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Responsabilidade Extracontratual. 3. Responsabilidade Extracontratual. – 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem. – 3.2. Responsabilidade por Danos Provocados por Animais. – 3.3. Danos Causados por Edifícios e Construções. – 3.4. Princípios da Liquidação de Danos. – 3.5. Responsabilidade Civil por Homicídio. – 3.6. Responsabilidade Civil por Danos Físicos. – 3.7. Responsabilidade por Usurpação ou Esbulho. – 3.8. Indenização por Ofensa à Honra. – 3.9. Indenização por Ofensa à Liberdade Pessoal. – 3.10. Acidentes de Trânsito. – 3.11. Responsabilidade do Estado. – 3.12. Danos no Direito de Família. – 3.13. Danos Ambientais e Nucleares. – 3.14. Danos aos Direitos Autorais. Internet. Da Obrigação de Indenizar • Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. • Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. • Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. • Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. • Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. • Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. • Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). Da Obrigação de Indenizar • Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. • Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: • I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; • II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; • III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; • IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; • V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. • Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Da Obrigação de Indenizar • Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. • Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. • Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. • Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. • Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. • Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro. Da Obrigação de Indenizar • Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. • Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. • Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. • Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932. • Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. Responsabilidade extracontratual ou aquiliana • Responsabilidade extracontratual ou AQUILIANA- arts. 186 a 188 (Atos ilícitos) e 927 a 954 - responsabilidade civil que abrange: – Obrigação de indenizar (927 a 943) – Da indenização (944 a 954). A RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SE SUBDIVIDE EM: 1. SUBJETIVA ou DELITUAL (art. 186) = Teoria da Culpa - implica uma AÇÃO v.g. Banco Nacional e os financiamentos para aquisição de linha telefônica. Vários desses contratos foram utilizados para extorquir recursos da sociedade) ou OMISSÃO, (da auditoria interna, ou do jurídico, ou ainda do auditor externo que sabendo de um fato nada fez para impedir) lesiva a determinada pessoa. O art. 186 nada mais expressa senão a definição de culpa em sentido amplo utilizada no direito civil, que compreende, portanto, o dolo e a culpa em sentido estrito; ao enunciar a "ação ou omissão voluntária" . A RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SE SUBDIVIDE EM: 2. OBJETIVA ou DECORRENTE DO RISCO = TEORIA DO RISCO (sem culpa do indenizador, que por sua atividade criou o risco) – basta a ocorrência do fato previsto em lei para que se materialize a responsabilidade do agente. • Hipóteses de Responsabilidade objetiva § único do 927 e demais dispositivos como o art. 931, 932 (I a V), 938 - o dever de indenizar independe de culpa, nos casos previstos em lei ou derivada da atividade normalmente desenvolvida pelo agente. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Na responsabilidade por fato alheio alguém responderá, indiretamente, por prejuízo resultante da prática de um ato ilícito por outra pessoa, em razão de se encontrar ligado a ela, por disposição legal (CC, art. 932, I a V) Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Valendo-se da Teoria do Risco o Código Civil, nos arts. 932 (incisos I a V) e 933 consagrou a responsabilidade objetiva para aquelas hipóteses Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Responsabilidade dos pais pelo fato dos filhos menores (arts. 932, I, 933 e 934). • Pressupostos para que ocorra a responsabilidade objetiva: – A) o filho seja menor de 18 anos; – B) O filho esteja sob sua autoridade e em companhia dos pais. – C) Os pais estejam no exercício do poder familiar. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Pai que apenas entrega veículo a menor não pode ser condenado por homicídio culposo • O pai que entrega ou, por omissão, permite que o filho menor de idade dirija seu carro não pode ser automaticamente condenado por homicídio culposo. Para a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não se pode presumir a culpa nem implicar penalmente o pai pela conduta do filho, em razão de responsabilidade reflexa. O menor dirigia bêbado quando causou acidente de trânsito que resultou em uma morte. A primeira instância absolveu o pai por falta de provas, mas o tribunal local o condenou como coautor de homicídio culposo no trânsito. Ele também foi condenado pelo crime de entrega de veículo a pessoa não habilitada. • Pela decisão, foi restabelecida a absolvição quanto à coautoria de homicídio culposo no trânsito, mas mantida a condenação pela entrega de veículo a menor. HC 235827 TJ-MA - APELAÇÃO CÍVEL : AC 49992008 MA DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO. ADOLESCENTE BRINCANDO COM VIZINHO COM ARMA MUNICIADA DE SEU AVÔ. DISPARO ACIDENTAL. RESULTADO MORTE. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS DO AUTOR DO DISPARO E DO PROPRIETÁRIO DA ARMA. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 932 E 933 DO CÓDIGO CIVIL . DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO FIXADA ATENDENDO AOS PRINCÍPIOS DE RAZOABILIDADE E MODERAÇÃO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Incumbe aos pais do menor autor de dano a responsabilidade pela reparação civil à família da vítima na ocorrência de morte por disparo acidental de arma de fogo. Responde, também, solidariamente, o proprietário da arma deixada municiada ao alcance do menor. Inteligência dos artigos 932 e 933 do Código Civil brasileiro. II - A prova do dano moral resulta da simples comprovação do fato que acarretou a dor, o sofrimento, a lesão, aos sentimentos íntimos. Precedentes do STJ. (REsp. 968.019/PI) e desta Câmara (AC 15.141/2007 - Imperatriz). III - Cabe ao prudente arbítrio dos juízes a adoção de critérios e parâmetros que norteiem as indenizações por dano moral, a fim de evitar que o ressarcimento não se traduza em locupletação indevida, para o qual se faz cabível a revisão, apenas se a fixação for írrita ou excessiva. IV - Apelo conhecido e desprovido. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Responsabilidade do tutor e do curador pelo ato praticado pelo pupilo e curatelado (arts. 932, II, 933 e 934). • Tutor (menor não emancipado) e curador (maiores interditados) têm o dever de vigilância, por isso devem empregar no exercício de suas funções toda sua diligência, sendo que perante terceiros responderão objetiva e civilmente pelos atos do pupilo e do curatelado desde que este se encontre em sua companhia e guarda, fundando-se essa responsabilidade no munus público, mesmo que provem que não haja culpa de sua parte. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Responsabilidade do empregador ou comitente pelos atos lesivos de seus empregados, ou prepostos (arts. 932, III, 933 e 934). • Verifica-se a responsabilidade se: • A) Houver prejuízo a terceiro, por fato do preposto; • B) o preposto cometeu fato lesivo no exercício de suas funções; • C) Houver culpa do preposto ou empregado; • D) existir relação de emprego ou dependência entre causador do ato danoso e o empregador ou comitente. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Apelação nº 0043014-68.2009.8.26.0309 Apelante: ACCORD EXPRESS DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA LTDA Apelado: ISAC DOS SANTOS • APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE VEÍCULO ULTRAPASSAGEM PERIGOSA. • Responsabilidade Civil Subjetiva. Culpa do condutor do caminhão devidamente comprovada nos autos. Os elementos de prova revelam a culpa do preposto da requerida, que tentou realizar ultrapassagem perigosa, provocando o acidente com o veículo onde se encontravam o autor e sua família. Responsabilidade solidária do empregador (arts. 932, III c.c. 933, ambos do Cód. Civil). • Indenização por danos morais e materiais mantida. • AGRAVO RETIDO E APELAÇÃO DESPROVIDOS, com determinação • Obs.: O autor, Isac dos Santos, alega que, no dia 17/09/2009, trafegava, juntamente com sua família, pela Rodovia MS-252, no sentido da cidade de Campo Grande/MS, em veículo conduzido por sua esposa. Narra que, na altura do quilômetro 251, foram surpreendidos pela manobra realizada pelo caminhão dirigido por Carlos Alberto da Silva, que pretendia realizar ultrapassagem sobre outro veículo, invadindo a pista no sentido oposto APL 206275020088260000 SP • Responsabilidade Civil Ação de Indenização por Ato Ilícito Imputação da responsabilidade à casa noturna, tendo em vista que as agressões contra o autor foram praticadas por seu segurança Inteligência dos artigos 932, inciso III e 933, do Código Civil • Danos morais caracterizados. Aplicação da teoria do desestímulo para a fixação do valor da indenização. Redução para R$ 10.000,00. Sentença reformada em parte. Apelo parcialmente provido apenas para a redução do quantum indenizatório. Sucumbência mantida. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Responsabilidade do hoteleiro e do dono do educandário pelos atos danosos de seus hóspedes ou educandos (arts. 932, IV, 933, 942 e parágrafo único). • Essa responsabilidade subjetiva e solidária faz-se presente porque o hospedeiro e o dono do estabelecimento de ensino têm o dever de zelar pela conduta de seus hóspedes ou alunos e de manter certa disciplina ao admitir essas pessoas em suas propriedades, logo, responderão pelos anos causados por elas ante a presunção de culpa in vigilando ou culpa in eligendo. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; Art. 933. As pessoas indicadas nosincisos I a V do artigo antecedente... Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Responsabilidade dos participantes, a título gratuito, em produto de crime (arts. 932, V, 933). • A pessoa que, embora não tenha praticado o delito, receber o produto do crime, deverá restituí-lo, por estar vedado o enriquecimento ilícito (CC, art. 884 e parágrafo único). Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente... Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido. 3.1. Responsabilidade por Fato de Outrem • Responsabilidade do locador de automóveis pelos danos causados por ato do locatário a terceiros . • Súmula 492 do STF a esse respeito estatui: “A empresa locadora de veículos responde civil e solidariamente com o locatário pelos danos por este causados a terceiros, no uso do carro locado”.
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