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Pagamento Indireto e Inadimplemento das obrigações

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MONITORIA DE DIREITO CIVIL
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
MONITORA: LUIZA PEREIRA
ESTUDO DIRIGIDO
TEMAS A SEREM TRABALHADOS: 
PAGAMENTO INDIRETO:
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO (ART. 356 ao 359 do CC/02)
DA NOVAÇÃO (ART.360 ao 367 do CC/02)
DA COMPENSAÇÃO (ART.368 ao 380 do CC/02)
DA CONFUSÃO (ART.381 ao 384 do CC/02)
DA REMISSÃO DE DIVIDAS( ART. 385 ao 388 do CC/02)
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES:
DISPOSIÇÕES GERAIS (ART.389 ao 393)
DA MORA (ART. 394 ao 401)
PERDAS E DANOS (ART.402 AO 405)
DOS JUROS LEGAIS (ART. 406 AO 407)
DA CLAUSULA PENAL (ART. 408 AO 416)
DAS ARRAS OU SINAIS (ART. 417 AO 420)
DO PAGAMENTO INDIRETO
 São formas especiais ou indiretas do pagamento, ou seja, medidas alternativas que extinguem a obrigação. Vamos dar continuidade ao estudo de tal instituto jurídico? Acompanhe o estudo com os slides, seu caderno e a lei seca! 
DAÇÃO EM PAGAMENTO (ART. 356 AO 359 DO CC/02)
 	Como já fora estudado, o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa (art.313 do CC/02). No entanto, em um determinado contrato, por exemplo, pelo princípio da autonomia da vontade, poderá o credor aceitar o pagamento em prestação diversa da qual fora pactuada pelo devedor, extinguindo assim a obrigação por meio do pagamento indireto (sendo uma forma de facilitar o cumprimento da obrigação- art. 356 do CC/02). Assim, para que ocorra a dação em pagamento, faz-se necessário a observância de alguns requisitos, saber:
QUE A DÍVIDA SEJA VENCIDA E EXIGIVEL 
O DEVIDO CONSENTIMENTO DO CREDOR
O ANIMUS SOLVENDI
PAGAMENTO POR PRESTAÇÃO DIVERSA DA QUE LHE É DEVIDA
 	 Ressalto, que a dação em pagamento se dá por vontade das partes, e não por imposição legal, não substituindo a obrigação e sim a forma de pagamento, ou seja, a coisa (através do pagamento em prestação diversa). Se fosse uma substituição da obrigação dar-se-ia por novação!
 	Quanto a coisa dada em pagamento, que poderá ser bem móvel ou imóvel, observa-se o que dispõe o art.357 do CC, em que devesse ter cuidado com o ajustamento do preço, principalmente quando envolver imóvel, pois se não houver tal ajustamento, considera a substituição da prestação. 
 	Por sua vez, o art. 358 do CC, dispõe que em algumas situações, não se tratará de dação e sim de cessão de credito, quando a coisa dada em pagamento for um título de credito (a coisa dada é uma nota promissória, p ex.)
 	Preceitua o art. 359 do CC, que se o credor for evicto, havendo a perda da coisa dada em pagamento por uma causa anterior, retorna-se à obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, tornando-se o devedor inadimplente. O artigo ressalva os direitos de terceiros de boa-fé que não podem ser prejudicados pela ineficácia da dação em pagamento (se houve evicção, restabelece a obrigação primitiva, mas se o devedor já tiver vendido o bem a terceiro de boa-fé, o credor terá que suportar os efeitos da evicção, cabendo ação de regresso. 
DA NOVAÇÃO (ART. 360 AO 367 DO CC/02)
Uma outra forma de pagamento indireto, em que sempre envolve um ato de vontade, em criar obrigação nova em substituição da anterior. Dessa forma, quando uma obrigação primitiva substitui uma obrigação nova, em que o primeiro vínculo obrigacional deixa de existir, para ser constituído um novo, estamos diante de uma novação. 
Assim, cria-se um novo vinculo, extinguindo a dívida primitiva com todos os seus acessórios e garantias. Dessa forma, por exemplo, o fiador (uma garantia pessoal) da obrigação originaria, tem que consentir para continuar a se responsabilizar pelo novo vinculo obrigacional!
São requisitos: 
 Existência de uma obrigação primitiva
Criação de uma obrigação nova
Vontade de novar (expressa// tácita)
 	Dessa forma, o animus novandi é uma característica imprescindível para se constatar que estamos diante de uma novação, pois deve haver uma diversidade substancial entre a obrigação anterior e nova, em que tal variação pode ser subjetiva (os sujeitos da obrigação- credor /devedor) ou objetiva ( no elemento prestação) . Assim, simples mudanças na obrigação, não pode ser vista como uma novação, quando por exemplo, dilata-se o prazo para o pagamento ou reajustamento dos juros!
 
NOVAÇÃO OBJETIVA P1:
Nova-se no objeto que é a prestação! 
Ex: João e Maria em uma determinada obrigação que tem por prestação de dar coisa certa novam (animus novandi) no objeto, criando-se um novo vinculo, uma nova obrigação, cujo objeto é uma obrigação de fazer! 
Obs: na dação em pagamento, como visto, não há animus novandi, logo, a obrigação originaria permanece a mesma! 
NOVAÇÃO SUBJETIVA P2:
 	De suma importância, tecer algumas considerações sobre a novação subjetiva passiva, que poderá ser como já elencado acima, por expromissão ou delegação: 
POR EXPROMISSÃO: a substituição do devedor ocorre independentemente da sua concordância! 
Por delegação: em que o DELEGANTE (antigo devedor) indica o DELEGADO (novo devedor) com a devida concordância do DELEGATARIO (credor)! 
Obs.: “ Art. 363: Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. ” Assim, a ação de regresso do credor para com o antigo devedor só é cabível se houve má fé! 
NOVAÇÃO MISTA: o animus novando, dar-se-á pela alteração do sujeito (pode ser tanto o credor como o devedor) e objeto da obrigação!
DA COMPENSAÇÃO (art. 368 ao 380 do CC/02)
 	Definida pelo art. 368 do CC/02, em que em suma, ocorre quando os sujeitos são credores e devedores recíprocos!
Poderá ser: Judicial
Legal (regra)
Convencional
A convencional ou voluntária, ocorre por convenção entre as partes, em que não poder ser imposta, pois tem natureza distintas.
A judicial, decorre da sentença do juiz em reconvenção, pelo princípio da sucumbência.
Atentai bem para a legal! Advém por mandamento da lei, em que para ocorrer, deve preencher alguns requisitos, a saber: 
Reciprocidade das obrigações para haver a compensação
Dívidas liquidas (com valor certo e determinado), vencidas e fungíveis (homogêneas, fungíveis entre si! ART. 452 do CC/02: quanto mais especificada, mais impossível de ser compensada, pois há índice de infungibilidade) 
Exigibilidade (quando as dividas estiverem todas vencidas) 
IMPEDIMENTO LEGAL: 
Se provier de esbulho, furto, roubo: são de fontes ilícitas, não gerando consequências no mundo jurídico! cabíveis algumas responsabilidades( pex: ação de reintegração de posse em caso de esbulho de bem imóvel).
Se originar de comodato, deposito, alimentos: o comodato é empréstimo de coisas infungíveis, com obrigatoriedade de restituição, logo não pode compensar. No deposito, não cabe compensação, pois a parte tem a obrigação de devolver a coisa certa. Se envolver alimentos, não pode compensar, pois tem natureza de subsistência (pex; pai que tem a obrigação de pagar pensão alimentícia mensalmente ao filho, e este por sua vez, lhe deve uma quantia em dinheiro, em hipótese alguma, poderá haver a compensação!) Outra hipótese incabível é se a coisa for insuscetível de penhora, como por exemplo, os salários, o bem de família legal ou convencional e afins. 
Obs: 
Art.375: não haverá renuncia se por convenção entre as partes, a excluírem (pex, em um determinado contrato, as partes assim pactuam e põe uma clausula de exclusão) ou em caso de renúncia unilateral, feito por uma das partes
Art. 377: análoga à cessão de credito (o devedor é notificado para se opor naquele momento, depois não pode mais alegar. Se não for notificado, pode alegar a compensação do credor primitivo
Art. 378: as despesas da tradição são do devedor – inclui na compensação
Art.379: Compensação na imputação: desde que preenchido algumas regras, a saber: dívidas vencidas, onerosas e proporcionais.
Art. 380: não pode se gerar prejuízos para terceiros 
CONFUSÃO (ART. 381 ao 384 do CC/02)
 	Ocorre quando na mesma pessoa se confundam as qualidadesde credor e devedor em que o principal efeito é a extinção da obrigação, que poderá ser total ou parcial. De antemão, ressalto que a confusão na obrigação solidaria não é pessoal, e não se estende aos demais, extinguindo apenas na respectiva cota parte. Ressalto, que poderá se dar por ato inter vivos (pex. Cessão de credito) ou mortis causa (pex. Confusão ipso iure, quando o herdeiro é devedor e credor do falecido)
A confusão total se verifica a respeito de toda a divida
A confusão parcial se efetiva apenas em uma parte do debito ou credito
Requisitos: 
Unidade da relação obrigacional 
Reunião das qualidades de credor e devedor na mesma pessoa
Ausência de separação de patrimônios
 Efeitos:
A confusão extingue não só a obrigação principal como também os acessórios (fiança p.ex.). Mas a reciproca não é verdadeira. 
Cessando, porém, a confusão, para logo se restabelecem, com todos os acessórios, a obrigação anterior.
REMISSÃO (ART. 385 AO 388 DO CC/02)
É o perdão da dívida pelo credor que não possui mais interesse no adimplemento obrigacional! Deve haver a concordância do devedor, que poderá ser expressa ou tácita, já que se trata de um negócio jurídico bilateral, estando presente:
Inequívoco animo de perdoar por parte do credor
Aceitação do perdão pelo devedor
No mais, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro (cuidado com a fraude contra credores).
REMISSAO>>> PERDAO
REMIÇÃO>>> RESGATE (seara de execução) 
Se o devedor não aceitar a remissão (o perdão da dívida) e o credor não que receber o pagamento, poderá o devedor consignar para afastar os possíveis efeitos de uma inadimplência. 
A remissão, poderá ser total (de toda a obrigação) ou parcial (p.ex. o credor cobra o principal, mas perdoa os juros). Assim, o credor praticar o ato do perdão obrigacional expressa (escrito, verbal) ou tacitamente (entrega o título de credito ao devedor). 
Observações importantes: 
O credor pode renunciar a garantia, não significando dizer que está também com tal ato, renunciando a dívida!
Na solidariedade passiva, a remissão não se estende aos demais devedores e sim somente aquele que o credor quis perdoar! Os outros devem cumprir com a obrigação, porem com o devido abatimento para que não haja enriquecimento indevido! O devedor que fora perdoado, não tendo, pois, nenhum vínculo jurídico obrigacional, não será chamado para possíveis rateios em caso de insolvência de algum devedor (se ao invés de perdoado, for exonerado, fará sim chamado para o rateio da parte do devedor insolvente).
Se a obrigação for indivisível, e houve vários credores e um devedor, se um dos credores perdoar a dívida, poderá os outros dois cobrar por inteiro, abatendo o valor do montante perdoado. 
QUESTÕES 
1)Exame da OAB de outubro de 2011 (banca FGV).A dação em pagamento é
a) modalidade de obrigação facultativa, na qual o credor consente em receber objeto diverso ao da prestação originariamente pactuada.
b) modalidade de adimplemento direto, na qual o credor consente em receber objeto diverso ao da prestação originariamente pactuada.
c) causa extintiva da obrigação, na qual o credor consente em receber objeto diverso ao da prestação originariamente pactuada.
d) modalidade de obrigação alternativa, na qual o credor consente em receber objeto diverso ao da prestação originariamente pactuada. 
Alternativa Correta C
------------------------------------------------------------------
Na dação em pagamento, se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento.
a) Continua tendo efeito a quitação dada.
b) A obrigação primitiva permanece extinta.
c) A validade da quitação será assegurada em qualquer caso.
d) Restabelecer-se-á a obrigação primitiva.
Alternativa Correta D
A respeito da novação, é correto afirmar: 
A) Se o novo devedor for insolvente e não tiver havido má-fé na substituição, tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro.
b) A novação em nenhuma hipótese pode acarretar a extinção dos acessórios e garantias da dívida.
c) A novação por substituição do devedor não pode ser efetivada sem o consentimento deste.
d) Importa exoneração do fiador a novação feita sem o seu consenso com o devedor principal.
e) Podem ser objeto de novação, dentre outras modalidades, as obrigações extintas.
Resposta: Letra D!!!
1. É incorreto afirmar (OAB/MT III 2002):
a)As perdas e danos devidas ao credor em virtude do não cumprimento de obrigações contratuais abrange exclusivamente o que ele perdeu.
b) O credor pode consentir em receber coisa que não seja dinheiro, em substituição da prestação que lhe era devida. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
c)Dá-se a novação quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior.
d)Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
2. Assinale a alternativa correta (OAB/GO 2002):
a) Obrigação é o vínculo jurídico, de caráter permanente, estabelecido entre credor e devedor, cujo objeto é a prestação pessoal, lícita, determinada ou determinável, de cunho econômico, positiva ou negativa;
b) Na obrigação de meio, o devedor deverá empenhar-se para alcançar determinado resultado. Considera-se cumprida a obrigação mesmo que não seja conseguido o resultado almejado e o devedor não pode ser responsabilizado por este;
c) A cláusula penal é uma prestação prometida; as arras, uma prestação já realizada, espécie de sinal, pago antecipadamente;
d) Compensação é a extinção total do débito do devedor em favor do credor em virtude da existência de outro débito, do credor em favor do devedor.
3. (OAB/MG ago/05) Quanto ao Direito das Obrigações é correto afirmar, EXCETO:
a) O pagamento da dívida efetuado por terceiro, não interessado, em seu próprio nome, não gera sub-rogação nos direitos do credor.
b) Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
c) Quando mais valiosa, o credor é obrigado a receber prestação diversa da que lhe era devida.
d) O credor tem o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo contratual, no caso de falência do devedor.
4. (CESPE/BACEN/97) Julgue os itens seguintes.
( ) Com algumas ressalvas, entre as quais, a disposição, legal ou contratual, em contrario, presume-se que o pagamento é quesível.
( ) Se Pedro deve doze quilos de café a João, que, por sua vez, deve vinte litros de leite àquele, então as duas obrigações extinguem-se, ate onde se compensarem.
( ) Se Paulo deve a Tomé a importância de R$ 50.000,00 em espécie, um automóvel e uma lancha, ambos devidamente determinados e individualmente avaliados em R$ 50.000,00, então, ao oferecer a prestação em dinheiro, assiste ao devedor o direito de escolher qual das dividas será quitada com o pagamento oferecido.
( ) A obrigação simplesmente anulável pode ser confirmada pela novação.
5. É incorreto afirmar:
a) A compensação legal, que é a regra, tem efeito retroativo, pois a sentença judicial que a reconhece é meramente declaratória.
b) Não há nenhuma possibilidade de se compensar obrigações de terceiros.
c) O fato de ser credor da pessoa para com quem seu representado se obrigou cria uma reciprocidade das obrigações, indispensáveis para se operar a compensação.
d) Um dos requisitos da compensação é a homogeneidade, daí não ser possível a compensação nas obrigações de fazer.
6. Julgue os itens abaixo (Exame de ordem CE – 2000):
I - A obrigação, não sendo personalíssima, opera assim entre as partes, como entre seus herdeiros;
II - A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis;
III - O devedor, que paga, tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto lhe não for dada.
Pode-se afirmar que:
a) Apenas o item III está certo;
b) Todos os itens estão corretos;
c) Apenas o item I está correto;
d)Apenas os itens I e II estão corretos.
7. Assinale a alternativa falsa, quanto à Compensação: (OAB-MS – 65º exame)
a) A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas consumíveis;
b) Se duas ou mais pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem;
c) Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato;
d) Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.
8. Compensação é forma (Exame de ordem CE – 2002):
a) Processual de extinguir-se uma obrigação objeto de ação judicial, mediante o pagamento da dívida com créditos que o devedor possui junto a terceiros;
b) De extinção de uma obrigação mediante o pagamento com cheque ou título de crédito com vencimento futuro, hipótese em que a quitação será aperfeiçoada com a liquidação do título;
c) De extinção de uma obrigação quando houver a entrega voluntária do título da obrigação, provando a desoneração do devedor e dos coobrigados, recebendo o credor, paralelamente, a importância que lhe é devida, deduzido o valor do título;
d) De extinção de uma obrigação, quando credor e devedor tiverem, um contra o outro, obrigações líquidas, vencidas e de coisas fungíveis, até onde se compensarem.
9. É incorreto afirmar:
a) O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever.
b) O fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
c) Não obstante consagrados pelo uso geral, os prazos de favor impedem que ocorra a compensação.
d) Um indivíduo que se obriga por terceiro não poderá compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
10. Marque a opção incorreta. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
a) se provier de esbulho, furto ou roubo;
b) se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
c) se uma for de coisa não suscetível de penhora;
d) N.d.a.
11- Assinale a alternativa verdadeira:
a) Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia posterior de uma delas.
b) Se duas dívidas são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas.
c) Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à novação objetiva.
d) Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro.
Gabarito:
1-a, 2-b,3-c,4-V,F,F,V, 5-c,6-b,7-a,8-d,9-c,10- d,11-d.
TEORIA DO INADIMPLEMENTO
Uma obrigação surge para ser cumprida. No entanto, poderá acontecer o descumprimento obrigacional, tanto por parte do devedor ou credor, gerando diversas consequências de tal inadimplemento, como por exemplo, perdas e danos, juros e afins. É muito importante estudar a teoria do inadimplemento, por ter uma frequente aplicação pratica nas relações obrigacionais em nossa sociedade. Primeiramente, vamos discorrer sobre algumas observações importantes!
Sabe-se, que o Brasil é signatário do Pacto São Jose da Costa Rica, de forma que hoje não se admite prisão civil por dividas, mas apenas decorrentes de descumprimento de pensão alimentícia como uma medida coercitiva para o devedor de alimentos. 
A responsabilidade pelo descumprimento obrigacional é de natureza patrimonial! (antes, o devedor respondia pelo próprio corpo). Hoje se o devedor não cumprir com as suas obrigações, poderá o seu patrimônio ser executado para tal fim, ressalvando os bens impenhoráveis( bem de família legal e convencional, salários, etc.)!
Em caso de descumprimento de obrigações negativas( obrigações de não fazer), estamos diante de inadimplemento absoluto, pois tais obrigações são instantâneas e permanentes! Suponhamos que a Coca cola e um engenheiro sejam sujeito de um vinculo jurídico obrigacional, cuja prestação é de não fazer( não revelar o segredo industrial), e o sujeito passivo descumpra com tal; pergunto: qual a utilidade que a empresa ainda teria se o segredo fora revelado? Nenhuma, trata-se de inadimplemento absoluto cabendo as devidas perdas e danos!
O inadimplemento, poderá se dar por fato relativo ao interesse do credo, p.ex: suponhamos que o credo tenha contratado um animador de festa para o dia do aniversário do seu filho, vindo este a descumprir injustificadamente; apesar da possibilidade do animador ainda trabalhar como tal, não há interesse e nem utilidade obrigacional, tratando-se de inadimplemento absoluto!
Deve-se observar a Teoria do Inadimplemento Mínimo, ou seja, as consequências devem ser proporcionais ao nível do inadimplemento, baseando-se na ausência do pagamento e princípios.
Se o descumprimento obrigacional ser oriundo de Caso Fortuito ou Força Maior, cujo efeitos não era possível evitar ou impedir, não haverá a aplicação da consequências obrigacionais a serem estudadas, pois nenhum dos sujeitos deu causa para tanto! Ressalto que em duas situações, poderá o devedor a vim responder: se o devedor encontrava-se em mora; e se não houve a escolha e ocorreu o caso fortuito e a força maior. 
 Dessa forma, o inadimplemento por culpa a lato sensu, poderá ser absoluto ou relativo! Mas como saber, em um caso concreto, a classificação de cada um? Pois bem, o enquadramento será feito com base na utilidade da obrigação! Assim de antemão, já podemos definir: 
Inadimplemento Absoluto: com o descumprimento, a obrigação se tornou inútil, incidindo as perdas e danos ou clausula penal se as partes antes convencionarem
Inadimplemento Relativo: apesar do descumprimento, ainda há utilidade no cumprimento da obrigação! Podendo incidir os juros moratórios. 
 	Pergunto: em palavras claras, o que vem a ser mora? Pode ser definida como o descumprimento imperfeito da obrigação, assim quando o pagamento não se realiza no tempo, forma e lugar pactuados, estamos diante da mora! 
 	Muitas pessoas pensam que a mora é apenas voltada para o devedor e isso é incoerente! A mora poderá ser de causa de ambos os sujeitos, tanto o credor como o devedor, por exemplo: 
Mora do credor: em caso de recusa injustificada de receber o pagamento por parte do devedor! Este poderá recorrer à consignação, em que não responderá pela conservação da coisa e sim o credor pela despesas da conservação ( deve também de aceitar pelo valor mais favorável ao devedor se houver variações de preços). Assim, não é porque o credor está em mora, que o devedor ira abandonar a coisa!
Mora do devedor: poderá ocorrer nas obrigações de dar ( coisa certa ou incerta) e fazer! Pois como visto, se for de não fazer, estamos diante de inadimplemento absoluto. 
 	No que tange à perpetuação da obrigação, o devedor moroso responde se ocorrer caso fortuito ou força maior, salvo se: provar isenção de culpa e que o dano ocorreria mesmo se a obrigação tivesse sido devidamente cumprida! Por exemplo: suponhamos que João ( devedor) não entregou injustificadamente a casa localizada em Mariana para Jose( credor) no dia convencionado; ocorre que com o desastre em Mariana, poderá Joao se afasta das consequências do inadimplemento, se provar que mesmo se tivesse entregue a casa como convencionado, o dano ocorreria mesmo assim, visto que todas as casas naquele bairro desmoronaram. 
 Aprendemos que a mora pode ser constituída de ex ré ou ex persona! Na pratica, como isso se dá? 
Mora ex ré: se constitui automaticamente com base na data do vencimento! P.ex: Tu tens uma obrigação mensal com determinada pessoa, de quantia X, todo dia 5; a partir do dia 6, automaticamente, já incide a mora ex ré, ou seja, tu sabes que a partir do dia 6 , se não houve o pagamento, já é um devedor moroso.
Mora ex persona: poderá acontecer, que não tenha sido estipulado pelas partes um prazo obrigacional, logo trata-se de uma obrigação por tempo indeterminado, devendo o credor interpelar o devedor judicialmente ou extrajudicialmente para cumprir com a obrigação! Se da data estipulada na interpelação,o devedor for inerte, incidirá a mora! 
Ressalto: 
Se uma obrigação provier de um ato ilícito ( ex: Maria imprudentemente colidiu com o carro de Joao, causando pois, alguns danos), dispõe o CC/02, da obrigação que de reparar aquele que deu causa ao dano! Logo a mora aqui é presumida e considerada a partir do evento danoso! 
Incidem fundamentando-se no dever de reparar, advindas de possíveis lesões a danos e interesses de alguém! PERDAS E DANOS
Devem ser sempre comprovadas pela parte que alega (ao contrario da clausula penal, pois as partes convencionam previamente em contrato p.ex. o quantum que incidirá em caso de inadimplemento absoluto ou relativo).
Os danos patrimoniais, podem ser diretos (imediato ou emergente) ou indiretos( lucros cessantes). O dano direto é a regra, que em linhas gerias é o que efetivamente perdeu! O indireto, o que deixou de ganhar ( juízo causal hipotético)! Vamos dar um exemplo casuístico: Maria, é taxista na cidade de Sousa, que em determinado dia, teve o seu carro colidido por Joao, motoqueiro imprudente; fazendo com que seu carro ficasse vários dias na oficina para concerto. De logo, os danos devem ser devidamente comprovados, os diretos (provindo das lesões no carro- o motor , o para brisa e afins) e os indiretos( Maria sustentava a família com seu trabalho) para serem efetivamente devidos. 
Ressalto, que as perdas e danos se dará com as devidas atualizações monetárias, sem prejuízo de penas convencionais. 
 NOTAS SOBRE JUROS
São rendimentos do capital emprestado, sendo pois, acessórios da obrigação principal (frutos civis). 
Poderão ser compensatórios e moratórios! Bem como legais ou convencionais! 
Se não forem convencionados pelas partes, serão legais. De forma que se darão pela taxa de pagamento dos tributos devidos pela Fazendo Nacional ( SELIC).
Algumas criticas surgem a respeito da utilização da taxa SELIC, pois esta impede o conhecimento do valor dos juros, já que embute os juros com correção monetária! 
O poder judiciário, costuma usar de 1% ao mês e 12%! 
Lei de Usura: proíbe o anotocismo juros sobre juros (apenas anual)
 JUROS DE MORA
Provindo de descumprimento parcial
Incidência automática 
Se não cobrir o prejuízo, pode ser concedida indenização suplementar 
 JUROS COMPENSATÓRIOS 
O CC/02 só disciplina os juros moratórios, os compensatórios serão incididos por autonomia privada (ex: recai em empréstimos de capital)
Limitação dos juros compensatórios: não estão sujeitos à Lei de Usura as Instituições Financeiras e Cartões de Credito. 
Flavio Tartuce recomenda que os juros não poderão exceder de 2% ao mês e 24% ao ano. 
Os juros poderão ser simples ou compostos (acumulam com o principal do capital para a contagem de juros novos). 
ARRAS
CONCEITO: Pacto acessório e real pelo qual uma parte entrega à outra um bem como confirmação do contrato e princípio de pagamento
FINALIDADE: Confirmatória e indenizatória
REQUISITOS: Inexecução do contrato por desistência de uma das partes
ESPECIES: A) CONFIRMATORIAS: servem de pré fixação de perdas e danos em caso de desistência do contrato sem clausula de arrependimento. Comportam indenização suplementar (provar) 
 B) PENINTENCIAIS: servem de pré- fixação de perdas e danos em caso de desistência do contrato com clausula de arrependimento. Não comportam indenização suplementar. 
VALOR: Valor do contrato. Se quem recebeu as arras der causa à inexecução, devolverá o valor mais o equivalente; se quem deu as arras der causa à inexecução, perderá o valor para a outra parte. 
IDENIZAÇAO SUPLEMENTAR (devida quando comprovado o prejuízo) : a regra é que cabe na hipótese de arras confirmatórias quando os prejuízos excederem seu valor. Exceção: não cabe no contrato com clausula de arrependimento. 
CLAUSULA PENAL
 
CONCEITO: Obrigação acessória que fixa uma indenização mínima, caso uma das partes incorra em mora ou inadimplemento.
FINALIDADE: indenizatória e coercitiva! Incentiva a parte ao cumprimento da obrigação, e ao mesmo tempo estabelece uma pré fixação de perdas e danos em caso de descumprimento. 
REQUISITOS: culpa do devedor no inadimplemento ou mora. Não é preciso provar prejuízo. 
ESPECIES: A) COMPENSATÓRIAS: em caso de inadimplemento total da obrigação. 
 B) MORATÓRIAS OU COMPULSÓRIAS: o credor poderá exigir o cumprimento da obrigação mais o pagamento da multa pelo atraso
VALOR: valor da obrigação principal! O juiz pode reduzi-lo equitativamente. 
INDENIZAÇAO SUPLEMENTAR (devida quando comprovado o prejuízo) : em regra não! Exceção: se expressamente estipulada no contrato e se comprovado o prejuízo excedente. 
NA OBRIGAÇÃO INDIVISIVEL: todos incorrerão na pena. Só se poderá exigir integralmente do culpado, sendo que os demais respondem por sus cotas.
NA OBRIGAÇÃO DIVISIVEL: Somente o culpado incorrerá na pena, e deste o credor só poderá cobrar proporcionalmente. 
BONS ESTUDOS!

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