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DIREITO PENAL - Victor Gonçalves - Resumo (homicídio e estupro)

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DIREITO PENAL
VICTOR RIOS GONÇALVES
P.01
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
	Os crimes previstos neste capítulo, à exceção da modalidade culposa de homicídio, são julgados pelo Tribunal do Júri, na medida em que a Constituição Federal confere ao Tribunal Popular competência para julgar os crimes dolosos contra a vida. 
	O crime de homicídio pode ser doloso ou culposo. O homicídio doloso se subdivide em três modalidades: 
Homicídio Simples
Conceito e objetividade jurídica
	O homicídio consiste na eliminação da vida humana extrauterina provocada por outra pessoa. A vítima deixa de existir em decorrência da conduta do agente. O texto legal não define quando um homicídio é considerado simples. Ao contrário, preferiu o legislador definir expressamente apenas as hipóteses em que o crime é privilegiado (art. 121, §1º) ou qualificado (art. 121, §2º). Dessa forma, é por exclusão que se conclui que um homicídio é simples. 
Art. 121. “Matar alguém – Pena: reclusão, de seis a vinte anos.
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime – Pena: reclusão, de doze a trinta anos”
	Como o homicídio atinge um único bem jurídico, é classificado como crime simples. Note-se que até o homicídio qualificado, por atingir um só bem jurídico, constitui crime simples. Não se deve confundir as denominações: homicídio simples e crime simples!
	O homicídio é também classificado como crime de dano, na medida em que sua configuração exige efetiva lesão ao bem jurídico. Para que haja homicídio consumado, não basta que a vítima tenha corrido perigo de vida, sendo necessário o evento morte. 
Meios de execução
	A conduta típica “matar” admite qualquer meio de execução – disparos de arma de fogo, facadas, atropelamento, emprego de fogo, asfixia, etc. Alguns desses meios de execução, aliás, tornam o crime qualificado, como, por exemplo, o fogo. O fato de admitir qualquer meio de execução faz com que o homicídio seja classificado como crime de ação livre.
*Crime comissivo por omissão: mãe, querendo matar o filho pequeno, deixa de alimentá-lo. 
*Crime de participação por omissão: policial que vê uma pessoa sendo estrangulada, mas não a socorre por ser alguém que ele não gosta – resolve se omitir, permitindo que o homicídio se consume. 
Crime impossível por absoluta ineficácia do meio
	Quando o agente realiza um ato agressivo visando matar a vítima, mas esta sobrevive, ele só pode ser responsabilizado por tentativa de homicídio se ficar demonstrado que o meio executório por ele empregado poderia ter causado a morte e que isso só não ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade. A exclusão da modalidade tentada se dá mesmo que se prove que o agente desconhecia referida ineficácia absoluta do meio. 
Art. 17. “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”
	Desse modo, se uma pessoa diz a outra que quer cometer um homicídio e pede a ela uma arma emprestada e esta última entrega uma arma de brinquedo, dizendo ao executor que ela é verdadeira. Quando a pessoa 1 se aproxima da vítima e aperta o gatilho sem conseguir, evidentemente, causar-lhe qualquer arranhão, ela não responde por qualquer ilícito penal, muito embora tenha apertado o gatilho da arma de brinquedo querendo matar a vítima. 
	Por ser uma arma de brinquedo, a perícia constatará que o revólver era totalmente inapto a realizar disparos e que, portanto, não houve tentativa – por se tratar de um crime impossível. 
	Para Celso Delmanto, o revólver sem munição e absolutamente inidôneo para matar alguém a tiro; já o revólver com balas velhas (que podem ou não disparar, de acordo com a sorte) é meio relativamente ineficaz e seu uso permite configurar tentativa punível.
	Portanto, a arma de brinquedo, a arma descarregada ou a arma defeituosa são meios absolutamente ineficazes – crimes impossíveis. Já a arma ou projétil que falha, são meios relativamente ineficazes, dos quais o uso gera tentativa de homicídio.
Sujeito ativo
	O homicídio se enquadra no conceito de crime comum porque pode ser praticado por qualquer pessoa, na medida em que o texto legal não exige qualquer qualidade especial para que alguém seja autor desse crime. Admite, também, coautoria e participação, de forma autônoma ou conjunta. 
	Haverá coautoria quando duas pessoas realizarem os atos executórios que culminem na morte da vítima. O caso será de participação quando a pessoa não realizar ato executório do homicídio, mas, de alguma outra forma, colaborar para o delito (ex.: incentivo verbal). 
Autoria Colateral
	A autoria colateral se mostra presente quando duas ou mais pessoas querem matar a mesma vítima e realizam ato executório ao mesmo tempo (enquanto ela ainda está viva), sem que uma saiba da intenção da outra, sendo que o resultado morte decorre da ação de apenas uma delas. Na autoria colateral, como os envolvidos não sabem um da intenção do outro, a análise deve ser feita de maneira individualizada, procurando-se descobrir qual deles causou a morte. Um responderá pelo crime consumado, enquanto o outro responderá por tentativa. 
Autoria Incerta
	A autoria incerta ocorre quando estiverem presentes os requisitos da autoria colateral, mas não for possível estabelecer qual dos envolvidos deu causa à morte. A solução apontada pela doutrina é que ambos respondam por tentativa de homicídio, apesar de a vítima ter morrido. 
Autoria Mediata
	O agente serve-se de pessoa sem discernimento para executar para ele o homicídio. O executor é mero instrumento por atuar sem vontade própria ou sem consciência do que está fazendo e, por isso, só o autor mediato é responsável pelo delito. 
Sujeito Passivo
	Pode ser qualquer ser humano. Após o nascimento toda e qualquer pessoa pode ser vítima do crime de homicídio. Dependendo de certas características do sujeito passivo, haverá deslocamento do crime de homicídio para outros previstos em leis especiais – ex.: foro privilegiado. 
Crime impossível por absoluta impropriedade do objeto
	De acordo com o artigo 17 do código penal, o agente não responde por tentativa de homicídio caso realize ato de execução visando matar determinada pessoa sem saber que ela já havia falecido. Nesse caso, estamos diante de crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
**Exemplo: Fabricio coloca uma bomba na frente da casa da sogra dele, mas, antes da bomba explodir, a sogra dele morre por ataque cardíaco. A morte não se deu por causa da bomba. É crime impossível por absoluta impropriedade do objeto. 
	Porém, considerando o “tempo do crime”, estabelece que se considera cometida a infração penal no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado, deve-se considerar existente a tentativa de homicídio quando se prova que o agente colocou uma carta-bomba no correio (ato de execução do homicídio) quando a vítima ainda estava viva e que ela morreu por causas naturais no período posterior à postagem e anterior a entrega da carta em sua casa. 
	Outro exemplo é aquele em que o agente desfere facadas ou tiros em pessoa que está deitada em uma cama, sem saber que ela morrera horas antes em decorrência de ataque cardíaco. Nesse caso, o agente não responde por tentativa de homicídio e tampouco por crime de destruição ou vilipêndio a cadáver, na medida em que estes últimos crimes são dolosos e nãohavia por parte do agente a intenção de destruir ou desrespeitar um cadáver. 
Consumação
O crime de homicídio, por óbvio, consuma-se no momento da morte decorrente da conduta dolosa do agente. 
Momento da morte e sua definição legal
	Segundo o artigo 3º da Lei 9.434/97, considera-se morta a pessoa no momento da cessão da atividade encefálica, já que nosso legislador concluiu que a morte encefálica é irreversível. Sem que tenha havido morte encefálica, não há que se falar em homicídio consumado, por mais grave que sejam as sequelas sofridas em decorrência do ato agressivo. 
	Assim, se o agente efetuou disparos na cabeça da vítima, que, em razão disso, há anos permanece em vida vegetativa, sem reconhecer familiares e sem apresentar movimentos corporais, porém, com vida encefálica, ela juridicamente, está viva, de modo que o autor da agressão só pode ser responsabilizado por tentativa de homicídio. 
	O homicídio classifica-se como crime de dano, pois sua verificação pressupõe efetiva lesão ao bem jurídico tutelado – a vida. 
Classificações
	No que tange ao momento consumativo, o homicídio classificasse como crime material, categoria de ilícitos penais que exigem a superveniência do resultado previsto no texto legal para estarem consumados. Como o resultado morte é necessário para a consumação, não há dúvida de que o homicídio é crime material. 
	No que se refere à duração do momento consumativo, é classificado como crime instantâneo, uma vez que o evento morte ocorre em um momento exato. Considerando, entretanto, que a morte é irreversível, costuma-se dizer que o homicídio é crime instantâneo de efeitos permanentes.
Prova da materialidade
	A materialidade do homicídio é demonstrada pelo exame necroscópico, em que o médico legista atesta a ocorrência da morte e suas causas. A autópsia deve ser feita pelo menos seis horas após o óbito. Se a autópsia não tiver sido realizada antes de o corpo ser enterrado ou se surgirem duvidas em torno da conclusão do perito, poderá ser determinada a exumação do corpo para a sua realização ou para exames complementares. 
Tentativa
	É plenamente possível e muito comum. Para seu reconhecimento, são exigidos três fatores:
Que exista prova inequívoca de que o agente queria matar a vítima
	O que diferencia lesão corporal de uma tentativa de homicídio em que a vítima tenha sofrido lesão, é unicamente o dolo do agente. Na tentativa, ele quer matar e não consegue, enquanto na lesão corporal a intenção é apenas ferir a vítima (“Dobby didn’t mean to kill. Only to maim or seriously injure”). Nesses casos, para que possam decidir se o agente queria matar ou somente lesar a vítima, os jurados devem analisar fatores que normalmente indicam a existência ou inexistência da intenção homicida, como, por exemplo, o tipo e a potência da arma utilizada, eventuais ameaças de morte proferidas pelo agente contra a vítima, local em que esta foi alvejada, quantidade de golpes desferidos, etc. 
Que tenha havido início de execução do homicídio
	Só é possível reconhecer a existência de tentativa se o agente já deu início à execução do crime. Antes disso, eventuais atos preparatórios e ainda não constituem infração penal. 
	Constitui mero ato preparatório comprar uma arma com a qual se pretende matar a vítima, ou mais, ficar aguardando a vítima passar por determinado local para emboscá-la, mas não conseguir efetuar disparos por ter a vítima alterado seu trajeto nesse dia. Nesse caso, faltava ainda uma ação imprescindível por parte do agente para se ter o início de execução, qual seja, a de efetuar disparo com a arma de fogo. Entende-se que o agente poderá desistir ou não ter efetiva coragem de iniciar os disparos, de modo que tudo deve ser interpretado como um ato preparatório do homicídio. 
	Assim, em se tratando de arma de fogo, o início da execução se dá pelo ato de apertar o gatilho em direção à vítima. Em se tratando de arma branca, o início da execução se dá pelo ato corpóreo a fim de atingi-la. Em suma, existe início da execução com a prática do primeiro ato idôneo e inequívoco que pode levar à consumação. Ato idôneo é aquele apto a produzir o resultado. Ato inequívoco é aquele indubitavelmente ligado à consumação. 
Que o resultado morte não tenha ocorrido por circunstâncias alheias à vontade do agente
	Caso realizado ato de execução, haverá tentativa de homicídio qualquer que tenha sido a causa da sobrevivência da vítima, desde que alheia à vontade do agente. 
*Exemplo: vítima que foi jogada de um penhasco, mas que ficou presa em uma árvore. 
	Ressalte-se, outrossim, que os casos mais comuns de tentativa são aqueles em que o agente não consegue atingir a vítima em parte vital de seu corpo – por seu nervosismo ou por falta de preparo no manuseio da arma – fatores que, embora inerentes ao agente, são alheios à sua vontade, porque fogem de seu controle. 
	Na denúncia por crime de tentativa de homicídio é necessário que o promotor de justiça descreva a circunstância alheia à vontade do agente que impediu a consumação. 
Pluralidade de tentativas em relação à mesma vítima
	É plenamente possível que uma pessoa responda por duas tentativas de homicídio contra a mesma vítima, desde que os atos agressivos que visavam sua morte tenham sido realizados em contextos fáticos distintos. Se, entretanto, o agente, no mesmo episódio, tenta matar a vítima com disparos da arma de fogo e, sem conseguir alvejá-la de forma fatal, apodera-se imediatamente de uma faca e desfere golpes contra ela sem conseguir causar a morte, responde por uma só tentativa de homicídio. 
Homicídio consumado e tentado contra a mesma vitima
	Se o agente tenta matar a vítima em uma oportunidade e, cessada a execução deste crime, em outro contexto fático, realiza novo ato agressivo conseguindo matá-la, responde por dois crimes, um tentado e um consumado. Deve-se entender, entretanto, que, se as duas ações ocorrerem no mesmo contexto fático, a consumação do homicídio absorverá a tentativa. 
Tentativa branca (ou incruenta)
	Ocorre quando o golpe ou disparo efetuados não atingem o corpo da vítima de modo que esta não sofre nenhuma lesão. É necessário que se prove que o agente pretendia atingir a vítima, mas que não conseguiu. Nesse caso, a diminuição referente à tentativa será feita em seu grau máximo (2/3), já que esse redutor deve ser aplicado de acordo com a maior ou menor proximidade da consumação. 
Desistência voluntária
Art. 15. “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”
	O reconhecimento desse instituto pressupõe que tenha havido início de execução, já que se trata de exigência expressa no texto legal. Por tanto, quando alguém prepara um doce envenenado tencionando remetê-lo à vítima, mas desiste de cometer o crime, mantendo o doce consigo, não há que falar na desistência voluntária, mas em atipicidade da conduta pela prática de meros atos preparatórios.
	No crime de homicídio, a desistência voluntária configura-se quando o agente dá início à sua execução, mas não consegue, de imediato, a morte da vítima, contudo, tendo ainda condições de prosseguir no ataque e concretizar a morte, resolve, voluntariamente, não o fazer. 
Exemplo: no caso de um homicida que possui seis cápsulas em seu revólver, mas que, após efetuar um primeiro disparo e perceber que não atingiu a vítima de forma fatal, resolve não apertar o gatilho novamente. Em tal caso apesar de ter havido dolo de matar por parte do agente no instante em que efetuou o primeiro disparo e, até mesmo, uma circunstância alheia à sua vontade que impediu o resultado – o erro de pontaria –, o legislador entendeu que o agente não poderia ser responsabilizado por tentativa, porque a circunstância impeditiva do resultado, e alheia à sua vontade, deveria se mostrar presente durante todo o contexto fático, e não apenas em face da primeira ação. Nesse caso, o sujeito responderá apenas por lesão leve ou grave, dependendo do que o disparo nela tenha causado,ou por crime de periclitação da vida, caso o disparo não a tenha atingido.
	É necessário que a atitude de desistir de prosseguir na execução tenha sido voluntária, ainda que não espontânea, ou seja, o não prosseguimento nos atos executórios há de ser consequência da própria vontade do agente, mesmo que a ideia de desistir tenha sido sugestão de terceiro ou de pedido de clemência da vítima. Não haverá, contudo, desistência voluntária se ele, por exemplo, deixar de efetuar novos disparos para colocar-se em fuga ante à inesperada chegada de policiais ao local onde está sendo praticado o crime. 
Arrependimento eficaz
	Ao passo que na desistência voluntária o agente – já tendo realizado algum ato executório, porém, ciente de não ter conseguido ato fatal – resolve se omitir, no arrependimento eficaz o sujeito já tinha realizado todos os atos executórios ao seu alcance, que, como em decorrência causal, já seriam o suficiente para ocasionar a morte, porém, se arrepende e pratica novo ato para salvar a vida da vítima. 
	Os exemplos mais comuns são aqueles em que o agente atinge a vítima em área nobre do seu corpo, mas a socorre de imediato, conseguindo salvá-la; ou quando a envenena e, em seguida, fornece o antídoto. 
	Se houver uma ação impeditiva do resultado, estará presente o arrependimento eficaz, e se houver uma omissão no prosseguimento dos atos executórios que estavam em andamento, haverá desistência voluntária. Para que seja reconhecido o arrependimento eficaz, é também exigido eu tenha ele sido decorrente de ato voluntário do agente – mesmo que não espontâneo – e que a nova ação realizada par salvar a vítima tenha sido exitosa. B
Elemento subjetivo
	É o dolo, direto ou eventual. No dolo direto, existe vontade livre e consciente de eliminar a vida humana alheia. É também chamado de animus necandi ou animus occidendi. É o que ocorre na maioria dos homicídios, em que fica patente que o agente queria mesmo provocar a morte da vítima.
	O tipo penal homicídio simples não exige qualquer finalidade específica para sua configuração. Ao contrário, o motivo do crime pode fazer com que passe a ser considerado privilegiado ou qualificado. Entretanto, se a motivação do homicida não se enquadrar em nenhuma das hipóteses que tornam o crime qualificado ou privilegiado, ele será considerado simples. 
	Além disso, é também admissível o dolo eventual quando o agente, com sua conduta, assume o risco de provocar a morte. É o que ocorre quando alguém faz roleta-russa mirando o revólver para outra pessoa e, apesar de haver uma só cápsula no tambor, acaba havendo o disparo e a morte. 
Diferença entre a tentativa de homicídio e a lesão corporal seguida de morte
	O elemento subjetivo serve também para diferenciar a tentativa de homicídio do crime de lesão corporal seguida de morte. Com efeito, na tentativa o agente quer matar e não consegue, enquanto na lesão seguida de morte ocorre exatamente o oposto, ou seja, o agente quer apenas lesionar, mas, culposamente, acaba provocando a morte. 
Art. 129. “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem – Pena: detenção, de três meses a um ano.
(...)
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo – Pena: reclusão, de quatro a doze anos”.
Progressão criminosa
	Verifica-se esse instituto quando o agente inicia uma agressão exclusivamente com intenção de lesionar a vítima, porém, durante a agressão, muda de ideia e resolve matá-la. Nesse caso, ainda que o agente tenha resolvido cometer o homicídio somente depois de já haver provocado a lesão na vítima, considera-se absorvido esse delito, respondendo ele apenas pelo homicídio, já que ambos os atos agressivos ocorreram no mesmo contexto fático.
Ação penal e competência
	O crime de homicídio apura-se mediante ação pública incondicionada, sendo a iniciativa exclusiva do Ministério Público. A análise do mérito da acusação cabe aos jurados – já que os crimes dolosos contra a vida serão julgados pelo Tribunal do Júri. 
	A competência é do local da consumação do delito. Porém, a jurisprudência reconhece uma exceção no caso de homicídio doloso quando a vítima é alvejada em uma cidade e levada para hospital de outro município, normalmente grandes centros onde há melhores condições de atendimento, e acaba falecendo nesta última localidade. Tecnicamente, o julgamento deveria se dar no local onde a vítima morreu, contudo, isso dificultaria sobremaneira o julgamento no Plenário do Júri, já que as testemunhas do crime estão no local onde a vítima foi alvejada e não são obrigadas a se deslocar para serem ouvidas no dia do julgamento. Nesses casos, o julgamento é feito no local em que ocorreu a ação delituosa, e não no lugar em que a vítima morreu.
Homicídio Privilegiado 
Art. 121. “§ 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime – Pena: reclusão, de doze a trinta anos”. 
	As hipóteses de privilégio têm natureza jurídica de causa de diminuição de pena. As causas de diminuição de pena devem ser apreciadas pelos jurados na votação dos quesitos e, assim, se estes votarem favoravelmente ao reconhecimento do privilégio, a redução deverá ser aplicada pelo juiz em decorrência do princípio constitucional da soberania dos vereditos do júri. A redução de pena decorrente do privilégio, se reconhecida pelos jurados, é direito subjetivo do réu. 
Motivo de relevante valor social 
	Essa primeira hipótese de privilégio está ligada à motivação do agente, que supõe que ao matar a vítima, estará beneficiando a coletividade. A lei permite que os jurados, representando a coletividade, condenem o réu, por considerar o ato criminoso, mas permitam a redução de sua pena porque ele, ao matar, imaginava estar beneficiando o corpo social. O exemplo clássico é o do homicídio do traidor da nação.
Motivo de relevante valor moral
	Diz respeito a sentimentos pessoais do agente aprovados pela moral média. São os motivos tidos como nobres ou altruístas. Exemplo disso é a eutanásia, que se verifica quando o agente tira a vida da vítima para acabar com o grave sofrimento decorrente de alguma enfermidade. O que não é crime é a ortotanásia, que acontece quando o médico deixa de lançar mão de tratamentos paliativos que só prolongariam por pouco tempo a vida de pessoa com doença irreversível em fase terminal. 
Exemplo – Pai que mata estuprador da filha: O pai, algum tempo depois do fato, descobre quem foi o autor do crime sexual contra sua filha, e, então, comete homicídio. Alguns entendem como relevante valor moral, porque o motivo do pai é defender a honra da filha; outros entendem como valor social, pois sua intenção é eliminar um marginal, beneficiando a sociedade.
Crime praticado sob o domínio de violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima 
	Por uma série de razões, é possível que uma pessoa provoque a outra, fazendo-o, por exemplo, por meio de xingamentos, de brincadeiras de mau gosto, riscando seu carro, jogando lixo ou pichando sua casa, etc. É algo maior que a legitima defesa; nesse caso, não há a agressão física, apenas a moral (provocação). 
	Não se pode esquecer que a legitima defesa possui vários requisitos além da injusta agressão, ela exige, ainda, que o agente use moderadamente dos meios necessários para repelir a injusta agressão. Na legitima defesa, responder com tiros contra alguém que apenas lhe jogou uma bebida no seu rosto é exagero – Porém, para o reconhecimento do privilégio, é suficiente. Outra diferença é que, na legitima defesa, a reação deve ser imediata, enquanto no privilégio, se a pessoa lhe provoca e vocêvai até em casa buscar uma arma para matá-la, ainda é considerado que foi uma reação “logo em seguida à injusta provocação”. 
	Se houver ato de provocação, só pode ser reconhecido o privilégio. Se, entretanto, houver injusta agressão por parte da vítima, poderá ser reconhecida a legitima defesa se presentes os demais requisitos do art. 25 do código penal, sendo o réu absolvido. Para o reconhecimento do privilégio, não é necessário que a vítima tenha tido a específica intenção de provocar, bastando que o agente se sinta provocado. 
	É possível também que a provocação tenha ocorrido há muito tempo, mas o agente só tenha tomado conhecimento pouco antes do homicídio e, nessa hipótese, há privilégio. 
É necessário que o agente esteja sob o domínio de violenta emoção.
	Caso o agente se encontre apenas sob a influência de violenta emoção decorrente de ato injusto, sem a necessidade de que o ato homicida ocorra logo em seguida àquele, é aplicada a atenuante genérica homônima.
Caráter subjetivo das hipóteses de privilégio
	Todas as figuras do privilégio são de caráter subjetivo, porque ligadas à motivação do agente ou à motivação somada à violenta emoção. Esses crimes não se comunicam a coautores e partícipes do homicídio. 
Exemplo: pai que chama o amigo para matar o estuprador da filha. O pai responderá por homicídio privilegiado, o amigo não. 
Homicídio Qualificado
Classificação das qualificadoras
Quanto aos motivos: paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe, e motivo fútil, feminicídio e homicídio contra integrantes das forças armadas ou policiais no exercício ou em razão da função. 
Quanto ao meio empregado: veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. 
Quando ao modo de execução: traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. 
Por conexão: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. 
	Na modalidade “a”, o delito é considerado mais grave em decorrência de o motivo do crime ser considerado imoral ou desproporcional. Na modalidade “b”, o legislador elencou formas de provocar a morte da vítima que lhe causam grande sofrimento, ou em que o agente atua de maneira velada, ou, ainda, com a provocação de perigo a outras pessoas, o que, inegavelmente, justifica maior reprimenda. Na “c”, o legislador considerou mais graves os crimes praticados de tal maneira que a vítima tenha ficado à mercê do homicida, sem possibilidade de defesa. 
	As qualificadoras de caráter subjetivo são aquelas ligadas à motivação do agente, sendo de suma importância ressaltar que, além das hipóteses de motivo torpe e fútil, as qualificadoras decorrentes da conexão também se inserem nesse conceito. Já as qualificadoras de caráter objetivo são aqueles referentes a meio e modo de execução. 
Qualificadoras quanto aos motivos
Paga ou promessa de recompensa
	A paga é a prévia em relação ao homicídio, enquanto a promessa de recompensa é para entrega posterior. A promessa de recompensa deve estar relacionada com prestação econômica e não de outra natureza. Relações sexuais não são pagamento ou promessa de recompensa, são motivo torpe. 
	No caso de promessa de recompensa, a qualificadora existe ainda que o mandante, após a prática do crime, não cumpra a promessa e não entregue os valores combinados, pois o que importa é que o executor tenha matado em razão da promessa recebida. 
	A qualificadora de paga ou promessa de recompensa é, diferente da definição geral do homicídio (considerado crime de concurso eventual), considerada como crime de concurso necessário. A pessoa que contrata é chamada de mandante e a pessoa contratada de executora.
Motivo torpe
	É a motivação vil, repugnante, imoral. Exemplos de motivo torpe são: preconceito de raça, cor, religião, etnia ou origem; canibalismo; vampirismo; rituais macabros; motivação econômica; intenção de ocupar o cargo da vítima; ciúme; matar a esposa porque não quis manter relação sexual; matar por prazer; vingança; morte para assegurar a execução ou impunidade de outro crime etc. 
Motivo fútil
	É o motivo pequeno, insignificante, ou seja, deve ser reconhecido quando houver total falta de proporção entre o ato homicida e sua causa. Já se reconheceu essa qualificadora quando o pai matou o filho porque este chorava; por homicídio contra dono de bar que se recusou a servir mais uma dose de bebida etc. 
	Para que seja reconhecida essa qualificadora, é necessário que haja prova de um motivo fútil qualquer. A ausência de prova não permite a presunção de sua presença. Caso o acusado confesse que matou por motivo algum, a conclusão inevitável é de que matou pelo simples prazer – o que configura motivo torpe, não fútil. 
Qualificadoras quanto ao meio de execução
Veneno
	Veneno é a substância química ou biológica que, introduzida no organismo, pode causar a morte. Pode se apresentar de forma líquida, sólida ou gasosa. O homicídio qualificado pelo emprego de veneno é também conhecido como venefício e sua configuração pressupõe que seja introduzido no organismo da vítima de forma velada (sem que a vítima perceba). Se o veneno for inoculado no organismo da vítima com emprego de violência, configura-se a qualificadora do meio cruel. Por sua vez, se a vítima souber e consentir em que lhe ministrem veneno, não se aplica nenhuma das qualificadoras. 
Fogo e Explosivo
	A qualificadora de fogo ocorre em todos os casos em que a morte decorreu do emprego de fogo. A qualificadora do explosivo se configura qualquer que seja o tipo de explosivo utilizado. Tal como ocorre com o emprego de fogo, caso o explosivo provoque dano em bem alheio, da própria vítima do homicídio ou de terceiro, o delito de dano qualificado pelo emprego de substância explosiva fica absorvido por ser o homicídio crime mais grave. 
	O emprego de explosivo ou fogo deve ser reconhecido como qualificadora quando empregados pelo agente a fim de provocar a morte da vítima, ainda que o resultado morte, no caso concreto, tenha sido decorrência indireta de tais formas de execução. O que se deve levar em conta é o dolo de matar com emprego de explosivo ou fogo e o efetivo emprego dessas substâncias no caso concreto. 
Asfixia
	Consiste em provocar a morte da vítima pelo impedimento da função respiratória. A asfixia pode se dar de forma mecânica ou tóxica. De forma mecânica, os exemplos são: esganadura; estrangulamento; enforcamento; sufocação; afogamento; soterramento e sufocação indireta (colocar peso sobre a região do diafragma da pessoa). A asfixia tóxica, por sua vez: confinamento ou uso de fás asfixiante.
Tortura ou outro meio cruel
	Essas figuras qualificadas se mostram presentes quando o agente escolhe um meio de execução que sujeita a vítima a graves sofrimentos físicos ou mentais antes de causar sua morte. A tortura é o meio de execução empregado de forma lenta, gradativa, até produzir o resultado morte após grave sofrimento. 
Exemplos de tortura: prender a vítima e não lhe fornecer bebida ou comida para que morra de sede ou de fome; acorrentar a vítima ao ar livre para que tenha forte insolação; lentas sessões de mutilações ou de aplicações de ferro em brasa; amarrar a vítima sobre um formigueiro de espécie agressiva; crucificação; empalhamento. 
	A diferença entre o crime de homicídio qualificado pela tortura e o crime de tortura qualificada pela morte reside na intenção do torturador. Se tiver havido dolo, direto ou eventual, em relação à morte, e a tortura tiver sido o meio escolhido para alcança-la, o agente responde por homicídio qualificado (12 a 30 anos de reclusão).
	Já outros meios cruéis são aqueles em que o ato executório é breve, embora provoquem forte sofrimento físico na vítima. A crueldade só qualifica o homicídio quando constituir a causa direta da morte. 
Exemplos de outros meios cruéis: o espancamento mediante socos e pontapés ou pisoteamento; golpes no corpo da vítima com martelo, barra de ferro, pedaço de pau etc.; apedrejamento;atropelamento intencional; jogar a vítima do alto de um prédio ou precipício; despejar grande quantidade de ácido sobre o corpo da vítima; choque elétrico de alta voltagem; amarrar a vítima em um carro ou cavalo e coloca-los em movimento, fazendo a vítima ser arrastada; corta os pulsos da vítima para que morra de hemorragia externa; fazer a vítima cair da motocicleta; obrigar a vítima a ingerir rapidamente grande quantidade de bebida alcóolica; colocar a vítima em uma jaula com feras; transmissão intencional de doença que provoca morte com sofrimento.
Meio insidioso
	É um meio velado, uma armadilha, um meio fraudulento para atingir a vítima sem que se perceba que está havendo um crime. Exemplo disso é sabotagem no freio do veículo. Configura, também, meio insidioso trocar o medicamento necessário para manter alguém vivo por comprimidos de farinha.
Meio que pode resultar em perigo comum
	Além de causar a morte de quem pretendia, o meio escolhido pelo agente tem o potencial de causar situação de risco à vida ou integridade corporal de número elevado e indeterminado de pessoas, como, por exemplo, a provocação de um desabamento. Essa qualificadora se aperfeiçoa com a mera possibilidade de o meio empregado causar risco a outras pessoas, não sendo necessário que se prove ter havido um risco efetivo a pessoas determinadas no caso concreto. Ex.: desligar a energia do hospital para causar a morte de um paciente que está na UTI, pode significar perigo para o resto do hospital (mesmo que este esteja vazio). 
Qualificadoras quando ao modo de execução
Traição
	É o ato cometido mediante ataque súbito e sorrateiro, atingida a vítima, descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto criminoso, como o golpe dado pelas costas. A traição constitui-se essencialmente na quebra de confiança depositada pela vítima no agente, que dela se aproveita para matá-la. 
	Para o reconhecimento da qualificadora da traição, é necessário que se demonstre que havia uma prévia relação de confiança entre as partes e o que agente tenha se valido de alguma facilidade disso decorrente para matar a vítima em um gesto por esta inesperado. Ou seja, a soma da quebra de confiança com a dificuldade ou impossibilidade de defesa caracteriza traição. 
Emboscada
	O agente aguarda escondido a chegada ou passagem da vítima por determinado local para alvejá-la de surpresa. É também conhecida como tocaia. Não há necessidade de que a emboscada seja feita em local ermo ou de que a vítima seja encurralada. 
Dissimulação
	Nesta figura qualificada o agente, ocultando sua prévia intenção homicida, emprega algum expediente fraudulento para ludibriar a vítima, possibilitando a execução do crime. É preciso que o agente, de alguma forma, engane a vítima, e, em tal contexto fático, cometa o homicídio em um gesto não esperado por esta. A dissimulação, portanto, configura-se quando há uma farsa ou uma encenação, uma mentira verbal ou o uso de disfarce para se aproximar da vítima. Pode ser material ou moral. 
	A dissimulação moral consiste na farsa verbal – ex.: convidar a vítima para um passeio de barco em alto-mar e, após convencê-la a pular na água para se refrescar, acionar o motor, deixando-a no local. Outro exemplo é o maníaco do parque. 
	A dissimulação material dá-se com o uso de disfarces ou métodos análogos para se aproximar da vítima. Ex.: a morte do presidente do Egito, Anuar Sadat, em 06/10/1981. Integrantes de um grupo fundamentalista infiltraram-se em um desfile militar utilizando-se de roupas do Exército e, ao passarem defronte o palanque presidencial, efetuaram inúmeros disparos de metralhadoras e lançaram granadas, matando o presidente e outras pessoas que se encontravam ao seu lado.
Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido
	Trata-se de fórmula genérica que só pode ser aplicada quando não for possível o enquadramento nas três figuras específicas previstas anteriormente. Por isso, quando o agente mata a vítima valendo-se da surpresa, configura-se a presente qualificadora, desde que ela não tenha decorrido de uma emboscada. Para o texto legal, basta que a vítima tenha dificultada sua capacidade de defesa, ainda que lhe reste alguma chance de evitar o crime. 
Vítima presa ou imobilizada – o ato de matar pessoa presa, quer efetuando disparos de fora para dentro de uma cela em um presídio, quer após algemá-la e levá-la até local ermo para ser executada, configuram a qualificadora em tela, pois, por estar tolhida de seus movimentos, a vítima não pode se defender ou fugir. 
Superioridade numérica – tanto no caso de grupos de extermínio, como também espancamentos realizados por um grupo de pessoas contra uma só configuram essa qualificadora. 
Vítima embriagada – evidente que se encontra impossibilitada de oferecer resistência. 
Pessoa com enfermidade – se o agente se aproveitou de enfermidade incapacitante transitória, essa qualificadora é configurada. 
Qualificadoras decorrentes da conexão do homicídio com outro crime
	Decorrem da motivação do agente, ou seja, do fato de ele matar a vítima com a finalidade de, com isso, viabilizar a prática de outro crime, ou assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de um delito anterior. Ou seja, há conexão – há um vínculo entre o homicídio e o outro crime porque, em verdade, o homicídio só foi cometido em razão deste. 
Conexão teleológica
	A finalidade do homicida é assegurar a execução de outro crime. É denominada teleológica porque o agente primeiro mata a vítima para depois cometer o outro delito. E, se o agente, após matar a vítima, efetivamente praticar o outro crime, deve responder por homicídio qualificado em concurso material com aquele. Ex.: o agente, após matar o marido, realmente estuprar a esposa, ele responde por estupro consumado em concurso material com o homicídio; porém, se a esposa, que estava no local do homicídio, consegue fugir antes do abuso sexual se concretizar, o agente responde por tentativa de estupro em relação a ela, além do homicídio qualificado quanto ao marido. 
Conexão consequencial
	Primeiro é cometido o crime e depois é cometido o homicídio com a intenção de assegurar a ocultação (evitar que se descubra a própria existência do crime anterior), a impunidade (evitar a punição por esse crime) ou a vantagem daquele (assegurar a posse do produto, preço ou proveito de um crime anterior). 
Homicídio culposo
Art. 121. § 3º. “Se o homicídio é culposo – Pena: detenção de um a três anos”.
	No homicídio culposo, o agente não quer e não assume o risco de provocar a morte, mas a ela dá causa por imprudência, negligência ou imperícia. O juiz deve analisar se o causador da morte, nas circunstâncias do caso concreto, agiu como agiria um homem médio, prudente e de discernimento. Caso conclua que o sujeito não agiu com os cuidados que o homem médio teria tomado, deverá condená-lo pelo homicídio culposo. Não existe tentativa no homicídio culposo, já que não existe tentativa em crime culposo. Aqui, no homicídio culposo, a ação penal é pública incondicionada. O julgamento cabe ao juízo singular. 
Imprudência 
	É uma ação perigosa, uma conduta comissiva que expõe a risco outras pessoas por ser marcada pela insensatez. Ex.: o agente brinca com um revólver carregado e acaba provocando um disparo acidental; quando uma pessoa por brincadeira empurra a outra na piscina e esta bate a cabeça na borda e morre; quando o agente passa em um sinal fechado e atropela a vítima, causando sua morte etc. 
Negligência
	É uma omissão, uma conduta negativa, uma ausência de precaução quando o caso impunha uma ação preventiva para evitar o resultado. Na negligência, há uma inércia psíquica, uma indiferença do agente que, podendo tomar as cautelas exigíveis, não o faz por descaso. Ex.: não dar manutenção nos frios de um veículo e atropelar a vítima por falta de freio; não fornecer segurança para os trabalhadores de uma construção; médico que não faz exames em paciente antes de lhe ministrar anestésico e esse acaba morrendo por choque anafilático por seralérgico ao medicamento. Enquanto imprudência é uma ação que provoca o resultado, a negligência é uma omissão que a ele dá causa.
Imperícia
	É a demonstração de incapacidade ou de falta de conhecimentos técnicos no desempenho de arte, profissão ou ofício que dá causa ao resultado. A imperícia pressupõe sempre a qualificação ou habilitação legal para a arte ou ofício. Não havendo tal habilitação para o desempenho da atividade, a culpa é imputada ao agente por imprudência ou negligência. Ex.: médico que mata a vítima durante uma cirurgia por falta de habilidade no manuseio do bisturi; motorista habilitado que não consegue fazer uma curva por falta de habilidade da condução do automóvel. 
Observação: não se confunde a culpa com erro profissional – no erro profissional são empregados os conhecimentos normais da arte ou ofício, porém, o agente chega a uma conclusão errada. 
Lembrando que não haverá crime caso o agente não atinja alguém e provoque sua morte. 
Causas de aumento de pena
Art. 121. § 4º. “No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências de seu ato, ou foge para evitar a prisão em flagrante”.
Inobservância de regra técnica de arte, profissão ou ofício
	Essa causa de aumento não se confunde com a modalidade culposa de imperícia. Nesta o sujeito demonstra falta de aptidão para o desempenho da arte, profissão ou ofício, enquanto, na causa de aumento, o agente demonstra a aptidão para realiza-las, porém provoca a morte de alguém, porque, por desleixo, por descaso, deixa de observar regra inerente àquela função. 
Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima ou não procura diminuir as consequências de seu ato
	O texto legal exige que o socorro à vítima, após ter ela sido afetada pelo ato culposo do agente, seja imediato. A pena só será agravada se esse socorro imediato for possível por parte do agente. Além disso, o dever do socorro é solidário, devendo prestá-lo o autor da conduta culposa e todas as outras pessoas presentes.
Se o agente foge para evitar a prisão em flagrante
	Se o agente socorreu a vítima e depois fugiu do hospital antes da chegada de policiais para evitar sua prisão, haverá esse acréscimo. É muito comum que o agente fuja do local e não socorra a pessoa por ele atingida. Nessa hipótese, estão presentes duas causas de aumento de pena, contudo, o juiz pode aplicar o aumento de um terço uma única vez. 
Perdão judicial
Art. 121. § 5º. “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”. 
	A aplicação do perdão judicial decorre do sofrimento percebido pelo próprio agente em face de sua conduta culposa. Ex.: pai que causou a morte do próprio filho – mostra-se desnecessária a aplicação da pena de detenção como forma de punição, na medida em que a perda do filho é “castigo” muito maior do que qualquer outro possível.
	Quando duas pessoas agem culposamente, provocando a morte do filho de um deles, o perdão judicial, porém, só é concedido ao pai. Por se tratar de circunstância de caráter pessoal, não se comunica aos demais envolvidos, nos termos do art. 30 do CP.
Art. 30. “Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”.
	O perdão judicial só pode ser concedido na sentença após o juiz apreciar as provas colhidas e considerar o réu responsável pelo crime culposo de que está sendo acusado. Se as provas indicarem que ele não agiu de forma culposa, a solução é a absolvição, mesmo porque não se perdoa um inocente. Além disso, perdão judicial na sentença não retira a primariedade do réu, de modo que, em caso de prática de novo crime, não será ele considerado reincidente. 
Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
	Nossa legislação não prevê punição para quem tenta se matar e não consegue, mas prevê punição para a participação em tal ato. Seu objeto é a preservação da vida humana extrauterina; trata-se de crime simples. Para caracterizar suicídio, a vítima deve tirar sua própria vida voluntariamente e conscientemente. O crime de participação em suicídio consuma-se no momento em que ocorre a lesão grave ou a morte. A tentativa não existe. É crime de ação pública incondicionada, de competência do Tribunal do Júri. 
Induzimento
	O agente faz surgir a ideia do suicídio na vítima, sugerindo a ela tal ato e a incentivando a realiza-lo. 
Instigação
	Consiste em reforçar a intenção suicida já presente na vítima. No induzimento é o agente quem sugere o suicídio à vítima, que ainda não havia cogitado esse ato, enquanto, na instigação, ela já estava pensando em ceifar a própria vida, e o agente, ciente disso, a estimula a fazê-lo. Nessas duas modalidades, a participação é moral.
Auxílio
	É também chamado de participação material, pois consiste em colaborar de alguma forma com o ato executório do suicídio. A vítima já está convicta de que quer se matar, e o agente a ajuda a concretizar o ato. Pode ser moral, em caso de que o agente auxilia a vítima a escolher o veneno mais letal. 
Auxílio por omissão
	A prestação de auxílio pode ser comissiva ou omissiva. Neste último caso, o crime só se apresenta quando haja um dever jurídico de impedir o suicídio. 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
	Os crimes previstos nesse capítulo atingem a faculdade de livre escolha do parceiro sexual. Essa faculdade pode ser violada por violência ou grave ameaça e por fraude. 
ESTUPRO
Art. 213. “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso – Pena: reclusão de seis a dez anos”.
	No crime de estupro, a vítima é coagida, obrigada a realizar o ato sexual. Premissa do crime, portanto, é o dissenso da vítima, isto é, que o ato seja realizado contra sua vontade. Deve, ademais, ser um dissenso sério, que indique não ter a vítima aderido à conduta do agente. De outro lado, não é necessária à configuração do crime a chamada “resistência heroica”, em que a vítima luta fisicamente com o agente até suas últimas forças. Veja-se, por exemplo, a hipótese do estuprador que está armado, em que a luta por parte da vítima só lhe traria riscos maiores (até de morte). 
	O crime existe, quer o agente tenha obrigado a vítima a praticar o ato, tendo um posicionamento ativo na relação, quer a tenha obrigado a permitir que nela se pratique o ato, tendo posicionamento passivo na relação. 
	Para que haja o crime, é desnecessário contato físico entre o autor do crime e a vítima. Assim, se ele usar de grave ameaça para forçar a vítima a se automasturbar ou a introduzir um vibrador na própria vagina, estará configurado o crime de estupro. Da mesma maneira, se ela for forçada a manter relação com terceiro ou até com animais. O que é pressuposto do crime, em verdade, é o envolvimento corpóreo da vítima no ato sexual. Por isso, se ela for simplesmente obrigada a assistir a um ato sexual envolvendo outras pessoas, o crime é o de constrangimento ilegal ou, se for menor de 14 anos, o de satisfação da lascívia mediante presença de criança ou adolescente. 
	Saliente-se que, como o tipo penal exige um ato de natureza sexual, não se configura o delito quando o agente se limita ao uso das palavras para fazer propostas indecorosas à vítima, hipótese em que se tipifica a contravenção de importunação ofensiva ao pudor. 
	O estupro pressupõe emprego de violência ou grave ameaça. Violência é toda forma de agressão ou emprego de força física para dominar a vítima e viabilizar a conjunção carnal ou outro ato de libidinagem. Grave ameaça é a promessa de mal injusto e grave, a ser causado na própria vítima do ato sexual ou em terceiro. É possível a responsabilização penal por crime de estupro até mesmo em virtude da omissão (exemplo da mãe que nadafaz para evitar que seu companheiro mantenha relações sexuais violentas com a sua filha). 
	O crime de estupro pode ser praticado (sujeito ativo) por qualquer pessoa, homem ou mulher. Trata-se de um crime comum. O estupro admite coautoria e participação. Será inicialmente considerado coautor aquele que empregar violência ou grave ameaça contra a vítima, sem, entretanto, realizar conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com ela, porém a fim de viabilizar que o comparsa o faça. Trata-se da chamada coautoria funcional, na qual ocorre a divisão dos atos executórios. Existe também coautoria quando duas pessoas realizam atos sexuais concomitantemente com a vítima – um agente introduz o pênis na vagina da vítima enquanto o comparsa a obriga a nele fazer sexo oral.
	A vítima (sujeito passivo) pode ser tanto o homem quanto a mulher. O tipo penal não faz qualquer exigência quanto ao sujeito passivo, de modo que até mesmo prostitutas podem ser vítimas deste crime, quando forçadas a um ato sexual indesejado. A conjunção carnal após a morte da vítima constitui crime de vilipêndio a cadáver. 
	Nos crimes sexuais, a palavra da vítima se reveste de especial importância, na medida em que essa espécie de crime normalmente é cometido às escondidas, sem a presença de testemunhas. Assim, caso seja prestado com convicção e de forma coerente, seu depoimento é suficiente para o decreto condenatório. É possível a condenação de um estuprador com base somente nas palavras e no reconhecimento efetuado pela vítima, desde que não haja razões concretas para que se questione o seu depoimento. Se ficar demonstrado que a vítima simulou o crime de estupro para prejudicar o acusado, responderá pelo delito de denunciação caluniosa. 
	A tentativa no crime de estupro é possível quando o agente empregar a violência ou a grave ameaça e não conseguir realizar qualquer ato sexual com a vítima, por circunstâncias alheias à sua vontade. O início da execução do estupro se dá pelo emprego da violência ou grave ameaça visando o ato sexual, e não pelo início deste.
	O elemento subjetivo do crime de estupro é o dolo. O texto legal não exige que o agente tenha a específica intenção de satisfazer sua libido, seu apetite sexual. O que é importa é que a liberdade sexual da vítima foi atingida elo emprego da violência ou grave ameaça, sendo irrelevante a motivação do agente. O crime de estupro é considerado crime único pelas turmas criminais do Superior Tribunal de Justiça. Considera-se o estupro de natureza hedionda em suas formas consumada ou tentada. Por regra, o crime de estupro é de ação penal pública condicionada à representação. Mas também se estabelece que a ação é pública incondicionada se a vítima for menor de 18 anos, se a vítima for vulnerável ou em caso de morte da vítima. 
Conjunções carnais forçadas contra a mesma vítima em momentos diversos
	Haverá crime continuado se os crimes tiverem sido cometidos pelo mesmo modo de execução, na mesma cidade e sem que tenha decorrido mais de um mês entre uma conduta e outra, ou concurso material se ausente algum dos requisitos do crime continuado. Ex.: pai que estupra a filha por diversas ocasiões, durante vários meses ou anos, dentro da própria residência. 
Conjunções carnais contra duas vítimas no mesmo contexto fático
	Nesse caso também há crime continuado, contudo, como os crimes são dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça, contra vítimas diversas, mostra-se possível a aplicação da regra do art. 71 do CP em que, apesar de se tratar de continuação delitiva, o juiz pode somar as penas. *O juiz pode, no máximo, triplicar a pena.
Várias pessoas que estupraram a mesma vítima
No estupro coletivo (curra), respondem por dois crimes em continuação delitiva – como autor de uma conduta e coautor na outra. Aplica-se a regra do crime continuado comum em que o juiz fica uma só pena, aumentada de um sexto a dois terços mais o aumento de um quarto por ser cometido mediante concurso. 
Estupro e perigo de contágio de moléstia venérea
	O estuprador que sabe ou deve saber que está contaminando com doença venérea e que obriga a vítima a com ele manter relação sexual, expondo-a a risco de contrair a moléstia, responde por estupro em concurso formal com o crime do art. 130, caput, do CP. 
Art. 130. “Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado – Pena: detenção, de três meses a um ano, ou multa”.
Crime qualificado pela provocação de lesão grave ou em razão da idade da vítima
Art. 213. § 1º. “Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos – Pena: reclusão de 8 a 12 anos”.
	*Se a vítima for menor de quatorze anos, configura-se crime de estupro de vulnerável (art. 217 – A) – independentemente do emprego de violência ou grave ameaça. 
Crime qualificado pela morte
Art. 213. § 2º. “Se da conduta resulta morte – Pena: reclusão de 12 a 30 anos”.
	Tal como se dá no parágrafo anterior, o crime de estupro qualificado pela morte é exclusivamente preterdoloso, pressupondo dolo em relação ao estupro e culpa quanto à morte. Quando o agente estupra a vítima e, em seguida, intencionalmente a mata para assegurar sua impunidade, responde por crimes de estupro simples em concurso material com homicídio qualificado. 
	Se o sujeito amordaça a vítima para evitar que ela grite por socorro e, ao estuprá-la, não percebe que ela está se engasgando com o pano, de modo que ela acaba morrendo por sufocação, responde por estupro qualificado, porque, nesse caso, a morte foi em decorrência culposa de sua conduta. Por essa razão, o estupro qualificado não é julgado pelo Tribunal do Júri, e sim pelo juízo singular. 
	Se o agente aborda a vítima com uma arma e a arrasta para um terreno abandonado e esta, ao perceber que será vítima de crime sexual (porque o agente começou a tirar a sua roupa), entra em luta corporal e acaba sendo morta por um disparo, mas o sujeito, em seguida, realiza atos sexuais com o cadáver, responde por tentativa de estupro, homicídio qualificado (morte a fim de assegurar a execução de outro crime) e vilipêndio ao cadáver, em concurso material. 
Causas de aumento de pena: 
Art. 226. “A pena é aumentada: I. De quarta parte, se o crime for cometido com o concurso de duas ou mais pessoas. II. De metade se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela”. 
Art. 234. A. “Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III. De metade, se do crime resultar gravidez. IV. De um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser o portador.

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