Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Álgebra Linear Assunto: Coordenadas, Isomorfismos e Matriz de Mudança Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA Campus Pau dos Ferros-RN 25 de abril de 2016 (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 1 / 26 COORDENADAS Como foi observado, para cada base S de um espaço vetorial, os vetores v se escrevem de forma única como combinação linear, donde temos as coordenadas de v na base S. Assim, podemos representá-los como matrizes colunas, se tais base forem tomadas ordenada: Definição 1: Seja V um espaço vetorial de dimensão finita. Dizemos que S = {v1, v2, . . . , vn} é BASE ORDENADA de V , quando a ordem dos vetores é considerada. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 1 / 26 Por exemplo, a base cônica de R3 é a base ordenada S = {e1, e2, e3}, S1 = {e2, e1, e3} é outra base ordenada de R3. Assim, já podemos ver como representamos as coordenada de v em uma base ordenada S: (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 2 / 26 Definição 2: Sejam S = {v1, v2, . . . , vn} uma base ordenada de V e v ∈ V tal que v = a1v1 + a2v2 + · · ·+ anvn, donde a1, a2, . . . , an são as coordenada de v na base S. Dizemos que, [v]S = a1 a2 ... an é o VETOR DE COORDENADAS DE v NA BASE S. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 3 / 26 Assim, em qualquer espaço de dimensão finita podemos operar com seus vetores da mesma forma que operamos no espaço das matrizes, ou seja, se v, w ∈ V e v = w, então [v]S = [w]S para uma base ordenada S em V , e se v, w ∈ V são tais que [v]S = [w]S , então v = w em V . Logo, ”trabalhamos” em V como ”trabalhamos” em Rn. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 4 / 26 EXEMPLOS Exemplo 1: se S1 = {t, 1}, S2 = {1, t} e S3 = {t+1, t−1} são base ordenadas de P1, então quais são os vetores de coordenadas de p(t) = 5t− 2 nessas bases? (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 5 / 26 1- Como a combinação linear 5t− 2 = at+ b1, implica a = 5 e b = −2 segue que [p(t)]S1 = [ 5 −2 ] ; 2- Como a combinação linear 5t− 2 = a1 + bt, implica a = −2 e b = 5 segue que [p(t)]S2 = [ −2 5 ] ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 6 / 26 1- Como a combinação linear 5t− 2 = at+ b1, implica a = 5 e b = −2 segue que [p(t)]S1 = [ 5 −2 ] ; 2- Como a combinação linear 5t− 2 = a1 + bt, implica a = −2 e b = 5 segue que [p(t)]S2 = [ −2 5 ] ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 6 / 26 1- Como a combinação linear 5t− 2 = at+ b1, implica a = 5 e b = −2 segue que [p(t)]S1 = [ 5 −2 ] ; 2- Como a combinação linear 5t− 2 = a1 + bt, implica a = −2 e b = 5 segue que [p(t)]S2 = [ −2 5 ] ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 6 / 26 1- Como a combinação linear 5t− 2 = at+ b1, implica a = 5 e b = −2 segue que [p(t)]S1 = [ 5 −2 ] ; 2- Como a combinação linear 5t− 2 = a1 + bt, implica a = −2 e b = 5 segue que [p(t)]S2 = [ −2 5 ] ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 6 / 26 3- Como a combinação linear 5t− 2 = a(t+ 1) + b(t− 1), implica 5 = a+ b −2 = a− b obtendo a = 32 e b = 7 2 , segue que [p(t)]S3 = [ 3 2 7 2 ] ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 7 / 26 Exemplo 2: se S = 1 1 0 , 2 0 1 , 0 1 2 é uma base ordenadas de R3, então qual é o vetor de coordenadas de v = 1 1 −5 nessa base? (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 8 / 26 Como a combinação linear 1 1 −5 = a 1 1 0 + b 2 0 1 + c 0 1 2 , implica 1 = a+ 2b 1 = a+ c −5 = b+ 2c que tomando a matriz aumentada e escalonando obtemos 1 0 0 p 3 0 1 0 p −1 0 0 1 p −2 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 9 / 26 Logo, o vetor de coordenada de v na base S é [v]S = 3 −1 −2 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 10 / 26 ISOMORFISMO Assim, podemos ver a ”semelhança” algébrica entre um espaço V de dimensão finita e o espaço Rn. Isso acontece porque existe um iso- morfismo entre eles, ou seja, Definição 3: Sejam V e W espaços vetoriais. Um ISOMORFISMO é uma função bijetora L de V em W tal que: (a) L(u+ v) = L(u) + L(v) para u, v ∈ V ; (b) L(cv) = cL(v) para v1, v2 ∈ V . Dizemos então que V e W são isomorfos. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 11 / 26 E é o seguinte teorema que garante a ”semelhança” Torema 1: Se a dimV = n, então V é isomorfo a Rn. Além de termos também que: Teorema 2: Os espaços vetoriais V e W são isomorfos se, e somente se, dimV = dimW . Corolário 1: Se V tem dimensão finita e é isomorfo a Rn, então dimV = n. Mostrando que espaços de dimensão finita não diferem muito, algebri- camente falando, de espaços de matrizes. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 12 / 26 EXEMPLOS Exemplo 1: Mostre que P2 e R3 são isomorfo. Como dimP2 = 3 e dimR3 = 3, pelo teorema 2 são isomorfos. Exemplo 2: Mostre que V = ger{et, e−t} e R2 são isomorfo. Primeiro tentamos uma função natural: L : V → R2 definida por L(aet + be−t) = [ a b ] e verificamos: (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 13 / 26 EXEMPLOS Exemplo 1: Mostre que P2 e R3 são isomorfo. Como dimP2 = 3 e dimR3 = 3, pelo teorema 2 são isomorfos. Exemplo 2: Mostre que V = ger{et, e−t} e R2 são isomorfo. Primeiro tentamos uma função natural: L : V → R2 definida por L(aet + be−t) = [ a b ] e verificamos: (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 13 / 26 EXEMPLOS Exemplo 1: Mostre que P2 e R3 são isomorfo. Como dimP2 = 3 e dimR3 = 3, pelo teorema 2 são isomorfos. Exemplo 2: Mostre que V = ger{et, e−t} e R2 são isomorfo. Primeiro tentamos uma função natural: L : V → R2 definida por L(aet + be−t) = [ a b ] e verificamos: (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 13 / 26 EXEMPLOS Exemplo 1: Mostre que P2 e R3 são isomorfo. Como dimP2 = 3 e dimR3 = 3, pelo teorema 2 são isomorfos. Exemplo 2: Mostre que V = ger{et, e−t} e R2 são isomorfo. Primeiro tentamos uma função natural: L : V → R2 definida por L(aet + be−t) = [ a b ] e verificamos: (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 13 / 26 (a) Se é injetora: L(a1et + b1e−t) = L(a2et + b2e−t) ⇒ [ a1 b1 ] =[ a2 b2 ] ⇒ a1 = a2 e b1 = b2 ⇒ a1et + b1e−t = a2et + b2e−t (b) Se é sobrejetora: para qualquer [ a b ] ∈ R2, existe aet + be−t ∈ V tal que L(aet + be−t) = [ a b ] (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 14 / 26 (a) Se é injetora: L(a1et + b1e−t) = L(a2et + b2e−t) ⇒ [ a1 b1 ] =[ a2 b2 ] ⇒ a1 = a2 e b1 = b2 ⇒ a1et + b1e−t = a2et + b2e−t (b) Se é sobrejetora: para qualquer [ a b ] ∈ R2, existe aet + be−t ∈ V tal que L(aet + be−t) = [ a b ] (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 14 / 26 (b) L((a1et + b1e−t) + (a2et + b2e−t)) = L((a1 + a2)et + (b1 + b2)e−t) =[ a1 + a2 b1 + b2 ] = L(a1e t + b1e −t) + L(a2et + b2e−t); (c) L(c(a1et+b1e−t)) = L(ca1et+cb1e−t) = [ ca1 cb1 ] = cL(a1e t+b1e −t). Logo, existe um isomorfismo entre V e R2. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 15 / 26 (b) L((a1et + b1e−t) + (a2et + b2e−t)) = L((a1 + a2)et + (b1 + b2)e−t) =[ a1 + a2 b1 + b2 ] = L(a1e t + b1e −t) + L(a2et + b2e−t); (c) L(c(a1et+b1e−t)) = L(ca1et+cb1e−t) = [ ca1 cb1 ] = cL(a1e t+b1e −t). Logo, existeum isomorfismo entre V e R2. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 15 / 26 MATRIZ DE MUDANÇA Assim, como espaços de dimensão finita são algebricamente semelhan- tes aoRn através dos vetores de coordenadas, veremos a relação entre esses para um mesmo vetor em bases distintas. Para isso, sejam S = {v1, v2, . . . , vn} e T = {w1, w2, . . . , wn} base orde- nadas de um espaço vetorial V . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 16 / 26 Se conhecemos o vetor de coordenada de v ∈ V na base T , [v]T = c1 c2 ... cn , e queremos o vetor de coordenada na base S, [v]s, devemos encontrar os vetores de coordenadas [wj ]S de cada vetor da base T em relação a S. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 17 / 26 Assim, fazemos w1 = a11v1 + a21v2 + · · ·+ an1vn w2 = a12v1 + a22v2 + · · ·+ an2vn ... wn = a1nv1 + a2nv2 + · · ·+ annvn obtendo [wj ]S = a1j a2j ... anj . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 18 / 26 Como, na base T v = c1w1+c2w2+· · ·+cnwn = c1(a11v1+a21v2+· · ·+an1vn)+c2(a12v1+ a22v2 + · · ·+ an2vn) + · · ·+ cn(a1nv1 + a2nv2 + · · ·+ annvn), implica que v = (c1a11 + c2a12 + · · · + cna1n)v1 + (c1a21 + c2a22 + · · · + cna2n)v2 + · · ·+ (c1an1 + c2an2 + · · ·+ cnann)vn, donde segue que, [v]S = c1a11 + c2a12 + · · ·+ cna1n c1a21 + c2a22 + · · ·+ cna2n ... c1an1 + c2an2 + · · ·+ cnann . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 19 / 26 Como, na base T v = c1w1+c2w2+· · ·+cnwn = c1(a11v1+a21v2+· · ·+an1vn)+c2(a12v1+ a22v2 + · · ·+ an2vn) + · · ·+ cn(a1nv1 + a2nv2 + · · ·+ annvn), implica que v = (c1a11 + c2a12 + · · · + cna1n)v1 + (c1a21 + c2a22 + · · · + cna2n)v2 + · · ·+ (c1an1 + c2an2 + · · ·+ cnann)vn, donde segue que, [v]S = c1a11 + c2a12 + · · ·+ cna1n c1a21 + c2a22 + · · ·+ cna2n ... c1an1 + c2an2 + · · ·+ cnann . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 19 / 26 Como, na base T v = c1w1+c2w2+· · ·+cnwn = c1(a11v1+a21v2+· · ·+an1vn)+c2(a12v1+ a22v2 + · · ·+ an2vn) + · · ·+ cn(a1nv1 + a2nv2 + · · ·+ annvn), implica que v = (c1a11 + c2a12 + · · · + cna1n)v1 + (c1a21 + c2a22 + · · · + cna2n)v2 + · · ·+ (c1an1 + c2an2 + · · ·+ cnann)vn, donde segue que, [v]S = c1a11 + c2a12 + · · ·+ cna1n c1a21 + c2a22 + · · ·+ cna2n ... c1an1 + c2an2 + · · ·+ cnann . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 19 / 26 Ou seja, [v]S = a11 a12 · · · a1n a21 a22 · · · a2n ... ... ... an1 an2 · · · ann c1 c2 ... cn = PS←T [v]T , onde PS←T é essa matriz n×n, cujas colunas são os [wj ]S , que chamamos de MATRIZ DE MUDANÇA DE BASE DE T PARA S. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 20 / 26 Por exemplo, sejam S = 2 0 1 , 1 2 0 , 1 1 1 e T = 6 3 3 , 4 −1 3 , 5 5 2 base ordenadas de R3. Obtenhamos [v]S usando a matriz de mudança de base, quando v = 4 −9 5 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 21 / 26 I) Obtemos [v]T , fazendo 4 −9 5 = a 6 3 3 + b 4 −1 3 + c 5 5 2 , que, tomando a matriz aumentada e escalonando, implica [v]T = 1 2 −1 ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 22 / 26 I) Obtemos [v]T , fazendo 4 −9 5 = a 6 3 3 + b 4 −1 3 + c 5 5 2 , que, tomando a matriz aumentada e escalonando, implica [v]T = 1 2 −1 ; (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 22 / 26 II) Obtemos PS←T , fazendo 6 3 3 = a1 2 0 1 + a2 1 2 0 + a3 1 1 1 , 4 −1 3 = b1 2 0 1 + b2 1 2 0 + b3 1 1 1 e 5 5 2 = c1 2 0 1 + c2 1 2 0 + c3 1 1 1 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 23 / 26 II) Obtemos PS←T , fazendo 6 3 3 = a1 2 0 1 + a2 1 2 0 + a3 1 1 1 , 4 −1 3 = b1 2 0 1 + b2 1 2 0 + b3 1 1 1 e 5 5 2 = c1 2 0 1 + c2 1 2 0 + c3 1 1 1 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 23 / 26 Donde, tomando as matrizes aumentadas simultaneamente, 2 1 1 p 6 p 4 p 5 0 2 1 p 3 p −1 p 5 1 0 1 p 3 p 3 p 2 e escalonando, 1 0 0 p 2 p 2 p 1 0 1 0 p 1 p −1 p 2 0 0 1 p 1 p 1 p 1 (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 24 / 26 obtemos que PS←T = 2 2 1 1 −1 2 1 1 1 . III) E obtemos [v]S , fazendo [v]S = PS←T [v]T = 2 2 1 1 −1 2 1 1 1 1 2 −1 = 4 −5 1 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 25 / 26 obtemos que PS←T = 2 2 1 1 −1 2 1 1 1 . III) E obtemos [v]S , fazendo [v]S = PS←T [v]T = 2 2 1 1 −1 2 1 1 1 1 2 −1 = 4 −5 1 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 25 / 26 E finalizamos com: Observação 1 A matriz PS←T é não singular e assim, [v]T = PS←T−1[v]S . Mas, podemos também usar PT←S ; 2 Se V = Rn, então PS←T =MS−1MT , onde MS é a matriz n× n, cujas colunas são os vetores vj de S e MT , cujas colunas são os wj de T . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 26 / 26 E finalizamos com: Observação 1 A matriz PS←T é não singular e assim, [v]T = PS←T−1[v]S . Mas, podemos também usar PT←S ; 2 Se V = Rn, então PS←T =MS−1MT , onde MS é a matriz n× n, cujas colunas são os vetores vj de S e MT , cujas colunas são os wj de T . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 25 de abril de 2016 26 / 26
Compartilhar