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Direito Civil II

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Pessoa Jurídica
Art. 40 ao art. 69 do C.C.
Surgimento da ideia de pessoa jurídica: as duas espécies de pessoa são a física e a jurídica. 
A pessoa física possui personalidade jurídica, característica que a difere dos bens. 
O homem é um ser social sendo necessário o Direito para regulamentar a convivência em sociedade.
Em algumas situações em que ocorriam reuniões de pessoas, com finalidades jurídicas, algumas pessoas assumiam responsabilidades e outras não. Para evitar esta situação foram criadas as pessoas jurídicas, para que cada membro tenha sua responsabilidade pré-definida sobre determinada finalidade.
O Direito percebeu que a soma de esforços torna os objetivos mais fáceis de serem alcançados. Ou seja, a origem da pessoa jurídica está ligada à união de pessoas em torno de um mesmo objetivo, sendo necessário regulamentar direitos e responsabilidades das pessoas que compõem estes conjuntos.
Carlos Roberto Gonçalves define pessoa jurídica como: “Conjunto de pessoas ou de bens dotados de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para consecução de fins comuns. São entidades a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações.”
A lei define como é a criação de uma pessoa jurídica.
As pessoas jurídicas têm uma inegável função social. A sociedade atualmente não sobreviveria se não existissem as pessoas jurídicas, pois o papel destas é fundamental, não devendo somente cumprir as exigências da lei, mas atender às suas funções sociais. A função social da pessoa jurídica tem por objetivo a limitação das faculdades da pessoa jurídica.
Além de servir de limitação serve para equilibrar os interesses individuais da pessoa jurídica com os interesses da coletividade.
A limitação e o equilíbrio do princípio da função social das pessoas jurídicas não precisam estar expressamente previstos em lei. Este princípio é uma cláusula geral, não sendo necessária ser expressa que determinada atitude viola a função social. Este princípio está no campo dos valores (princípio da Socialidade do Código Civil).
O Principio da função social da pessoa jurídica, como qualquer principio, está ligado a valores. Logo, deve ser resguardado mesmo existindo ausência de lei expressa.
Teorias que justificam o surgimento da pessoa jurídica:
Não é fruto de fenômenos naturais.
As primeiras teorias eram chamadas negativistas, porque se baseavam em negar que a pessoa jurídica tinha personalidade jurídica própria. A união realmente faz a força, é importante, mas a pessoa jurídica não pode ser considerada “alguém”, possuidora de personalidade jurídica.
Atualmente as teorias negativistas não possuem mais espaço.
As teorias afirmativistas, contrapondo-se às negativistas, confirmam a ideia de que pessoa jurídica é um ente dotado de personalidade jurídica própria. São as teorias que prevalecem atualmente.
Não existe acordo pelo motivo pelo qual a pessoa jurídica tem personalidade jurídica. Alguns afirmam que o motivo é a própria lei. Embora não haja um consenso, é fato a existência desta personalidade jurídica própria incontestavelmente, tendo autonomia, possuindo seus direitos e responsabilidades próprias.
Para o Direito brasileiro a teoria afirmativista adotada é a “Teoria da Realidade Técnica”, a qual justifica a natureza jurídica das pessoas jurídicas. O termo “realidade” deve-se ao fato de a pessoa jurídica ser real e concreta, embora não seja palpável. O termo “técnica” porque deve atender as exigências da lei.
As classificações das pessoas jurídicas:
Quanto à função: objetivos pelos quais elas funcionam.
Direito Público: funcionam para atender os interesses do Estado. Ex.: O Município de Patos de Minas é uma pessoa jurídica de direito público com a função de administrar questões de interesse local.
Interno: São as pessoas jurídicas de direito público que atuam o interesse da nação, atuam internamente. Quando direcionam às atividades do Estado voltadas para o âmbito interno, são chamadas pessoas jurídicas de direito público interno. Considera-se âmbito interno, os efeitos legais produzidos nos limites do território brasileiro.
Externo: São as pessoas jurídicas de direito público cujas atividades são voltadas ao âmbito externo, ou seja, os efeitos legais são produzidos além do território brasileiro. A República Federativa do Brasil é uma pessoas jurídica de direito público externo.
Direito Privado: São pessoas jurídicas voltadas aos interesses dos particulares.
Quanto à nacionalidade
Nacional: quando tiverem origem no Brasil.
Estrangeira: quando tiverem origem fora do Brasil. 
Quanto à estrutura interna
Fundações: são formadas por conjuntos de bens. (Uma Fundação pode surgir de um único bem, desde que este tenha valor relevante). Não podem ter finalidade lucrativa.
Corporações: são formadas por conjuntos de pessoas. Atualmente existem Corporações formadas por uma única pessoa.
Associações: Não possuem fins lucrativos.
Sociedades: Possuem fins lucrativos.
Requisitos de Constituição da pessoa jurídica (elementos indispensáveis para a origem de uma pessoa jurídica): (refere-se ao estudo das pessoas jurídicas de direito privado). Todos os seguintes requisitos são uma soma, não sendo independentes, um elemento não dispensa o outro.
Vontade: alguns doutrinadores dizem “vontade humana”, porém deve ser levado em consideração que não somente pessoas humanas podem manifestar sua vontade. Uma pessoa jurídica pode se unir à outra para criar uma terceira, mesmo não tratando-se de pessoas humanas.
Deve ser uma vontade livre. Não cria-se pessoas de direito privado por lei, o que é diferente no Direito Público. A vontade não pode ser corrompida ou enganosa.
Ato constitutivo: formalidade legal que contém as informações, pode ser simples ou complexo, dependendo tipo de pessoa jurídica que será criada.
Simples: ato único.
As sociedades devem elaborar um contrato social. Associações deve elaborar um estatuto.
Complexo: são necessários pelo menos dois atos.
É o caso das Fundações, o primeiro passo é o chamado “ato de dotação”, responsável por identificar quais os bens irão dar origem à fundação. O ato de dotação pode acontecer através de uma escritura pública ou de um testamento. O Testamento é um documento que produz efeitos após a morte, se o objetivo é que a Fundação passe a funcionar ainda em vida, será utilizada a Escritura Pública.
O segundo passo é a criação de um Estatuto.
Licitude do objeto: A atividade que será exercida pela pessoa jurídica deve ser lícita e permitida pelo Direito.
Características das P.J.’s:
Personalidade própria: a pessoa jurídica é diferente das pessoas que a administram e a compõem. Embora existam pessoas físicas que atuam em nome da pessoa jurídicas, elas são diferentes e possuem realidades diferentes. Sujeito de Direito com autonomia.
Patrimônio próprio: esta regra nem sempre se aplica, mas acontece para a maioria esmagadora. Patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com o patrimônio da pessoa física. Com exceção da Firma Individual, que não possui patrimônio próprio, neste caso o que é da firma é de seu proprietário e vice e versa.
Houve uma alteração no Código Civil em 2011, anteriormente havia um entendimento de que toda firma composta por uma pessoa só, os patrimônios se confundiam. Eireli.
Existência própria: a pessoa jurídica pode continuar existindo independentemente das pessoas que a criaram.
Limitação: a pessoa jurídica não pode praticar todos os atos da vida civil.
Responsabilidades próprias: os atos praticados pela pessoa jurídica devem ser responsabilizados por ela.
Ausência de direitos da personalidade: os direitos da personalidade são frutos da dignidade da pessoa humana. Porém as pessoas jurídicas possuem alguns direitos em comum com as pessoas físicas, como por exemplo, a reputação e a honra. Art. 52 do C.C.
Começo da existência
Registro do ato constitutivo da pessoa jurídica no órgão adequado, quando associações e fundações, normalmente é o Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, quando sociedades,o órgão adequado é a Junta Comercial.
Art. 46
Autorização do Poder Público, quando houver exigência da lei, dependendo do tipo e atividade da pessoa jurídica.
Exercício dos atos: art. 47.
Associações: 
É um conjunto de pessoas que constituem uma pessoa jurídica com finalidade não lucrativa. O código civil utiliza a expressão “finalidade não econômica” (art. 53), termo que é criticado pela doutrina, pois é possível uma pessoa jurídica exercer uma atividade econômica sem visar a obtenção de lucro. Vale ressaltar que uma associação pode ter lucro, porém este deve ser empregado na associação não podendo ser dividido entre seus integrantes. 
As Associações nascem à partir do registro de seu Estatuto conforme art. 54. Associados são todas as pessoas que compõem a Associação, e eles têm direitos iguais.
Sociedades:
	Conjunto de pessoas que se organizam, através de bens ou serviços, para atingir uma finalidade lucrativa.
	Como regra geral têm como ato constitutivo o contrato social. Anteriormente só era admitidas as sociedades com pluralidade de pessoas, porém, em 2012 passaram a serem permitidas as criações de sociedades do tipo EIRELI (sociedade uni-pessoal) (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada).
Fundações:
	Pessoa jurídica formada à partir de um conjunto de bens destinados pelo seu instituidor para uma finalidade específica, obrigatoriamente não lucrativa.
	Toda Fundação tem um instituidor, que é o idealizador da Fundação, o qual possui um patrimônio desembaraçado, ou seja, sem nenhuma dívida, um bem livre, e indica qual bem está livre sendo transferido à Fundação para que esta exerça sua finalidade. O instituidor é quem determina o objetivo da Fundação, que obrigatoriamente será não lucrativa.
	A Fundação se baseia indispensavelmente em dois elementos indissociáveis: patrimônio e a finalidade. O patrimônio deve servir para alcançar esta finalidade. Via de regra, a finalidade da Fundação é imodificável, não pode ser mudada, pois a criação da Fundação é um ato de vontade e possui uma função social muito intensa. O instituidor não precisa integrar-se à Fundação, não necessariamente participa da estrutura organizacional.
	O ato constitutivo da Fundação é complexo, pois tem pelo menos duas etapas diferentes bem nítidas. (Art. 62)
Ato de Dotação: Neste ato é indicada a finalidade e o patrimônio da Fundação.
Redirecionamento: Caso a quantidade de bens destinados à criação da Fundação não seja suficiente, eles serão redirecionados para outra entidade de finalidade semelhante.
Revogabilidade: A criação da Fundação é um ato de vontade, por isso o instituidor pode mudar de ideia sendo possível a revogabilidade, desde que a Fundação não tenha ainda personalidade jurídica (que ocorre na última etapa, o registro do Estatuto). A revogabilidade é relativa. Após ocorrer o registro do Estatuto, a transferência de bens é obrigatória.
Obrigatoriedade da transferência
Elaboração do Estatuto
Formas: Direta quando o instituidor elabora o Estatuto. Indireta (Fiduciária) quando o instituidor indica qual a pessoa que vai elaborar o Estatuto (fidúcia significa confiança). Indireta quando o Ministério Público cria o Estatuto, acontece quando as duas outras formas anteriores não foram possíveis.
O Ministério Público tem um papel importante na fiscalização das Fundações, pois a Legislação confia ao Ministério Público esta função como defensor da sociedade.
Art. 66, §1º. O STF considerou este artigo inconstitucional, pois não é competência do Código Civil elaborar normas que organizam funções do Ministério Público.
Aprovação do Estatuto: O Ministério Público é o responsável pela aprovação do Estatuto observando se este cumpre os requisitos. Se a elaboração do Estatuto for feita pelo próprio MP, pula-se esta etapa.
Possibilidades: O M.P pode aprovar o Estatuto. O M.P. pode rejeitar um Estatuto por completo, caso existam muitos defeitos, ou poucos defeitos que sejam incorrigíveis. O M.P. pode sugerir modificações para quem está elaborando o Estatuto para colaborar com a conclusão dos trabalhos, cabendo ao instituidor analisar as sugestões feitas podendo concordar ou não, causando assim ou não a aprovação do Estatuto.
Divergência: Se houver discordância, pode o elaborador tentar resolver amigavelmente com o M.P., mas havendo ainda conflito entre instituidor e o M.P. o Judiciária irá decidir se deverá ou não ser feita as alterações.
Registro do Estatuto: Momento em que a Fundação ganha personalidade jurídica sendo obrigatória a transferência dos bens, caso não ocorra esta transferência o M.P. irá recorrer ao Judiciário.
Extinção das Fundações
	Caso a atividade exercida pela Fundação se torne impossível ou ilegal, causando sua extinção, os bens serão transferidos para outra entidade congênere, caso não seja possível, será utilizada para benefício do Estado.
Grupos despersonalizados
Conceito/exemplos: Também chamados de Entes Despersonalizados, se desprendem de algumas situações vistas com relação à personalidade jurídica.
São entidades sem personalidade jurídica a que a lei confere autorização especial para praticar atos jurídicos, ou seja, para serem sujeitos de direito. 
As pessoas físicas e jurídicas possuem personalidade jurídica, diferentemente dos objetos de direito, que não possuem personalidade jurídica. Este pensamento aplica-se à maioria das situações quando sempre existem em uma relação jurídica um sujeito de direito e um objeto de direito, porém, existem as situações em que se relacionam entidades sem personalidade jurídica e objetos.
Existem grupos existentes que são importantes e efetivamente sujeitos de direito, porém não possuem personalidade jurídica, são os grupos despersonalizados.
Ex.: O condomínio (edilício), onde as pessoas possuem sua residência e outras áreas de comum acesso às pessoas que ali moram, e estas pessoas pagam mensalidade ao sindico, representante do condomínio. O síndico, no caso, é sujeito de direito, mas o condomínio não possui personalidade jurídica.
Ex.: O Espólio ou inventariante, conjunto de bens que uma pessoa física deixa depois da morte, responsável por defender os bens de alguém que foi falecido até que o inventário seja feito.
Ex.: A Massa falida é uma figura parecida com o Espólio, porém refere-se às pessoas jurídicas. Se a pessoa jurídica declarar a falência, a Massa Falida é a responsável por administrar as dívidas e outras atividades dos bens deixados pela pessoa jurídica em caso de falência, através do síndico.
Capacidade Judiciária: Capacidade especial para participar de um processo judicial. Para ser parte de um processo (autor ou réu) é necessário ter personalidade jurídica, mas, nem sempre os envolvidos de um processo têm personalidade jurídica, como no caso dos grupos despersonalizados, sendo então criado o termo capacidade judiciária.
Capacidade/críticas
Domicílio das Pessoas Jurídicas
Conceito: Sede da pessoa jurídica onde normalmente funciona sua administração, designada no respectivo ato constitutivo para fins de responder por seus direitos e obrigações.
Art. 75
Tipos:
Natural: domicílio onde normalmente a pessoa jurídica tem sua sede construída, geralmente onde funciona sua gerência ou administração.
Legal: é onde a lei estabelece que é considerado domicílio, mesmo que não funcione administração nesta localidade.
Convencional ou de Eleição: É aquele escolhido para atos específicos, por exemplo, contrato.
Para facilitar a defesa de pessoas que contrataram pessoas jurídicas as quais suas sedes estão no exterior, poderá ser considerado o domicílio a filial situada no Brasil, conforme § 2º do art. 75.
Domicílio Múltiplo (art. 75, § 1º): tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Desconsideração da personalidade jurídica
Ideia Geral: Acabar com a separação de responsabilidade, ou seja, a responsabilidade da pessoa jurídica é ampliada para a pessoa física. Quando a pessoa jurídica, por si só, não consegue arcarcom determinada consequência para com o Estado, os particulares ou até mesmo danos ao meio ambiente, a pessoa física pode ser responsabilizada pela aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica.
Leis Especiais: Código Tributário Nacional (para casos tributários); Código de Defesa do Consumidor (para casos relacionados ao consumo), Lei 9.605 (para casos relacionados ao Direito Ambiental) e Código Civil (quando outra norma especial não puder solucionar).
Art. 50 (a teoria maior é adotada pelo Código Civil e a teoria menor é adotada pelas outras legislações).
Necessidade de abuso da personalidade jurídica. A falência nem sempre significa abuso.
Desvio de finalidade.
Fenômeno da confusão patrimonial. Não é possível distinguir o que é da pessoa física e o que é da pessoa jurídica.
Provocação do juiz. A parte deve acionar o Juiz. São responsabilizados os sócios que provocaram o abuso.
A desconsideração da personalidade é concedida pelo Juiz para os casos específicos. Cada parte deve solicitar a desconsideração, pois ela não acontece automaticamente. “Acontecerá a desconsideração da personalidade da empresa X para o sócio Y para suprir a obrigação Z”.
Teoria Maior porque as exigências para a caracterização da desconsideração da pessoa jurídica é maior.
Teoria Menor porque as exigências para as outras legislações são menores.
Desconsideração inversa
Através do art. 50 não autoriza a desconsideração inversa, ou seja, a pessoa jurídica não é responsabilizada pelos abusos cometidos pela pessoa física. Porém, através de analogia, a doutrina afirma que é possível a desconsideração inversa.
Extinção da Pessoa Jurídica
	Precisa passar pela dissolução e pela liquidação.
Dissolução: tem por objetivo dissolver a formação da pessoa jurídica, que ocorre de várias formas diferentes. Uma sociedade é formada por pessoas, logo, sua dissolução acontece de uma forma em que as pessoas não participem mais da sociedade. As associações também se dissolvem com a não participação das pessoas. As Fundações quando o patrimônio se dissolve quando não há mais sentido o seu exercício, ou ele se torne ilegal. Existem quatro espécies de dissolução:
Convencional: através de um acordo.
Legais: aplicação direta da lei, determinado fenômeno atinge a pessoas jurídica. Toda espécie de dissolução possui autoridade da Lei, mas na dissolução legal, a lei gera a dissolução, no caso da dissolução convencional a lei permite.
Administrativa: a causa principal é a intervenção do Poder Público.
Judicial: é decretada pela sentença de um Juiz. Os motivos mais comuns desta modalidade de dissolução são: falta de acordo entre os membros, ou aplicação de penalidades previstas na Lei.
Liquidação: A pessoa jurídica possa deixar alguma obrigação em aberto ou valores a receber, questões pendentes antes da extinção. A solução destas pendências ocorre na liquidação. Algumas liquidações são instantâneas, quando não existem pendências positivas ou negativas, sendo o procedimento simples para o cancelamento do registro do ato constitutivo. Já nos casos de falência, quando são diversas pendencias, a liquidação é complicada. A empresa existe até que se finalize a liquidação, ainda que dissolvida.
Bens
	O principio da operabilidade visa facilitar a aplicação do C.C., se não existe diferença funcional caso haja divergência em um determinado conceito, não existe importância tal assunto.
Diferença entre coisa e bem: 
Coisa é o campo mais amplo possível referente a objetos, via de regra a coisa não desperta interesse em alguém. 
Bem é um objeto que desperta interesse. 
“O conjunto bem está contido no conjunto coisas”. 
Patrimônio e esfera jurídica: 
Patrimônio é o conjunto de bens que a pessoa tem que possuem valor econômico.
Esfera jurídica é o que inclui os interesses patrimoniais e extra-patrimoniais.
Teoria do Patrimônio Mínimo: Reconhece que determinada parte do patrimônio de uma pessoa é indispensável para a dignidade da pessoa humana e não pode ser afetada ou direcionada a credores. Existem bens que são impenhoráveis. Para que esta teoria seja aplicada, não é necessário que exista uma lei que incluía exatamente qual é o patrimônio mínimo, devendo ser analisado o caso concreto.
Bens quanto à materialidade
Corpóreos (ou materiais): bens que possuem matéria, que possuem corpo físico.
Incorpóreos (ou imateriais): são aqueles que não têm existência física, não tem matéria. Os direitos, sejam sobre bens patrimoniais ou extra-patrimoniais, são bens incorpóreos.
Bens quanto a mobilidade
Podem ser móveis ou imóveis. 
Se o bem pode ser transportado sem prejuízo à sua constituição, possivelmente trata-se de um bem móvel. Consequentemente, os imóveis não podem ser transportados sem que hajam prejuízos, como uma casa, por exemplo.
É um critério geral, mas não resolve todas as situações.
Imóveis por natureza: são imóveis por causas naturais, sem a necessidade da intervenção humana.
Imóveis por ascensão industrial/artificial: São imóveis em razão da intervenção humana. Construção, prédio, casa, etc.
Parte minoritária defende como integrante aos imóveis por ascensão industrial, os imóveis por acessão intelectual.
A maioria rejeita esta classificação, pois os imóveis por acessão intelectual se tornam imóvel pela vontade do dono e causam insegurança jurídica, pois não há esclarecimento de fato se determinado bem é ou não móvel. Ex.: um ar condicionado pode ser imobilizado em uma sala, tornando-se um bem imóvel, isto traria diversas dificuldades. 
Móveis por natureza: Navios e aeronaves são móveis mas para efeito de hipotecas se equiparam a imóveis.
Móveis por antecipação: Os bens que normalmente são imóveis, mas pela intervenção humana se mobilizam.
Móveis por determinação legal: são considerados móveis porque a lei determina. Direitos autorais e aqueles definidos no art. 83 do C.C.
Bens quanto a fungibilidade
Fungíveis: os bens que podem ser substituídos por outros idênticos. 
Infungíveis: os bens que não podem ser substituídos por outros idênticos.
A doutrina majoritária afirma que a fungibilidade só se aplica aos bens móveis.
Bens quanto a consuntibilidade
Bens consumíveis e inconsumíveis: São os bens que levam em consideração a sua destruição ou inutilização com o respectivo uso. Aquele que é consumível pode ser destruído ou inutilizado, como os alimentos. Os inconsumíveis podem ser reutilizados, como uma garrafa.
Consuntibilidade fática: é a que se relaciona a utilização prática e normal de um bem. O bem que é consumido e destruído ou inutilizado é consumível, o bem que é duradouro é inconsumível. 
Consuntibilidade jurídica: acontece em relação ao fenômeno chamado “alienabilidade” (aquele que pode ser doado), juridicamente ele é consumível.
Bens quanto a divisibilidade
Divisíveis e indivisíveis:
Critérios de divisibilidade:
Alteração da substância (modificou a sua essência; um cd ao ser dividido deixa de ser cd).
Diminuição desproporcional do valor (quando acontece a divisão, as partes divididas possuem valor menor que a parte inteira de forma desproporcional)
Prejuízo do uso
Divisível: o bem que ao ser repartido não se sujeita a nenhum dos critérios de divisibilidade.
Indivisível: aquele que se sujeito a um dos três critérios de divisibilidade.
Indivisibilidade legal e voluntária: Distinta dos três critérios citados anteriormente.
A lei pode tornar indivisível um bem que normalmente seria divisível.
Bens quanto a sua relação com outros bens
Principais: São aqueles que existem e têm sua utilidade autônoma, ou seja, independentemente de outro bem.
Acessórios: São aqueles que existem e têm sua utilidade vinculada a outro bem.
Princípio da gravitação jurídica: O destino do acessório é o destino do principal. O acessório segue o principal.
Frutos: Bens acessórios que possuem natureza renovável e periódica em relação ao principal.
Produtos: São os acessórios, que quando tirados do principal, afetam a sua integridade.
Partes integrantes: as partes integrantes que constituem a unidadedo bem principal, ou seja, são aqueles que o formam
Pertenças: melhoram o uso, serviço ou aformoseamento do principal de forma duradoura. Alguns autores aceita que as pertenças sejam acessórios, outros não. 
Os bens que melhoram ou aperfeiçoam a utilização geral do bem principal.
Não seguem o princípio da gravitação como regra.
Benfeitorias: São os melhoramentos que se incorporam ao bem principal para fins de aperfeiçoamento.
As benfeitorias necessárias são as indispensáveis à manutenção regular do principal.
As benfeitorias uteis são aquelas que melhoram de forma razoável a utilidade do principal.
As benfeitorias voluptuárias são aquelas que fogem o padrão de razoabilidade. Não são indenizáveis, normalmente. São aquelas excessivas, de luxo, de mero deleite.
Bens quanto ao domínio
Públicos: São aqueles sob a responsabilidade e titularidade do Estado.
Bens públicos de uso comum do povo: São aqueles que podem ser utilizados por qualquer pessoa sem autorização específica. Refere-se à autorização ou concessão, não necessariamente é gratuito, como no caso das vias que exigem pagamento de pedágio.
Bens de uso especial: São aqueles utilizados para o desempenho das atividades do Estado e seus agentes públicos. O maquinário utilizado pelo Poder Público por exemplo. 
Dominicais: Também chamados de dominiais, são aqueles que constituem o patrimônio do Estado, sem no entanto se destinar a alguma atividade estatal específica.
Bens públicos, como regra, são inalienáveis. Para que ela aconteça é necessária autorização legal, além disso, tratando-se de um bem de uso comum do povo ou especial, deve primeiramente tornar-se um bem dominical.
Bens públicos são imunes a usucapião.
Particulares: São aqueles pertencentes aos particulares, não são públicos, sob responsabilidade de pessoas privadas.
Bem de Família Convencional
Tem previsão legal nos artigos 1711 a 1722 do Código Civil de 2002. Se a entidade familiar desejar tornar o imóvel de valor maior impenhorável, deve se valer do bem de família convencional. Este instituto exige expressa manifestação de vontade, através de escritura pública registrada no Registro Geral de Imóveis, com o intuito de tornar pública esta vontade. À medida que a pessoa escolhe um determinado bem como bem de família convencional, ele se torna impenhorável e inalienável, isto é, o bem de família convencional não pode ser alienado livremente, mas só com autorização judicial.
Existem casos em que o bem de família convencional pode ser alcançado por dívidas:
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. (grifou-se)
O bem de família convencional só sofre penhora por dívidas anteriores a sua constituição, por dívidas relativas a tributos (IPTU) e oriundas de cotas condominiais.
O bem de família convencional tem como vantagens o de ressalvar um imóvel de maior valor e existem poucas exceções que permitem sua penhorabilidade. Tem como inconveniente, a inalienabilidade, só transposta com autorização judicial.
O bem de família convencional abrange bens móveis, conforme a leitura do artigo 1712:
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. (grifou-se)
O bem de família convencional também pode ser constituído por um terceiro, através de doação ou testamento, com cláusula instituindo o bem como de família convencional. Isto está expresso, no parágrafo único do artigo 1711:
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. (grifou-se)
Considera-se prédio um bem imóvel construído, não importando se é urbano ou rural, destinado à residência da família, mas não constitui requisito de sua criação que já fosse, anteriormente, habitado por ela .
Não pode haver dois bens de família, um convencional e outro legal. Ou existe um bem de família legal, ou um bem de família convencional.
Há requisito legal para a constituição de um bem de família convencional, expresso no artigo 1711:
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Sobre a extinção do bem de família convencional:
1 – Pode ser natural: Conforme preceitua o artigo 1722:
Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.
2 – Judicial: I Conforme artigo1721 e parágrafo único:
Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.
Para se pedir a extinção, deve tratar-se de um único imóvel. Também a sociedade conjugal deve terminar com a morte de um dos cônjuges, uma vez que o divórcio não acaba com o bem de família convencional.
Ainda diz o artigo 1719:
Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público.
É possível a transferência do bem de família convencional de um imóvel de maior valor para outro de menor valor ou vice-versa.
A mulher divorciada pode possuir bem de família convencional, porém não pode ter bem de família legal devido a este estar ligado à figura do casal. O caput do artigo 1721, diz que:
Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Significa dizer que o bem de família convencional fica, após o divórcio, com a mulher, o que não ocorre com o bem de família legal.
Bem de Família Legal
Tem fulcro na Lei nº 8.009/90, e tem por objeto tornar o bem impenhorável, fazer com que ele não seja suscetível de uma apreensão judicial, que não responda pelo não pagamento de uma dívida. O bem de família legal independente da expressão da vontade de seu proprietário.
O bem de família que houver sido penhorado antes da promulgação da Lei nº 8.009/90, terá sua penhora desconstituída, por força da incidência imediata da lei, devido à retroatividade da norma de ordem pública. Esta posição está cristalizada na súmula 205 do STJ que diz: “A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência”.
São considerados bens de família legais, os previstos no artigo 1º da Lei 8.009/90, já citado.
O artigo 3° da mesma Lei contém algumas hipóteses onde o devedor pode alegar o bem de família legal para a satisfação de sua dívida, quais sejam:
Art. 3° - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III - pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentençapenal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
O bem de família legal também compreende os bens móveis, conforme parágrafo único do artigo 1º da Lei 8.009/1990:
Parágrafo único - A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Quanto aos móveis que guarnecem a residência, há dois entendimentos:
• Uma corrente minoritária pensa, a respeito da expressão “móveis que guarnecem a casa”, estar relacionada com tudo aquilo que for indispensável para o funcionamento do lar. Exemplo: fogão, geladeira, cama, televisão, etc.
• A corrente majoritária entende que a expressão “móveis que guarnecem a casa” abrange tudo o que for habitualmente encontrado em um lar de classe média. Exemplos: microondas, aparelho de som, televisão, computador (de uso profissional), etc.
O artigo 2º da Lei 8.009/1990 dispõe:
Art 2º - Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único - No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo.
Uma ressalva a ser feita aqui é com respeito ao táxi. Por ser um móvel de uso profissional não pode ser penhorado. E se o bem móvel em questão se tratar de obra de arte, não será passível de penhora somente se o morador for artista plástico.
Pela redação do artigo 5º, compreende-se que, se o casal/entidade familiar possuir mais de um imóvel utilizado como residência, o bem de família legal será aquele de menor valor, salvo se a pessoa instituir um bem de família convencional:
Artigo 5º - Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único - Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do artigo 70 do Código Civil.
Ainda é importante lembrar que o bem de família legal é passível de alienação e jamais se extingue.
Teoria Geral do Negócio Jurídico
Negócio Jurídico
É o ato fundado em autonomia privada que tem por objetivo atingir uma finalidade negocial.
Autonomia privada é a capacidade concedida pelo ordenamento jurídico aos particulares para estabelecerem regras de observância obrigatória nos limites do negócio jurídico. É, portanto, a possibilidade que os particulares têm de definir as consequências jurídicas dos seus atos.
Contrato: uma pessoa tem autonomia para criar uma norma inerente à sua vontade. Um contrato perfeito faz lei entre as partes. Esta liberdade que a lei confere nunca é uma autonomia absoluta, em alguns momentos essa autonomia é bastante flexível, porém, em outros é bastante limitado como no caso do casamento, pois envolve direitos de família, havendo intervenção do Estado. Limitação dos princípios da Eticidade e Socialidade também são limites importantes da autonomia privada.
Finalidade negocial
Quando fala-se em finalidade negocial, segunda característica essencial do negocio jurídico, é necessário que tal negócio crie, exclua ou modifique algum direito. Se algum acordo não atinge nenhum interesse jurídico não existe finalidade negocial.
Para alguns doutrinadores é importante falar em transferência de direitos.
Planos do negócio jurídico
“Escada ponteana” (de Pontes de Miranda):
A Teoria Ponteana não foi acolhida expressamente pelo Código Civil, pois este não fala da existência, mas apenas da validade e da eficácia. Porém, não faz sentido o C. C. estabelecer regras sobre o contrato sobre algo que não existe, por isso o C.C. não expressou este assunto de propósito, pois analisando a validade e a eficácia existe o pressuposto de que o negócio existe. A analise da existência acontece no C. C. de forma implícita.
Ao analisar um negócio existem três níveis diferentes de análise semelhantes a uma escada, pois cada analise é feita isoladamente, não se chega ao segundo ou terceiro lugar sem passar pelo primeiro andar.
Primeiramente analisa-se a existência, sendo possível concluir se um negócio jurídico existe ou não.
Segundamente, a validade. Diz respeito à investigação da perfeição legal do negócio, reúne todos os requisitos exigidos pela lei para ser considerado um negócio jurídico perfeito.
Excepcionalmente o plano da validade pode ser violado.
Terceiramente, a eficácia. Investigação sobre a eficácia do acordo entre as partes, se está sendo cumprido ou não.
Ao analisar o plano da existência, são analisados elementos indispensáveis ou mínimos, logo, todos os seus requisitos devem estar presentes. A doutrina estabelece uma equiparação das consequências jurídicas do negócio inexistente com as do negócio totalmente inválido (nulo). Os negócios nulos e inexistentes nunca produzem efeitos.
Os elementos do plano da validade são considerados necessários, pois se faltar algum deles o negócio será imperfeito.
Validade
Invalidade
Mais graves: nulidades.
Mais leves: anulabilidades.
Os elementos do plano da eficácia são acidentais, pois interferem nos efeitos jurídicos do negócio.
O plano da existência do negócio jurídico
São elementos mínimos, pois, se faltar algum requisito significa que o negócio jurídico não existe, os elementos são indispensáveis.
Sujeito: as pessoas que vão celebrar o negócio jurídico (as partes). Pode ser pessoa física, pessoa jurídica, ou grupo despersonalizado excepcionalmente. Os negócios jurídicos afetam a esfera jurídica de algum sujeito.
Objeto: a finalidade negocial. Criação, modificação ou extinção de algum direito.
Manifestação de vontade: a vontade precisa ser exteriorizada.
Expressa: manifestação de vontade explícita não existindo dúvida.
Tácita: manifestação de vontade de forma subentendida, ou deduzida, implícitas. Origina-se apenas do comportamento da pessoa, pode ser deduzida pelo comportamento da pessoa.
Presumida: manifestação de vontade de forma subentendida, ou deduzida, implícitas. Origina-se da disposição legal, como na renúncia de herança, a lei estabelece um prazo para alguém renunciar a sua herança dentro de 1 ano, após este tempo, pode-se presumir que a pessoa quer receber a herança.
Reserva mental (art. 110)
É quando a pessoa exterioriza uma vontade que não é a vontade verdadeira.
Se não for conhecida pela outra parte é irrelevante.
Se for conhecida pela outra parte gera inexistência.
O plano de validade do negócio jurídico
Identifica se o negócio é perfeito ou imperfeito.
Vontade livre:
Este requisito não está previsto no art. 104 do C.C., mas é requisito para a validade verificado através da interpretação sistemática do C.C.
É um requisito implícito de validade.
Existem duas formas de manifestar a vontade livre:
Receptícia: precisam ser direcionadas a uma pessoa específica. A maioria das vontades em negócios acontecem desta forma, pois, via de regra a compra de determinado objeto deve ser feita com alguém que venda o objeto que é de interesse do comprador.
Não receptícia: não é direcionada a uma pessoa específica. 
O silêncio, juridicamente, não serve como aplicação de regra conforme o art. 111. “Quem cala não diz nada”.
Interpretação da declaração de vontade:
Prioriza intenção (art. 112). Não se confunde com a reserva mental, onde ocorreu duas vontades a explícita e a real. Neste caso só existe uma vontade, que é a verdadeira intenção.
Prioriza boa-fé e costumes locais (art. 113). Quando existem mais de uma interpretação, a que deve prevalecer é a mais direcionada ao princípio da boa-fé.
É restritiva nos negócios benéficos e na renúncia (art. 114). Benéfico ou gratuito. Por exemplo, uma doação é interpretada de forma restritiva, pois, como somenteuma parte é beneficiada, os encargos e efeitos negativos devem ser minimizados ao máximo possível para o doador, quem já está por natureza tendo prejuízos.
Agentes capazes:
As partes devem ter capacidade jurídica plena.
Capacidade plena ou suprida
Suprimento: representação e assistência.
Art. 3º e 4º são as situações de incapacidade para o negócio jurídico.
A incapacidade absoluta gera a nulidade.
A incapacidade relativa gera a anulabilidade.
Objeto lícito, possível, determinabilidade (determinada ou determinável) (art. 104, II)
Lícitude: aquele permitido pelo Direito.
Possibilidade: Refere-se ao alcance, o objeto negociado deve ser alcançável dos pontos de vista físico e jurídico. Possibilidade Física (observa se é possível atingir o objeto) e Possibilidade Jurídica (fisicamente o objeto de negócio é alcançável mas a legislação proíbe, por exemplo, negócio jurídico de herança de pessoas ainda vivas).
Exceção: Quando a impossibilidade for relativa e inicial, não há a invalidação do negócio jurídico em nome do Princípio da Conservação do Negócio Jurídico.
Determinabilidade: característica que envolve a identificação do objeto.
Quando todos os elementos suficientes de identificação do objeto são esclarecidos no momento da celebração do negócio jurídico o objeto é determinado.
Quando algumas identificações no momento da celebração do negócio jurídico precisam de uma identificação complementar em um momento futuro, já previsto no negócio, o objeto é determinável. 
O objeto que é proibido pela validade é o objeto indeterminável, ou seja, aquele sem identificação suficiente no momento da celebração do negócio, e aquele cujo negócio na prevê forma clara de identificação posterior.
Forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104, III).
Forma prevista em lei.
Forma não defesa em lei é não proibida em lei. O que é defeso em lei, é proibido em lei.
Se a forma esta prevista em lei, ela deve ser cumprida, senão gerará nulidade.
O C.C. adota o principio da informalidade, desde que a lei não preveja uma forma específica.
Quando uma das partes estabelece uma exigência para o negócio jurídico, esta deverá ser cumprida para que haja a validade (art. 109).
Hipóteses de nulidade (arts. 166 e 167)
Motivo ilícito determinante comum a ambas as partes.
Objetivo de fraudar a lei.
Quando a lei proibir o ate sem fixar uma sanção.
Quando houver simulação (negócio jurídico de maneira falsa).
Hipóteses de anulabilidade
Os defeitos do negócio jurídico (171, II).
O erro
O dolo
A coação
A lesão
Estado de perigo
Fraude contra credores
De todos os defeitos que existem, apenas a simulação é causa de nulidade, as restantes são motivos de anulabilidade.
Inobservância dos deveres de representação (arts. 117 e 119)
Negócio realizado pelo representante consigo mesmo.
Negócio realizado em conflito com o interesse do representado.
A invalidade do instrumento pode implicar a invalidade do negócio, porém isso não é obrigatório, pois é possível haver invalidade do instrumento e mesmo assim o negócio ser válido.
	Nulidades
	Anulabilidades
	Matérias de ordem pública.
	Matérias de ordem privada.
	Operam-se de pleno direito. As nulidades são sempre automáticas.
	Não se operam até a declaração de invalidade. É necessária uma sentença decretando a anulação do negócio jurídico para que este pare de produzir efeito.
	Podem ser alegadas por qualquer interessado e pelo Ministério Público.
	Só pode ser alegado pelo interessado.
	Podem ser decretadas ex officio pelo Juiz.
	Podem ser decretadas apenas mediante pedido da parte.
	São imprescritíveis.
	Se sujeitam a prazo decadencial de 4 (ou 2) anos. Passando este prazo acontece a convalidação do negócio jurídico.
	Não estão sujeitas a confirmação ou suprimento.
	São suscetíveis de confirmação e suprimento.
Rot. 10
OS VICIOS DO NEGOCIO JURÍDICO
Significa que ele tem uma irregularidade, pode ser referido como defeitos do negocio jurídico. Sempre envolve negocio mentiroso ou pode esconder.
Simulação será caso de NULIDADE. Ela é o vício do negocio jurídico que acontece quando se celebra um negocio falso, ou com clausula falsa que geralmente causa prejuízo a alguém, apesar do prejuízo não ser obrigatório. Pode-se colocar um “laranja” para celebra o contrato.
Simulação por pessoa interposta- Acontece quando aparentemente transfere ou concede direitos a alguém que na realidade não os possui. ( caso do laranja) Ex. O pai que quer vender para o filho precisa de legitimação dos filhos e do cônjuge, mas ele finge vender para o tio e depois o tio vende para o filho.
A doutrina costuma aceitar com maior flexibilidade a chamada prova indiciária. Evidencia apenas indícios. 
Data Modificada- quando os instrumentos forem antedatados ou pós-datados. Celebra a data falsa como simulação. (erro de digitação de data não será visto como simulação, que não há a intenção)
TIPOS DE SIMULAÇÃO
Absoluta: (simulado) é a simulação que não esconde nenhum outro tipo de negocio; é o negocio puro e simplesmente falso. Existe apenas um negocio jurídico aparente e que este não existe. APARENTE.
Relativa: (dissimulado e simulado) Visa ocultar um negocio jurídico diverso daquele que efetivamente foi realizado, mas esta sendo escondido pelo simulado. Existem dois negócios jurídicos Simulado e Dissimulado). OCULTO. Na maioria das vezes o negocio jurídico dissimulado ele causa prejuízo a alguém ou ofende a Lei. PODE SER VALIDO SE FOR ADEQUADO O QUE DIZ RESPEITO A SUBSANCIA E AFORMA. (se todos os requisitos do plano da valida forem respeitados. Também é necessário que não haja prejuízo a terceiros.
Existe somente a absoluta ou a relativa e inocente ou culposa, nunca as duas no mesmo caso. EXCLUDENTES.
Inocente: É aquela que não causa prejuízo a ninguém ou não ofende a legislação. 
Culposa: (fraudulenta ou maliciosa) Visa burlas a legislação e/ou causa prejuízo a alguém. (não precisa obrigatoriamente causa prejuízos as pessoas que estão na relação jurídica, na maioria das vezes se relaciona a outras pessoa que não participam do negocio jurídico. CHAMADA DE VÍCIO SOCIAL, que atinge outras partes que não participam do negocio jurídico. 
Junto com a simulação outro vicio social é a fraude contra credores, alguns doutrinadores defende que também deveria ser causa de nulidade.
 TODA A SIMULAÇÃO É CAUSA DE NULIDADE AFIRMADO PELO STJ.
Como o interesse de ordem pública, uma simulação esta alegado a simulação mesmo para a própria torpeza, pode se beneficiar.
O terceiros de boa-sé não será prejudicados pelo ato de nulidade, o contrato obriga somente as partes e devem ser resolvido entre as partes e não pelos terceiros de boa-fé, “toda vez que os terceiros de boa-fé puderem ser prejudicados a doutrina assegurar que a nulidade não surgirá efeitos aos terceiros de boa fé” NULIDADE DE EFEITOS LIMITADOS.
Erro (Art. 138 a 144)
Conceito – a FALSA impressão da realidade, ocorrida de forma espontânea, que é determinante para a manifestação de vontade no momento da celebração do negocio jurídico. O erro assim como outros vícios do negocio jurídico gera anulação e não anulabilidade.
Espontâneo e subjetivo. (dificuldade se ser provado na pratica)
Erro substancial e erro acidental. Só o erro substancia é que gera a anulação do negocio jurídico.
O erro substancia é aquele que recai nas características principais do negocio jurídico. (ex: relógio de ouro, mas na verdade era somente banhado). ANULA E INDENIZAÇÃO
Erro acidental é aquele que recai sobre característica secundaria do negocio jurídico. Detalhes (pedrinha de brilhante em um relógio). Pode gerar somente indenização, não anula.
Erros substanciais
Quanto a natureza do negócio – Acredita estar celebrando um negocio. A mas esta celebrando o negocio B. (ex: propaganda de Banco e adquire o empréstimo errado). 
Quanto a natureza do objeto - 
Sobre a pessoa – Contrata a pessoa errada, acreditando que seja outra pessoa. 
De direito – Quando a pessoa tem uma falsa impressão sobre norma jurídica. (não é justificativapara não comprimento da lei). Não conhecer a norma gera um negocio jurídico que é contrario aos interesses.
Erro Cognoscível – é o erro que pode ser percebido por uma pessoa normal. A pessoa não tomou os cuidados necessários. Se ela investiga de forma dirigente (buscar informações) e não consegue saber os defeitos, não existe erro, existe o vício redibitório (se situa no plano da eficácia, ele é sempre oculto, se ele for reincidindo pode gerar multa) enquanto o erro (se situa no plano da Validade). Somente é erro cognoscível quando uma pessoa normal pode perceber. Pode gerar a anulação do negocio.
Se a pessoa omitir a respeito dos defeitos do produto, será considerado dolo.
Erro escusável- o que não altera o produto, ou em de menor importância.
A Doutrina majoritária apóia que vale no negocio jurídico seria a confiança, não importa a intensidade do erro. Normalmente o erro não é voluntario.
Secundo o STF o negocio escusável ou não escusável ele será anulado.
Para anulação importa se o erro é Substancial ou cognoscitivel.
Principio da conservação do negocio jurídico:
Quando a transmissão da vontade de alguém acontece de maneira equivocada, pode gerar anulação. Se ela pode ser corrigida, não terá a necessidade de ser anulada.
Erro de calculo não gera anulação, ele pode ser corrigido. 
Compromisso de tender a vontade da outra, não há necessidade de anulação se a vontade foi atendida.
Dolo ( lábia)
O defeito do Negocio jurídico que acontece quando ma pessoa provoca de forma intencional uma falsa impressão da realidade em uma das partes do negocio jurídico. 
Ele é sempre provocado por alguém.
Dolo comissivo envolve uma ação
Dolo omissivo, que cala e induzindo a outra pessoa. 
Ex: Corretor mostrando apartamento, ele alega que o imóvel é de melhor qualidade e possui paredes com barreiras de sons e pintadas para tampar as infiltrações, mas deixa de dizer que o visinho é baterista e ele gostaria silencio para seu filho.
Dolo essencial permite a anulação do negocio.
É aquele que se caracteriza quando a pessoa se soubesse da realidade não celebraria o negocio jurídico.
Dolo acidental só permite a indenização.
A pessoa mesmo sabendo da realidade Celebraria o negocio jurídico, apesar de faze-lo de forma diferente. Ex: Apartamento com goteira, ela ainda faria o negocio mas iria fazer de forma diferente.
Esta ligado a idéia de enganação e não a de prejuízo, ele Pode acarretar mais não é obrigatório.
Dolo de terceiro- Quando o dolo é de terceiros ele será anulável, quando a parte que irá vender sabe ou deveria saber GERA ANULAÇÃO. Mas se o vendedor não sabe ou não deveria saber não terá como anular o negocio, ele será mantido e o terceiro arca com as responsabilidades.
Dolo Bilateral acontece quando as duas pessoas estão agindo com dolo, não existe direito de indenização e nem anulação, porque ninguém pode se beneficiar de torpeza (maldade). MANTEM.
Dolo do representante Legal- são os que a lei determina, há direito de anulação. A parte arca com as indenizações no limite, mas o representante arca alem do negócio.
Dolo do representante convencional- a pessoa recebe poderes para representar outras, há direito de anulação. O representante e o representado iram arcar igualmente com a indenização- RESPONSABILIDADE SOLIDARIA.
COAÇÃO
Defeito do negocio jurídico que acontece, quando uma pessoa ameaça uma das partes a lhe causar um mal significativo no sentido de se obter uma declaração de vontade. 
Coação moral - vis compulsiva, pscilogica, tem possibilidade de escolhar. (DEFEITO de ANULABILIDADE)
Coação física- vis absoluta, não tem escolha apenas reage a uma atuação física, ele pode ser considerado como incapaz ou absolutamente incapaz. (NULIDADE / INEXISTENCIA) se ele não for existente não terá anulabilidade.
Para o C.C apenas a coação moral é um defeito do negocio jurídico. Art 151 a 155.
A coação física vai representar a anulabilidade ou a sua inexistência. (não ha doutrina majoritária entre as duas coações).
A ameaça para possibilitar a anulação do negocio jurídica tem que ser ao mesmo tempo:
Grave: depende da condição do ameaçador tudo se transforma. Depende da circunstancia concreta. Dependendo das condições físicas e de sexo da pessoa.
Iminete; esta acontecendo ou prestes a acontecer. Atual.
Injusta; algo que a lei não assegura. 
Art.187
 A lei não considera injusto o Mero Temor referencial. Art. 153. Mas se estiver aliado a outra circunstancia poderá ser uma coação moral. 
Coação de terceiro. Quando a parte envolvida sabe ou deveria saber o negocio será anulado.
Mas se a parte não sabe ou não deveria saber o negocio jurídico e mantido, é resolvido entre o terceiro e a pessoa prejudicada.
ESTADO DE PERIGO
É o defeito do negocio jurídico que ocorre quando uma pessoa se submete a cumprir uma prestação excessivamente onerosa em razão na necessidade de salvar alguém de um perigo iminente de morte ou de dano grave a integridade física.
Devera ter vinculo afetivo, se vale o principio de SOCIALIDADE E ETICIDADE.
Dolo de aproveitamento, é a circunstancia em que a outra pessoa esta cobrando alto preço (não precisa ser somente dinheiro).
LESÃO
Conceito- Vicio do negocio jurídico que ocorre quando alguém, diante de promete ou por inexperiência, se obriga a cumprir prestação excessivamente onerosa.
Não envolve somente a idéia de valores, 
Desproporcionalidade da prestação, tem que haver um desequilíbrio gritante. Se for um favor compatível não há o que se falar em lesão. ACEITA UMA PRESTAÇÃO EXAGERADA POR MOTIVO DE URGENCIA.
ESTADO DE PERIGO SEMPRE É SALVAR UMA PESSOA, UMA VIDA
NA LESÃO É PARA EVITAR QUALQUER TRANSTORNO QUE NÃO SEJA A VIDA.
B) Premente necessidade de realização do negócio ou inexperiência: DEPENDE DA INEXPERIENCIA.
MINORITÁRIA EXIGE DOLO DE APROVEITAMENTE-
MAJORITÁRIA- NÃO EXIGE O DOLO DE APROVEITAMENTE-
DOUTRINA MARJORITÁRIA 2 FUNDAMENTOS.
A suplementação é um direito protestativo ( n precisa ser aceito)- Quando houver o equilíbrio não haverá anulabilidade, porque ele não precisa ser aceito pela a outra parte.
Redução 
Fraude contra credores – roteiro 13
É o vicio do negocio jurídico que ocorre quando um devedor, com a intenção de prejudicar o seu credor dispõe de seu patrimônio de forma fraudulenta acarretando a anulabilidade do negocio jurídico.
VICIO SOCIAL. IGUALMENTE A SIMULAÇÃO. TABÉM PREJUDICA OUTRAS PESSOAS.
DEVE REUNIR QUATRO REQUISITOS, Eles são cumulativos.
Intuído do alienante de prejudicar seus credores; SOMENTE SE TIVE A INTENSÃO DE PREJUDICAR O CREDOR.
Estado e insolvência (atual ou iminente) do alienante; O PATRIMONIO DE ALGUEM É MENOS DO QUE O VALOR DE SUAS DÍVIDAS. 
INSOVENCIA IMINENTE- COM O ATO DE TRANSFERENCIA NÃO SOBRARÁ NADA OU POUCO PARA PAGAR A DÍVIDA. SE ELE AINDA TIVER PATRIMONIO PARA PAGAR A VIDA NÃO GERA INSOLVENCIA.
OBS: Se o estado de insolvência for notório, a má - fé do terceiro é presumida.
Ciência má-fe do terceiro que negocia com o alienante; É NECESSARIO QUE O OUTRO SAIBA DA MÁ-FE, EX: DOAR CARRO PARA O TERCEIRO, SE ELE SABE DA HISTORIA ELE DEVERIA SE RESGUARDAR, MAS SE ELE NÃO SABE NÃO CABERÁ A MÁ FÉ DO TERCEIRO. A DIVIDA DEVERÁ EXISTIR ANTES DA DOAÇÃO.
A FRAUDE CONTRA CREDORES PODE OCORRER:
Na transmissão de patrimônio onerosa;
Quando se abre mão do patrimônio para uma pessoa em troca de algo, sendo essa onerosidade recíproca. Não é toda transmissão onerosa que gera fraude. A maneira mais fácil de se enxergar essa fraude é na compra/venda: quando se deve algo ou alguém, e se passa o seu patrimônio para outro, para que este não seja, de alguma forma, tomado.
Na transmissão gratuita;
Contrato de doação. Desde que essa transmissão gratuita se enquadre no perfil de fraude, esse ato jurídico pode ser anulado.
Na remissão (perdão) de dívidas;
Fenômeno através do qual o credor perdoa a dívida. Mas porque ela pode causar fraude? Por um motivo simples: existem bens móveis e imóveis, sendo os direitos pessoais bens móveis e, quando se tem o direito de receber uma dívida, e está éperdoada, constitui fraude, pois fere a expectativa de alguém de receber uma quantia. Se é um bem jurídico, tem valor econômico, faz parte do patrimônio da pessoa, é um direito e esse direito é um bem móvel e, o ato de perdoar essa dívida, significa que o credor está abrindo mão do seu patrimônio e, no momento me que há a remissão, há a frustação do credor.
No pagamento antecipado de dívida;
É quando um mesmo devedor tem vários credores.
Na concessão de garantia real a um de vários credores.
Garantia real significa dar a propriedade de algum bem como garantia de algo. Ex: empréstimo em que a casa é hipotecada (dada como garantia ao banco) e, por falta de pagamento, o banco pode tomar essa casa do devedor. Quando se tem essa garantia, o devedor vai pagar primeiro aquele que possui sua garantia e, na hora do pagamento somente aquele que possui essa garantia é quem recebe. Se houver mais de um credor, os outros só recebem sua dívida (ou parte dela) se o valor do bem dado como garantia for superior à dívida do credor que recebeu o bem. Nesse caso, o valor excedente será divido. É tido como fraude porque há uma interferência de preferências legais.
Não são fraudes os negócios necessários à manutenção da pessoa jurídica ou da pessoa física.
Ex.: Se o devedor deve a vários credores, e descobre que tem câncer e, no outro dia ele vende seu carro, o ato não configura crime, pois o objetivo do ato de disposição do bem foi a manutenção da saúde da pessoa física.
Meio de reconhecer a fraude contra credores: ação pauliana (ou revocatória).
A que tem por objetivo anular um negócio jurídico celebrado em fraude contra credores.
Fraude contra credores ≠ fraude à execução
Fraudes contra credores: 
Defeito do negócio jurídico que pode anular esse negócio.
Se situa no plano da validade.
Precisa ser reconhecida através de uma ação judicial própria (ação pauliana) - matéria de ordem privada.
Fraude à execução
Não é defeito do negócio jurídico.
Não anula negócio jurídico, apenas o torna ineficaz em relação ao processo.
Se situa no plano da eficácia.
Não depende de uma ação própria para ser reconhecida (É matéria de ordem pública)
ROTEIRO 14
ELEMENTOS DE EFICÁCIA
Elementos do plano da eficácia: Acidentais – são aqueles que podem interferir nos efeitos práticos do negócio jurídico.
Exceção: Os elementos acidentais podem invalidar o negócio jurídico
São elementos acidentais do negócio jurídico
Condição: evento futuro incerto que subordina a eficácia do negócio jurídico
Somente voluntária – a lei não estabelece condições, porque as condições são sempre frutos das vontades das partes.
Nem todos os negócios jurídicos podem sujeitar a condição – o sujeito não pode colocar a condição que ele quiser no negócio jurídico que ele quiser
Tipos de condição:
Suspensiva e resolutiva
Suspensiva: é a que impede o início dos efeitos do negócio jurídico.
Resolutiva: é a que encerra os efeitos do negócio jurídico.
Obs1: não há direito adquirido quando há condição suspensiva
Obs2: eficácia mínima (direito expectativo/eventual) 		proteção do direito.
Obs3: 
Termo
(art. 131 a 135): é evento futuro certo É o evento futuro certo que subordina os efeitos do negócio jurídico para impedi-los ou encerrá-los. 
Tipos de termos:
Suspensivos (ou iniciais, ou ad quem): É o termo que impede o inícios dos efeitos do negócio jurídico. 
Termo inicial gera ineficácia plena do negócio, mas gera direito adquirido: enquanto o termo inicial não ocorrer existirá um estado de ineficácia plena que impede o exercício dos direitos a ele relacionado. 
Resolutivos (ou finais, ou a quo):
Obs.: aplicando-se, no que couber, as regras da condição (art. 135)
Só o devedor pode renunciar ao termo, salvo estipulação expressa contrária O termo é um benefício instituído em favor do devedor. A renúncia é possível desde que parta do devedor, uma vez que é em seu benefício. 
Encargo
Encargo ou modo (art. 136 e 137): é um ônus imposto por uma das partes à outra O encargo é um ônus estabelecido por uma das partes em relação à outra nos negócios gratuitos ou unilaterais que subordina a eficácia do negócio jurídico. 
Somente existem nos negócios gratuitos ou declarações unilaterais de vontade Quando um negócio é bilateral não se fala em encargo, se fala em prestação e contra prestação. O encargo existe quando só uma pessoa tem ônus sem a outra parte ter que fazer nada. Em algumas circunstancias pode acontecer que se estabeleça alguma tarefa a ser cumprida para que o negócio jurídico seja celebrado. Geralmente o encargo traz a ideia solidária. No encargo existe direito adquirido e de explorar os direitos decorrentes. Se o encargo não for cumprido, o que pode ocorrer? Ele tem natureza coercitiva, ou seja, de observância obrigatória. Se não for cumprido a pessoa pode se sujeitar a penalidades estabelecidas pela própria lei. A penalidade mais comum é a multa estabelecida por um juiz, através de uma ação judicial. É um incentivo para que a obrigação seja cumprida. Pode acontecer que mesmo através destes mecanismos o encargo não seja cumprido. Nessa situação aplica-se a invalidade do negócio jurídico, se se tratar de anulação deverá ser devolvido o objeto e seus frutos. Quando for ilícito ou impossível o negócio será nulo, se não houver esse motivo determinante, for apenas um detalhe, esse encargo não precisa ser cumprido, pode ser desprezável. Se o motivo do negócio jurídico for o encargo ilícito ou impossível o negócio será nulo. Se o encargo ilícito ou impossível não for o motivo do negócio ele será desprezado e o negócio será mantido. 
ATOS LÍCITOS E ILÍCITOS (ART. 185 A 188) 
Conceito de ato lícito: 
É aquele que se faz ou se deixa de fazer que seja uma conduta compatível com o direito. Quer dizer que ele é adequado aos objetivos do ordenamento jurídico, indo além das normas expressas. 
Aplicação das regras do negócios aos atos lícitos: 
art. 185 Tudo que o código civil diz sobre os negócios jurídicos valem também aos outros atos jurídicos lícitos que não são de natureza negocial. 
Conceito de ato ilícito: 
O ato ilícito é aquele praticado em desconformidade com o direito também visto sobre um ponto de vista global. Já que alguém está contrariando o dirieto surge duas noções básicas. 
Dever jurídico Primário (respeitar direito alheio) e dever jurídico secundário (reparar o dano causado – arts. 186 e 927) 
Dever jurídico primário: aquele em que respeitar as regras contidas nessa ordem jurídica. O dever de cumprir a lei, regras ou mandamentos estabelecidos no ordenamento jurídico. 
O dever jurídico secundário é uma consequência do dever jurídico primário. No campo civil significa ter a obrigação de reparar todos os prejuízos causados a alguém por não ter cumprido o seu dever jurídico primário. Os deveres jurídicos secundários, que sempre nasce do descumprimento dos primários, tem vários aspectos, mas no civil é a reparação dos danos, compensando-os. 
Responsabilidade Civil: 
O civilmente responsável tem o dever jurídico secundário de reparar o dano causado. 
Conduta (ação ou omissão) 
A conduta pode se caracterizar tanto por uma ação quanto por uma omissão, contrárias ao direito. A ideia básica deste primeiro elemento é de que a pessoa somente vai ser responsabilizada por um acontecimento se ela tiver cometido um ato contrário ao direito ou se omitido a um ato contrário. A omissão também pode causar danos a alguém. 
Culpa lato sensu (dolo, negligência, imprudência ou imperícia) 
Para os casos de responsabilidade subjetiva (é a regra) essa conduta precisa ser necessariamente culposa. Existem duas formas de se cometer um ato culposo no sentido amplo: Doloso ou Culposo strictu sensu. Doloso é aquele em que o sujeito praticou o ato de forma intencional. Culposo Strictu Sensu que é sinônimo de ato descuidado. Nesse sentido quando o sujeito comete a ação ou omissão que gera um prejuízo a alguém por descuido ela também vai responder por este ato. Esse descuido pode se manifestar de diversas formas como negligência, imprudênciaou imperícia. No direito civil o ato doloso e culposo strictu sensu tem as mesmas consequências jurídicas. 
Dano (prejuízo material e/ou moral) 
O dano é o prejuízo que alguém sofre em decorrência da conduta. Por muito tempo teve-se a ideia de que prejuízo era só aquilo que a pessoa perdia materialmente. Tinha-se uma visão muito financeira do dano. Porém percebeu-se que em algumas situações que não envolvam danos financeiros não se pode negar que houve dano. Alguns tipos de danos não tem nenhum tipo de reflexo no patrimônio, mas têm reflexos nos direitos da personalidade de alguém, os chamados danos morais, que ofendem os patrimônios que tem um valor inestimável, que são extremamente importantes. Todos os direitos da personalidade estão inseridos nesse contexto. Houve certa banalização dos danos morais, porém ele ainda é de suma importância. O dano moral não é algo exclusivo da pessoa física, também existe em relação às pessoas jurídicas. Hoje já se fala em uma terceira vertente de dano, que é o dano estético onde há uma desconfiguração física e estética. Estes danos se somam, podendo uma pessoa ter sofrido em um único momento os danos morais, material e estético. 
Nexo de causalidade entre conduta e dano 
Um elo entre os outros três elementos. Para que a responsabilidade jurídica se caracterize é necessário que exista um nexo entre a conduta, a culpa e o dano. Se não há nexo de causalidade entre conduta e dano não há responsabilidade jurídica. 
Diferença entre responsabilidade subjetiva e objetiva 
A responsabilidade subjetiva tem quatro requisitos, e a responsabilidade objetiva tem apenas três, dispensando a comprovação da culpa. Na responsabilidade objetiva não é justo exigir culpa, intenção ou descuido, é necessário que a pessoa nas necessidades de riscos venha reparar os danos causados. Ex.: Código do Consumidor, que tem por objetivo proteger as partes mais frágeis e se o consumidor for prejudicado todos que fazem parte da cadeia do consumo serão penalizados objetivamente. As principais situações que envolvem responsabilidade objetiva são atividades que envolvem atividades ariscadas e consumo.

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