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1www.oabgo.org.br MANUAL DO ADVOGADO EM INÍCIO DE CARREIRA Comissão da Advocacia Jovem MANUAL DO ADVOGADO EM INÍCIO DE CARREIRA www.oabgo.org.br 5www.oabgo.org.brwww.oabgo.org.br GRANDES CONQUISTAS, MUITO TRABALHO O advogado é necessariamente um profissional ousado. Escolher pra si uma profissão em que não há rotina ou previsibilidade e que diariamente faz emergir novos e variados desafios, exige dedicação e persistência. Atuar no direito exige estudo permanente. Temos em Goiás um crescente número de advogados que investe cada vez mais em sua qualificação, o que tem feito os profissionais goianos se destacarem em todo o País. A diretoria da OAB-GO recebe todos os dias advogados em seu gabinete e está visitando todas as subseções do Estado. A preocupação com o aprimoramento profissional é uma constante. Atenta a essa realidade, a OAB-GO tem investido em projetos que têm perfeita sintonia com esse pensamento, de que o aprimoramento é essencial. O número de cursos e palestras da ESA dobrou e tornaram- se gratuitos. Consequência disso é que o número de advogados e estudantes presentes mais que triplicou. Além disso, a maior parte das atividades são hoje transmitidas ao vivo pela internet. Esta cartilha é o mais importante instrumento que a Ordem oferece para o aprimoramento e qualificação do advogado. Não tem a pretensão de ensinar, mas servir de referência para sua atuação profissional. Faça bom uso e continue contando com a OAB-GO na superação dos desafios da advocacia. Henrique Tibúrcio Presidente da OAB-GO MENSAGEM DA DIRETORIA DA COMISSÃO DA ADVOCACIA JOVEM (CAJ - OAB-GO) Prezado colega, É com muita alegria que fazemos chegar até você mais este projeto da CAJ-GO, sempre com o intuito de incentivar o ingresso e a per- manência do jovem advogado nesta nossa ilustre carreira. É isso que nos motiva a trabalhar através da Ordem dos Advogados do Brasil. E temos trabalhado cada vez mais. A CAJ é uma das comissões mais atuantes da OAB-GO e realiza todos os anos inúmeros eventos, inclusive em parceria com outras insti- tuições. Dentre os serviços oferecidos pela comissão, podemos des- tacar “OAB Vai à Escola”, “OAB Vai à Faculdade”, “Quinta-Cultural”, “Mini-Cursos para Advogados em Início de Carreira e Estagiários”, “Terça-Prática”, “Encontro Estadual da Advocacia Jovem”, “Colégio de Presidentes da Comissão da Advocacia Jovem do Estado de Goi- ás” e este “Manual do Advogado em Início de Carreira”. O sucesso dos eventos e dos trabalhos realizados pela CAJ são re- flexo da forte integração entre diretoria da CAJ, coordenadores e integrantes na capital e no interior. Não poderíamos deixar de men- cionar e agradecer também todo o respaldo que os nossos eventos e serviços têm recebido da Diretoria da OAB, da CASAG, da ESA, do Conselho Seccional e Federal e dos funcionários da instituição. Todas estas ações visam estimular advogados em início de carreira e estagiários a persistirem na advocacia, não apenas através dos even- tos, que têm por objetivo capacitar e integrar os jovens advogados, mas também através de incentivos que implicam em economia para o novo profissional, como, por exemplo, a redução do valor da anui- dade. Surgiu na CAJ a ideia da criação do “Recorte Digital” e do Pro- grama “OAB On-line” que, após apresentados à Diretoria da OAB- GO, foram estendidos a todos os advogados, facilitando o exercício www.oabgo.org.br Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br da advocacia e, principalmente, diminuindo os custos de despesas fixas dos advogados. Deste modo, convidamos todos os jovens, advogados e estagiários a participarem da Comissão da Advocacia Jovem para que tragam suas idéias e sugestões a fim de que possamos construir juntos uma OAB cada vez melhor e mais próxima de seus inscritos. Este manual foi criado pensando em você, por isso esperamos que possa ajudá-lo na construção de sua carreira e que você possa alcan- çar o sucesso profissional almejado. Forte Abraço! Enil Henrique de Souza Neto - Presidente da CAJ Samuel Junio Pereira - Vice-Presidente da CAJ Tobias Nascindo Amaral Gonçalves - Secretário-Geral da CAJ Lívia Costa de Sousa - Secretária-Adjunta da CAJ A COMISSÃO DA ADVOCACIA JOVEM DA OAB SECCIONAL GOIÁS (CAJ OAB-GO) LHE DÁ BOAS VINDAS. Colaboração: Dr. Wanderson de Oliveira É importante saber que esta Comissão é voltada ao auxílio ao advogado(a) com até cinco anos de inscrição, estagiário(a), estudan- te e bacharel em Direito. Possui dez coordenações divididas em subcomissões, através das quais você pode fortemente atuar perante a instituição e perante a sociedade. Há trabalhos, por exemplo, em escolas prestando informações como noções básicas de Direito e cidadania; participação no processo elei- toral, informando a sociedade sobre os riscos da corrupção eleitoral com o lema “voto não tem preço, tem consequência”; integração com os estudantes de Direito por meio do projeto “OAB Vai à Facul- dade”; entre tantos outros. Institucionalmente, há trabalhos de preparação para o mercado, com cursos e seminários, fomentação do estudo do Direito por meio da Subcomissão de Estudos Jurídicos; busca de mecanismos para solucionar os problemas comuns no dia a dia, enfrentados por advo- gados em início de carreira; interação entre capital e interior; defesa das prerrogativas; inserção do estudante, bacharel e estagiário nos projetos da OAB para que conheçam a instituição; realização e pro- moção da cultura e eventos; etc. A CAJ também atua em decisões da OAB-GO que envolvam os advogados(as) em início de carreira. Uma delas foi o desconto da anui- dade concedido aos advogados com até cinco anos de inscrição, além de outros projetos que nascem na CAJ e acabam por beneficiar toda ca- tegoria, tais como, o escritório compartilhado, o banco de oportunida- des de trabalho e o serviço de recorte digital de publicações processuais. Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Ordem dos Advogados do Brasil Seção de Goiás Presidente Henrique Tibúrcio Vice-presidente Sebastião Macalé Caciano Cassimiro Secretário-Geral Flávio Buonaduce Borges Secretária-Geral-adjunta Maria Lucila Ribeiro Prudente de Carvalho Diretor-Tesoureiro Enil Henrique de Souza Filho Endereço Rua 1121, 200, Marista Goiânia - GO, CEP: 74.175-120, Caixa Postal 15 Telefone: (62) 3238-2000 E-mail: gp@oabgo.org.br Comissão da Advocacia Jovem Presidente Enil Henrique de Souza Neto Vice-presidente Samuel Junio Pereira Secretário Tobias Nascindo Amaral Gonçalves Secretária-adjunta Lívia Costa de Sousa Conheça todos os projetos e trabalhos desenvolvidos pela CAJ OAB-GO através dos canais de comunicação abaixo. Essa é a sua casa e desejamos que você faça parte da instituição civil mais respeitada do país. Para isso, basta você participar de nossas reuniões e eventos. As portas estão abertas a você. Ao receber os e-mails com nossas comunicações, você automatica- mente está convidado a participar, sem burocracia, basta comparecer. Em caso de dúvidas, entre em contato. REDES SOCIAIS (entre no Blog e acesse as demais redes sociais) - Blog: http://cajgo.blogspot.com - Facebook: www.facebook.com/CAJOABGO - E-mail: caj@oabgo.org.br - Fone: 62 32356502 / 62 32356500 - Informações: http://www.oabgo.org.br/oab/comissoes/comissao- da-advocacia-jovem/ www.oabgo.org.br 1. Código de Ética e Disciplina - A Ética na Advocacia.....................15 2. Diretos e Prerrogativas da Advocacia..........................................23 3. Administração de Escritórios de Advocacia.................................30 4. Processo Eletrônico.....................................................................46 5. Tributação da atividade Advocatícia............................................556. As várias formas de exercer a Advocacia.....................................59 7. Serviços da OAB para os Advogados............................................71 8. Honorários Advocatícios do Estado de Goiás..............................84 SUMÁRIO 15www.oabgo.org.br 1. CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA - A ÉTICA NA ADVOCACIA Colaboração: Dr. Enil Henrique de Souza Neto e Dr. Pedro Rafael de Moura Meireles A humanidade há vários anos discute o conceito de ética e sua impor- tância. “¹Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas” (livro O que é Ética, editora Brasiliense, Álvaro L. M.Valls). A ética na advocacia compreende os princípios e padrões que orientam o comportamento do profissional do direito. A ética é um dos requisitos fundamentais a todos os cida- dãos, inclusive ao advogado. Ao agir com ética o profissional colaborará para um convívio harmô- nico da sociedade. Necessidade vital para se viver em coletividade. Além do mais, em que pese, ética não é um produto, ética agrega valor ao serviço prestado pelo advogado. O advogado que age com ética, traz uma imagem positiva a si, a clas- se, e traz consequências positivas para a sociedade. A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 133, preceitua que o Advogado é indispensável à administração da justiça. O advogado que não atua com o devido zelo e ética profissional co- loca em risco a liberdade, o patrimônio e todos os direitos de seu constituinte, podendo ocasionar prejuízos imensuráveis. Para nortear o advogado em sua conduta profissional, temos o Es- tatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, lei nº 8.906/94, além do Código de Ética e Disciplina da OAB, instituído pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 16 17Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br O Estatuto da Advocacia determina que o advogado é obrigado a cumprir o Código de Ética e Disciplina. Este se norteou por princípios que formam a consciência profissional do advogado e representam imperativos de sua conduta: • Lutar sem receio pelo primado da Justiça; • Pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; • Ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; • Proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício; • Empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos interesses; • Comportar-se, nesse mister, com independência e altivez, defen- dendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; • Exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à finalidade social do seu trabalho; • Aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciên- cia jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do clien- te e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal; • Agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe. De acordo com o Art. 6º do EAOAB “Não há hierarquia nem subordi- nação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Públi- co, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos”. O artigo 31 e seus parágrafos do Estatuto da Advocacia assim pre- ceituam: Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne mere- cedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia. § 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter indepen- dência em qualquer circunstância. § 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o ad- vogado no exercício da profissão. As principais infrações-ético disciplinares cometidas pelos advogados são: • Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo; • Valer-se de agenciador ou captador de causas; • Violar, sem justa causa, sigilo profissional; • Estabelecer entendimento com a parte advesa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; • Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; • Locupletar-se por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; • Receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; • Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele. O Advoga- do deve uma pormenorizada prestação de contas ao cliente, não excluindo outras prestações solicitadas pelo cliente a qualquer momento, e devolver os bens, valores e documentos recebidos no exercício do mandato, nos termos do artigo 9º do Código de Ética; • Reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou sem confiança; 18 19Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br • Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos 10 dias da comunicação da renúncia; • Fazer em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, im- putação a terceiro de fato definido como crime; • O Advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis; • Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; • Manter conduta incompatível com a advocacia; • Falta de celebração de contrato escrito – o contrato escrito de presta- ção de serviços advocatícios deve estabelecer o trabalho a ser reali- zado pelo advogado, o valor e a forma de pagamento dos honorários advocatícios e determinar de quem será a responsabilidade pelo pa- gamento das custas e despesas processuais, entre elas o transporte, alimentação e hospedagem do advogado; • Vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestada- mente duvidoso; • Cobrar honorários advocatícios menores do que o previsto na Ta- bela de Honorários da OAB; • Deixar de aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial. Estas condutas acima não são aceitas. O profissional deve evita-las de todas as maneiras possíveis. As sanções disciplinares consistem em: • Censura • Suspensão, pelo prazo de 30 dias a 12 meses, podendo perdurar em alguns casos até que o advogado satisfaça integralmente a dí- vida, e até que preste novas provas de habilitação. • Exclusão • Multa, variável entre o mínimo do valor de uma anuidade e o má- ximo de seu décuplo, podendo ser aplicada cumulativamente a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes. É importante ressaltar que além da responsabilidade disciplinar, o advogado responde civilmente pelos danos que causar ao cliente, em virtude de dolo ou culpa (art. 32 do Estatuto). A responsabilidade civil do advogado assenta-se nos seguintes ele- mentos: a) o ato (ou omissão) de atividade profissional; b) o dano material ou moral; c) o nexo de causalidade entre o ato e o dano; d) a culpa ou dolo do advogado; e) a imputação da responsabilidade civil ao advogado. O advogado, ao observar o seu comportamento no mercado e na sociedade, deve observar também a maneira como ele divulga seu serviço. O tema “publicidade é disciplinado pelo Código de Ética e Disciplina da OAB nos artigos 29 a 34. Também regulamenta o tema o provi- mento 94/2000 do Conselho Federal da OAB. O profissional quedesejar uma análise aprofundada sobre o tema de- verá ler as normas acima citadas, além de pesquisar a jurisprudência do Conselho Federal e Tribunais de Ética de todo país. Assim, segue abaixo algumas dicas sobre o tema. Lembrando que estas sugestões são apenas um resumo sobre a matéria, não se al- mejando esgotar o tema. 20 21Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br DICAS SOBRE PUBLICIDADE NA ADVOCACIA CONDUTAS ADMITIDAS: • O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais com dis- crição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra atividade. • O anúncio deve mencionar o nome completo do advogado e o nú- mero da inscrição da OAB. É vedada a denominação de fantasia. • O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na resi- dência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de “outdoor” ou equivalente. • O uso das expressões “escritório de advocacia” ou “sociedade de advogados” deve estar acompanhado da indicação de número de registro na OAB ou do nome e do número de inscrição dos advoga- dos que o integrem. • O advogado que eventualmente participar de programa de televi- são ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televi- sionada ou de qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão. • São admitidos como veículos de informação publicitária da advo- cacia: a) Internet, fax, correio eletrônico e outros meios de comu- nicação semelhantes; b) revistas, folhetos, jornais, boletins e qual- quer outro tipo de imprensa escrita; c) placa de identificação do escritório; d) papéis de petições, de recados e de cartas, envelopes e pastas. • São meios lícitos de publicidade da advocacia: a) a utilização de cartões de visita e de apresentação do escritório, contendo, exclu- sivamente, informações objetivas; b) a placa identificativa do es- critório, afixada no local onde se encontra instalado; c) o anúncio do escritório em listas de telefone e análogas; d) a comunicação de mudança de endereço e de alteração de outros dados de iden- tificação do escritório nos diversos meios de comunicação escrita, assim como, por meio de mala-direta, aos colegas e aos clientes cadastrados; e) a menção da condição de advogado e, se for o caso, do ramo de atuação em anuários profissionais, nacionais ou estrangeiros; f) a divulgação das informações objetivas, relativas ao advogado ou à sociedade de advogados, com modicidade, nos meios de comunicação escrita e eletrônica. CONDUTAS NÃO ADMITIDAS: • O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras, de- senhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobrieda- de da advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil. • São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público, informações de serviços jurídicos susce- tíveis de implicar, direta ou indiretamente, captação de causa ou clientes, bem como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional. • Considera-se imoderado o anúncio profissional do advogado me- diante remessa de correspondência a uma coletividade, salvo para comunicar a clientes e colegas a instalação ou mudança de endereço, a indicação expressa do seu nome e escritório em partes externas de veículo, ou a inserção de seu nome em anúncio relativo a outras ativi- dades não advocatícias, faça delas parte ou não. • O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou indireta- mente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela. • Não são admitidos como veículos de publicidade da advocacia: a) rádio e televisão; b) painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer outros meios de publicidade em vias públicas; c) cartas circulares e panfletos distribuídos ao público; d) oferta de serviços mediante intermediários. 22 23Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br • Não são permitidos ao advogado em qualquer publicidade relativa à advocacia: a) menção a clientes ou a assuntos profissionais e a demandas sob seu patrocínio; b) referência, direta ou indireta, a qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido; c) emprego de orações ou expressões persua- sivas, de auto-engrandecimento ou de comparação; d) divulgação de valores dos serviços, sua gratuidade ou forma de pagamento; e) oferta de serviços em relação a casos concretos e qualquer convo- cação para postulação de interesses nas vias judiciais ou adminis- trativas; f) veiculação do exercício da advocacia em conjunto com outra atividade; g) informações sobre as dimensões, qualidades ou estrutura do escritório; h) informações errôneas ou enganosas; i) promessa de resultados ou indução do resultado com dispensa de pagamento de honorários; j) menção a título acadêmico não reconhecido; k) emprego de fotografias e ilustrações, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia; l) utiliza- ção de meios promocionais típicos de atividade mercantil. Assim, cabe ao advogado atuar com extrema vinculação aos precei- tos do Código de Ética e Disciplina da OAB e do Estatuto da Advo- cacia e da OAB. O advogado deve ir além, uma vez que não basta aplicá-lo, mas tem de defendê-lo, invocando-o a todo o momento em que, diante de si, demonstrarem-se condutas que desmereçam as ciências jurídicas. Não com menos importância, também destacá-lo intensamente nos meios que frequentar, estimulando a todos operadores do direito a sua fiel observância. Somente assim o advogado contribuirá para o engrandecimento e respeito da advocacia e para a evolução e defesa da sociedade. 2. DIREITOS E PRERROGATIVAS DA ADVOCACIA Colaboração: Dr. Jales de Oliveira Melo Júnior, Dr. Rodolfo Luiz de Souza Carvalho Domingues e Dr. Alexandre Carlos Magno Mendes Pimentel No exercício da advocacia, os atos dos advogados são invioláveis, pois prestam serviço público e de relevante valor social, inexistindo hierarquia ou subordinação entre advogados, magistrados e mem- bros do Ministério Público. Todavia, é dever do advogado agir com respeito, discrição e independência, exigindo tratamento isonômico e zelando pelas prerrogativas a que tem direito. Amparado no texto Constitucional, art. 133 que dispõe ser o “advo- gado indispensável à administração da justiça”, não podem pairar dúvidas o quanto é significativa e necessária a presença deste pro- fissional no tripé da administração da justiça brasileira. Além deste princípio fundamental, o artigo 5°, inciso XIII da Constituição Fede- ral, assim dispõe: “Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem discrição de qual- quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” Ao prefaciar o livro Prerrogativas Profissionais do Advogado, de Al- berto Zacharias Toron e Alexandra Lebelson Szafir, o Ministro Celso de Melo assim consignou: “a íntima vinculação que há – e que não pode ser desconsiderada em qualquer abordagem que se faça em torno do tema – entre as prerrogativas profissionais de que são titulares os advogados, de um lado, e a declaração constitucionalde direitos e garantias” 24 25Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Como se depreende dos diplomas legais, a indispensabilidade e a liberdade estão diretamente ligadas ao exercício profissional em ra- zão da Lei n° 8.906, de 04 de julho de 1994, o denominado Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. O exercício da atividade Advocatícia, Consultoria Jurídica, Assessoria Jurídica e Direção Jurídicas1 , bem como a denominação Advogado, é privativo dos inscritos nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. Aquele que praticar ato privativo de Advogado ou utilizar-se da denominação de advogado sem estar regularmente habilitado estará exercendo ilegalmente a profissão e, portanto, está sujeito às sansões legais, além de serem nulos todos os atos praticados. No exercício da profissão, o Advogado deve ser tratado com urbani- dade pelas autoridades, pelos servidores públicos e pelos serventu- ários da justiça, sendo indispensável à administração da justiça. Para que possa exercer a atividade de forma plena, ao Advogado foi concedido direitos e garantias que lhes é dirigidos especificamente para o livre exercício da profissão. A violação das prerrogativas pro- fissionais, em última analise, é uma lesão aos direitos e garantias dos cidadãos. Para Paulo Luiz Netto Lôbo, a prerrogativa profissional significa direi- to exclusivo e indispensável ao exercício de determinada profissão no interesse social. Em certa medida é direito-dever e, no caso da advocacia, configura condições legais de exercício de seu múnus pú- blico. Por mais que prerrogativa seja gênero e os direitos espécie, o Es- tatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil – Lei nº.8.906/1994, trata-os de forma indistinta. Não existe um dispositi- vo específico contendo o rol taxativo destas prerrogativas. Entretanto, destaca-se o artigo 7º do Estatuto, que dispõe sobre al- gumas destas prerrogativas dos Advogados, das quais merecem des- 1 Fundamento legal: art. 1º, II, do Estatuto da Advocacia e da OAB – Lei nº 8.906/94. tacarmos algumas, tendo em vista o advogado em início de carreira, que são elas: a) Exercício da Advocacia em território nacional com liberdade Todos os Advogados inscritos na OAB têm direito de exercer livre- mente a advocacia em todo território nacional. Existem, porém, algumas ressalvas. O Advogado pode atuar fora da Seccional de origem, sede de atuação, no limite de 05 (cinco) causas por ano. Quando atuar com habitualidade, deverá requerer a inscrição suple- mentar na seccional. b) Ausência de hierarquia e subordinação em relação a outras auto- ridades, servidores públicos e serventuários da Justiça O direito de igualdade e a garantia para que os advogados possam atuar na defesa dos direitos dos cidadãos de forma autônoma e in- dependente, de forma a alcançar o seu fim social. c) Inviolabilidade do local de trabalho A única exceção a esta prerrogativa é no caso de ordem judicial. O juiz pode expedir mandato de busca e apreensão, devendo o objeto ser definido e certo para ser válido. d) Comunicar pessoal e reservadamente com seus clientes A garantia de comunicação com clientes, pessoal e reservadamente, mesmo quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados inco- municáveis. Tal prerrogativa é essencial para a realização do estrito cumprimento da advocacia e, consequentemente, seja alcançada a Justiça. e) Ter a presença de representante da OAB, quando preso em fla- grante, por motivo ligado ao exercício da advocacia 26 27Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br No caso de prisão do advogado, por ato decorrente do exercício pro- fissional, o mesmo tem direito a presença de representante da OAB no ato de lavratura do auto de prisão, sob pena de nulidade. É oportuno ressaltar que o Advogado, no exercício da profissão so- mente pode ser preso em flagrante delito por crime inafiançável, conforme exegese do artigo 7º, § 3º do Estatuto da Advocacia. Assim, a autoridade que “der voz” de prisão ao advogado no exercí- cio profissional estará incorrendo em crime de abuso de autoridade, Lei nº 4.898/65, que pode resultar inclusive na perda do cargo, con- forme dispõe o artigo 6º, § 3º, alinea “c” do mencionado diploma le- gal, processo administrativo perante Corregedoria a que esteja vin- culado a autoridade, Conselho Nacional de Justiça, além de eventual crime contra a honra e reparação por danos morais. f) Prisão em sala de Estado Maior, até trânsito em julgado da sentença Conforme dispõe o inciso V, do art. 7º, do Estatuto da Advocacia, o ad- vogado recolhido preso, antes de sentença com trânsito em julgado, terá direito de ficar em sala de Estado-Maior, com instalações e como- didades condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar. g) Liberdade de acesso, permanência nas repartições públicas, assem- bléias e direito de retirada Sendo a atividade advocatícia um serviço público e, tendo em vista ain- da a essencialidade do advogado para a administração da justiça, há, no Estatuto da Advocacia, a previsão de prerrogativas que visam conferir ao advogado a liberdade necessária para sua boa atuação, principal- mente perante os órgãos públicos, judiciários ou não. Fundamento legal para tal prerrogativa está no art. 7º, VI e VII, do Estatuto da Advocacia e da OAB, que tem por escopo final a garantia da realização da justiça e defesa do cidadão. h) Dirigir-se diretamente aos magistrados A independência dos advogados é essencial para que o Estado possa atingir seu objetivo de prover a justiça. Assim, para que possa requer providências ou obter informações necessárias ao pleno exercício da profissão, o Estatuto da Advocacia confere aos advogados a prerrogativa de se dirigirem diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes. Portanto, os magistrados têm o dever funcional de receber os advo- gados, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, devendo ser observando apenas a ordem de chegada. i) Retirada, exame e vista de autos Para que possa exercer a defesa dos interesses do seu constituinte, o Advogado necessita ter conhecimento dos fatos, documentos, pro- vas, alegações, decisões e atos processuais realizados, o que somen- te é possível conhecendo os autos do processo. Diante disso é que o Estatuto da Advocacia faculta ao advogado exa- me de autos e inquéritos, bem como a vista e retirada de autos de processos judiciais ou administrativos, de qualquer natureza, aten- didas as exceções legais. j) Fazer uso da palavra no âmbito do Poder Judiciário, Executivo, Legislativo e órgãos da Administração Pública em defesa A palavra, escrita ou falada, constitui instrumento essencial para o exercício da advocacia. Assim, o Estatuto da Advocacia, consagrou o uso da palavra como prerrogativa dos advogados, em especial, no que se refere ao di- reito, às sustentações orais, às intervenções pela ordem e às recla- mações, de modo que quaisquer normas contidas em regimentos 28 29Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br internos, no âmbito do Poder Judiciário; do Poder Executivo, repre- sentado pelos órgãos da Administração Pública; do Poder Legislati- vo; ou imposições colocadas pelas autoridades, quanto à forma a ser seguida pelo advogado, no exercício de seu direito de manifestação, constituirá violação de prerrogativas. k) Ser desagravado em público O desagravo é meio de defesa do advogado, sendo exercido quando as ofensas forem no exercício ou em razão da profissão. Deve ser feito pelo Conselho Seccional da localidade onde tenha sido prati- cada a ofensa e tem como objetivo permitir a reparação moral ao ofendido, de forma a resgatar a sua dignidade profissional, assim como conclamar a solidariedade da classe para com o ofendido,de modo a promover não só sua pública defesa mas, também, a da clas- se como um todo contra a ofensa perpetrada. Ressalta-se que haverá Desagravo independente da aceitação do ad- vogado ofendido, uma vez que, a ofensa é à advocacia e não apenas à pessoa do advogado. l) Recusar a depor, mesmo com o cliente autorizando ou solicitando Conforme dispõe o artigo 7º, XIX da lei 8.906/94, é prerrogativa do advogado recusar-se a depor como testemunha mesmo quando au- torizado ou solicitado pelo constituinte. m) Imunidade profissional à injúria e difamação Imunidade profissional ou inviolabilidade penal2 é “uma exigência funcional para melhor desempenhar a defesa dos interesses que lhe são confiados e com inteira liberdade na discussão da causa”. 2 Toron, Alberto Zacharias, Prerrogativas profissionais do advogado. 3. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010, pag. 11 Dessa forma, a imunidade não é um privilegio, mas sim uma garantia para que o advogado possa atua com destemor, independência, ho- nestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé. Ressalta-se que essa imunidade é relativa, haja vista que tanto a Car- ta Magna quanto o Código Penal e o Estatuto da Advocacia prevêem, expressamente, a atuação dentro de limites legais. O rol de prerrogativas mencionado nesse manual não abarcam sequer o rol contido no artigo 7º do Estatuto da Advocacia, sendo que, para o exercício pleno da Advocacia, é essencial o conhecimento dos seus direito e deveres. Assim, o objetivo aqui é despertar os novos profissionais da necessi- dade de conhecer os seus direito e prerrogativas para o pleno exer- cício da advocacia. DA COMISSÃO DE DIREITOS E PRERROGATIVAS A OAB-GO, visando o combate às constantes violações às Prerro- gativas dos Advogados, criou o Disque-Prerrogativas, que funciona em regime de Plantão 24h por dia, a fim de prestar assistência a qualquer membro desta Seccional que esteja sofrendo ameaça ou violação às prerrogativas profissionais. O atendimento é feito pelo telefone (62) 9976-9900. O advogado também conta com o Núcleo de Defesa das Prerrogati- vas, localizado no Centro de Serviços da seccional, no Setor Sul, em Goiânia. O órgão funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h para receber denúncias de violação de prerrogativas da advocacia, sendo que o contato pode ser feito pessoalmente ou pelo telefone 0800-6439900. Assim, quando o advogado for violado nas suas prerrogativas profis- sionais, deve informar o fato para que se possam tomar as providên- cias judiciais e extrajudiciais cabíveis. 30 31Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Destaque-se que o advogado é o guardião das liberdades, da vida e do patrimônio do seu constituinte. Por isso, é preciso que conheçam seus direitos e deveres e os exerçam, lembrando que o advogado não pode estar sujeito a qualquer constrição. Há de ressaltar a seguinte frase: “Pecar pelo silêncio, quando deve protestar, faz do homem um covarde”. Abraham Lincoln. 3. ADMINISTRAÇÃO DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA Colaboração: Dr. Frederico Augusto Alves de Oliveira Valtuille, Dr. Leonardo Magalhães, Dr. Tobias Amaral do Nascimento e Dr. Guilherme Martins de Araújo A administração de escritório de advocacia é um tema relacionado à nova realidade da “advocacia reinventada”, que exige e recomenda que “os escritórios profissionalizem suas estruturas e sua gestão como verdadeiras empresas”. O advogado em início de carreira deve entender que as práticas de gestão e administração modernas dão à prestação de serviço de ad- vocacia um caráter mais empresarial, sem, contudo, abandonar o rigor ético e moral, valores ínsitos da nossa profissão. O advogado Marco Antônio Miranda Guimarães, autor do clássico “Escritórios de Advocacia: da organização à administração”, pontuou com pertinência que “(...) pudessem as universidades [de Direito] incluir em seus currículos um pouco de administração – assim como se aprende Português como requisito básico para quaisquer outras matérias – veríamos recém-formados mais conscientes, mais prepa- rados para o mundo que os aguarda fora da faculdade”. A advertência do advogado sul-rio-grandense se deve ao entendi- mento, que deve ser compreendido pelo advogado em início de car- reira, de que os instrumentos da administração auxiliam e ajudam de forma significativa e direta na definição de um PLANEJAMENTO DO ESCRITÓRIO, composto de objetivos claros e estratégias corre- tas que poderão levar à futura lucratividade com a profissão. Assim, a gestão geral “olha o escritório como um todo e preocupa- se com as decisões sobre o seu formato, cultura e políticas. Trata de como está [ou estará] organizado o escritório e qual a sua relação com o ambiente interno e externo. Ter clareza sobre esses temas facilitará o desempenho dos advogados e corpo de apoio”. Dentre todas estas ponderações, o advogado em início de carreira deve procurar realizar primordialmente a seguinte tarefa: estabe- lecer para o seu escritório uma VISÃO (é a projeção do futuro do escritório e deve abranger tamanho, nichos de mercado, serviços, clientes, horizontes de tempo e deve ser temperada com muito so- nho), uma MISSÃO (descreve a estratégia, as ações e a filosofia do escritório para atingir a Visão almejada) e sedimentar os seus VALO- RES (são os atributos considerados relevantes e valorados na organi- zação de tal maneira que todos mantenham uma mesma direção e propósitos). Este é o tripé base para estabelecer a direção e orienta- ção do escritório de advocacia. Nunca o planejamento de carreira foi tão importante para os ad- vogados quanto na atualidade. Quando o profissional do Direito inicia sua carreira, vivencia uma gama de sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo em que é movido por sonhos e idealismos, se de- para com a dúvida de qual o melhor caminho a seguir, diante de tantas possibilidades que as carreiras jurídicas oferecem. É este o momento ideal para parar, refletir, identificar seus projetos, escolher caminhos, planejar suas ações e preparar-se adequadamente para enfrentar os muitos desafios. Neste planejamento, é preciso colocar em pauta alguns fatores im- portantes, tais como: satisfação profissional (ligada à qualidade da profissão, das pessoas que trabalham com você, as oportunidades de desenvolvimento profissional, o estímulo intelectual, etc.); o estilo de vida (diz respeito às horas que você dedica ao trabalho, o controle que você tem sobre a própria agenda, tempo livre disponível, etc.) e 32 33Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br a remuneração (que inclui remuneração, benefícios, planos de previ- dência, prestígio social, etc.); Vale ressaltar que o planejamento de carreira é algo dinâmico que pode ser revisado periodicamente, permitindo mudanças e refor- mulações conforme as especificidades do mercado em que preten- de atuar e o que nele é valorizado. Por exemplo: idiomas, cursos, especializações, títulos, certificações, etc. Em geral, se escolhe a profissão, mas não se faz o planejamento e a gestão da carreira, tornando-se imprescindível um plano de ações para auxiliar na organização, determinação, persistência e execução do planejamento da carreira, uma vez que há ações de curto, médio e longo prazos. Com o objetivo de conquistar um diferencial e melhorar o aprovei- tamento das oportunidades de mercado, existem quatro atitudes indispensáveis em seu planejamento de carreira. São eles: • Elaborar um plano de carreira eficaz, definindo seus objetivos es- tratégicos, pessoais e profissionais; • Pesquisar o mercado em expansão e as oportunidades, analisando as tendências e encontrando os nichos que possam ser explorados; • Desenvolver competências essenciais de sucesso diretamente re- lacionadas à inteligência emocional, tais como: comunicação, re- lacionamento interpessoal,bom humor, capacidade de produzir conhecimento, trabalho em equipe, motivação e criatividade; • Definir ferramentas de marketing pessoal, construindo sua rede de relacionamentos profissionais, desenvolvendo parcerias profissionais, participação ativa de entidades de classe e eventos, etc. Com essas atitudes em mente, a advogada, escritora e consultora em gestão de serviços jurídicos, Lara Cristina de Alencar Selem, traça dez passos para ajudar na construção da sua carreira: • O primeiro passo é pensar sobre os rumos da “sua” Advocacia. Reflita: Como estará o setor jurídico nos próximos anos? Em que mercados você quer competir? Que serviços poderá oferecer? Que valor irá agregar aos seus futuros clientes? Que áreas do Di- reito são mais promissoras? Converse com professores, advogados mais experientes, pessoas que possam te aconselhar. • O segundo passo é definir a sua Visão de carreira. Ou seja, é pre- ciso identificar a posição ou situação onde você pretende se situar num futuro de três a cinco anos. Tempere sua visão com muito so- nho e seja ousado. Pense grande. Por mais que pareça exagerado o que você deseja, é o que você deseja, então dê crédito a si mesmo. Escreva sua Visão em no máximo 5 linhas. • O terceiro passo é definir a Missão de sua carreira, estabelecendo as ações a serem tomadas para que se consiga alcançar a Visão. A Missão é a sua razão de ser Advogado. Responda: “Para que eu existo como Advo- gado?”. Algumas dicas: Faz o que? Para quem? Onde? Como? Com que finalidade? Escreva sua Missão em no máximo 5 linhas. • O quarto passo será identificar os seus Valores enquanto profissio- nal. Eles manterão você no curso certo caso ocorra algo inespera- do, pois você estará preparado para reagir rápida e decisivamen- te, baseado numa clara compreensão do que realmente importa. Exemplo de Valores: ética, honestidade, compromisso com o clien- te e com a Justiça, valorização das pessoas, transparência, etc. • O quinto passo é se auto-diagnosticar e o diagnosticar do ambiente externo. Identifique seus pontos fortes (no que você é bom?) e fracos (quais são suas deficiências?), ou seja, as variáveis controláveis por você e que podem criar condições favoráveis ou não à sua atividade. Identifique também as oportunidades e ameaças trazidas pelo am- biente externo, ou seja, situações externas, tendências ou desconti- nuidades futuras que podem influenciá-lo positiva ou negativamente no cumprimento de sua Missão. • O sexto passo, após todos os dados e informações importantes para a tomada de decisões já estarem sobre a mesa, será traçar os objetivos estratégicos, ou seja, os resultados quantitativos e/ ou qualitativos que você precisa alcançar em prazo determinado, no contexto do seu ambiente, para cumprir sua Missão. Eles esta- belecerão a direção e priorização das atividades, sob quatro pers- pectivas: financeira (crescimento da receita, redução de custos, 34 35Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br aumento da produtividade, estratégias sobre honorários, etc.), dos clientes (retenção, captação, satisfação e lucratividade, etc.), dos processos internos (tempo de entrega dos serviços, taxas de defeito, custos de produção, desperdício, etc.) e do aprendizado e crescimento (satisfação, crescimento intelectual, produtividade, realização de bons trabalhos, etc.). • O sétimo passo será reduzir os objetivos estratégicos em metas, que permitirão uma melhor distribuição de tarefas e um melhor acompanhamento de resultados parciais. Imagine que os objeti- vos são como um quebra-cabeça montado e que as metas são as peças que formam o todo. • O oitavo passo será construir um Plano de Ação orientado para resultados, com a priorização dos objetivos e metas estratégicas, e a definição clara: do que será feito, por que será feito, quem fará, onde será feito, pra quando será feito, e quanto custará para ser feito. Dicas: defina o resultado esperado e estime a data de con- clusão. • O nono passo é por o plano em execução e controlá-lo. É hora de partir para a ação. Ao executar, faça pequenos avanços em circuns- tâncias controladas para poder atribuir melhorias (ou falhas) às mudanças planejadas na atividade. Estude os resultados: O resul- tado desejado ocorreu? Se não ocorreu, por quê? Analise! • O décimo passo é agir para padronizar o processo que produziu o resultado desejado ou, na eventualidade do resultado ter sido diferente do que era desejado, use a experiência como entrada para novas tentativas na melhoria do seu plano e da sua carreira. Persevere! Insista! Acredite! E vença!” Assim, seguramente o plano de carreira é uma poderosa ferramenta para alcançar o sucesso profissional e pessoal, devendo ser inicia- do desde o período acadêmico, pois quanto antes tiver início, mais cedo poderá gerar resultados na carreira, lembrando sempre que: “a vida profissional que queremos ter é diretamente proporcional às decisões (grandes e pequenas) que tomamos todos os dias”, Lara Selem. A partir daqui, indicaremos algumas das várias áreas que estão se destacando no mercado e necessitam de profissionais ousados, ca- pazes de acompanhar as inovações que ocorrem paulatinamente na estrutura judiciária brasileira. São novos ramos, alguns com menos de uma década, outros não tão recentes assim, cuja a demanda por profissionais especializados vem crescendo em proporções consideráveis. BIODIREITO O biodireito é um mercado que desperta interesse e promete substancial crescimento, dado seu horizonte ilimitado, diante dos crescente avanços tecnológicos na medicina e na ciência. Clonagem, transgênicos, pesquisa com células-tronco, antes temas de ficção cientifica, atualmente corri- queiro na mídia de todo o mundo, levantando discussões acaloradas que misturam Direito, Religião e Ciência. Há uma grande procura das empre- sas de biotecnologia por advogados especializados no assunto, mas fal- tam profissionais devidamente instruídos para atendê-las. Recentemente houve um grande debate entre biojuristas brasileiros (Advogado em Biodireito), discutindo a regulamentação da soja ge- neticamente modificada. O tema é polêmico pois não envolve ape- nas questões de direito. Contudo, não podemos deixar de reconhe- cer que é um campo fértil e inovador para ser patrocinado. DICAS: O profissional interessado nesta área de atuação deve ficar atento aos seguintes aspectos: • Seja sempre um pesquisador, pois nesta área as inovações são constantes e o profissional tem de acompanhar as tendências e inovações, para que não fique obsoleto; • Capacidade de trabalhar em equipes interdisciplinares; • Domínio de outros idiomas, como o inglês, o espanhol e principal- mente o Francês, pois a França segue na dianteira em relação as principais publicações sobre o tema; 36 37Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br • Facilidade para usar a Internet e se manter atualizado; • Estudar áreas como Biossegurança e Biologia é imprescindível para o Biojurista. DIREITO AERONÁUTICO O Direito Aeronáutico ainda é uma área recente no Brasil e no mun- do, uma vez que o avião comemorou seu centenário proximamente. Mas o mercado aeronáutico mundial (e principalmente o nacional) tem experimentado grande crescimento nas ultimas décadas. O aumento nas exportação de aeronaves e o crescimento do mer- cado de aviação civil no Brasil, tem gerado inquietações relevantes, como: a relação de consumo, a responsabilidade por danos rela- cionado aos passageiros e às cargas, as garantias internacionais, os contratos de transporte aéreo de cargas e pessoas, a jurisdição e competência extraterritorial, e uma infinidade de outros aspectos que circundam essa modalidade do direito aeronáutico e a legisla- ção pertinente. Esta é, sem dúvida, uma área de grande projeção para a advocacia. Um exemplo clarodesse crescimento é a metrópole de São Paulo, que conta com a segunda maior frota de helicópteros do mundo, ficando atrás somente de Nova Iorque. Sendo assim, esta é uma óti- ma área para o advogado recém-formado que pretende se especia- lizar em uma área proeminentemente em crescimento. DICAS: • Ter curiosidade para as novidades e procurar sempre se atualizar sobre matérias da área; • Dedicar-se desde a graduação a matérias pertinentes a área, como: Direito Administrativo, Direito Público, Direito Comercial, Direito Internacional e também Direito do Consumidor. DIREITO MARÍTIMO Como todas as carreiras especializadas, o Direito Marítimo ofere- ce boas oportunidades para os advogados brasileiros, dada a sua extensão marítima e o crescente aumento do mercado de turismo marítimo, com é o caso dos cruzeiros. Salienta-se também a impor- tância do direito portuário, do trabalhador portuário e o direito adu- aneiro, a ele conexos. DICAS: Como esta matéria não é apresentada aos estudantes na gradu- ação, com algumas raras exceções, o interessado que pretende especia- lizar-se nesta área terá de buscar cursos no exterior, tendo de dominar algumas línguas, sendo uma delas o inglês. DIREITO DO CONSUMIDOR Para quem opta pelo dinamismo, o direito do consumidor é uma ótima opção para o advogado que tem familiaridade com a área. Trata-se de um mercado novo que necessita de profissionais espe- cializados. O advogado que escolhe essa área poderá atuar tanto na defesa dos consumidores como na orientação às empresas. São área de grande expansão, visto que a cada dia os consumidores estão mais conhecedores de seus direitos, no que diz respeito às relações de consumo. DICAS: • Para quem pretende ingressar nesta área, é importante ficar aten- to antes de adentrar à faculdade, pois em algumas instituições a matéria não e obrigatória, tratando-se pois de disciplina optativa; • Já para os que estão cursando a faculdade, é importate ater-se às matérias de Direito Civil, Direito Administrativo e Direito Comer- cial, pois são matérias que auxiliam no entendimento do Direito do Consumidor; 38 39Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br • Uma boa opção para quem pretende sair da faculdade melhor quali- ficado é o estágio direcionado à área que deseja militar, pois a pratica adquirida em escritórios especializados direciona o acadêmico no ca- minho para sedimentar o conhecimento obtido na graduação. DIREITO DESPORTIVO Sem sombra de duvidas, o Direito Desportivo é uma área jurídica de notória ascensão nos últimos anos, principalmente após o advento dos jogos Pan-americanos de 2007, sediados pelo Brasil, e com a recente confirmação da realização da Copa do Mundo de 2014, em solo brasileiro. Os esportes movimentam milhões de dólares todos os anos. Exem- plo disso é a modalidade do futebol, que gira por temporada algo em torno de US$ 220 milhões de dólares no mundo todo. Outro esporte de grande monta é o tênis, tomando como exemplo o tenista Gustavo Kuerten, que em apenas 04 anos de carreira, acumulou uma fortuna de US$ 20 milhões de dólares, e praticamente metade deste montan- te foi recebido oficialmente por meio de prêmios. Diante da vultuosi- dade desta movimentação financeira e da crescente profissionaliza- ção dos esportes, fica nítida a relevância do advogado especializado no ramo do Direito Desportivo. Com a criação da lei Pelé em 1993, o Direito Desportivo começou verdadeiramente a profissionalização, tornando-se uma ciência e passando a ser debatido no meio acadêmico. O advogado que se especializa em direito desportivo pode atuar em varias áreas, como: trabalhista, quando houver algum conflito de um atleta com o clube de futebol, por exemplo; Tributário, quando preci- sar se valer dos conhecimentos nesta área para assessorar a entidade esportiva, na buscar de formas legais que reduzam a incidência das cargas tributárias; e também em Direito Comercial, fundamental nas negociações de contrato, a exemplo dos contratos de transferência de jogadores para o mercado europeu. DICAS: • Quem pretende atuar nesta área deve dar maior atenção à maté- rias como: Direito do Trabalho, Direito Tributário e Direito Comer- cial, além da legislação extravagente atinente ao direito desporti- vo, obviamente; • Não confunda a paixão pelo clube com a atuação profissional. Mui- tas vezes o amor pelo time traz grandes prejuízos ao advogado. • Conhecer os Tribunais Desportivos, de preferência freqüentando- os e assistindo os julgados; • Estudar a legislação desportiva internacional. DIREITO ELEITORAL Esta é uma área em franca expansão, principalmente após 1997, com a redemocratização do país e o surgimento de regras que de- finiram as eleições para Presidência da República, Governos Esta- duais, Prefeituras, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assem- bléias Legislativas e Câmeras Municipais. Interessante notar que existem poucos profissionais dedicados ao Direito Eleitoral. Desta forma, esta é uma grande carreira para quem pretende se especializar. Contudo, o profissional do Direito Eleitoral tem de ter, acima de tudo, domínio completo do assunto, e estar atualizado às modificações do mercado, uma vez que os prazos da Justiça Eleitoral são curtíssimos, de 24 a 48 horas, o que exige muito do advogado. Entretanto, o trabalho do advogado não se restringe à militância na Justiça Eleitoral. Deve também acompanhar programas de rádio e TV, instruir o candidato em debates, acompanhar os institutos de pesquisa e fiscalizar as doações que as grandes empresas realizam para um determinado candidato. Tudo isso faz parte do dia a dia do profissional do Direito Eleitoral. 40 41Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br DICAS: • O interessado em seguir a carreira de Patrono Eleitoral e já se de- cidido na graduação, deverá se ater ao estudo das matérias como: Direito Constitucional e Direito Administrativo, que são de suma importância para o trabalho diário do advogado; • Para quem pretende aplicar a teoria obtida nas faculdades, há a possibilidade de se inserir como estágiário em algum escritório que atue em campanhas eleitorais. Esta será uma grande oportu- nidade para consolidar o estudo adquirido na graduação. Mister se faz também a análise do ritmo frenético de uma eleição, para quem pretende atuar com o Direito Eleitoral; • Gostar de política. Mas, acima de tudo, ser profissional, isto é, ser capaz de trabalhar para um candidato independentemente de sua filiação partidária; • Saber lidar com informações, ter habilidade com a imprensa, ter capacidade de elaborar discursos rapidamente, muitas vezes so- mente orais. DIREITO MÉDICO Muitos aposta, que o Direito Médico será uma grande alternativa para os profissionais que estão pretendendo obter uma especialização. No Brasil, ainda são poucos profissionais especializados nesta área, mas a expectativa é de grande evolução, pois o mercado americano muito influencia neste sentido, uma vez que, em se tratando de responsabi- lidade médica as indenizações chegam a cifras milionárias. O Direito Médico é um subtipo do Biodireito, que ganhou força com a promulgação da Nova Constituição de 1988 e, logo após, se fortaleceu com a criação do Código de Defesa do Consumidor, em 1990. Apesar de ser uma área precoce, com apenas uma década de exis- tência, acredita-se ser promissora ao profissional dedicado, por ha- ver escassez de advogados na área. O advogado especialista nesta área patrocinará uma vasta quantidade de litígios, que poderão surgir da relação médico-paciente, como por exemplo, no que tange a infecção hospitalar, cirurgia mal-sucedida, conflito com planos de saúde, omissão de socorro, falsidade ideoló- gica, envolvimento de médico com os pacientes e desvio de conduta, dentre outros. Tudo isso,obriga que o advogado conheça a fundo a rotina do médico e do hospital. Todavia, em muitos casos o médico é alvo de injustiças, não sen- do responsáveis por vários problemas pós-cirúrgicos, por exemplo, quando o paciente não cumpre as regras pós-operatórias. De ma- neira que faz-se necessário a contratatação de uma assessoria de advogados especializados, atuando no sentido de previnir futuros conflitos que possam advir da relação médico X paciente. No Brasil as indenizações ainda são consideradas baixas em relação a outros países, porém os profissionais acreditam que isso poderá mudar a curto prazo. DICAS: • Para o profissional que ainda não possui uma especialização no ramo, mas tem interesse em ingressar na área, deve desde já pres- tar atenção às matérias: Direito Civil, Processo Civil, Direito Penal e Direito Administrativo; • Procurar vivenciar o ramo hospitalar. Ficar por dentro dos proble- mas, em busca de melhores soluções para o dia a dia. DIREITO DO MERCADO DE CAPITAIS O Direito de mercado de capitais é um ramo que possui uma história curta, menos de dez anos. Porém, os especialistas na área são unâni- mes em concordarem que, do ponto de vista financeiro, esta é umas das carreiras mais promissoras da atualidade. 42 43Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br O Mercado de capitais é a poupança disponível de um país, incluin- do o mercado financeiro propriamente dito e o chamado mercado de valores imobiliários, ambos disputam os recursos financeiros de investidores e empresas. A “clientela” neste ramo restringe-se a três clientes em potencial: o emissor, o intermediador e o comprador. Tomemos uma operação de lançamento de valores imobiliários (ações), por exemplo, o advogado pode ter como cliente a empresa que está emitindo tais títulos, quem está intermediando as transações (corretoras, a Bolsa etc.) ou, na ou- tra ponta da negociação, quem compra ou vende tais títulos. Mas para ser um advogado em Mercado de Capitais, não basta ter conhecimento em legislação, tem de conhecer a fundo o mercado financeiro, conhecer o mercado do cliente, o tipo de negociação que ele realiza, conhecer técnicas de negociação, arbitragem, etc., e também, ter em mente que nem sempre o judiciário é a opção mais eficiente para a empresa, uma vez que há a possibilidade de conciliação e a via extrajudicial, que costumam ter resultados mais expressivos e céleres, portanto, mais eficazes que o judiciário. DICAS: • Ter conhecimento de contabilidade, microeconomia e finanças é matéria obrigatória para o advogado especialista nesta área; • Fazer graduação em Direito e Administração de Empresas, prefe- rencialmente em faculdades conceituadas; • Fazer estágio em escritórios conceituados, se possível em Nova York e Londres. • Cursar mestrado profissionalizante no exterior; • Atualmente, a empresa privatizada é um enorme campo de traba- lho para advogados nessa área, pois ao contrário das estatais, elas preferem trabalhar com escritórios terceirizados. DIREITO SANITÁRIO No Brasil, o Direito Sanitário é uma área desconhecida, contudo, é uma carreira de grandes oportunidades. Em alguns países da Europa, como a Itália, existem cursos de es- pecialização desde 1962. O Brasil já conta com bons programas de especialização. O profissional na área do Direito Sanitário tem de estar sempre sintonizado com as áreas do Direito do Consumidor, Direito Penal, Direito Civil e principalmente com o Direito Administrativo, sendo considerado este o principal ponto do Direito Sanitário. Para alguns doutrinadores, o Direito Sanitário é o Direito Administrativo voltado para a saúde. No Brasil, a sistematização de informação só veio no fim da década de 80, com a criação da Cepedisa (Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário). Além de cursos de especialização, criou um banco de dados da legislação sanitária nacional, com leis e atos administrativos das três esferas de poder: municipal, estadual e federal. Tudo que envolve a saúde, no campo público ou privado, envolve o Direito Sanitário. Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, re- gistro de medicamentos (incluindo os genéricos), registro de alimen- tos e outras questões intimamente relacionadas com o Biodireito, como inseminação artificial. DICAS: • Na área pública, o advogado tem grande possibilidade de atuação em Secretária de Saúde Estadual e/ou Municipal; • Dar uma atenção à matérias como Direito Administrativo, Direito Penal, Direito do Consumidor e Direito Civil, auxiliam muito na so- lução dos problemas diários. 44 45Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br DIREITO DO SEGURO Há poucos anos atrás, o Direito de Seguro era praticamente ignora- do por jovens advogados brasileiros, situação bem diferente da en- contrada na Europa, Estado Unidos e em alguns paises da América Latina. Porém, este interesse pelo o Direito do Seguro vem crescen- do entre os advogados brasileiros, principalmente quando se leva em condideração o crescimento do setor, representando atualmen- te 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de ter passado por grandes dificuldades nos anos 70 e 80, o Direito do Seguro é bastante promissor, monstrando-se uma carreira bem rentável graças à economia estabilizada do país. O advogado neste ramo pode atuar não só em casos individuais ou de pequenos grupos, como em planos de saúde, seguros de empre- sas que envolvem cifras elevadas e até o resseguro, que é o seguro do seguro. Quem pretende atuar nessa área pode seguir carreira na defesa dos interesses das seguradoras ou no interesse dos segurados. DICA: • Dominar o espanhol, pois as publicações mais importantes sobre Direito do Seguro estão editadas nesta língua. DIREITO DE TELECOMUNICAÇÃO E INTERNET (T.I.) A tecnologia e conceitos fundamentais utilizados pela Internet sur- giram de projetos conduzidos ao longo dos anos 60, pelo Departa- mento de Defesa dos Estados Unidos. Contudo, foi a partir dos anos 80 que se deu sua proliferação. Com relação a telecomunicação, foi a partir de 1991, com a chegada dos celulares ao Brasil, que a abertura da economia e o Direito da Telecomunicação realmente cresceu. O conhecimento na área técnica é por demais importante para peti- cionar e conduzir bem a audiência, de maneira a esclarecer o julga- dor a despeito dos conflitos existentes na área. Pois, na maioria das vezes, tanto os juizes como os funcionários do judiciário são total- mente leigos no assunto. Por isso o advogado em T.I. costuma atuar com o auxilio de equipes multidisciplinares, formadas por advoga- dos, engenheiros, técnicos em informática, dentre outros. Com a democratização da internet, os problemas nesta área se apre- sentam cada vez mais constantes e a área de atuação se faz cada vez maior, com empresas de telecomunicação, órgão e agências regula- doras, empresas de internet, empresas tradicionais que pretendem negociar no universo virtual e empreses de telefonia que tiveram um grande crescimento em 1989, com a privatização da banda B de celular. DICAS: • Dominar os conceitos em Direito Civil, Direito Comercial, Direito Penal e Direito Administrativo; • Estudar os ramos clássicos, mas não ficar engessado apenas nestas ciências; • Ser flexível e adaptar-se às novidades são requisitos importantís- simos para o advogado em T.I. (Advogado em Tecnologia da Infor- mação); • Gostar do que é novo; • Dominar o idioma inglês; • Ter capacidade de trabalhar em equipe faz toda a diferença para o advogado em T.I. 46 47Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br 4. PROCESSO ELETRÔNICO Colaboração: Dr. Tabajara Francisco Póvoa Neto O projeto de Lei 5.828 de 11 de janeiro de 1973, que deu origem a Lei 11.419/06, não foi a primeira inciativa admitida em lei para in- troduzira prática de atos processuais por meio eletrônico. Em 1991, o art. 58, IV, da Lei do Inquilinato, já permitia a possibilidade do uso do telex ou do facs-símile para a realização de citação, intimação/ notificação de pessoa jurídica ou firma individual. Porém, o que se entende como marco inicial para a admissão da via eletrônica como meio hábil para prática de atos processuais a distância, foi a edição da Lei 9.800/99. Com aproximadamente dois anos da vigência da Lei 9.800/99, foi promulgada a Lei 10.259/2001, que cria e disciplina os Juizados Fe- derais, trazendo ainda novidades que aceleraram a informatização perante os órgãos da Justiça Federal. Contudo, somente em dezem- bro de 2006 é que foi promulgada a Lei n.º 11.419, que dispõe sobre a informatização do processo judicial; altera a lei n.º 5.869, – Código de Processo Civil; e dá outras providências. Com advento da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006, vários estados implantaram e criaram normas para o funcionamento do processo eletrônico no âmbito de suas competências. O Estado de Goiás iniciou, por meio da Resolução Nº 2, de 14 de março de 2007, implantando incialmente no 4º Juizado Especial Criminal e 9º Juiza- do Especial Cível e Criminal da Comarca de Goiânia. Somente em 24 de março de 2010, por meio da Resolução de nº 2, é que foi autorizada a expansão nas demais unidades judiciárias do Estado, em primeiro e segundo graus de jurisdição, com a implanta- ção do sistema de processo eletrônico PROJUDI. PROGRAMAS OPERACIONAIS DO PROCESSO ELETRÔNICO Atualmente, existem vários programas operacionais do processo eletrônico, sendo que cada um deles possui requisitos e peculiari- dades a parte. Na Justiça Estadual: O processo judicial digital, também chamado de processo virtual ou eletrônico, pode ser conceituado como um sistema de informática capaz de reproduzir todo o procedimento judicial em meio eletrôni- co, substituindo os atos processuais, antes realizados por meio do armazenamento e manipulação de papéis. A maioria dos Tribunais optou pelo sistema conhecido como PROJU- DI, dentre eles: Goiás, Minas Gerais, Rondônia, Ceará, Tocantins, etc. PROJUDI – Sistema de Processo Eletrônico da Justiça Estadual: Atualmente no Tribunal de Justiça de Goiás, está disponível em al- gumas Varas Cíveis, Juizados Especiais, Varas de Família e Varas da Fazenda Pública. O sistema é interligado com a internet, por isso o computador deve ter acesso livre, sem restrições a essa rede mundial. Para que o sistema funcione sem dar qualquer tipo de erro ou pro- blema, é extremamente recomendada a utilização do navegador: Mozilla Firefox. Para a utilização desse sistema, o advogado deverá se cadastrar no sistema, além de instalar os softwares recomendados. 48 49Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br O cadastro no sistema PROJUDI é realizado presencialmente. Locais de cadastramento: Goiânia - Protocolo Cível e Protocolo Cri- minal, Comarcas do Interior - Cadastrador indicado pelo juiz da co- marca; Documentos necessários: carteira da OAB, identidade, CPF e comprovante de endereço, mediante o preenchimento da declara- ção de obrigações do titular do certificado digital e do formulário do cadastro no PROJUDI. Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se- guintes passos: • Para acessar o PROJUDI abra o site do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás no Link http://www.tjgo.jus.br • O advogado cadastrado digitará na opção “usuário” o seu CPF, em seguida sua senha de acesso; • Selecione a serventia informada na seccional da OAB; • Antes de iniciar o peticionamento, faça o download do seu certifi- cado digital. Na opção “certificados”, “usuários”, clique no símbolo do disquete; • Para peticionar, clique na opção “processo”, selecione primeiro ou segundo grau, cíveis ou criminais, criar sem ou com dependência; • Cadastre os promoventes clicando na lupa. Os campos em asteris- cos são obrigatórios, os demais são opcionais; • Informações processuais – informar a classe processual, assunto principal e assunto secundário; • Advogados – é possível cadastrar mais de um advogado, desde que este esteja devidamente cadastrado no sistema PROJUDI; • Nas características do processo, escolha a comarca, a área de dis- tribuição e classe do CNJ; • Inserir documentos – selecione o tipo de arquivo, clique em “assinar”, “adicionar” e selecione o arquivo a ser assinado. Selecione o certificado digital (o certificado baixado do PROJUDI está no formato A1), clique em selecionar, busque o certificado digital, digite a segunda senha ca- dastrada junto ao tribunal de justiça, “assinar” e “concluir”; • Características do processo – selecionar se o processo é prioritário, se existe segredo de justiça e se tem pedido de urgência; • Após, clicar em “salvar”; • Pronto, seu processo foi distribuído eletronicamente. DICA: Antes de iniciar o peticionamento eletrônico, organize uma pasta com todos os documentos a serem inseridos (petição, procu- ração e etc.). Verifique se todos já estão no formato PDF e com no máximo 1 MB. OBS: em caso de dúvidas, a OAB-GO possui sistema de suporte ao Advogado através do telefone (62) 3238-2000, além de tutorial ex- plicativo no portal http://www.oabgo.org.br/esa/eventos-capital/ curso/projudi-2-tutorial/. Na Justiça Federal: e-PROC (Processo Eletrônico): Sistema de Processo Eletrônico da Justiça Federal e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Para utilização desse sistema não é necessário ter adquirido o certi- ficado digital, uma vez que o sistema não aceita documento assina- do digitalmente. A solicitação do cadastro é feita pelo próprio usuário, através do site da Justiça Federal (www.go.trf1.gov.br). Para ativar o cadastro efetuado, o advogado deverá comparecer pessoalmente, munido da Carteira da OAB, na Seção de Distribuição de uma das Subseções Judiciárias do Estado de Goiás, a fim de libe- rar a sua senha. Por ocasião de seu comparecimento nesta Seção, deverá preencher um Termo de Adesão ao processo eletrônico, que ficará guardado na unidade que efetuou o cadastramento. 50 51Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Para encaminhar uma petição inicial eletrônica, você deve seguir os seguintes passos: • Na página do processo eletrônico inserir LOGIN e SENHA; • Clicar em “petição inicial”; • Preencher informações preliminares: local da ação, valor da causa, tipo da ação e nível de sigilo, e clicando em “próxima”; • Selecionar Assunto de Processo e clicar em “próxima” (podem ser cadastrados assuntos principais e secundários); • Cadastrar parte Autora – caso não seja localizado pelo CPF, deverá clicar em “novo”, inserir todos os dados obrigatórios e salvar ca- dastro. Após clicar em “incluir” e em “próxima”; • Cadastrar parte requerida – escolha uma ou mais entidades, po- dem ser pessoas físicas ou jurídicas; após, clicar em “próxima”; • Inserir documentos – procure o arquivo, selecione o tio de arquivo e se necessário escreva observação pertinente e clique em “próxima”; • Pronto, o processo foi distribuído, gerando automaticamente o nú- mero do processo; • Imprimir o extrato para garantia de protocolo. No Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça: e-STF (Processo Eletrônico): Sistema de Protocolo Eletrônico de Pe- tições no Supremo Tribunal Federal. Para a utilização desse sistema, deve ser adquirido o certificado di- gital. Assim que disponível e instalado o certificado e os softwares necessários no seu computador, o advogado deverá se cadastrar no sistema, bastando acessar (através do Internet Explorer) o site http://www.stf.jus.br, e clicar em e-STF (Processo Eletrônico). Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se- guintes passos: • Inserir o drive da leitora de cartões no seucomputador; • Inserir sua carteira profissional com chip na leitora de cartões; • Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente; • Após, clicar em “acesso ao serviço”; • Clicar em “peticionamento” e selecionar o tipo de petição; • Inserir dados solicitados pelo sistema; • Selecionar e incluir documentos assinados eletronicamente; • Clicar em “salvar” documento; • Pronto, sua petição foi encaminhada. e-STJ (Processo Eletrônico): sistema de protocolo eletrônico de pe- tições no Superior Tribunal de Justiça. Para a utilização desse sistema, deve ser adquirido o certificado di- gital. Assim que disponível e instalado o certificado e os softwares necessários no seu computador, o advogado deverá se cadastrar no sistema, bastando acessar (através do Internet Explorer) o site http://www.stj.jus.br, e clicar em e-STJ (processo eletrônico). Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se- guintes passos: • Inserir o drive da leitora de cartões no seu computador; • Inserir sua carteira profissional com chip na leitora de cartões; • Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente; • Selecionar a opção “advogado” e escolher o “certificado digital”; • Inserir os dados solicitados pelo sistema; • Selecionar o tipo de petição, nome da parte peticionante, anexar petição e documentos e clicar em “confirmar”; • Pronto, sua petição foi encaminhada eletronicamente. 52 53Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Importante: quando existir um prazo aberto, não basta efetuar a mo- vimentação processual. O advogado deve clicar no “prazo” e logo após em “cumprir despacho” para que possam ser anexados os documentos necessários. Na Justiça do Trabalho: Nos mesmos moldes dos Tribunais Estaduais, os Tribunais Regio- nais do Trabalho procuram implantar Sistemas de Peticionamento Eletrônico. O TRT da 18ª região colocou à disposição da sociedade o e-Petição, com intuito de dinamizar a prestação jurisdicional. Este sistema atende o definido pela Instrução Normativa nº 30/2007 do TST, que regulamenta, no âmbito da justiça do Trabalho, a Lei 11.419/2006. Atualmente seu uso se restringe ao envio de petições destinadas às Varas do Trabalho da 18ª Região da Justiça do Trabalho, cuja trami- tação dos feitos seja de forma exclusivamente eletrônica. Procedimento para cadastramento de usuário no sistema: Para fazer o cadastro e ter acesso ao Sistema de Peticionamento Ele- trônico do TRT da 18ª Região, é necessário preencher um formulário (disponível para download em “PDF” no link http://sistemas2.trt18. jus.br/e-peticao/pdf/CadastroPEv2.pdf ) e entregá-lo pessoalmente numa das seguintes Unidades: • Coordenadoria de Cadastramento; • Núcleos de Administração dos Foros de Anápolis, Aparecida de Goiânia e Rio Verde; • Nas Varas do Trabalho ou Postos Avançados da Justiça do Trabalho. Todos os documentos a serem enviados devem obedecer às se- guintes regras: • Configuração de página em tamanho A4 (210 mm x 297 mm) e orientação RETRATO; • Arquivo em formato PDF (Portable Document Format); • Se for digitalizar, observar a resolução máxima de 300 dpi, mono- cromática; • Capacidade de envio de até 6 arquivos, num máximo de 6MB cada. Os documentos enviados são assinados eletronicamente no mo- mento do envio (art. 2º da Lei nº 11.419/2006), sendo desnecessária a assinatura de próprio punho. OBS.: Os documentos confeccionados podem ser convertidos para formato PDF por meio de programas gratuitos que funcionam como impressoras virtuais, tais como: PDFCreator, PrimoPDF ou outro de sua preferência. OBS.: No portal do TRT da 18ª Região está disponível um tutorial com áudio. (http://www.trt18.jus.br/tutorial/e-peticao). Independente do sistema e-Petição, disponibilizado pelo TRT da 18ª Região, existe o Sistema Integrado de Protocolização e Fluxo de Do- cumentos Eletrônicos da Justiça do Trabalho, o e-DOC. Para a utilização deste sistema, deve ser adquirido o certificado di- gital. Assim que disponível e instalado o certificado e os softwares necessários no seu computador, o advogado deverá se cadastrar no sistema, bastando acessar (através do Internet Explorer) o link http://www.jt.gov.br/sistema/edoc/aviso-cadastro.htm. 54 55Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Legislação e-DOC • Lei nº 11.419, que dispõe sobre a informatização do processo judicial • Instrução Normativa nº 28 do Tribunal Superior do Trabalho (RE- VOGADA) • Instrução Normativa nº 30 do Tribunal Superior do Trabalho (NOVA) • Medida Provisória 2.200-2 • Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 3 • Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 9 • Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 13 • Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 24 • Portaria nº 920, de 05/03/2007, do TRT 4 • Provimento Conjunto nº 06/2011 do TRT 4 Atendimento ao Usuário: através do telefone (61) 3043-7700, das 07h às 19h (de segunda a sexta). Além desse canal de suporte, existe um GUIA DE UTILIZAÇÃO DO e-DOC, que pode ser acessado pelo portal da Justiça do Trabalho. (http://www.jt.gov.br/sistema/edoc/ajuda/funcionalidades.htm). Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se- guintes passos: • Inserir o Drive da Leitora de Cartões no seu computador; • Inserir sua Carteira Profissional com chip na leitora de cartões; • Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente; • Na página do e-doc, clicar em “envio de documentos”; • Clique em “entrar”; • Escolha o certificado digital e clique em “ok”; • Introduza o “PIN”, senha que cadastrou presencialmente quando adquiriu o certificado digital; • Clique em “documentos” e “envio”; • Selecione o Tribunal para qual deseja encaminhar a petição, a Vara de Destino, o número do processo e o tipo de documento que está encaminhando; • Escolha o documento assinado digitalmente, clique em “adicio- nar” e após “assinar”; • Pronto, seu documento foi enviado. Esse procedimento gerará um número de protocolo que deve ser guardado para evitar problemas. 5. TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE ADVOCATÍCIA Colaboração: Dr. Otávio Alves Forte A tributação da atividade advocatícia vai depender da forma de or- ganização da prestação de serviços pelo profissional advogado. A advocacia, hodiernamente, pode ser prestada pelo profissional liberal advogado, pessoa física (para advogados autônomos é cal- culado até 27,5% sobre os rendimentos a título de IR, paga ainda contribuição ao INSS e ISS), ou através da reunião de advogados em sociedade de advogados, conforme faculta o art. 15, caput, do Esta- tuto da Advocacia e da OAB. De início, ressalta-se que o tratamento tributário é uma das princi- pais vantagens da sociedade de advogados. Nessa, a incidência de tributos é menos gravosa (IRPJ pode ser lucro presumido [99% dos casos] ou lucro real [3 ou 4 escritórios no país, lucros de mais de R$ 48 milhões anuais]). O tratamento tributário da sociedade de advogados segue a regra aplicável às pessoas jurídicas, com algumas particularidades em de- terminados aspectos. 56 57Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br Com relação ao imposto de renda, o regime tributário do Simples não se aplica à sociedade de advogados, por restrição do art. 9º, XIII, da Lei 9.317/1996. Logo, restam o regime do lucro real e o do lucro presumido. O regime do lucro presumido é mais usado pelas sociedades de ad- vogados em detrimento do regime do lucro real. Basicamente, isto se deve ao fato de não haver necessidade de manter escrituração de livros contábeis na forma das leis fiscais e comerciais. Basta apenas a escrituração de livro caixa, sendo trimestral o período de apuração e o recolhimento. Incide sobre a sociedade de advogados a contribuição social sobre o lucro
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