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Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS É importante distinguir as diversas categorias de contratos suscetíveis de subordinação e regras peculiares e de indubitável interesse prático. 1. Contratos considerados em si mesmo 1.1. Quanto a natureza da obrigação: Efeitos Obrigações 1.1.1. Unilaterais, bilaterais e plurilaterais: A cargo Posição-devedor a)Unilaterais: São aqueles que criam obrigações para uma das partes. Ex: Doação pura. Orlando Gomes: É unilateral se, no momento em que se forma, originar obrigação, tão somente para uma das partes. Ex uno latere. Obs: Mesmo com duas partes poderá ser unilateral, quando gera obrigações somente para uma parte. b)Bilaterais: São os que geram obrigações para ambos os contratantes. Ex: Compra e venda (art. 481, CC). Obs: Sinalagmáticos ou de prestações correlatas Contrato bilateral imperfeito: Nasce como unilateral e durante a sua execução, converte-se em bilateral. Ex: Comodato – Nasce como unilateral Somente obrigação do comodante o Indenizar certas despesas pelo comodatário O contrato bilateral imperfeito subordina-se aos regimes dos contratos unilaterais, porque as contraprestações não nascem com a avença, mas de fato posterior a sua formação, não sendo consequência necessária de sua celebração. Karl Larenz afirma que tem que haver equivalência, compensação da própria prestação. Não é necessário, todavia, que todas as prestações sejam estabelecidas com esse nexo de reciprocidade e equivalência, bastando que o sejam as obrigações principais. A EXCEPCIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS: Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. Somente no contrato bilateral é aplicado a excepcio non adimpleti contractus – Art. 476,CC. Art. 477,CC. A Exceção: Solve et repete. c) Plurilaterais ou plúrimos: Contém mais de duas partes, mais de dois pólos (compra e venda – em qualquer hipótese dois pólos – o ativo e o passivo). Ex: Contrato de Sociedade em relação a cotas de cada sócio. Consórcio. Características: Rotatividade de seus membros. É um ato coletivo que se assemelha mais a tipo de negócio do que uma figura contratual. 1.1.2.Onerosos e gratuitos ou benéficos Vantagens Benfícios a) Onerosos: Ambos os contratantes auferem proveito, ao qual, porém, corresponde a um sacrifício. Ex: Compra e venda, locação, empreitada. b) Gratuitos ou benéficos: São aqueles que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. Ex: Doação pura, Comodato. Obs: Contratos desinteressados: Subespécie dos contratos gratuitos, entretanto, não acarretam diminuição patrimonial, entretanto, beneficiam outra parte. Possibilidade de contrato unilateral e oneroso: Mútuo feneratício ou oneroso (convencionado o pagamento de juros). Unilateral: Devido sua natureza real após feita a entrega começa a gerar efeitos surgindo a obrigação somente ao mutuário. Possibilidade de contrato bilateral e gratuito: Mandato – Embora seja bilateral imperfeito A obrigação para o mandante nasce somente a posteriori. 1.1.3. Comutativos e aleatórios: Por natureza Acidentalmente Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 1.1.3.1 Comutativos: São os contratos de prestação certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrente de sua celebração porque não envolve nenhum risco. É oneroso e bilateral. 1.1.3.2 Aleatórios (por natureza e acidentalmente): É bilateral e oneroso, em que, pelo menos uma das partes não pode antever a vantagem que receberá ou sacrifício que terá que dispor, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se pela incerteza para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que poderá advir. Nos comutativos existe a equivalência das prestações. Todavia, pode não haver equivalência objetiva, mas subjetiva, existente apenas no espírito dos contratantes, e não necessariamente na realidade, visto que cada qual é Juiz nas suas conveniências e interesses. Silvio Rodrigues: São os contratos em que o montante da prestação de uma ou de ambas as partes não pode ser desde logo previsto, por depender de um risco futuro, capaz de provocar sua variação. O objeto do negócio do negócio está ligado à idéia de RISCO, podendo resultar um lucro ou perda para qualquer das partes. O vocábulo aleatório é originário do latim alea que significa sorte, risco, azar, dependente do acaso ou do destino, como na célebre frase de Júlio César: alea jacta est. Ex: de jogo, de aposta e seguro. Caio Mário: (...) basta que haja o risco para um dos contratantes. Obs: Não se confundem com os contratos condicionais, pois nestes a eficácia de um contrato depende de um evento futuro e incerto, nos aleatórios o contrato é perfeito desde logo, surgindo um risco de a prestação de uma das partes ser maior ou menor, ou mesmo não ser nenhuma. Obs: A LESÃO (art. 157,CC) só ocorre nos contratos comutativos. 1.1.3.2.1 Aleatórios por natureza: Nascem aleatórios. 1.1.3.2.2 Acidentalmente aleatórios: Art. 458/461. Ocorre quando os contratos tipicamente comutativos tornam-se aleatórios, como é o caso do contrato de compra e venda. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 1.1.3.2.2.1 Venda de coisas futuras: A própria existência da coisa ou a sua quantidade; a) Risco concernente à própria existência da coisa: “emptio spei(venda da esperança)” – (Art. 458, CC). Ex: Quando alguém vende a colheita futura, declarando que “a venda ficará perfeita e acabada haja ou não safra, não cabendo ao comprador o direito de reaver o preço pago, se em razão da geada ou outro imprevisto, a safra inexistir”. Se o risco se verificar sem dolo ou culpa do vendedor, adquire este o preço; se não houver, porém, colheita por culpa ou dolo do alienante, não haverá risco, e o contrato é nulo. Ex: Pessoa que propõe pagar determinada importância ao pescador pelo que ele apanhar na rede que está na iminência de lançar ao mar. Mesmo que, ao puxá-la, verifique-se não ter apanhado nenhum peixe, terá o pescador direito ao preço integral, se agiu com habitua diligência. Silvio Rodrigues: Desproporção das prestações. Podendo ser verificada em sentido contrário. b) Risco respeitante à quantidade da coisa esperada: “emptio rei speratae (venda da coisa esperada)” (Art. 459, CC) Se o risco da aquisição da safra futura limitar-se à sua quantidade, pois deve ela existir, o contrato fica nulo se nada puder ser colhido. Porém, se existir uma pequena quantidade por menor que seja, o contrato deve ser cumprido, tendo o vendedor direito a todo o preço ajustado. 1.1.3.2.2.2 Venda de coisas existentes, mas expostas a riscos. (Art. 460 e 461, CC) Ex: A venda de mercadorias que está sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de naufrágio o adquirente assumiu. É válida mesmo que a embarcação tenha sucumbido na data do contrato. Se tiver ciência que o alienante, do naufrágio, a alienação poderá ser anulada. É imprescindível a boa-fé. 1.1.4 Paritários ou por adesão. Contrato tipo Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 1.1.4.1 Paritários: São os do tipo tradicional, onde as partes discutem suas livremente as condições, porque se encontram em situação de igualdade. 1.1.4.2. Adesão: São os que não permitema liberdade disciplina nos paritários, devido à preponderância de vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere as cláusulas do contrato confeccionado, não podendo modificá-las, afastada qualquer alternativa de discussão. A falta de negociações e de discussão implica uma situação de disparidade econômica e de inferioridade psíquica para o contratante teoricamente mais fraco. Casos de estado de oferta permanente: Grandes empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos ou titulares de monopólio de direito ou de fato. : O indivíduo que necessita contratar com uma grande empresa de serviço público depara com um contrato padrão, previamente elaborado, limitando-se a dar a sua visão ao paradigma contratual estabelecido. Ou se submeter a ele, sem chance de discutir o preço e outras condições propostas, contratando, ou se priva, de um serviços, muitas vezes indispensável. Art. 51 e 54 do CDC. Art. 423,CC. Hipossuficiência econômica do aceitante. Art. 423 e 424, CC. Cláusulas ambíguas e contraditórias e proibir a renúncia antecipada. 1.1.4.3 Contrato tipo, de massa, em série ou por formulários: Difere do contrato de adesão, eis que não é essencial a desigualdade econômica dos contratantes, bem como admite discussão sobre o seu conteúdo. As cláusulas não são impostas, mas pré-redigidas, que são preenchidas pelo concurso de vontade. EX: Contratos bancários. Destinam-se a grupos identificáveis. Caio Mário: Não são cláusulas imposta, mas pré-redigidas, as quais a outra parte não se delimita a aderir, mas que efetivamente aceita, conhecendo-as, as quais, por isso mesmo, são suscetíveis de alteração ou cancelamento, por via de cláusula substitutiva, que venham manuscritas, datilografadas ou carimbadas. 1.1.5 Evolutivos: Arnoldo Wald: Figuras contratuais próprias do Direito Administrativos, em que é estabelecida a equação financeira do contrato, impondo-se a compensação de Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. eventuais alterações sofridas no curso do contrato, pelo que o mesmo viria com as cláusulas estáticas, propriamente contratuais, e outras dinâmicas, impostas por lei. 1.1.6 Quanto à disciplina jurídica: a) Civis b) Comerciais c) Consumerista d) Trabalhista e) Administrativos 1.2. Quanto à forma: 1.2.1 Solenes e Não solenes 1.2.1.1 Solenes ou formais: São os contratos que devem estabelecer a forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. Quando a forma é exigida como forma de validade do negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem, isto é, constitui a substância do ato. 1.2.1.2 Não solenes ou não formais: São os de forma livre. Basta o consentimento para sua formação, como a lei não reclama nenhuma formalidade para seu aperfeiçoamento. Obs: Quando a formalidade é exigida não como condição de validade, mas apenas para facilitar a prova do negócio, diz que ela é ad probationem tantum. 1.2.2.Consensuais e Reais: 1.2.2.1 Consensuais: São aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades (solo consenso)., independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma, também considerados não solenes. Ex: Art. 482, CC. 1.2.2.2 Reais: São os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega (traditio) da coisa que lhe serve de objeto. A entrega do objeto é requisito para formação do ato. Ex: Penhor, arras. 1.3. Quanto à designação 1.3.1 Nominados e Inominados: 1.3.1.1 Nominados: São aqueles que têm designação própria (nomen iures) e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica de lei. (Antunes Varela). CC: Em 20 capítulos regulamenta: 23 contratos: Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. Compra e venda; troca; contrato estimatório; doação; locação de coisas; empréstimo; prestação de serviço; empreitada; sociedade; depósito; mandato; comissão; agência; distribuição; corretagem; transporte; constituição de renda; seguro; jogo; aposta; fiança; transação e compromisso. Devido a inesgotável imaginação humana, juntamente a diversificação dos negócios e as crescentes necessidades decorrentes da vida moderna, não há como prever todos os tipos de contratos, surgimento assim, os contratos inominados. Obs: Permite-se que contenha poucas cláusulas, pois já estão determinados na lei (típicos). 1.3.1.2. Inominados: Os que não tem denominação própria. É aquele que não tem nome no ordenamento jurídico. Art. 422,CC. 1.3.2. Quanto à disciplina legal específica 1.3.2.1. Típicos e Atípicos 1.3.2.1.1.Contratos Típicos: São os regulados pela lei, os que têm o perfil nela traçado. 1.3.2.1.2 Contrato Atípicos: São os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. Arts. 421,422 e 425, CC. 1.3.2.2 Mistos, Coligados e União dos Contratos. 1.3.2.2.1 Misto: Resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela vontade dos contratantes. Não é típico e nem totalmente atípico, nova espécie chamada de contrato único ou unitário. 1.3.2.2.2 Coligados: Não se confunde com o misto, pois constitui uma pluralidade, em que vários contratos celebrados pelas partes apresentam-se interligados. Embora distintos estão ligados para uma cláusula acessória implícita ou explícita. 1.3.2.2.1 União dos contratos: Quando o elo entre os contratos consiste somente no fato de constarem no mesmo instrumento. São contratos distintos e autônomos, apenas são realizados no mesmo documento ou ao mesmo tempo. O vínculo e meramente externo (compra da moradia e reparação de um outro prédio). Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 1.4. Quanto à pessoa do contratante: 1.4.1.Personalíssimos e Impessoais 1.4.1.1 Personalíssimos ou intuito personae: Celebrado levando em conta às qualidades pessoais de um dos contratantes, não podendo o obrigado fazer substitui- se por outrem, pois as habilidades de um dos contratantes foram determinantes para o consentimento do outro contratante. Geralmente é uma obrigação de fazer. São intransmissíveis aos sucessores. Também não podem ser objeto de cessão. Havendo erro essencial sobre a pessoa do outro contratante são anuláveis. 1.4.1.2. Impessoais: São aqueles em que a prestação pode ser cumprida pelo obrigado ou por terceiro. O importante é que se realizada, pouco importando que a executa, pois seu objeto não requer qualidades especiais do devedor. 1.4.2 Individuais e coletivos: 1.4.2.1 Individuais: As vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Caio Mário: Contrato individual é o que se forma pelo consentimento de pessoas, cujas vontades são individualmente consideradas. Pode uma pessoa contratar com várias outras ou um grupo de pessoas com um grupo de pessoas. 1.4.2.2 Coletivos: É o acordo de vontades de duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados de convenções coletivas. Caio Mário: o contrato individual cria direitos e obrigações para as pessoas que dele participam; ao passo que o contrato coletivo, uma vez homologado regularmente, gera deliberações normativas, que poderão estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma determinada categoria profissional, independente do fato de terem ou não participado da assembleia que votou a aprovação de suas cláusulas, ou suas cláusulas, ou até de se haverem, naquele conclave, oposto à sua aprovação. Pode haver, também, no âmbito do direito empresarial, celebrados por pessoas jurídicas representativas de determinadas industrias ou sociedades empresárias, destinado a inibir a concorrência desleal, a incentivar a pesquisa, a desenvolver a cooperação mútua,etc. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. O AUTOCONTRATO: É o contrato em que um dos sujeitos é representado por outro com poderes para celebrar e que, em vez de pactuá-lo estipula-o consigo próprio. Art. 117, CC. 1.5. Quanto ao tempo de sua execução 1.5.1. Execução instantânea, diferida e de trato sucessivo 1.5.1.1 Execução instantânea, imediata ou execução única: Os que consumam em um só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração, prestação única. Extinção cabal da obrigação. Os que consumam em um só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração, prestação única. Extinção cabal da obrigação. 1.5.1.2. Execução Diferida ou retardada: São os que devem ser cumpridos em um só ato, mas em momento futuro. 1.5.1.3 Execução continuada ou de Trato sucessivo: São cumpridos por meio de atos reiterados. São as que se renovam em prestações singulares e sucessivas, em períodos consecutivos, como sucede na compra e venda a prazo. Fracionada: São as que se prolongam no tempo, sem solução e continuidade, espécie de execução continuada. O objeto do pagamento é fracionado. Ex: Fornecedor de energia elétrica. Obs1: A teoria da imprevisão não se aplica aos contratos de execução instantânea. Obs2: O princípio da simultaneidade das prestações aos de execução instantânea. Obs3: Nos contratos de execução instantânea a nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado anterior, enquanto que nos de execução continuada são respeitados os efeitos produzidos. Obs4: A prescrição da ação para exigir cumprimento das prestações vencidas, nos contratos de trato sucessivo, começa a fluir da data do vencimento de cada prestação. 1.6. Pelo motivo determinante do negócio 1.6.1 Causais e Abstratos: 1.6.1.1 Causais: Estão vinculados à causa que os determinou, podendo ser declarados inválidos, se a mesma for considerada inexistente, ilícita ou imoral. Abstratos: São aqueles cuja força decorrente da sua própria forma, independente da causa que os estipulou. Ex: Títulos de crédito. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 1.7.Pela função econômica: Troca: Caracterizado pela permuta de utilidades econômicas. Associativos: Caracterizado pela coincidência de fins, como é o caso da sociedade e parceria. Prevenção de risco: caracterizado pela assunção de riscos por parte de um dos contratantes, resguardando a possibilidade de dano futuro e eventual, como nos contratos de seguro, capitalização e constituição de renda. Crédito: Caracterizado pela obtenção de um bem para ser restituído posteriormente, calçada na confiança dos contratantes e no interesse de obtenção de uma utilidade econômica em tal transferência. Ex: multo feneratício (juros). Atividade: Caracterizado pela prestação de uma conduta de fato, mediante a qual se conseguirá uma utilidade econômica. Ex: Contrato de emprego; de prestação de serviços, empreitad; mandato; agência e corretagem. 2. Contratos reciprocamente considerados 2.1. Quanto à relação de dependência 2.1.1 Principais, acessórios e derivados: 2.1.1.1 Principais: São os que têm existência própria, autônoma, e não dependem de qualquer outro para existir. Ex: compra e venda. 2.1.1.2 Acessórios: Dependem da existência de outros. Tem sua existência subordinada à do contrato principal. A função predominante nos contratos acessórios é o cumprimento das obrigações contraídas no contrato principal. Ex: cláusula penal, a fiança, penhor, hipoteca, fiança. A prescrição da pretensão concernente à obrigação principal acarretará a da relativa às acessórias, embora a recíproca não seja verdadeira, desse modo a prescrição dos direitos acessórios não atinge a do principal. Obs: Poderão as partes convencionar a extinção do contrato principal em virtude do desaparecimento do acessório. Ex: interdição do fiador, falência, etc. Orlando Gomes: Os acessórios podem ser preparatórios (Ex: Mandato) ou integrativos (aceitação de terceiro em estipulação em seu favor) e complementares (adesão a um contrato aberto). Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. 2.1.1.3 Derivados ou Subcontratos: São os que tem por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. Ex: Sublocação; Subempreitada e a subconcessão. Igualmente aos acessórios, dependem ou derivam de outros. Difere, porém, pois, mesmo transferindo a terceiros, não se desvincular, a utilidade correspondente à sua posição contratual. Continuará vinculado. Surge uma nova relação contratual que difere da primeira, havendo um sujeito que é titular de ambos os contratos. Obs1: O novo contrato dá lugar a um novo direito, do mesmo conteúdo e com limitações no contrato antigo (contrato-base), sua extensão não pode ser ultrapassada. Ninguém pode transferir mais do que o direito que tem (nemo plus iures ad alium transferre potest quod non habet). Se o contrato principal se extinguem, a mesma sorte terá o derivado, por impossibilidade material de sua de sua continuação. (Sílvio Venosa). Não é permita no contrato de execução instantânea e nos personalíssimos. 2.2 Quanto à definitividade: 2.2.1. Preliminares e Definitivos 2.2.1.1 Definitivo: Tem por objetos diversos, de acordo com a natureza da avença. CONTRATO PRELIMINAR - CONTRATO-PROMESSA - PACTUM DE CONTRAHENDO: 2.2.1.2 Preliminar, pré-contrato ou pactum de contrahendo: É um contrato provisório, preparatório, no qual, prometem completar o ajuste, celebrando o definitivo. Objeto a efetivação de um contrato definitivo. Obs: Quando tem por objeto a compre e venda de um imóvel, é denominado promessa de compra e venda ou compromisso de compra e venda, se irretratável e irrevogável. 1. Definição: É aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Nem sempre o contrato ocorre de forma instantânea, mediante uma proposta e pronta aceitação. Algumas vezes resulta de uma prolongada e exaustiva fase de conversações ou negociações preliminares. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. Outras vezes, mesmo tendo alcançado o consenso, não se mostra conveniente aos contratantes contratar de forma definitiva, seja porque o pagamento será feito de modo parcelado e em elevado número de prestações, seja pela necessidade de aguardar a liberação de um financiamento, seja por outro motivo particular, ou mesmo de mera conveniência. Neste caso, pode os interessados celebrar um contrato provisório preparatório, no qual prometem complementar o ajuste, celebrando o definitivo, esta avença é o contrato preliminar. Importante: Art. 462, CC: Não exige que o contrato preliminar seja pactuado com os mesmos requisitos formais exigidos para o contrato definitivo a ser celebrado. O exemplo mais comum de um contrato preliminar é a promessa de compra e venda. Entende, Orlando Gomes, que se deve usar o termo “COMPROMISSO de compra e venda e PROMESSA IRREVOGÁVEL de venda” para os negócios irrevogáveis e irretratáveis, com a finalidade de evitar a confusão reinante na doutrina, com repercussão na jusrisprudência, reservando a expressão contrato preliminar para que os que admitem arrependimento. Art. 463, CC. 2. Disciplina no Código Civil: Arts. 462 a 466, CC. Tem que ter todos os requisitos do contrato definitivo, salvo quanto à FORMA, e seja levado ao registro competente. Não tem forma prescrita em lei, mesmo que o principal tenha forma solene, não há necessidade do preliminar também seguir a mesma sorte. Em caso de não conter cláusula de arrependimento, poderá valer-se execução especifica (forçada) Art. 464,CC. Suprindo a vontade do inadimplente. Convalida Confere caráter definitivo ao contrato preliminar Emborao parágrafo único use o termo “Deverá”, não é requisito para aquisição do direito real. Caio Mário e Silvio Venosa: Pode ser executado mesmo sem o registro. Súmula 239. STJ. O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. Art. 464, CC. Execução específica da obrigação de fazer contida no contrato preliminar. Professor Nizomar Bastos Tourinho Jr. Art. 465, CC. Somente quando não houver interesse do credor, ou a isso se opuser a natureza da obrigação, é que valerá o contratante pontual das perdas e danos. Será considerado desfeito. Obs. Se opuser a natureza da obrigação. OPÇÃO: Quando o contrato preliminar gera obrigações para apenas uma das partes. É negócio jurídico bilateral, embora nos efeitos seja contrato unilateral. Ex: Opção de venda; opção de compra. Todavia, não obriga a outra parte a aceitar. Gagliano, Pablo Stolze. Filho, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil, Vol. IV, tomo 1: teoria geral. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. III. Contratos e atos unilaterais. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
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