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3. TOXICODINÂMICA



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TOXICODINÂMICA
PROFA. LYARA FREITAS
TOXICODINÂMICA
 Útil para estimar a possibilidade de o agente químico causar efeitos deletérios e qual
população pode ser atingida – avaliação do risco
 Estabelecer procedimentos preventivos e estratégias de tratamento
 Desenvolver produtos específicos, com maior seletividade
Estuda os mecanismos da ação tóxica exercida por substâncias 
químicas sobre o sistema biológico
CONCEITOS
 Reação Adversa (dose terapêutica) ≠ Intoxicação (↑dose)
 Mutagenicidade: capacidade de induzir mudanças ou mutações no material genético das células
(cromossomos) que podem ser transmitidas durante a divisão celular
 Carcinogenicidade: capacidade de produzir câncer ou tumores em animais de laboratório ou no
homem
 Teratogenicidade: capacidade de desenvolver uma má formação no embrião ou feto em
desenvolvimento (1o trimestre da gestação, com fases críticas do 20° - 40° dias)
 Efeito Aditivo (2 + 3 = 5): efeito tóxico final é igual a soma dos efeitos produzidos separadamente
 Efeito Sinérgico (2 + 3 = 10): efeito final é maior que os efeitos individuais (CCl4 + clorados
aromáticos = hepatoxicidade sinérgica)
 Potenciação (3 + 0 = 8): um agente tóxico tem seu efeito aumentado por interagir com outro
agente que, originalmente, não produziria aquele efeito (CCl4 + propanolol = > hepatotoxicidade do
CCl4)
DESENCADEADORES DO EFEITO TÓXICO
 Agente Tóxico original: chumbo, tetrodotoxina
 Metabólito do AT : ácido oxálico (metabólito do etilenoglicol)
 EROS/ERNS: herbicida paraquat
 Compostos endógenos: ex. bilirrubina deslocada da albumina 
pela sulfonamida. 
MECANISMO DE AÇÃO
 Inespecíficos:
 Atuam indistintamente em qualquer órgão
 Ex.: Ácidos ou bases
 Específicos:
 Mais seletivos
 A suscetibilidade do tecido deve-se à presença de moléculas nas quais o agente tóxico se
liga.
 Ex.: organofosforados
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA
 Quantitativa (relação dose-efeito):
 Variáveis que podem ser mensuradas
 Ex: hipertrofia hepática, colinesterase
 Quantal:
 Variáveis do tipo tudo ou nada
 Quanto maior a dose, maior o número de indivíduos que apresentam tal efeito.
 Ex.: morte, convulsão.
MECANISMOS DE TOXICIDADE
1. Alteração da expressão gênica; 
2. Alteração química de proteínas/enzimas; 
3. Alteração do funcionamento das células; 
4. Prejuízo da síntese de ATP; 
5. Indução de estresse oxidativo. 
ALTERAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA
 Herbicida amitrole: inibe a produção de hormônios
tireoidianos, provocando um aumento da liberação do
hormônio tireo-estimulante (TSH) pela hipófise. Isto
estimulará a divisão celular na tireoide levando à
neoplasia tireoidiana.
 Arsenito: este composto promove uma ativação
sustentada do fator de crescimento epidérmico,
aumentando a transcrição do DNA e,
consequentemente, promovendo mitose.
ALTERAÇÃO QUÍMICA DE PROTEÍNAS/ENZIMAS
 Organofosforados:
 Inibem a acetilcolinesterase
ALTERAÇÃO QUÍMICA DE PROTEÍNAS/ENZIMAS
 Curare/Tubocurarina
 “Veneno de flecha”
 Inibição dos receptores nicotínicos: 
Ação paralisante 
O curare não chega 
ao SNC: a consciência 
e a percepção da dor 
são mantidas
ALTERAÇÃO QUÍMICA DE 
PROTEÍNAS/ENZIMAS
 Aflatoxinas
 Hepatotóxico e 
Hepatocarcinogênico
 Mecanismo de ação: ligação 
covalente ao DNA
 Metabólito ativo (fase I): 
EPÓXIDO
 Inativação (fase ll): conjugação 
com a glutationa
Aspergillus flavus
Aspergillus parasiticus
ALTERAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DAS CÉLULAS
 Toxinas Botulínicas:
 Produzidas pelo Clostridium
botulinum
 Bloqueiam a liberação de
ACh.
 Sinais e Sintomas:
 Boca seca
 Visão turva
 Dificuldade de deglutir
 Paralisia motora e
respiratória
ALTERAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DAS CÉLULAS
 Tetrodotoxina:
 Toxina termoestável presente em algumas espécies de peixe (fugu,
baiacu)
 Mecanismo de ação: Bloqueia os receptores de sódio voltagem
dependente – impede a despolarização e a propagação do potencial
de ação nas células nervosas.
 Não há antídoto e o tratamento é voltado aos sinais e sintomas
manifestados - Medidas de desintoxicação como lavagem gástrica e
carvão ativado podem ser úteis em fases iniciais.
 A morte pode ocorrer devido a paralisia muscular, depressão
respiratória e falência circulatória.
https://www.youtube.com/watch?v=ADNddL9BS38
PREJUÍZO DA SÍNTESE DE ATP
 Monóxido de Carbono: inibe as
proteínas da cadeia respiratória e o
transporte de oxigênio
 Nitritos: prejudica o fornecimento de
oxigênio para as células
INDUÇÃO DE ESTRESSE OXIDATIVO
 Paraquat
 Peroxidação lipídica das membranas
 Peroxidação protéica
 Lesões ao DNA
MECANISMOS DE TOXICIDADE
 Mais de um mecanismo pode ser responsável pela toxicidade de um agente e eles
podem ocorrer concomitantemente ou sequencialmente.
 Chumbo: altera proteínas específicas, mobiliza cálcio e gera estresse oxidativo ao
mesmo tempo.
 Paraquat: inicia-se com a geração de radical livre e leva, secundariamente, ao
aumento de cálcio intracelular.
EFEITO TÓXICO
 Depende de:
 Concentração do agente no ambiente;
 Tempo de exposição ao agente;
 Estado físico (sólido-líquido-gasoso) do agente;
 Solubilidade (lipo e hidrossolubilidade);
 Afinidade por moléculas orgânicas;
 Susceptibilidade individual.
EFEITO TÓXICO
 Caracteriza-se por:
 Presença do agente químico ou seus produtos de biotransformação nos sítios ou
órgãos de ação;
 Interação com o organismo;
 Produção de efeito tóxico;
 Quebra da homeostase expressa através de sinais ou sintomas como os das
intoxicações.