Chiavenato (2014), Filho e Cunha (2015), Freire (2014) e Marras (2000). O ambiente empresarial, tanto interno quanto externo, está em constante mudança. Esse cenário instável e desafiador exige uma busca de meios para que a empresa enfrente os frequentes desafios e garanta sua continuidade em um ambiente competitivo. Neste contexto, a utilização de processos de treinamento e desenvolvimento auxiliam na capacitação dos colaboradores e, consequentemente, na eficiência e eficácia organizacional. Para Filho e Cunha (2015, p. 4) “uma empresa que investe em treinamento e desenvolvimento de seus colaboradores está disposta a criar um vínculo entre ambos, sofrendo menos com a falta de capacitação e mantendo os funcionários dentro da empresa por estarem mais bem condicionados e integrados com o ambiente de trabalho [...].” De tal forma, para compreender a importância destes processos nas organizações, assim como diferenciá-los, é necessário conceituá-los. Para Marras (2000, p. 146), “treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho.” De forma complementar, o treinamento “[...] constitui no processo pelo qual um colaborador é preparado para desempenhar de maneira eficaz as tarefas determinadas para o seu cargo." (FREIRE, 2014, p. 33). De maneira semelhante as concepções de Freire e Marras, Gil (2008 apud FILHO; CUNHA, 2015, p. 6) explana que o treinamento Refere-se ao conjunto de experiências de aprendizagem centradas na posição atual da organização. Trata-se, portanto, de um processo educacional de curto-prazo e que envolve todas as ações que visam deliberadamente ampliar a capacidade das pessoas para desempenhar melhor as atividades relacionadas ao cargo que ocupam na empresa. Já o desenvolvimento, “[...] está centrado nas pessoas e não nos processos. Pressupõe-se que o homem deseja crescer e se desenvolver intelectualmente para assumir novas e maiores responsabilidades [...]” (MARRAS, 2000, p. 168). Chiavenato (2014, p. 313) complementa ao citar que “[...] o desenvolvimento envolve aprendizagem que vai além do cargo atual e se estende à carreira da pessoa com um foco no longo prazo para preparar as pessoas para acompanhar as mudanças e o crescimento da organização.” De forma semelhante, Milkovich e Boudreau (2000 apud FREIRE, 2014, p. 135) afirmam que o "desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização." Com o foco no longo prazo, o desenvolvimento apresenta-se como uma soma de experiências de aprendizagem que proporcionam oportunidades para o crescimento e desenvolvimento profissional. Tal processo está mais relacionado a educação e orientação para o futuro, indo além do cargo atual do colaborador. Assim, as empresas procuram detectar entre os seus funcionários os verdadeiros talentos e despertar neles suas potencialidades, focalizando no crescimento pessoal do empregado e na sua carreira futura. (CHIAVENATO, 2014; FILHO; CUNHA, 2015; FREIRE, 2014; MARRAS, 2000). Para Chiavenato (2014, p. 311), “há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento. Embora seus métodos sejam similares para afetar a aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é diferente [...].” Tanto o treinamento quanto o desenvolvimento constituem processos de aprendizagem, onde o colaborador incorpora novos hábitos, atitudes, conhecimentos, destrezas e competências. A diferença entre tais processos está na orientação temporal. O treinamento visa melhorar habilidades e competências que afetarão o desempenho imediato do cargo, focando, assim, nas necessidades atuais. O desenvolvimento busca o crescimento pessoal do colaborador, focalizando os cargos que podem ser ocupados futuramente e as competências que o novo cargo exigirá. Assim, enquanto o treinamento apresenta uma perspectiva de curto prazo, o desenvolvimento está focado no longo prazo. (CHIAVENATO, 2014; MARRAS, 2000). Por se tratar de processos diferentes, o treinamento e o desenvolvimento apresentam diferenças na aplicabilidade. Assim, a o treinamento será aplicável a partir da identificação das necessidades de treinamento, através de um levantamento, para a solução e suprimento de necessidades atuais. Já o desenvolvimento será aconselhado em situações onde a empresa deseja despertar as potencialidades de um colaborador, para situações futuras, onde o foco é o crescimento pessoal do funcionário e nos futuros cargos que poderão ser ocupados. (CHIAVENATO, 2014; MARRAS, 2000). Os processos de treinamento e desenvolvimento, desde que aplicados na situação e no momento correto, serão de extrema importância para as organizações pois "as empresas são fundamentalmente constituídas de inteligência, algo que apenas as pessoas possuem, e o capital somente será bem aplicado quando for inteligentemente investido e administrado." (CHIAVENATO, 2010 apud FILHO; CUNHA, 2015, p. 7). Compreende-se que a principal diferença entre o treinamento e o desenvolvimento está no fator tempo. O treinamento apresenta uma perspectiva de curto prazo, para suprir necessidades do cargo atual. Já o desenvolvimento foca no longo prazo, objetivando o crescimento pessoal do colaborador e focando nas possibilidades futuras dentro da empresa. É perceptível a importância dos processos nas organizações, no atual contexto de grande competitividade. Para isto, é necessário que os gestores das organizações compreendam o conceito dos termos e diferença entre estes, assim como o momento correto para sua aplicação. REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. FILHO, Augusto Francisco de Souza; CUNHA, Francisco Sérgio. Treinamento e desenvolvimento de pessoas: estratégia para percepção de traços de liderança nos colaboradores das empresas. Revista Ampla de Gestão Empresarial. São Paulo, v. 4, n. 1, 2015. Disponível em: <http://www.revistareage.com.br/artigos/sexta_ edicao/01.pdf>. Acesso em 27 ago. 2016. FREIRE, Denilson Aparecida Leite. Treinamento e desenvolvimento em recursos humanos: encenando e efetivando resultados. Curitiba: InterSaberes, 2014. Disponível em: <http://facos.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788544 300992/>. Acesso em 03 set. 2016. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000.
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