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RESUMO Introducao a Ciencia do Direito

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1- Como ocorrem os diferentes processos de aquisição do conhecimento? O Conhecimento Empírico, Conhecimento Filosófico, Conhecimento teológico e o Conhecimento Científico.
Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso-comum): É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas. Exemplo: A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrira porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.
Conhecimento Filosófico: É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. Exemplo: "O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche)
Conhecimento Teológico: Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc.
Conhecimento Científico: É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico: É racional e objetivo.
Todo o conhecimento envolve três elementos: O EU que se conhece; a atividade ou ato que se desprende desse EU e o objeto a ser atingido.
2- Do que trata a epistemologia jurídica? O conhecimento da epistemologia jurídica. 
A epistemologia é a área da ciência que se preocupa com a discussão dos fundamentos das diversas ciências
contemporâneas. A epistemologia jurídica é, portanto, o ramo que se preocupa com os fundamentos mesmos da ciência social aplicada que se denomina Direito. Trata-se de forma dinâmica, pois ―a epistemologia jurídica é um espaço permanentemente em construção, cujos limites, paradoxalmente, quanto mais se determinam e objetivam, mais produzem lacunas e vazios, sendo, assim, um lugar crítico à procura de seu objeto
Sendo assim, constituem temas de Epistemologia do Direito:
A definição de direito;
A posição no quadro das ciências;
A natureza de seu objeto
3 - Qual a definição de direito e sua posição no quadro das ciências?
Etimologicamente ―direito‖ vem do latim directum que significa direção reta sem desvio. Assim, contém a idéia de direção a ser seguida, ou seja, pode ser concebido como ―diretriz da sociedade, criada e mantida pelos próprios membros do grupo‖.
Assim, Direito é forma pela qual as pessoas criam, mantém e extinguem as relações sociais, de forma a organizar a sociedade.
Direito em três sentidos:
A) Regra de conduta: o direito que está escrito, assentado nos diplomas legais;
B) Sistema de conhecimentos jurídicos: o estudo sistematizado da complexidade social e suas implicações na organização da comunidade;
C) Prerrogativas: todas as faculdades que decorrem do direito posto, objetivado. Trata-se do direito subjetivo.
Posição no quadro das ciências
O direito ocupa posição dentro do quadro das ciências sociais. Isto, pois trata e regula os fenômenos dentro da sociedade ou aqueles que a influenciam diretamente. Desta maneira, pode-se definir ciência do direito: 
DIREITO: conhecimentos, metodicamente considerados, resultante do estudo ordenado das normas jurídicas com o propósito de apreender o significado objetivo das mesmas e de construir o sistema jurídico, bem como de descobrir as suas raízes sociais e históricas. 
É absolutamente pacífico entre os jus-historiadores que o Direito se inclui entre as chamadas ciências sociais aplicadas. Isto se justifica pelo fato de que ele tem seu objeto de estudo – normas jurídicas – ligado diretamente a sua finalidade de pacificação social. Ainda, por utilizar métodos de investigação científica de abordagem e de procedimento também aplicáveis às demais ciências sociais.
Natureza do objeto
O objeto da ciência jurídica é a complexidade das relações sociais interpessoais. Isto é: a ciência jurídica é todo o complexo sistema social que envolve os variados aspectos da vida em sociedade e em comunidade.
04- Quais as características do surgimento do direito como fenômeno social e universal?
É possível se afirmar que, dentro da sociedade, existe a necessidade inevitável de se regrar as relações inter e entre-humanas. Também que, para isso, é necessária uma ciência que abarque tais normas sociais e os demais valores humanos. Deste modo nasce do o Direito. E ele, então, como sendo produto das necessidades sociais, ou melhor, dos fenômenos sociais, com o objetivo, genérico, de abranger o maior número de fatos e atos humanos dentro dos grupos sociais.
É imperativo se apontar dois motivos principais para o Direito ser considerado como um ―fenômeno social e universal‖:
a) social: pelo fato de ser construído pelas pessoas a partir de seus ideais de convívio social para reger a sociedade;
b) universal: é uma previsão genérica que tem a possibilidade de comportar um grande número de situações sociais, ou, em outras palavras, apresenta-se para a universalidade de situações humanas.
O direito nasceu da necessidade que as pessoas sentiram de ter regras para conviver umas com as outras. Aos poucos, foram percebendo que se não houvesse normas não seria possível viver em grupos, pois sempre prevaleceria a vontade de quem tivesse mais força para impor aos outros. O direito, portanto, é antes de tudo, a forma que as pessoas elegeram para regular a vida em comunidade.
Diz-se social pelo fato de estipular normatividade social. Global por que atinge a globalidade de situações ocorridas dentro das esferas de atuação humana.
05- É possível diferenciar a Dogmática Jurídica e os conflitos jurídicos da humanidade?
Dogma significa algo que não se coloca em dúvida. Se o conteúdo do dogma é verdadeiro, ou não, isso é uma questão secundária.
A função do dogma é pacificar uma questão, dar estabilidade a um sistema de pensamento, de crença, a fim de viabilizar certos comportamentos e conceitos. Existem, assim, vários tipos de dogmas: dogmas religiosos, científicos, políticos, familiares, sociais, jurídicos, econômicos e outros. Ou seja, dogma é algo que não mais se questiona, que está aceito como verdadeiro.
A Dogmática Jurídica é justamente a parte do Direito que lida com as certezas, com os pressupostos e premissas inquestionáveis colocados pelas normas jurídicas positivadas.
Se a lei estabelece não se questiona. O que poderia ser questionado é se o prazo é razoável ou não e aí mudar-se-ia a lei. Mas, enquanto o prazo for aquele da lei, sua obediência é dogma. Outro dogma é a validade da sentença transitada em julgado, que é sempre tida como verdadeira. A Dogmática Jurídica é um modo de viabilizar decisões, simplificando a complexidade, diminuindo o questionamento social e estabilizando a sociedade.
Eis o efeito da Dogmática Jurídica: limitar os conflitos à regras e princípios formais, sem a preocupação essencial com o conteúdo verdadeiro ou não do decidido. É uma simplificação da complexidade, em nome da decidibilidade.
É preciso reconhecer a insuficiência da Dogmática Jurídica para resolver os conflitos através de uma simplificação procedimental artificial que não mais satisfaz nem o Estado, nem a sociedade, nem os cidadãos.
No Direito o conflito tem sido tratado como algo a ser eliminado pois representa, quase sempre, uma ameaça à ordem. O conflito se desenvolve por diversos motivos: pelas incompatibilidades sentimentais, ideológicas, racionais, cognitivas, étnicas, religiosas, familiares e afins. Normalmente, por representar incompatibilidades pouco
saudáveis, precisa ser resolvido, mas pode também funcionar como fator de transformação das relações humanas.
Não são quaisquer fatos que entram para o sistema jurídico, mas apenas aqueles que sãorelevantes para a decisão de um conflito. Portanto, há uma seletividade e a própria norma jurídica indica como escolher certos fatos. O fato jurídico não é o fato histórico, o acontecimento em si, mas o fato que o direito aceita como tal. A relevância é dada por abstração. Os fatos são valorados pelo sistema, o que resulta num conflito entre os fatos e as normas. A Dogmática Jurídica exige que assim seja, para que o sistema possa funcionar com segurança a partir de fatos escolhidos objetivamente. Cria-se, assim, o mal estar do julgamento jurídico. As decisões agradam uns e desagradam outros, num interminável jogo de ganhar/perder, de caráter binário.
6 - Como ocorre a construção sistemática do direito natural e do direito positivo?
Os adeptos do direito natural são conhecidos como jusnaturalistas. Historicamente pertenceram ao jusnaturalismo pensadores católicos como Tomás de Aquino e escritores racionalistas como Hugo Grócio.  A teoria do direito natural tem como projeto avaliar as opções humanas com o propósito de agir de modo razoável e bem.[2] Isso é alcançado através da fundamentação de determinados princípios do Direito Natural que são considerados bens humanos evidentes em si mesmos.
Thomas Hobbes concebe o direito natural como “a liberdade que cada homem tem de usar livremente o próprio poder para a conservação da vida e, portanto, para fazer tudo aquilo que o juízo e a razão considerem como os meios idôneos para a consecução desse fim
A noção objetiva do Direito Natural pode ser encontrada muito bem figurada no texto de São Paulo: " Quando os gentios, que não têm lei, cumprem naturalmente o que a lei manda, embora não tenham lei, servem de lei a si mesmos; mostram que a lei está escrita em seus corações". 
As leis naturais estão sempre de acordo com a justiça, enquanto que nem sempre as civis estarão de acordo com ela, já que podem ser feitas por legisladores oposicionista aos interesses sociais. A fonte do direito natural é a natureza humana, a ordem natural das coisas. A sua compreensão é alcançada pela conjugação da experiência e da razão; não emana de uma revelação. É uma ordem condicionada pela dimensão social do homem. O seu papel é o de preservar as condições sociais necessárias para que o homem se constitua, viabilize-se de acordo com suas potências construtivas. Esse direito não é normativo, mas apenas reúne princípios fundamentais sem qualquer compromisso ou vinculação com determinada ordem política.
FUNDAMENTOS DO DIREITO POSITIVO
O positivismo jurídico ou juspositivismo é uma corrente da teoria do direito que procura explicar o fenômeno jurídico a partir do estudo das normas positivas, ou seja, daquelas normas postas pela autoridade soberana de determinada sociedade. Ao definir o direito, o positivismo identifica, portanto, o conceito de direito com o direito efetivamente posto pelas autoridades que possuem o poder político de impor as normas jurídicas.
O direito positivo tem por base o ordenamento jurídico, o qual será determinado nas suas características. O direito positivo determina o direito como um fato e não como um valor, tem uma abordagem valorativa do direito. Faz-se necessário salientar que o positivismo jurídico nasce de um esforço onde se procura transformar o estudo do direito numa verdadeira e adequada ciência que viesse a ter as mesmas características das ciências físico matemáticas, naturais e sociais. O positivista, de acordo com o positivismo jurídico de Norberto Bobbio tem a característica de atitude científica frente ao direito, considerando que ele estuda o direito tal qual é, não tal qual deveria ser.
Essa atitude contrapõe o positivismo jurídico ao jusnaturalismo, que sustenta que deve fazer parte do estudo do direito real também a sua valoração com base no direito ideal, pelo que na definição do direito se deve introduzir uma qualificação, que discrimine o direito tal qual é segundo um critério estabelecido do ponto de vista do
direito tal qual deve ser.
No positivismo jurídico é baseado no princípio da prevalência de uma determinada fonte do direito, no caso a lei, sobre todas as demais fontes. O ordenamento jurídico deve ser complexo e hierarquizado, sendo o primeiro
reconhecido pela existência de várias fontes, enquanto o segundo as normas guardam características de valores diferentes. 
O positivismo vê a natureza cognoscitiva da jurisprudência puramente declarativa ou reprodutiva de um direito pré-existente, enquanto os jusnaturalistas vêem essa atividade como criativa ou produtiva. A ambição do positivismo jurídico é assumir uma atitude neutra diante do direito, para estudá-lo assim como é, e não como deveria ser: isto é, ser uma teoria e não uma ideologia.
07- Do quê tratam as lacunas jurídicas?
Como dito, está-se diante de uma lacuna quando o sistema jurídico parece não dar uma resposta. Diz-se que existe lacuna quando surge uma situação nova, não regulada pelo ordenamento jurídico;
Há casos, que apesar de todas as tentativas, o magistrado não encontra norma que seja aplicável a dado, deparando-se, pois, frente à existência de lacunas jurídicas. Para Kelsen, tudo o que não está proibido está permitido, não existindo, portanto lacunas; Diniz, não só admite a sua existência como diz, que existem três modalidades:
Lacuna normativa – quando se tiver ausência de norma sobre determinado caso;
Lacuna Ontológica – se houver norma, mas esta não mais corresponder aos fatos sociais;
Lacuna Axiológica – quando a solução a ser dada não é a solução justa.
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08- Como se pode estabelecer uma antinomia?
Antinomia jurídica é uma contradição real ou aparente entre normas dentro de um sistema jurídico, dificultando-se, assim, sua interpretação e reduzindo a segurança jurídicano território e tempo de vigência daquele sistema. Segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr., a antinomia jurídica é um tipo de antinomia pragmática, segundo a classificação de Paul Watzlawick[1].
Pode ocorrer entre duas normas, dois princípios jurídicos ou entre uma norma e um princípio aplicado a um caso particular.
O fenômeno da antinomia possui um caráter inerentemente danoso ao sistema jurídico, fazendo com que esse perca parte de seu componente lógico e reduzindo sua credibilidade como um todo. É esperado, tipicamente, que determinado conjunto de normas jurídicas siga certa ordem e possua caráter unitário e íntegro, fazendo com que incompatibilidades óbvias ou difusas confundam os sujeitos e operadores do Direito, dando abertura excessiva para múltiplas interpretações de uma mesma situação real, segundo seu reflexo no Direito. Por isso, é necessário aplicar soluções provindas da hermenêutica jurídica para resolver estes conflitos e conformá-los ao restante do ordenamento.
Nas palavras de Norberto Bobbio:
	“
	A situação de normas incompatíveis entre si é uma das dificuldades frente as quais se encontram os juristas de todos os tempos, tendo esta situação uma denominação própria: antinomia. Assim, em considerando o ordenamento jurídico uma unidade sistêmica, o Direito não tolera antinomias.
	”
Para reconhecer uma antinomia jurídica, é necessário verificar a contradição, total ou parcial, entre duas ou mais normas, ambas emanadas por autoridades competentes e no mesmo âmbito jurídico, de forma a gerar nos sujeitos e operadores de Direito uma posição "insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos a permitir-lhes uma saída nos quadros de um ordenamento dado."[
Em suma, regras são consideradas juridicamente antinômicas quando são:
jurídicas,
vigentes, 
contidas em um mesmo ordenamento, 
legítimas e 
contraditórias.
ANTINOMIAS
Ao lado das lacunas, existe, ainda a antinomia, ou seja, a possibilidade de corrigir o direito incorreto.
Antinomia, é, pois, o conflito entre duas normas, dois princípios ou de uma norma e um princípio geral de direito em sua aplicação prática a um caso particular.
Portanto, estamos diante das antinomias,exemplificativamente, sempre que:
que as normas forem incompatíveis;
quando uma permite determinada conduta e a outra proíbe ou vice-versa;
quando uma faculta e a outra obriga;
quando uma norma outorga um direito e outra não o faz.
Assim, o ordenamento jurídico vislumbra a unidade, e por isso é hierárquico, formando um sistema, ameaçado pela abundância de normas (antinomia) ou por ausência delas (lacunas).
A coerência do ordenamento pressupõe mecanismos para a superação de antinomias e de lacunas.
Requisitos para a existência de uma antinomia, segundo Bobbio
 Devem pertencer ao mesmo ordenamento;
 Devem pertencer ao mesmo domínio jurídico, isto é:
A) possuírem Validade Temporal (é proibido fumar das cinco às sete não é incompatível com é permitido fumar das sete às nove);
B) Validade Espacial (é proibido fumar na sala de cinema não é incompatível com é permitido fumar na sala de espera);
C) Validade Pessoal: (é proibido aos menores de dezoito anos fumar não é incompatível com é permito aos adultos fumar);
D) Validade Material: (é proibido fumar cigarros não é incompatível com é permitido fumar charutos).
Critérios para resolver antinomias
Como critérios para resolver antinomias Bobbio invoca aspectos:
 cronológicos -lei posterior derroga anterior;
 hierárquicos- lei superior derroga inferior;
 de especialidade- lei especial derroga geral ou, por último;
 o princípio da interpretação mais favorável - a lex favorabilis sobrepõe-se sobre a lex odiosa.
Critérios mais novos
 Critério da constitucionalidade;
 Critério principiológico.
Classificação das antinomias
Pode-se classificá-las quanto ao:
1) critério de solução;
2) ao conteúdo;
3) ao âmbito;
4) extensão da contradição .
A) Critério de Solução:
Subdivide-se em:
 antinomia aparente, em que os critérios para solução estão no próprio ordenamento, então, como o próprio nome diz: é apenas aparente;
 em antinomias reais, que na ordem jurídica não apresentam soluções para resolvê-las. Aconselhável nesse caso eliminar essas normas conflitantes, através da produção de outra .
B) Critério de conteúdo:
Corresponde a antinomia própria - quando uma conduta aparece lícita e ilícita, ou seja, têm duas normas tratando da questão. Uma veda e a outra permite tal conduta. Diniz cita o exemplo do Código Militar que prescreve obediência incondicionada às ordens de um superior e o Código Penal proíbe a prática de certos atos como matar, privar alguém de liberdade, etc.
C) Critério do âmbito:
Entre as normas de direito interno. Entender-se-á por direito interno, normas de um mesmo país; Relativas a normas do direito internacional; Conflito surgido em razão de normas de direito interno-internacional – que surge entre norma de direito interno e direito internacional.
D) Critério da extensão:
Total-total, se uma das normas não puder ser aplicada em nenhuma circunstância sem entrar em conflito com a outra norma;
Total-parcial toda aplicação da norma conflitiva com a outra norma, porém, o campo conflitante é menor;
Parcial-parcial, quando duas normas tiverem um campo de atuação e em parte não conflitam .
 No que tange às lacunas, Bobbio lembra o dogma da completude (tão caro ao positivismo jurídico de cunho francês e fetichista):
– ao juiz não é dado julgar, alegando inexistência de normas.
Ante a dinamicidade do direito é preciso, pois, admitir a existência de lacunas.
O direito é lacunoso porque é impossível a regulamentação normativa de todo o comportamento humano, mas suas lacunas são provisórias, já que o próprio dinamismo do direito apresenta soluções que serviriam de base para qualquer decisão, seja ela do juiz, seja ela do legislador.
Logo, o sistema jurídico é complementável. É preciso, pois, preencher a lacuna...
Trata-se do processo de integração da norma. Art. 4º da LINDB (LICC).
O processo de integração é autorizado pelo mencionado art. 4º, que autoriza o juiz, impedido de furtar-se de uma decisão, a possibilidade de integrar ou preencher uma lacuna, de forma que se possa chegar a solução adequada.
09- De que forma ocorre a integração do direito?
Ressalte-se que o Direito não tem lacunas. O ordenamento jurídico é que as tem, e o intérprete tem de recorrer aos meios de integração previstos para supri-las. Entende-se o ordenamento como pleno, não sendo lícito ao aplicador abster-se de fazer incidir em determinado fato jurídico uma certa norma, sob a alegação de omissão do ordenamento.
O ordenamento pressupõe que existem leis prevendo consequências para todos os fatos sociais, sendo que a existência de uma lacuna é uma exceção à regra. Em razão disso, a lacuna deve ser demonstrada por quem a alega. 
No caso de um advogado que peticiona a solução para um caso litigioso que não tenha legal, deverá provar isso. A obtenção da prova pode se dar pela análise dos fatos previstos nas leis existentes e pela descrição do fato conflituoso, demonstrando-se, com isso, a lacuna. O recurso à doutrina e à jurisprudência relacionadas com casos semelhantes de lacuna jurídica são recomendáveis.
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10- É possível estabelecer uma diferenciação entre a Analogia, os Costumes e os Princípios Gerais do Direito?
Se há fato jurídico e esse fato não entra no âmbito de incidência de qualquer norma legal, o aplicador recorrerá aos processos de integração destinados a assegurar a inteireza, a completude do ordenamento: a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
O art. 4º , da Lei de Introdução, dispõe: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito".
A analogia, como vimos, consiste na aplicação da norma a fatos outros que não estejam no seu âmbito de incidência, sendo os fatos da norma e esses outros fatos iguais em sua essência. É o critério da harmônica igualdade, de que fala a doutrina fazendo com que certa norma se aplique a caso nela não previsto.
O costume é a norma criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que observa de modo constante e uniforme ao longo de determinado lapso de tempo ( longa consuetudo ) determinado comportamento, com a convicção de que, assim agindo, atende a uma necessidade jurídica (opinio iuris et necessitatis) .
Sua admissão não nega a estatalidade do direito, pois o costume só é costume jurídico na medida em que recebe o reconhecimento do Estado, pelos modos e procedimentos estabelecidos pelo próprio Estado.
Já os princípios gerais do direito que só são utilizados caso, além de não haver uma norma que disponha a respeito, tem que a analogia não conseguiu resolver o problema. Vale lembrar que o art. 5º, da Lei de Introdução ao Código Civil, preceitua: "Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às experiências do bem comum".
11- Como compreender a norma jurídica de forma ampla?
Conceituar a norma jurídica perfaz um árduo trabalho, uma vez que não é único o critério utilizado pelos doutrinadores. A norma jurídica é um objeto real suscetível de vivência empírica e, valioso, positiva ou negativamente; não obstante esse caráter de realidade histórico-cultural que possui, não deixa de ter na essência, que é universal e deverá ser apreendida intuitivamente
Ainda, as normas jurídicas, cuja pluralidade constitui a ordem jurídica vigente para cada cultura, apresentam conteúdo que varia de acordo com as mudanças históricas, culturais, etc.
Mas adverte-se que variável é o conteúdo e não as normas e, é por isso, que se pode falar em normas argentinas, brasileiras... é ela quem descreve como se deve conduzir a conduta de cada um, pois este comando é dirigido ao
comportamento humano e não das coisas.
Não existe sociedade sem normas de direito que tenham por finalidade uma ação humana, seja de obrigatoriedade, seja de permissão ou ainda de proibição.
Dessa forma, a vida plena do direito depende de um poder que tenha competência para decidir sobreo que deve ser jurídico, como norma e como situação regida pela norma. Ressalte-se, igualmente, que a norma jurídica, por corresponder as necessidades de ordem, de equilíbrio, de justiça, não pode ser criação de vontade arbitrária do poder que emana. 
Enfim e, em suma, pode-se dizer que a norma jurídica surge de um ato decisório de poder que se sujeita à prudência objetiva, exigida pelo conjunto das circunstâncias fáticas em que se encontram os respectivos destinatários.
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12 - Como estabelecer parâmetros de compreensão acerca da norma através das características do Direito?
Discussão: Tentemos explicar a norma, por meio das características do Direito. Então: o que distingue o direito dos demais instrumentos de controle social? Quais são as suas características?
1ª delas: IMPERATIVIDADE
 Sabemos que o Direito é essencialmente IMPERATIVO, porque sua norma traduz um COMANDO, uma ORDEM, uma IMPOSIÇÃO para fazer ou deixar de fazer alguma coisa. A regra do Direito cria, pois, uma OBRIGAÇÃO JURÍDICA, UM DEVER JURÍDICO, cuja observância é urgida pela sociedade. Não se trata, portanto, de mera descrição ou mero aconselhamento.
 Há quem negue o caráter imperativo do Direito, mas isso é facilmente refutável, caso contrário não se estabeleceria sanções, na maioria das vezes, de cunho penal, ao seu descumprimento. Dessa forma, se a norma jurídica fosse apenas indicativa, cada sanção penal seria um abuso e uma violência!
 A norma jurídica é imperativa porque prescreve as condutas devidas e, ao mesmo tempo, os comportamentos proibidos. Por outro lado, ela é autorizante, uma vez que permite ao lesado pela sua violação exigir o seu cumprimento,e reparação do dano causado ou ainda a reposição das coisas ao estado anterior.
 Assim, toda NORMA JURÍDICA obriga porque contém um preceito capaz de realizar um VALOR, porque sempre consagra a escolha de um valor que se julga necessário preservar. Conseqüentemente, é o VALOR objetivado pela NORMA JURÍDICA que dá a razão última de sua OBRIGATORIEDADE (IMPERATIVIDADE).
2ª delas: HETERONOMIA
 Mas o que significa heteronomia[1] no Direito? É próprio do Direito ser-lhe indiferente à adesão dos sujeitos ao conteúdo de suas normas. Posto sempre por terceiros, ele quer ser cumprido com a vontade, sem a vontade ou até mesmo contra a vontade do obrigado. De fato, normas jurídicas podem coincidir ou não com as convicções que temos sobre o assunto, mas somos obrigados a obedecê-la, devemos agir de conformidade com seus mandamentos.
Heteronomia - nome dado por Kant às leis que recebemos da natureza.
 E para o Direito basta a adequação exterior do nosso ato à sua regra, sem a adesão interna. Por exemplo: nem todas as pessoas pagam imposto de renda de boa vontade, no entanto, o Direito não exige que, ao pagá-lo, se faça com um sorriso nos lábios; a ele basta que o pagamento seja feito como ordenado: na época prevista, de acordo com a alíquota estabelecida, etc.
 Disso se extrai, que as normas jurídicas vem objetivamente, independentemente da opinião e do querer dos seus destinatários. É essa VALIDADE OBJETIVA E TRANSPESSOAL das regras jurídicas, às quais é indiferente a adesão interior dos sujeitos ao seu conteúdo, que se denomina HETERONOMIA DO DIREITO.
3ª delas: COERCIBILIDADE
 Que o direito é coercível, não nos resta dúvida, ou seja, ele goza de possibilidade de invocar o USO DA FORÇA para se fazer valer, sempre que necessário. O Direito, à diferença das demais NORMAS ÉTICAS, aparece aparelhado com a FORÇA para se fazer cumprir. Caso não observemos voluntariamente o que ele determina, corremos o risco de sermos compelidos, forçados, pelos agentes do Estado, a cumprir o que é determinado por suas regras.
 Quando dizemos que o Direito é dotado de COAÇÃO, estamos tomando a palavra no significado de FORÇA JURIDICAMENTE ORGANIZADA para garantir o seu cumprimento. A possibilidade de interferência da COAÇÃO, assim entendida, é necessária, visto que as NORMAS JURÍDICAS têm por finalidade a preservação do que é essencial na convivência humana; e, por isso, não podem ficar à mercê da simples boa vontade, da adesão espontânea de seus destinatários.
4ª delas: BILATERALIDADE ATRIBUTIVA
 Ocorre quando duas ou mais pessoas se relacionam, segundo uma proporção objetiva, que as autoriza a pretender, exigir ou a fazer, garantidamente, algo (Miguel Reale).
 Bilateralidade: a relação jurídica se põe sempre entre as pessoas.
 Atributividade: Dá a razão ou a medida do vínculo posto entre as pessoas ou os órgãos.
 Garantia: É a razão de certeza e de segurança.
 Clareando um pouco, temos que a relação jurídica é sempre intersubjetiva, ou seja, uma relação que une duas ou mais pessoas. De fato, do Direito só podemos falar onde e quando se forma relações entre os homens, envolvendo, da mesma forma, dois ou mais sujeitos. É a bilateralidade em sentido social como intersubjetividade.
 Assim, a relação entre os sujeitos deve ser objetiva, isto é, nenhuma das partes deve ficar a mercê da outra. É a bilateralidade em sentido axiológico[1].
[1] Axiologia: teoria dos valores morais e espirituais.
 Dessa proporção estabelecida deve resultar a atribuição de pretender, exigir, fazer ou não fazer alguma coisa. De fato, a análise mais superficial demonstra que em toda idéia de juridicidade está presente a noção de exigir. A relação que se diz jurídica diz mais do que uma simples relação social, exatamente porque dela resultam um TER QUE FAZER ou um TER QUE ACEITAR inexorável. Ninguém conceitua como Direito, uma mera conveniência, ou um simples conselho.
 Quando, por exemplo, alguém pede uma esmola, há um nexo de possível solidariedade humana, de caridade. Porém, quando tomamos um táxi, temos um nexo de crédito por efeito da prestação de um serviço. No primeiro caso, não há laço de EXIGIBILIDADE, o que não acontece no segundo, pois o motorista certamente vai exigir o pagamento da corrida.
 Desse modo, chegamos ao último desdobramento: da relação jurídica resulta a atribuição garantida de uma pretensão ou ação. Trata-se de um EXIGIR GARANTIDO. E é precisamente em vista desta EXIGIBILIDADE GARANTIDA que o Direito goza de COERCIBILIDADE: da possibilidade de recurso à FORÇA que emana da Soberania do Estado, capaz de impor respeito a uma NORMA JURÍDICA.
GARANTE O EXIGIR PORQUE É COERCÍVEL.
 Em suma, da ATRIBUTIVIDADE decorre a EXIGIBILIDADE e desta decorre a COERCIBILIDADE.
São características das normas jurídicas: Heteronomia, imperatividade, bilateralidade atributiva, generalidade e coercibilidade.
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17 Qual a distinção entre Norma Moral e Jurídica?
Direito: relacionado às questões externas das pessoas – como a relação de cada indivíduo com a sociedade;
Moral: relacionada aos assuntos ligados ao foro íntimo das pessoas – seus princípios e motivações particulares.
Ainda: diferença entre direito e moral estabelecida por:
1) Immanuel Kant:
Moral: relacionada com condutas que respeitam o dever, o amor e o bem.
Direito: não se preocuparia com os motivos determinantes e relacionados com a conduta, mas com seus aspectos exteriores.
2) Fichte:
Estabelece distância entre Direito e a Moral.
Direito: permite/prevê situações com as quais a Moral não concorda ou admite.
3) Du Pasquier: “Teoria dos Círculos Secantes.”
Reconhece que o Direito e a Moral possuiriam uma faixa de competência comum e ao mesmo tempo uma área particular e independente. Diferencia direito e Moral, mas sem tratar como campos separados.
CAMPO COMUM; ÁREA COMUM que contém regras que apresentam, ao mesmo tempo, QUALIDADE JURÍDICA e CARÁTER MORAL
Fique atento:
1) Existem PROBLEMAS JURÍDICOS estranhos à ORDEM MORAL;
2) Sempre haverá relações que se realizam à sombra da lei e contrariam a MORAL, por mais que os homens se esforcem para que o Direitotutele o lícito Moral;
3) Há assuntos da alçada exclusiva da Moral (ex.: gratidão para com um benfeitor.)
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18 - Quais as diferenças existentes entre Direito e Moral?
Como concepção contemporânea sobre a diferença entre Direito e Moral, temos o jurista Paulo Nader: “enquanto a moral se preocupa pela vida interior das pessoas, com consciência, julgando os atos exteriores apenas como o meio de aferir a intencionalidade, o Direito cuida das ações humanas em primeiro plano e, em função destas, quando necessário, investiga o animus do agente”.
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19 - É possível caracterizar a norma no Estado Romano?
O Estado Romano:
 Herança cultural recebida do povo grego;
 Roma: fundação em 754 a C
 Organização social em famílias, na qual o chefe era o pater família.
A autoridade do pater família era absoluta: era pontífice, censor dos costumes, juiz e senhor, com poder de vida e morte sobre todos os componentes do grupo.
A sociedade romana dividia-se, basicamente, em duas classes:
Patrícios: cidadãos de Roma, que eram os próprios paters e seus descendentes. Formavam a nobreza dotada de privilégios e de amplas liberdades
Clientes: eram os servidores da família. Tinham posse e o uso das terras que cultivavam, mas não o domínio, que era dos patrícios.
Ainda, abaixo dos clientes, existiam os plebeus e os escravos, inteiramente fora da comunidade romana.
A plebe era composta por pessoas provenientes de outras regiões, desgarrados de suas famílias, até mesmo patrícios decaídos, os quais não tinham família, nem pátria. Não poderiam exercer sua religião, vida social e a lei não os reconheciam.
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20 - Quais são as divisões do Direito Romano?
DIVISÕES DO DIREITO ROMANO
Jurisconsulto Ulpiano divide o direito em direito público e privado. O direito público é o que diz respeito à organização do Estado romano; o privado interessa aos particulares.
Jurisconsulto Gaio divide o direito privado em: ―jus civile‖ ou ―jus quiritium‖ (direito civil),
Jus naturalis‖ (direito natural) e ―jus gentium‖ (direito dos povos).
Jus Civile‖ é o direito próprio e peculiar aos cidadãos romanos;
Jus Gentium‖ surge mais tarde (a partir das conquistas). É um direito comum a todos os povos – ―gentes‖ – do vasto território romano;
Jus Naturale‖é uma idéia mais complexa e de importação grega: direito natural é aquele que a natureza ensinou a todos os animais, racionais e irracionais; direito natural é aquele que é comum a todos os seres racionais (muito mais numeroso do que o das que vivem sob o ―Jus Gentium‖)
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21 - Quais as características do Direito Romano?
Características do Direito Romano
 FORMALISMO: relação entre direito e forma; atos jurídicos são limitados pela formalidade;
 NÃO-REPRESENTAÇÃO: por um certo tempo, uma pessoa não poderia representar outra;
 CASUÍSMO (CASOS): direito realizado a partir de casos que surgem, que acontecem;
 CONCRETUDE: dificuldade em abstrair e generalizar regras (por isso do casuismo!).
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22 - Como estava organizado o Estado Grego?
RESUMINDO:
 Pólis Grega = Cidade – Estado
 constituída de cidadãos livres, uma comunidade de metecos (estrangeiros) e os escravos (os últimos semparticipação política na pólis)
 Mesmo apontado como democrático, não se via no Estado Grego a concepção de democracia que temos hoje.
a) Em Atenas, numa população de cerca de meio milhão de habitantes, cerca de 60% eram escravos (sem direitos políticos) e 20 mil eram estrangeiros (também não dotados de direitos políticos). Assim, a democracia ateniense se resumia a cerca de 40 mil cidadãos que governavam Atenas e constituíam a soberania do Estado.
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23 - Quais as características da Democracia Grega?
A democracia grega:
Baseava-se na idéia de liberdade, mas essa era considerada como prerrogativa da participação das decisões políticas e não independência do indivíduo em face ao Estado.
Bases da democracia grega:
 Isonomia: igualdade de todos perante a lei, sem distinção de grau, classe ou riqueza.
 Isotimia: abolia da Grécia os títulos e funções hereditárias, possibilitando a todos os cidadãos o exercício das funções políticas sem outros requisitos que não o merecimento, a honradez e a confiança depositada na administração pelos cidadãos.
 Isogoria: significava o direito de palavra, da igualdade reconhecida a todos de falar nas assembléias populares, de debater publicamente os negócios do governo.
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24 - É possível estabelecer diferenças entre direito objetivo e direito subjetivo?
DIREITO OBJETIVO
É o conjunto de normas ou regras jurídicas obrigatórias que regem a conduta humana, prevendo sanções para os casos de descumprimento.
Portanto, estão fora do homem, pois lhe indicam o caminho a seguir, prescrevendo medidas repressivas em caso de violação de normas. É o direito como norma.
Os romanos chamavam o direito objetivo de norma agendi ou norma de conduta. Tendo-se em vista a regra em si mesma como, por exemplo, o art. 121 do CP, estamos em face do aspecto OBJETIVO DO DIREITO. Art. 121 - Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
Assim, o Direito como Norma tanto significa a regra social obrigatória como:
A norma jurídica reguladora da conduta social do homem, considerada genericamente (as regras do direito obrigam sob sanção); 
O conjunto de normas atinentes a um ramo do Direito (o direito penal, por exemplo);
O conjunto de normas relativas a um dos institutos do Direito (o Direito de Família, disperso em inúmeros textos legais);
O sistema de normas jurídicas vigentes num determinado país (o direito brasileiro, direito argentino, etc).
André Franco Montoro apresenta o direito objetivo sob quatro aspectos:
– Direito natural (aplicado a um conjunto de normas, que já evidencia o sentido próprio da expressão, qual seja a de preceitos de convivência criados pela própria natureza e que, portanto, precederiam a lei escrita ou direito positivo, normas postas, impostas pelo Estado);
– Direito positivo (a norma de direito positivo é dotada de um poder social, pois dispõe da sanção pública);
– Direito estatal (como conjunto de normas estabelecidas pelo Estado para reger sua organização e a vida social);
– Não-estatal (conjunto de normas provenientes de diferentes grupos sociais, para reger a vida desses grupos, ex.: os contratos coletivos de trabalho).
DIREITO SUBJETIVO
Para Godofredo Telles Jr. o direito subjetivo é a permissão dada por meio da norma jurídica válida, para fazer ou não fazer alguma coisa, para ter ou não ter algo, ou ainda, a autorização para exigir, por meio dos órgãos competentes do poder público ou através dos processos legais, em caso de prejuízo causado por violação de norma, o cumprimento da norma infringida ou a reparação do mal sofrido.
É, pois, sempre a permissão que tem o ser humano de agir conforme o direito objetivo. Um não pode existir sem o outro. Ex.: permissão de casar e constituir família; adotar pessoa como filho.
Nesta acepção, é o DIREITO como FACULDADE, que os romanos chamavam de facultas agendi ou faculdade de agir, por isso subjetivo, porque as permissões com base na norma jurídica e em face dos demais membros da sociedade, são próprias das pessoas que as possuem, podendo ser ou não usadas por elas.
Portanto, as ditas permissões, dadas por meio de normas jurídicas, podem ser:
• EXPLÍCITAS: quando as normas clara eexpressamente as mencionam. Ex.: art. 70 do CC, que permite à pessoa natural a escolha de seu domicílio civil;
• IMPLÍCITAS – quando as normas não se referem a elas expressamente, mas, no entanto, regulam seu uso por não proibi-los. Ex.: art. 1525 e ss do CC, ao tratar das formalidades e efeitos do casamento, implicitamente concede a permissão de casar.
Tanto as permissões implícitas como as explícitas decorrem do Princípio da Legalidade, expresso na CF, artigo 5º, II : “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Espécies de Direito Subjetivo:
1) DIREITO SUBJETIVO COMUM DA EXISTÊNCIA – que é a permissão de fazer ou não fazer, de ter ou não ter, sem violação de norma jurídica. Ex.: o direito de ter domicílio, de ir e vir, de trabalhar.
2) DIREITO SUBJETIVO DE DEFENDER DIREITOS - é a autorização de assegurar o uso de Direito Subjetivo, de modo que o prejudicado pela violação da norma tem autorização, pela própria norma, a resistir contra a ilegalidade, fazendo cessar o ilícito, reclamando reparação pelo dano.
Formas de Direito Subjetivo:
1) DIREITO COMO INTERESSE: é aquele instituído em benefício de seu titular, como o direito à vida, à saúde.
2) DIREITO COMO FUNÇÃO: é aquele instituído em benefício de terceiros e não, em benefício do titular. Ex.: o poder familiar (pátrio poder), exercido pelos pais em benefício dos filhos.
Formas de Direito Subjetivo:
1) DIREITO COMO INTERESSE: é aquele instituído em benefício de seu titular, como o direito à vida, à saúde.
2) DIREITO COMO FUNÇÃO: é aquele instituído em benefício de terceiros e não, em benefício do titular. Ex.: o poder familiar (pátrio poder), exercido pelos pais em benefício dos filhos.
Elementos que integram o Direito Subjetivo:
1) SUJEITO: é o ser a quem o Direito Objetivo atribui direitos subjetivos. Às vezes, por certo tempo, pode faltar o sujeito, seja porque desapareceu, seja porque o direito surgiu sem titular atual, como no caso da herança jacente, mas o sujeito aparecerá, afinal, porque o Direito Subjetivo significa possibilidade de ação a cargo de alguém;
2) OBJETO: é o bem ou vantagem sobre o qual recai o Direito Subjetivo. Consiste numa prestação devida ao sujeito ativo pelo sujeito passivo da relação jurídica, naquilo sobre que o titular do direito exerce o poder dado pela ordem jurídica, ou ainda no conteúdo do Direito Subjetivo. Ex.: na compra e venda, o objeto do direito é a entrega da coisa e o pagamento do preço;
3) RELAÇÃO JURÍDICA: é a relação total intercedente entre duas ou mais pessoas munida de conseqüência jurídicas. É integrada pelo sujeito ativo e passivo;
4) PODER: é a faculdade que o sujeito ativo tem de utilizar o Direito Objetivo em seu favor;
5) GARANTIA: é a proteção jurisdicional que o Direito atribui ao titular para defender o objeto; é a força reconhecida pelo ordenamento jurídico ao titular do direito turbado.
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25- É possível estabelecer diferenças entre direito público e direito privado?
As noções gerais e pontuais acerca do direito público e privado.
DIVISÃO DO DIREITO
O Direito abrange um conjunto de disciplinas jurídicas. Divide-se, em primeiro lugar, em duas classes: o DIREITO PRIVADO e o DIREITO PÚBLICO.
Essa clássica distinção entre Direito Público e Direito Privado, é oriunda do direito romano.
As relações que se referem ao Estado e traduzem o predomínio do INTERESSE COLETIVO são chamadas RELAÇÕES PÚBLICAS, ou de DIREITO PÚBLICO.
Porém, o homem não vive apenas em relação com o Estado, mas também e principalmente com seus semelhantes: a relação que existe entre pai e filho, ou então, entre quem compra e vende determinado bem, não é uma relação que
interessa de maneira direta ao Estado, mas sim ao indivíduo enquanto particular.
Essas são as relações de DIREITO PRIVADO.
• Estas classes, por sua vez, se subdividem em vários outros ramos, como por exemplo, o Direito Constitucional, o Direito Administrativo, no campo do Direito Público, enquanto que no Direito Privado, tem-se o Direito Civil, o Direito Comercial.
• O direito é um conjunto de estudos discriminados que abrange um tronco com vários ramos e cada um desses ramos tem o nome de uma disciplina.
Segundo Diniz, no Direito Romano, o direito público era aquele concernente aos estado dos negócios romanos, e o privado, o que disciplinava interesses particulares. Contudo, esse critério da utilidade ou do interesse visado pela
norma é falho, porque não se pode afirmar, com segurança, se o interesse protegido é do Estado ou dos indivíduos.
A maioria dos juristas entende ser impossível uma solução absoluta ou perfeita do problema de distinção entre direito público e privado. Embora o direito objetivo constitua uma unidade, sua divisão em público e privado é aceita por ser útil e necessária, não só sob o prisma da ciência do direito, mas também do ponto de vista didático.
Dessa forma, não se pode pensar que sejam dois compartimentos estanques, estabelecendo uma absoluta separação entre as normas de direito público e as normas de direito privado, pois elas se intercomunicam com certa freqüência.
Divisão do Direito Público
• Direito Público Interno: composto pelo Direito Constitucional, Administrativo, tributário, financeiro, processual, penal e previdenciário;
• Direito Público Externo: composto pelo Direito Internacional, que pode ser público, quando constitui normas disciplinadoras das relações entre Estados, ou privado, se rege as relações do Estado com cidadãos pertencentes a Estados diversos.
Divisão do Direito Privado:
• Direito Civil – seu conceito passou por uma evolução histórica. No direito romano era o direito da cidade que regia a vida dos cidadãos independentes, abrangendo todo o direito vigente.
 O Código atual possui duas partes: uma geral, que apresenta normas concernentes às pessoas, aos bens, aos fatos jurídicos, aos atos e negócios jurídicos e outra especial, que trata do direito das obrigações, direito da empresa,
direito das coisas, direito de família e direito das sucessões. Ao final, apresenta, ademais, um livro complementar que encerra as disposições finais e transitórias.
Assim, o Direito Civil é o ramo do direito privado que se destina a reger as relações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre os indivíduos, enquanto membros de uma sociedade.
Porém, hoje, o Direito Civil empregado entre nós, passa por grandes transformações, uma vez que o individualismo exacerbado não mais se sustenta, em face do que comumente tem-se chamado de constitucionalização do Direito Privado, ou até mesmo publicização do mesmo.
O Direito Civil anterior tinha por norte a regulamentação da vida privada unicamente sob o ponto de vista do patrimônio do indivíduo. A partir de então, passa a ser visto como uma regulamentação de interesses do homem que convive em sociedade.
Fala-se em uma “despatrimonialização do direito civil, como consequência da sua constitucionalização”, ou seja, recoloca-se no centro do direito civil o ser humano e suas emanações.
Significa dizer, ainda, que a noção de patrimônio é abandonada e substituída, sobretudo, pelo princípio da dignidade humana e suas irradiações.
26 - Qual o conceito de fontes do direito?
FONTE: Expressão vem do latim (fons, fontis, nascente) - Significa: tudo aquilo que origina, que produz algo.
Expressão, no Direito: indica as formas pelas quais ele se manifesta.
As fontes do direito: asseguram à sociedade que o juiz, ao decidir os casos concretos que lhe são postos, não decida pautado em critérios subjetivos, centrado em critérios pessoais. Para Cretella Júnior, ―fonte é o vocábulo que designa concretamente o lugar onde brota alguma coisa, como fontes d’agua ou nascente, a expressão fontes do direto significa o lugar de onde provem a norma jurídica, donde nascem regras jurídicas ainda não existentes na sociedade humana, retornara fonte do direito é buscar a origem de seus enunciados.
27 - De que forma se estabelece a classificação das fontes do direito?
Classificação: FONTES DIRETAS E FONTES INDIRETAS.
SÃO FONTES DIRETAS DO DIREITO:
Leis - normas gerais e impressas, valendo para o futuro e editada para um número ilimitado de pessoas; as leis merecem um especial destaque, já que se constituem a principal fonte do direito.
Leis (sentido strictu): leis complementares; leis ordinárias; leis delegadas, medidas provisórias; decretos legislativos; e resoluções.
Costumes - norma jurídica não escrita, que o uso continuado consagra. 
Respeitado pela sociedade onde se instala como se tivesse força de lei, o costume é oriundo de uma convicção do grupo social, que o cumpre com rigor.
SÃO FONTES INDIRETAS DO DIREITO:
Doutrina: trabalhos teóricos desenvolvidos por estudiosos do direito, que visam a interpretação das leis e dos preceitos jurídicos; ex.: teorias trazidas em livros são doutrinas
Jurisprudência: conjunto de decisões proferidas pelos tribunais de segunda instância em casos concretos, específicos
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28- Como estabelecer diferenças e semelhanças entre leis, costumes, doutrina e jurisprudência?
As fontes diretas (leis e costumes) e indiretas (doutrina e jurisprudência).
Termo “LEI”
Diniz distingue três formas que o termo pode ser usado:
1 - amplíssima: lei = norma jurídica (escritas e/ou costumeiras)
2 - ampla: são leis apenas as normas jurídicas escritas oriundas do verbo legere (ler), por isso, que podem ser lidas.
3 - Estrita ou técnica: lei = norma jurídica elaborada pelo poder legislativo, por meio do devido processo. (Aqui podemos citar a Constituição Federal, lei complementar, lei ordinária, decreto legislativo)
JURISPRUDÊNCIA
É o conjunto de decisões uniformes e constantes dos tribunais, resultante da aplicação da norma a casos semelhantes, é o conjunto de normas emanadas dos juízes em sua atividade jurisdicional. São as decisões de Tribunais que uniformizam as decisões judiciais.
Segundo Reale, a jurisprudência é a forma de direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais.
Segundo Diniz, a jurisprudência é um costume judiciário que se forma pela prática dos tribunais.
Segundo a autora, não possuem força vinculante, ou seja, de obrigar os tribunais e juízes monocráticos a seguirem seus enunciados, apenas a súmula vinculante possui tal efeito. Contudo, isso pode ser contestado em face às inúmeros casos que se embasam em decisões recorrentes nos tribunais, que pelo uso, acabam por vincular, de certa forma, as demais decisões.
COSTUME : É a prática reiterada de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. A lei, por mais completa que tente ser jamais poderá abrigar todos os fatos sociais que necessitam de uma proteção jurídica, por isso o costume ainda tem papel fundamental no direito, tendo em vista a insuficiência legal.
Segundo o art. 4º da LICC o costume ocupa uma posição subsidiária a lei. O costume é formado por dois elementos:
objetivo: uso que o consagra no meio social; subjetivo: convicção de sua juridicidade.
Segundo Diniz, para a vigência de um costume é necessário: Continuidade- longa prática (uso e convicção da juridicidade), convicção de sua exigibilidade.
Uso deve ser uniforme, constante, público e geral. Não se confunde o elemento subjetivo com a mera praxe, pois no costume há um sentimento de dever jurídico, de obrigatoriedade.
Caracteristicas:
Continuidade (uso reinterado);
Uniformidade (pelo menos numa região determinada);
Diuturnidade (duração longa);
Moralidade;
Obrigatoriedade
Espécies de Costumes:
Em relação as leis, o costume pode ser:
1)secundum legem:é previsto na lei que reconhece ou orienta o uso do costume. Art 1297, §1º CC
2)proeter legem: caráter supletivo, supre a lei nos campos omissos e preenche as lacunas da lei. Art 4º da LICC
3)contra legem: forma-se em sentido contrário ao da lei, admite-se em caso de defasagem da lei. Não há uniformidade na doutrina.
Ex: Cheque pré-datado.
DOUTRINA: Doutrina: atividade dos juristas, cientistas do direito. São ensinamentos dos professores, juízes, promotores, ou demais estudiosos do Direito.
Por meio da doutrina busca-se enunciados para facilitar a compreensão dos conceitos jurídicos.
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29 - Qual a diferença entre Jurisprudência e Súmula?
Jurisprudência: é um conjunto de decisões colegiadas (acórdãos) que servem como modelo para solucionar questões similares.
Súmula: é um registro que resume o entendimento vigente em um tribunal sobre uma tese jurídica discutida e serve de referência para os julgamentos sobre o mesmo tema.
Além disso, a edição de uma súmula é o resultado da aplicação reiterada de uma mesma jurisprudência, decorrente do entendimento coincidente dos magistrados acerca do tema.
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30 - Como ocorre a divisão entre as fontes do direito, a partir do entendimento de classificação?
FONTES MATERIAIS (TAMBÉM CHAMADAS DE REAIS)
São os fatos sociais, as próprias forças sociais criadoras do Direito.
Constituem a matéria-prima da elaboração deste, pois são os valores sociais que informam o conteúdo das normas jurídicas.
As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas concorrem para a formação deste sob a forma de fatos sociais econômicos, políticos, religiosos, morais.
Fatos sociais de natureza política encontraremos no papel inegável das ideologias políticas, ao originarem movimentos políticos de fato, como as revoluções e as quarteladas.
Na religião encontra-se uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antigüidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e Religião confundidos.
Como exemplo de fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as virtudes morais, valores sociais considerados por todos, como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo.
Como fatores naturais, citemos o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a constituição anatômica dos povos. Já Montesquieu, em sua obra O Espírito das Leis, informou sobre a influência das condições mesológicas* sobre os
povos e suas leis, que deveriam ser àquelas apropriadas.
Na religião encontra-se uma fonte destacada do Direito, haja vista a Antigüidade Oriental e a Clássica, nas quais encontramos Direito e Religião confundidos.
Como exemplo de fatores morais na elaboração do Direito, citem-se as virtudes morais, valores sociais considerados por todos, como o decoro, a decência, a fidelidade, o respeito ao próximo.
Como fatores naturais, citemos o clima, o solo, a raça, a geografia, a população, a constituição anatômica dos povos. Já Montesquieu, em sua obra O Espírito das Leis, informou sobre a influência das condições mesológicas* sobre os
povos e suas leis, que deveriam ser àquelas apropriadas.
FONTES HISTÓRICAS: São os documentos jurídicos e convenções coletivas do passado que, graças a sua sabedoria e aplicabilidade, continuam a influir nas legislações do presente.
Ex.: São fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, o Direito Romano, o Direito Canônico, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, o Código de Napoleão, a legislação da Itália fascista, entre outros.
As fontes formais não estatais referem-se ao direito consuetudinário e ao direito científico (doutrina).
Segundo Maria Helena Diniz:
a)as fontes formais são o próprio direito objetivo vigente;
b)as fontes materiais são o que , de fato, dão origem ao direito. É através das fontes formais que o direito se positiva com força obrigatória
Obs.: Podemos pensar que os costumes não possuem esta FORÇA OBRIGATORIA?
Fonte material e fonte formal: As fontes formais(forma) é a via por onde correm e se manifestam as fontes materiais.
FONTES FORMAIS ESTATAIS
LEI- é a principal fonte formal do direito nos países da Civil law . 
Há essa tendência a codificar o direito, para se buscar maios certeza e segurança nas relações jurídicas.
Ainda: o processo baseado na lei escrita costuma ser mais rápido do que o direito baseado em precedentes, casos concretos, como nos países da common law
Objetivo da celeridade, rapidez: alcançar meios que possam dar mais agilidade às demandas (morosidade legislativa).
O Estado cria a lei e concede ao costume e à jurisprudência a força desta.
O positivismo jurídico defende a idéia de que fora do Estado não há Direito, sendo o Estado a única fonte das leis e do Direito. As forças sociais, os fatos sociais seriam tão-somente causa material do Direito, a matéria-prima de sua elaboração, ficando esta sempre a cargo do próprio Estado, como causa eficiente.
Segundo esse entendimento, a lei seria causa formal do Direito, a forma de manifestação deste.
FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS
As fontes formais não estatais referem-se ao direito consuetudinário e ao direito científico (doutrina).
Costume: É a prática reiterada de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. A lei, por mais completa que tente ser jamais poderá abrigar todos os fatos sociais que necessitam de uma proteção jurídica, por isso o costume
ainda tem papel fundamental no direito, tendo em vista a insuficiência legal.
Segundo o art. 4º da LICC o costume ocupa uma posição subsidiária a lei.
O costume é formado por dois elementos:
1. objetivo: uso que o consagra no meio social;
2. subjetivo: convicção de sua juridicidade.
Doutrina: Atividade dos juristas, cientistas do direito. São ensinamentos dos professores, juízes, promotores, ou demais estudiosos do Direito. Por meio da doutrina busca-se enunciados para facilitar a compreensão dos conceitos jurídicos. Os autores mencionam que as fontes do direito podem ser caracterizadas como sendo os vários modos de onde são buscadas, nascem ou surgem as normas jurídicas e os princípios gerais da ciência do direito. 
As fontes do direito são formas de interpretação e aplicação do direito.
Rogerio Salvia – Faculdade Dom Alberto

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