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RESUMO SOCIOLOGIA

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Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022/01 
 
ESTUDO DE SOCIOLOGIA DA SAÚDE: 
1. CIÊNCIA X SENSO COMUM 
- O senso comum NÃO precisa mostrar ou ter um MÉTODO ou uma justificativa para 
suas conclusões. Portanto, não é necessária uma comprovação. 
- A ciência, por sua vez, precisa de um método para alcançar suas conclusões. O 
caminho normalmente seguido pela ciência é o seguinte: MODELO  PROBLEMAS 
 HIPÓTESES  CONCLUSÕES. Percebe-se então que a ciência é baseada em um 
caminho, possui ordem, clareza no que faz e apresenta. 
- SENSO COMUM: forma de conhecimento baseado na experiência cotidiana e na 
opinião coletiva de um determinado grupo social com base nos seus valores e 
crenças. 
- CIÊNCIA: é uma forma de conhecimento racional que busca organizar as 
experiências de investigação através de métodos que minimizem os vieses de 
observação, objetivando conclusões mais próximas da realidade. 
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2. POSITIVISMO: 
- Auguste Comte 
- “O amor por princípio, a ordem como base e o progresso por fim” 
- LEI DOS 3 ESTÁGIOS: não é somente verdadeira para a evolução da nossa 
espécie, mas também para nosso desenvolvimento individual. 
 TEOLÓGICO: forças sobrenaturais que coordenam a vida; indisponibilidade de 
conhecimento científico. Explica as coisas por meio de vontades análogas a 
nossa (ex: foi porque Deus quis). Criança. 
 METAFÍSICO: pensamento especulativo; ressurge a filosofia, mas ainda não 
fala sobre a realidade concreta. Os deuses são trocados por princípios 
abstratos (ex: tem vento porque a natureza não gosta do vazio); o homem 
projeta sua psicologia sobre a natureza. Adolescente. 
 POSITIVO: conhecimento científico; realidade objetiva. Adulto. 
- Atingir a positividade para Comte era possuir métodos próprios. 
- A sociologia fica estabelecida como uma ciência acima das demais (coloca ordem 
nas outras ciências). 
- ASPECTOS CONTROVERSOS: 
 Egocentrismo: sociedade europeia como o topo da evolução social e a 
sociologia no topo da hierarquia das ciências. 
 Conservadorismo: se todos possuíssem as mesmas crenças, a sociedade seria 
melhor. O indivíduo é eliminado desse sistema em prol do todo. 
Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022/01 
 
 Evolucionismo: as sociedades não evoluem em um único sentido, buscam o 
topo – positividade. Sociedade industrial  por um lado trouxe a produção em 
massa mas por outro ampliou as desigualdades, fome, desrespeito com o meio 
ambiente. 
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3. ÉMILE DURKHEIM: 
- “O fato social generaliza-se por ser social, mas não é social porque se 
generaliza.” 
- Sociologia é a ciência que estuda os fatos sociais. 
- Durkheim não compreende a sociedade por seus indivíduos, mas seus indivíduos 
pela sociedade. A sociedade não é mera soma de personalidades individuais, é o 
conjunto de hábitos e costumes que definem a maneira de ser e agir 
característicos do grupo social (coersão). 
- Durkheim está preocupado em estudar a CONSERVAÇÃO/REPRODUÇÃO 
social; compreender como que a sociedade consegue se reproduzir; estudar os 
fatores de interação. 
- SOLIDARIEDADE SOCIAL  Durkheim buscava constantemente entender a 
função do indivíduo, instituição e grupos sociais na manutenção da sociedade. A 
ideia de solidariedade aponta para um dever moral de cooperação com a 
sociedade, manutenção do todo social harmônico. “A sociedade é como um 
organismo vivo, no qual os indivíduos (como órgãos) precisam trabalhar em prol do 
todo”. 
- A EDUCAÇÃO é a base para a formação de um indivíduo que atenda as 
necessidades da sociedade. É um exemplo clássico de fato social porque nos 
ensina algo social, não individual. 
 FATO SOCIAL: teria a exata função de definir o objeto de estudos da sociologia. 
- Segundo Durkheim, a sociologia tem por objeto de estudo tudo aquilo que for 
resultado do social. 
- São os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. 
- Embora sejam exteriores às pessoas, são projetados internamente pelo indivíduo 
e exercem nele um papel coercitivo. 
 
- CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS: 
 GENERALIDADE: manifestação de um fenômeno que permeia toda 
a sociedade. É comum a quase todos os membros. 
 
 EXTERIORIDADE: a existência de um fenômeno social que atua 
sobre os indivíduos, mas independe das vontades individuais. Se eu 
deixar de fazer, não quer dizer que vai deixar de existir e de ser feito 
(por outros). 
 
Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022/01 
 
 COERCITIVIDADE: a força que exercem sobre os indivíduos, 
obrigando-os através do constrangimento a se conformarem com as 
regras, normas e valores sociais vigentes. Aqueles que fogem às 
regas são coagidos pela possibilidade de serem punidos ou 
excluídos do convívio social. 
 
EX: Falar português no Brasil, comportamento em sala de aula, casamento... 
- O indivíduo não tem espaço para ação livre, suas ações seriam consequências de 
fatores sociais e suas opções e condutas seriam resultado do tipo de aprendizado que 
obteve durante a vida. 
 SOLIDARIEDADE DE DURKHEIM: 
sociedade mecânica X sociedade orgânica 
sociedade simples X sociedade complexa 
coerção moral X coerção legal 
fatos sociais morais X fatos sociais patológicos 
_____________________ Fatos sociais que não trazem coesão são sintomas de 
ANOMIA. Todos os comportamentos que tivessem a função de desequilibrar ou 
causar mudanças sociais. Ex: Guerras, conflitos sociais, greves, crime. 
- SOCIEDADE SIMPLES: formas de pensar muito parecidas, laços mecânicos de 
proximidade. Ex: tribo primitiva que vive isolada do contato com outras sociedades. 
SOCIEDADE COMPLEXA: muitos meios de pensamento, laços em função da 
organização social (divisão do trabalho). Crescentes níveis de especialização nas 
áreas produtivas. Ex: grandes cidades. 
- As pessoas agem de tal maneira porque há coerção (seja econômica, afetiva, social, 
legal). 
 SUICÍDIO: O ato de suicidar não seria em si um fato social, mas seriam fatos 
sociais os motivos que levaram ao suicídio. 
 Egoísta: cometido por indivíduos sem vínculos sociais, falta de pertencimento 
social, falta de integração social. Uma viúva sem parentes, criança 
abandonada, idoso sem família e amigos. 
 Altruísta: cometido por indivíduos altamente vinculados a um grupo social, sem 
espaço para sua individualidade. Praticam o suicídio muitas vezes por motivo 
de honra, fé, promessas, radicalismo. 
 Anômico: cometido no momento em que a pessoa se vê em um espaço sem 
regras, sem limites sociais claros. Normalmente esse suicídio se dá em 
situações de guerra, catástrofes naturais ou períodos de escassez de 
alimentos. Contexto de anomia social. 
 FATO SOCIAL (DURKHEIM) 
COERÇÃO COESÃO SOCIEDADE 
 AÇÃO SOCIAL (WEBER) 
 INDIVÍDUO 
Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022/01 
 
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4. MAX WEBBER: Suas principais contribuições na sociologia estão relacionadas ao 
entendimento do capitalismo moderno e ao processo de racionalização na vida em 
sociedade. 
- A sociedade só pode ser compreendida a partir do entendimento das motivações de 
cadaatitude do indivíduo ou grupo social (pensamento compartilhado com Nietzsche). 
- O objeto de estudo de Webber são as AÇÕES SOCIAIS, fundamental o estudo dos 
sentidos dado a elas pelos indivíduos. 
- CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE: 
 Pode ser compreendida a partir das ações individuais. 
 Nós damos sentido às ações. 
 É algo que vem de dentro do indivíduo e da sua relação com o outro. 
 É um conjunto de ações sociais. 
 O indivíduo é quem faz a sociedade. 
- INDIVÍDUO X SOCIEDADE: 
 Webber reforça o papel do indivíduo na sociedade. 
 Pensar a partir de valores e regras que regem a vida dos outros. 
 Cada grupo social tem uma lógica de ação. 
 Estabelecer conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus 
efeitos. 
 
Tenta estabelecer algum tipo de comunicação 
 TRADICIONAL 
 MOTIVO AFETIVA 
ACÃO SOCIAL AÇÃO RACIONAL VALORES 
 EFEITOS FINS 
 
 
 Decorre da interdependência dos indivíduos e não é imposta 
pela sociedade como afirmava Durkheim. 
 Gera efeitos sobre a realidade em que ocorre e esses 
escapam do controle e da previsão que deu início a ação. 
 É individual e só existe porque pessoas participam ativamente 
 A relação social exige reciprocidade. 
 Ex: Globalização, Wikipedia. 
NÃO REFLEXIVAS 
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- Webber vai se utilizar do método interpretação/compreensão, ou sociologia 
interpretativa, para avaliar as ações sociais. O fundamental é entender o porquê das 
pessoas agirem como agem. 
- O que dá sentido à sociedade é o fato de darmos sentido às nossas ações. Ex: Uma 
sociedade humana se diferencia de uma sociedade de formigas porque nós damos 
sentido ao que fazemos, é o que nos torna singulares. 
- Buscar entender o que não é natural no comportamento do ser humano, e sim o que 
é social. 
- Webber nega os princípios do positivismo o qual afirma que a ciência “clareia” os 
conhecimentos humanos devido a imparcialidade com que o cientista avalia as 
situações. De acordo com Webber, é impossível agir de forma imparcial. 
 TIPO IDEAL: esses são conceito que explicam a realidade social, mas não é a 
realidade social. 
- Tipo ideal não é tipo real. É uma abstração, como o ser humano. 
- Quanto mais a realidade se aproxima do tipo ideal, mais eficiente será a análise. 
 Ação Tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado, 
tradição. Ex: Obedecer aos mais velhos, tomar chimarrão. 
 
 Ação Afetiva: aquela determinada por afeto ou estado sentimental (no calor do 
momento). Ex: Reagir ao assalto, revidar um soco. 
 
 Ação Racional com relação a Valores: determinada pela crença consciente 
num valor considerado importante, independente do êxito desse valor na 
realidade. Ex: Testemunha de Jeová que prefere não receber sangue. 
 
 Ação Racional com relação a Fins: determinada pelo cálculo racional que 
coloca fins e organiza os meios necessários. Ex: o engenheiro que constrói 
uma ponte, investir na bolsa de valores, ações econômicas. 
 
 DESENCANTAMENTO DO MUNDO: os valores das pessoas acabaram por perder 
lugar para os fins, para a racionalidade. Com o avanço da ciência, a falta de 
conhecimento que era explicada, muitas vezes, pela religião e pelo misticismo 
perdeu espaço para as explicações científicas e racionais. Esse processo Webber 
chamou de Desencantamento do Mundo. 
 
 ESCOLA: o papel da escola, nesse mundo desencantado e dominado pela 
racionalidade, é oferecer os conhecimentos técnicos para atingirmos uma posição 
fixa, um lugar determinado na sociedade. 
- Webber não nega a existência de classes sociais, mas para ele o que mais importava 
era o conceito de STATUS SOCIAL, pois era isso que diferenciava as pessoas. 
Inclusive, em uma mesma classe social poderiam ter indivíduos com diferentes status 
sociais. 
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 DOMINAÇÃO: a dominação social permite o controle e uma melhor organização 
para a manutenção da ordem em uma sociedade. 
 
 Dominação Tradicional: é baseada na crença. A hierarquia é definida pela 
tradição. Ex: Feudalismo, família (pessoas mais velhas / patriarcal). 
 
 Dominação Carismática: ligada ao heroísmo, oratória, capacidade 
intelectual. É um poder baseado na confiança. Ex: Política, na qual não 
necessariamente os eleitos tenham poder técnico. 
 
 Dominação Racional-Legal: é aquela assentada na racionalidade, 
estabelecida por regras. Hierarquia baseada no saber. Ex: Empresas 
modernas. 
 
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5. KARL MARX: 
 SOCIEDADE: A sociedade é estruturada em 2 níveis: a infraestrutura (base 
econômica / modo de produção – o próprio motor social) e a superestrutura 
(Estado + ideologia da época - manutenção do motor social). 
 
 
 
 ESTADO IDEOLOGIA 
 
 SUPERESTRUTURA 
 
 INFRAESTRUTURA 
 
 MODO DE PRODUÇÃO 
 (forças de produção + relações) 
 
 
- O real objeto de estudos de Marx foi a sociedade capitalista, seu modo de produção 
e suas relações trabalhistas. 
 TRABALHO: 
 É o que nos torna seres humanos. 
 Tensão entre visões: criação x servidão, positividade x negatividade, 
redenção x tortura. 
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 Critica o trabalho como obrigação, mão não critica o trabalho em geral. 
 Ócio como única forma de liberação; só alcançável fora do trabalho. 
 É a lente de Marx para a sociedade. 
- MAX WEBBER: trabalho como expressão de uma ética positiva em sintonia com o 
nascente mundo da mercadoria e dos negócios. 
- ÉMILE DURKHEIM: trabalho como gerador de solidariedade social; especializações 
crescentes de função como evolução natural e necessária para o desenvolvimento 
social. 
- KARL MARX: necessidade social para manter o metabolismo social entre 
humanidade e natureza; sob o império da mercadoria assume a forma de uma 
atividade imposta, extrínseca e compulsória, forçada e exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- TRABALHO ≠ EMPREGO 
 
 
 
 
 
- O trabalho é uma atividade exterior porque, na sociedade capitalista, o homem não 
controla os meios de produção e, por isso, não se identifica com o produto final. O 
trabalho está como um meio de subsistência e não objetivando a realização humana. 
 ALIENAÇÃO: apartar, desviar, separar, afastar. 
 Vem a partir do trabalho, pois o homem seria separado do controle pelo 
próprio trabalho. 
O QUE É TRABALHO? 
 Exercício de uma atividade vital (necessário para a sobrevivência). 
 Perpassa as esferas da produção e reprodução de uma sociedade (não é 
uma simples ferramenta manual). 
 É o ato responsável pela criação de bens materiais e simbólicos 
necessários para a sobrevivência da sociedade. 
 O que distingue o trabalho humano do trabalho animal é o uso da razão 
 passagem de um ser biológico para um ser social. 
 Ao transformar a natureza pelo trabalho, o homem transforma sua 
própria natureza. 
Trabalho formal na forma 
organizada da sociedade 
capitalista. 
 
Qualquer tipo de atividade 
que o homem realiza para 
sua sobrevivência que 
transforme a natureza 
(acepção de ampla 
natureza). 
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 O homem é separado dos meios de produção (máquinas, ferramentas), 
ele só tem acesso se vender sua forçade trabalho. 
 Alienação do homem em relação ao seu próprio meio de vida. 
 Ser humano = Força de Trabalho 
 O ser humano deixa de ser um ser humano para seu patrão. 
 Pessoas não escolhem no que vão trabalhar, mas estão á mercê da 
lógica do trabalho. 
- Consequências da Alienação: 
 Trabalhador não se identifica com o produto final. 
 Empobrecimento material. 
 Empobrecimento intelectual. 
 Naturalização das relações sociais. 
 Formação da IDEOLOGIA. 
 
 
 
 
- MEIO DE PRODUÇÃO: meios materiais para a produção de bens (máquinas). 
- MODO DE PRODUÇÃO: forças produtivas + relações de produção. Maneira como 
produz, utiliza e distribui seus bens e serviços. Socialista, capitalista, comunal 
primitivo, asiático, escravista, feudal e capitalista. 
 O CAPITALISMO: 
- Propriedade privada dos meios de produção + mão de obra livre + produção de 
mercadorias (comércio)  valor de uso + valor de troca 
 
 
 CLASSES SOCIAIS: 
 Relacionadas com o modo de produção. 
 Não estabelecido pela renda (mera consequência de uma desigualdade inicial 
a partir dos meios de produção). 
- BURGUESIA: donos dos meios de produção, ou seja, máquinas/equipamentos. 
- PROLETARIADO: os que não detêm os meios de produção. A única coisa que tem 
pra vender é o próprio trabalho. 
 
 
 
- Consequência social de uma classe determinante ou conjunto 
de ideais destinados a mascarar a realidade social aos olhos da 
classe dos dominados. 
- Teria o mesmo significado de “falsa consciência”. 
 
 
Definido pela quantidade de 
horas de trabalho 
socialmente necessárias. 
Agnes Gabrielle Wagner – ATM 2022/01 
 
 
 BURGUESIA 
 
 CAMPESINATO PEQUENA BURGUESIA 
 
 
 
 PROLETÁRIO 
 
 
 
 
LUMPEM PROLETARIADO 
 
 
 
 Classe social descartável. 
 Não está apto a render logo no 
primeiro dia de trabalho. 
Exército 
Ativo 
Exército de 
Reserva 
Redução do salário de 
quem está na ativa.

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