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Gaza the new war - Mary Kaldor (Fichamento)

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Fichamento Gaza: the “new war” – Mary Kaldor
Em uma guerra legítima, há uma tentativa de minimizar os problemas em relação à população civil. Segundo Kaldor, os ataques israelenses à Gaza foram legítimos e tinham como objetivo a segurança do Estado de Israel, porém os problemas em relação à população foram cuidados de maneira fraca e despreocupada. O grande número de civis mortos em ataques israelenses fora um “efeito colateral” de uma necessidade militar.
Para o resto do mundo, os ataques a Gaza foram uma violação dos direitos humanos. Nos últimos séculos é possível observar um crescimento da conscientização desses direitos; após as guerras do século XX, regras a respeito de mortes e de guerras foram reforçadas. Na carta das Nações Unidas a guerra é proibida, exceto em caso de defesa, e a legislação de direitos humanos foi bastante ampliada nos últimos 60 anos.
“New war” pode ser definida como o uso de violência política utilizada por grupos organizados para uma série de propósitos. Para as “new wars”, o que importa é a ideia da guerra como um empreendimento conjunto, que serve para mobilizar pessoas e para satisfazer interesses econômicos. 
A guerra em Israel serviu como uma oportunidade para demonstração da eficácia da tecnologia de defesa israelense, mesmo que ela não tenha servido para distinguir alvos civis de militares. O Estado de Israel se tornou um tipo de estado de guerra, onde todas as áreas do país estão voltadas para a ideia de que devem se proteger dos inimigos.
A ocupação israelense, com barreiras e ataques periódicos acabou por prevenir a emergência de uma autoridade palestina que fosse unificada, gerando a formação de milícias, clãs, facções armadas e crime organizado, que têm crescido em força e influência. A luta contra Israel oferece uma estrutura propícia para tais redes e grupos. O Hamas, como um movimento de resistência, adquire legitimidade através dos ataques a Israel. Cada vez que Israel ataca suas casas, mesquitas e escolas, legitima os ataques palestinos a suas casas, sinagogas e escolas.
Cada ataque terrorista pede por uma resposta militar, o que produz uma contra-reação mais extrema – o problema é não haver nenhum tipo de golpe final. Há um dilema, onde os terroristas não podem ser destruídos por meios militares, pois não podem ser distinguidos da população, e os terroristas também não conseguem destruir as militares.
Uma mudança na política internacional é necessária no que diz respeito à segurança de israelenses e palestinos. Tal mudança pode significar uma pressão em Israel para permitir que as palestinos levem vidas mais normais, dando-os liberdade para se locomover, liberando-os de taxas sobre sua receita, ou libertando prisioneiros, poderia também haver pressão em forma de embargos ou condições relacionadas à política de vizinhança com a União Europeia.
Mesmo se negociações de paz trouxerem acordos limitados, não há um fim para essa nova guerra, a não ser que israelenses comecem a enxergar palestinos como seres humanos e viver juntos.

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