Buscar

Cartilha advogado jovem digital 47929

Prévia do material em texto

1www.oabgo.org.br
MANUAL DO ADVOGADO
EM INÍCIO DE CARREIRA
Comissão da Advocacia Jovem
MANUAL DO ADVOGADO
EM INÍCIO DE CARREIRA
www.oabgo.org.br
5www.oabgo.org.brwww.oabgo.org.br
GRANDES 
CONQUISTAS, 
MUITO TRABALHO
O advogado é necessariamente um profissional ousado. Escolher 
pra si uma profissão em que não há rotina ou previsibilidade e que 
diariamente faz emergir novos e variados desafios, exige dedicação 
e persistência. Atuar no direito exige estudo permanente.
Temos em Goiás um crescente número de advogados que investe 
cada vez mais em sua qualificação, o que tem feito os profissionais 
goianos se destacarem em todo o País. A diretoria da OAB-GO 
recebe todos os dias advogados em seu gabinete e está visitando 
todas as subseções do Estado. A preocupação com o aprimoramento 
profissional é uma constante.
Atenta a essa realidade, a OAB-GO tem investido em projetos que têm 
perfeita sintonia com esse pensamento, de que o aprimoramento é 
essencial. O número de cursos e palestras da ESA dobrou e tornaram-
se gratuitos. Consequência disso é que o número de advogados e 
estudantes presentes mais que triplicou. Além disso, a maior parte 
das atividades são hoje transmitidas ao vivo pela internet.
Esta cartilha é o mais importante instrumento que a Ordem oferece 
para o aprimoramento e qualificação do advogado. Não tem a 
pretensão de ensinar, mas servir de referência para sua atuação 
profissional. Faça bom uso e continue contando com a OAB-GO na 
superação dos desafios da advocacia.
Henrique Tibúrcio
Presidente da OAB-GO
MENSAGEM DA DIRETORIA DA COMISSÃO 
DA ADVOCACIA JOVEM (CAJ - OAB-GO)
Prezado colega,
É com muita alegria que fazemos chegar até você mais este projeto 
da CAJ-GO, sempre com o intuito de incentivar o ingresso e a per-
manência do jovem advogado nesta nossa ilustre carreira. É isso que 
nos motiva a trabalhar através da Ordem dos Advogados do Brasil. E 
temos trabalhado cada vez mais.
A CAJ é uma das comissões mais atuantes da OAB-GO e realiza todos 
os anos inúmeros eventos, inclusive em parceria com outras insti-
tuições. Dentre os serviços oferecidos pela comissão, podemos des-
tacar “OAB Vai à Escola”, “OAB Vai à Faculdade”, “Quinta-Cultural”, 
“Mini-Cursos para Advogados em Início de Carreira e Estagiários”, 
“Terça-Prática”, “Encontro Estadual da Advocacia Jovem”, “Colégio 
de Presidentes da Comissão da Advocacia Jovem do Estado de Goi-
ás” e este “Manual do Advogado em Início de Carreira”.
O sucesso dos eventos e dos trabalhos realizados pela CAJ são re-
flexo da forte integração entre diretoria da CAJ, coordenadores e 
integrantes na capital e no interior. Não poderíamos deixar de men-
cionar e agradecer também todo o respaldo que os nossos eventos 
e serviços têm recebido da Diretoria da OAB, da CASAG, da ESA, do 
Conselho Seccional e Federal e dos funcionários da instituição.
Todas estas ações visam estimular advogados em início de carreira e 
estagiários a persistirem na advocacia, não apenas através dos even-
tos, que têm por objetivo capacitar e integrar os jovens advogados, 
mas também através de incentivos que implicam em economia para 
o novo profissional, como, por exemplo, a redução do valor da anui-
dade. Surgiu na CAJ a ideia da criação do “Recorte Digital” e do Pro-
grama “OAB On-line” que, após apresentados à Diretoria da OAB-
GO, foram estendidos a todos os advogados, facilitando o exercício 
www.oabgo.org.br
Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
da advocacia e, principalmente, diminuindo os custos de despesas 
fixas dos advogados. 
Deste modo, convidamos todos os jovens, advogados e estagiários 
a participarem da Comissão da Advocacia Jovem para que tragam 
suas idéias e sugestões a fim de que possamos construir juntos uma 
OAB cada vez melhor e mais próxima de seus inscritos.
Este manual foi criado pensando em você, por isso esperamos que 
possa ajudá-lo na construção de sua carreira e que você possa alcan-
çar o sucesso profissional almejado.
Forte Abraço!
Enil Henrique de Souza Neto - Presidente da CAJ
Samuel Junio Pereira - Vice-Presidente da CAJ
Tobias Nascindo Amaral Gonçalves - Secretário-Geral da CAJ
Lívia Costa de Sousa - Secretária-Adjunta da CAJ
A COMISSÃO DA ADVOCACIA JOVEM DA OAB 
SECCIONAL GOIÁS (CAJ OAB-GO) LHE DÁ
BOAS VINDAS.
Colaboração: Dr. Wanderson de Oliveira
É importante saber que esta Comissão é voltada ao auxílio ao 
advogado(a) com até cinco anos de inscrição, estagiário(a), estudan-
te e bacharel em Direito.
Possui dez coordenações divididas em subcomissões, através das 
quais você pode fortemente atuar perante a instituição e perante a 
sociedade.
Há trabalhos, por exemplo, em escolas prestando informações como 
noções básicas de Direito e cidadania; participação no processo elei-
toral, informando a sociedade sobre os riscos da corrupção eleitoral 
com o lema “voto não tem preço, tem consequência”; integração 
com os estudantes de Direito por meio do projeto “OAB Vai à Facul-
dade”; entre tantos outros.
Institucionalmente, há trabalhos de preparação para o mercado, 
com cursos e seminários, fomentação do estudo do Direito por meio 
da Subcomissão de Estudos Jurídicos; busca de mecanismos para 
solucionar os problemas comuns no dia a dia, enfrentados por advo-
gados em início de carreira; interação entre capital e interior; defesa 
das prerrogativas; inserção do estudante, bacharel e estagiário nos 
projetos da OAB para que conheçam a instituição; realização e pro-
moção da cultura e eventos; etc.
A CAJ também atua em decisões da OAB-GO que envolvam os 
advogados(as) em início de carreira. Uma delas foi o desconto da anui-
dade concedido aos advogados com até cinco anos de inscrição, além 
de outros projetos que nascem na CAJ e acabam por beneficiar toda ca-
tegoria, tais como, o escritório compartilhado, o banco de oportunida-
des de trabalho e o serviço de recorte digital de publicações processuais.
Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Ordem dos Advogados do Brasil
Seção de Goiás
Presidente
Henrique Tibúrcio
Vice-presidente
Sebastião Macalé Caciano Cassimiro
Secretário-Geral
Flávio Buonaduce Borges
Secretária-Geral-adjunta
Maria Lucila Ribeiro Prudente de Carvalho
Diretor-Tesoureiro
Enil Henrique de Souza Filho
Endereço
Rua 1121, 200, Marista
Goiânia - GO, CEP: 74.175-120, Caixa Postal 15
Telefone: (62) 3238-2000
E-mail: gp@oabgo.org.br
Comissão da Advocacia Jovem
Presidente
Enil Henrique de Souza Neto
Vice-presidente
Samuel Junio Pereira
Secretário
Tobias Nascindo Amaral Gonçalves
Secretária-adjunta
Lívia Costa de Sousa
Conheça todos os projetos e trabalhos desenvolvidos pela CAJ OAB-GO 
através dos canais de comunicação abaixo.
Essa é a sua casa e desejamos que você faça parte da instituição civil 
mais respeitada do país. Para isso, basta você participar de nossas 
reuniões e eventos. As portas estão abertas a você. 
Ao receber os e-mails com nossas comunicações, você automatica-
mente está convidado a participar, sem burocracia, basta comparecer. 
Em caso de dúvidas, entre em contato.
REDES SOCIAIS (entre no Blog e acesse as demais redes sociais)
- Blog: http://cajgo.blogspot.com
- Facebook: www.facebook.com/CAJOABGO
- E-mail: caj@oabgo.org.br
- Fone: 62 32356502 / 62 32356500
- Informações: http://www.oabgo.org.br/oab/comissoes/comissao-
da-advocacia-jovem/
www.oabgo.org.br
1. Código de Ética e Disciplina - A Ética na Advocacia.....................15
2. Diretos e Prerrogativas da Advocacia..........................................23
3. Administração de Escritórios de Advocacia.................................30
4. Processo Eletrônico.....................................................................46
5. Tributação da atividade Advocatícia............................................556. As várias formas de exercer a Advocacia.....................................59
7. Serviços da OAB para os Advogados............................................71
8. Honorários Advocatícios do Estado de Goiás..............................84
SUMÁRIO
15www.oabgo.org.br
1. CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA - A ÉTICA
 NA ADVOCACIA
Colaboração: Dr. Enil Henrique de Souza Neto e Dr. Pedro Rafael de Moura Meireles
A humanidade há vários anos discute o conceito de ética e sua impor-
tância. “¹Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma 
reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre 
os costumes ou sobre as ações humanas” (livro O que é Ética, editora 
Brasiliense, Álvaro L. M.Valls). A ética na advocacia compreende os 
princípios e padrões que orientam o comportamento do profissional 
do direito. A ética é um dos requisitos fundamentais a todos os cida-
dãos, inclusive ao advogado.
Ao agir com ética o profissional colaborará para um convívio harmô-
nico da sociedade. Necessidade vital para se viver em coletividade. 
Além do mais, em que pese, ética não é um produto, ética agrega 
valor ao serviço prestado pelo advogado.
O advogado que age com ética, traz uma imagem positiva a si, a clas-
se, e traz consequências positivas para a sociedade.
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 133, 
preceitua que o Advogado é indispensável à administração da justiça.
O advogado que não atua com o devido zelo e ética profissional co-
loca em risco a liberdade, o patrimônio e todos os direitos de seu 
constituinte, podendo ocasionar prejuízos imensuráveis.
Para nortear o advogado em sua conduta profissional, temos o Es-
tatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, lei nº 
8.906/94, além do Código de Ética e Disciplina da OAB, instituído 
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
16 17Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
O Estatuto da Advocacia determina que o advogado é obrigado a 
cumprir o Código de Ética e Disciplina. Este se norteou por princípios 
que formam a consciência profissional do advogado e representam 
imperativos de sua conduta:
• Lutar sem receio pelo primado da Justiça;
• Pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, 
fazendo com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita 
sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem 
comum;
• Ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus 
elementos essenciais;
• Proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e 
em todos os atos do seu ofício; 
• Empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, 
dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe 
a realização prática de seus legítimos interesses; 
• Comportar-se, nesse mister, com independência e altivez, defen-
dendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; 
• Exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas 
também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de 
ganho material sobreleve à finalidade social do seu trabalho; 
• Aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciên-
cia jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do clien-
te e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e 
pela probidade pessoal; 
• Agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e a correção 
dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
De acordo com o Art. 6º do EAOAB “Não há hierarquia nem subordi-
nação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Públi-
co, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos”.
O artigo 31 e seus parágrafos do Estatuto da Advocacia assim pre-
ceituam:
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne mere-
cedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da 
advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter indepen-
dência em qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer 
autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o ad-
vogado no exercício da profissão.
As principais infrações-ético disciplinares cometidas pelos advogados são:
• Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo;
• Valer-se de agenciador ou captador de causas;
• Violar, sem justa causa, sigilo profissional;
• Estabelecer entendimento com a parte advesa sem autorização do 
cliente ou ciência do advogado contrário;
• Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
• Locupletar-se por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte 
adversa, por si ou interposta pessoa;
• Receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com 
o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;
• Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de 
quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele. O Advoga-
do deve uma pormenorizada prestação de contas ao cliente, não 
excluindo outras prestações solicitadas pelo cliente a qualquer 
momento, e devolver os bens, valores e documentos recebidos no 
exercício do mandato, nos termos do artigo 9º do Código de Ética;
• Reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou 
sem confiança;
18 19Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
• Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos 10 
dias da comunicação da renúncia;
• Fazer em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, im-
putação a terceiro de fato definido como crime;
• O Advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono 
constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo 
ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis;
• Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
• Manter conduta incompatível com a advocacia;
• Falta de celebração de contrato escrito – o contrato escrito de presta-
ção de serviços advocatícios deve estabelecer o trabalho a ser reali-
zado pelo advogado, o valor e a forma de pagamento dos honorários 
advocatícios e determinar de quem será a responsabilidade pelo pa-
gamento das custas e despesas processuais, entre elas o transporte, 
alimentação e hospedagem do advogado;
• Vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestada-
mente duvidoso;
• Cobrar honorários advocatícios menores do que o previsto na Ta-
bela de Honorários da OAB;
• Deixar de aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial.
Estas condutas acima não são aceitas. O profissional deve evita-las 
de todas as maneiras possíveis.
As sanções disciplinares consistem em:
• Censura
• Suspensão, pelo prazo de 30 dias a 12 meses, podendo perdurar 
em alguns casos até que o advogado satisfaça integralmente a dí-
vida, e até que preste novas provas de habilitação.
• Exclusão
• Multa, variável entre o mínimo do valor de uma anuidade e o má-
ximo de seu décuplo, podendo ser aplicada cumulativamente a 
censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.
É importante ressaltar que além da responsabilidade disciplinar, o 
advogado responde civilmente pelos danos que causar ao cliente, 
em virtude de dolo ou culpa (art. 32 do Estatuto).
A responsabilidade civil do advogado assenta-se nos seguintes ele-
mentos:
a) o ato (ou omissão) de atividade profissional; 
b) o dano material ou moral; 
c) o nexo de causalidade entre o ato e o dano; 
d) a culpa ou dolo do advogado; 
e) a imputação da responsabilidade civil ao advogado.
O advogado, ao observar o seu comportamento no mercado e na 
sociedade, deve observar também a maneira como ele divulga seu 
serviço.
O tema “publicidade é disciplinado pelo Código de Ética e Disciplina 
da OAB nos artigos 29 a 34. Também regulamenta o tema o provi-
mento 94/2000 do Conselho Federal da OAB.
O profissional quedesejar uma análise aprofundada sobre o tema de-
verá ler as normas acima citadas, além de pesquisar a jurisprudência do 
Conselho Federal e Tribunais de Ética de todo país.
Assim, segue abaixo algumas dicas sobre o tema. Lembrando que 
estas sugestões são apenas um resumo sobre a matéria, não se al-
mejando esgotar o tema.
20 21Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
DICAS SOBRE PUBLICIDADE NA ADVOCACIA
CONDUTAS ADMITIDAS:
• O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais com dis-
crição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, 
vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.
• O anúncio deve mencionar o nome completo do advogado e o nú-
mero da inscrição da OAB. É vedada a denominação de fantasia.
• O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na resi-
dência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, 
forma e dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a 
utilização de “outdoor” ou equivalente.
• O uso das expressões “escritório de advocacia” ou “sociedade de 
advogados” deve estar acompanhado da indicação de número de 
registro na OAB ou do nome e do número de inscrição dos advoga-
dos que o integrem.
• O advogado que eventualmente participar de programa de televi-
são ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televi-
sionada ou de qualquer outro meio, para manifestação profissional, 
deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e 
instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, 
vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por 
seus colegas de profissão.
• São admitidos como veículos de informação publicitária da advo-
cacia: a) Internet, fax, correio eletrônico e outros meios de comu-
nicação semelhantes; b) revistas, folhetos, jornais, boletins e qual-
quer outro tipo de imprensa escrita; c) placa de identificação do 
escritório; d) papéis de petições, de recados e de cartas, envelopes 
e pastas.
• São meios lícitos de publicidade da advocacia: a) a utilização de 
cartões de visita e de apresentação do escritório, contendo, exclu-
sivamente, informações objetivas; b) a placa identificativa do es-
critório, afixada no local onde se encontra instalado; c) o anúncio 
do escritório em listas de telefone e análogas; d) a comunicação 
de mudança de endereço e de alteração de outros dados de iden-
tificação do escritório nos diversos meios de comunicação escrita, 
assim como, por meio de mala-direta, aos colegas e aos clientes 
cadastrados; e) a menção da condição de advogado e, se for o 
caso, do ramo de atuação em anuários profissionais, nacionais ou 
estrangeiros; f) a divulgação das informações objetivas, relativas 
ao advogado ou à sociedade de advogados, com modicidade, nos 
meios de comunicação escrita e eletrônica.
CONDUTAS NÃO ADMITIDAS:
• O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras, de-
senhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobrieda-
de da advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que 
sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil.
• São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade 
ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir 
ou confundir o público, informações de serviços jurídicos susce-
tíveis de implicar, direta ou indiretamente, captação de causa ou 
clientes, bem como menção ao tamanho, qualidade e estrutura da 
sede profissional.
• Considera-se imoderado o anúncio profissional do advogado me-
diante remessa de correspondência a uma coletividade, salvo para 
comunicar a clientes e colegas a instalação ou mudança de endereço, 
a indicação expressa do seu nome e escritório em partes externas de 
veículo, ou a inserção de seu nome em anúncio relativo a outras ativi-
dades não advocatícias, faça delas parte ou não.
• O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou indireta-
mente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e 
patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela.
• Não são admitidos como veículos de publicidade da advocacia: a) 
rádio e televisão; b) painéis de propaganda, anúncios luminosos e 
quaisquer outros meios de publicidade em vias públicas; c) cartas 
circulares e panfletos distribuídos ao público; d) oferta de serviços 
mediante intermediários.
22 23Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
• Não são permitidos ao advogado em qualquer publicidade relativa 
à advocacia: a) menção a clientes ou a assuntos profissionais e a 
demandas sob seu patrocínio; b) referência, direta ou indireta, a 
qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio 
que tenha exercido; c) emprego de orações ou expressões persua-
sivas, de auto-engrandecimento ou de comparação; d) divulgação 
de valores dos serviços, sua gratuidade ou forma de pagamento; e) 
oferta de serviços em relação a casos concretos e qualquer convo-
cação para postulação de interesses nas vias judiciais ou adminis-
trativas; f) veiculação do exercício da advocacia em conjunto com 
outra atividade; g) informações sobre as dimensões, qualidades 
ou estrutura do escritório; h) informações errôneas ou enganosas; 
i) promessa de resultados ou indução do resultado com dispensa 
de pagamento de honorários; j) menção a título acadêmico não 
reconhecido; k) emprego de fotografias e ilustrações, marcas ou 
símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia; l) utiliza-
ção de meios promocionais típicos de atividade mercantil.
Assim, cabe ao advogado atuar com extrema vinculação aos precei-
tos do Código de Ética e Disciplina da OAB e do Estatuto da Advo-
cacia e da OAB. O advogado deve ir além, uma vez que não basta 
aplicá-lo, mas tem de defendê-lo, invocando-o a todo o momento 
em que, diante de si, demonstrarem-se condutas que desmereçam 
as ciências jurídicas.
 Não com menos importância, também destacá-lo intensamente nos 
meios que frequentar, estimulando a todos operadores do direito a 
sua fiel observância. Somente assim o advogado contribuirá para o 
engrandecimento e respeito da advocacia e para a evolução e defesa 
da sociedade.
2. DIREITOS E PRERROGATIVAS DA ADVOCACIA
Colaboração: Dr. Jales de Oliveira Melo Júnior, Dr. Rodolfo Luiz de Souza Carvalho Domingues e 
Dr. Alexandre Carlos Magno Mendes Pimentel 
No exercício da advocacia, os atos dos advogados são invioláveis, 
pois prestam serviço público e de relevante valor social, inexistindo 
hierarquia ou subordinação entre advogados, magistrados e mem-
bros do Ministério Público. Todavia, é dever do advogado agir com 
respeito, discrição e independência, exigindo tratamento isonômico 
e zelando pelas prerrogativas a que tem direito. 
Amparado no texto Constitucional, art. 133 que dispõe ser o “advo-
gado indispensável à administração da justiça”, não podem pairar 
dúvidas o quanto é significativa e necessária a presença deste pro-
fissional no tripé da administração da justiça brasileira. Além deste 
princípio fundamental, o artigo 5°, inciso XIII da Constituição Fede-
ral, assim dispõe:
“Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem discrição de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.”
Ao prefaciar o livro Prerrogativas Profissionais do Advogado, de Al-
berto Zacharias Toron e Alexandra Lebelson Szafir, o Ministro Celso 
de Melo assim consignou:
“a íntima vinculação que há – e que não pode ser desconsiderada 
em qualquer abordagem que se faça em torno do tema – entre as 
prerrogativas profissionais de que são titulares os advogados, de um 
lado, e a declaração constitucionalde direitos e garantias” 
24 25Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Como se depreende dos diplomas legais, a indispensabilidade e a 
liberdade estão diretamente ligadas ao exercício profissional em ra-
zão da Lei n° 8.906, de 04 de julho de 1994, o denominado Estatuto 
da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil.
O exercício da atividade Advocatícia, Consultoria Jurídica, Assessoria 
Jurídica e Direção Jurídicas1 , bem como a denominação Advogado, 
é privativo dos inscritos nos quadros da Ordem dos Advogados do 
Brasil. Aquele que praticar ato privativo de Advogado ou utilizar-se 
da denominação de advogado sem estar regularmente habilitado 
estará exercendo ilegalmente a profissão e, portanto, está sujeito às 
sansões legais, além de serem nulos todos os atos praticados.
No exercício da profissão, o Advogado deve ser tratado com urbani-
dade pelas autoridades, pelos servidores públicos e pelos serventu-
ários da justiça, sendo indispensável à administração da justiça.
Para que possa exercer a atividade de forma plena, ao Advogado foi 
concedido direitos e garantias que lhes é dirigidos especificamente 
para o livre exercício da profissão. A violação das prerrogativas pro-
fissionais, em última analise, é uma lesão aos direitos e garantias 
dos cidadãos.
Para Paulo Luiz Netto Lôbo, a prerrogativa profissional significa direi-
to exclusivo e indispensável ao exercício de determinada profissão 
no interesse social. Em certa medida é direito-dever e, no caso da 
advocacia, configura condições legais de exercício de seu múnus pú-
blico.
Por mais que prerrogativa seja gênero e os direitos espécie, o Es-
tatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil – Lei 
nº.8.906/1994, trata-os de forma indistinta. Não existe um dispositi-
vo específico contendo o rol taxativo destas prerrogativas.
Entretanto, destaca-se o artigo 7º do Estatuto, que dispõe sobre al-
gumas destas prerrogativas dos Advogados, das quais merecem des-
1 Fundamento legal: art. 1º, II, do Estatuto da Advocacia e da OAB – Lei nº 8.906/94.
tacarmos algumas, tendo em vista o advogado em início de carreira, 
que são elas:
a) Exercício da Advocacia em território nacional com liberdade
Todos os Advogados inscritos na OAB têm direito de exercer livre-
mente a advocacia em todo território nacional. Existem, porém, 
algumas ressalvas. O Advogado pode atuar fora da Seccional de 
origem, sede de atuação, no limite de 05 (cinco) causas por ano. 
Quando atuar com habitualidade, deverá requerer a inscrição suple-
mentar na seccional.
b) Ausência de hierarquia e subordinação em relação a outras auto-
ridades, servidores públicos e serventuários da Justiça
O direito de igualdade e a garantia para que os advogados possam 
atuar na defesa dos direitos dos cidadãos de forma autônoma e in-
dependente, de forma a alcançar o seu fim social.
c) Inviolabilidade do local de trabalho
A única exceção a esta prerrogativa é no caso de ordem judicial. O 
juiz pode expedir mandato de busca e apreensão, devendo o objeto 
ser definido e certo para ser válido.
d) Comunicar pessoal e reservadamente com seus clientes
A garantia de comunicação com clientes, pessoal e reservadamente, 
mesmo quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em 
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados inco-
municáveis. Tal prerrogativa é essencial para a realização do estrito 
cumprimento da advocacia e, consequentemente, seja alcançada a 
Justiça.
e) Ter a presença de representante da OAB, quando preso em fla-
grante, por motivo ligado ao exercício da advocacia
26 27Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
No caso de prisão do advogado, por ato decorrente do exercício pro-
fissional, o mesmo tem direito a presença de representante da OAB 
no ato de lavratura do auto de prisão, sob pena de nulidade.
É oportuno ressaltar que o Advogado, no exercício da profissão so-
mente pode ser preso em flagrante delito por crime inafiançável, 
conforme exegese do artigo 7º, § 3º do Estatuto da Advocacia.
Assim, a autoridade que “der voz” de prisão ao advogado no exercí-
cio profissional estará incorrendo em crime de abuso de autoridade, 
Lei nº 4.898/65, que pode resultar inclusive na perda do cargo, con-
forme dispõe o artigo 6º, § 3º, alinea “c” do mencionado diploma le-
gal, processo administrativo perante Corregedoria a que esteja vin-
culado a autoridade, Conselho Nacional de Justiça, além de eventual 
crime contra a honra e reparação por danos morais.
f) Prisão em sala de Estado Maior, até trânsito em julgado da sentença
Conforme dispõe o inciso V, do art. 7º, do Estatuto da Advocacia, o ad-
vogado recolhido preso, antes de sentença com trânsito em julgado, 
terá direito de ficar em sala de Estado-Maior, com instalações e como-
didades condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar.
g) Liberdade de acesso, permanência nas repartições públicas, assem-
bléias e direito de retirada
Sendo a atividade advocatícia um serviço público e, tendo em vista ain-
da a essencialidade do advogado para a administração da justiça, há, no 
Estatuto da Advocacia, a previsão de prerrogativas que visam conferir 
ao advogado a liberdade necessária para sua boa atuação, principal-
mente perante os órgãos públicos, judiciários ou não.
Fundamento legal para tal prerrogativa está no art. 7º, VI e VII, do 
Estatuto da Advocacia e da OAB, que tem por escopo final a garantia 
da realização da justiça e defesa do cidadão.
h) Dirigir-se diretamente aos magistrados
A independência dos advogados é essencial para que o Estado possa 
atingir seu objetivo de prover a justiça.
Assim, para que possa requer providências ou obter informações 
necessárias ao pleno exercício da profissão, o Estatuto da Advocacia 
confere aos advogados a prerrogativa de se dirigirem diretamente 
aos magistrados nas salas e gabinetes.
Portanto, os magistrados têm o dever funcional de receber os advo-
gados, independentemente de horário previamente marcado ou outra 
condição, devendo ser observando apenas a ordem de chegada.
i) Retirada, exame e vista de autos
Para que possa exercer a defesa dos interesses do seu constituinte, o 
Advogado necessita ter conhecimento dos fatos, documentos, pro-
vas, alegações, decisões e atos processuais realizados, o que somen-
te é possível conhecendo os autos do processo.
Diante disso é que o Estatuto da Advocacia faculta ao advogado exa-
me de autos e inquéritos, bem como a vista e retirada de autos de 
processos judiciais ou administrativos, de qualquer natureza, aten-
didas as exceções legais.
j) Fazer uso da palavra no âmbito do Poder Judiciário, Executivo, 
Legislativo e órgãos da Administração Pública em defesa
A palavra, escrita ou falada, constitui instrumento essencial para o 
exercício da advocacia.
Assim, o Estatuto da Advocacia, consagrou o uso da palavra como 
prerrogativa dos advogados, em especial, no que se refere ao di-
reito, às sustentações orais, às intervenções pela ordem e às recla-
mações, de modo que quaisquer normas contidas em regimentos 
28 29Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
internos, no âmbito do Poder Judiciário; do Poder Executivo, repre-
sentado pelos órgãos da Administração Pública; do Poder Legislati-
vo; ou imposições colocadas pelas autoridades, quanto à forma a ser 
seguida pelo advogado, no exercício de seu direito de manifestação, 
constituirá violação de prerrogativas.
k) Ser desagravado em público
O desagravo é meio de defesa do advogado, sendo exercido quando 
as ofensas forem no exercício ou em razão da profissão. Deve ser 
feito pelo Conselho Seccional da localidade onde tenha sido prati-
cada a ofensa e tem como objetivo permitir a reparação moral ao 
ofendido, de forma a resgatar a sua dignidade profissional, assim 
como conclamar a solidariedade da classe para com o ofendido,de 
modo a promover não só sua pública defesa mas, também, a da clas-
se como um todo contra a ofensa perpetrada.
Ressalta-se que haverá Desagravo independente da aceitação do ad-
vogado ofendido, uma vez que, a ofensa é à advocacia e não apenas 
à pessoa do advogado.
l) Recusar a depor, mesmo com o cliente autorizando ou solicitando
Conforme dispõe o artigo 7º, XIX da lei 8.906/94, é prerrogativa do 
advogado recusar-se a depor como testemunha mesmo quando au-
torizado ou solicitado pelo constituinte.
m) Imunidade profissional à injúria e difamação
Imunidade profissional ou inviolabilidade penal2 é “uma exigência 
funcional para melhor desempenhar a defesa dos interesses que lhe 
são confiados e com inteira liberdade na discussão da causa”.
2 Toron, Alberto Zacharias, Prerrogativas profissionais do advogado. 3. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010, pag. 11
Dessa forma, a imunidade não é um privilegio, mas sim uma garantia 
para que o advogado possa atua com destemor, independência, ho-
nestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé.
Ressalta-se que essa imunidade é relativa, haja vista que tanto a Car-
ta Magna quanto o Código Penal e o Estatuto da Advocacia prevêem, 
expressamente, a atuação dentro de limites legais.
O rol de prerrogativas mencionado nesse manual não abarcam sequer 
o rol contido no artigo 7º do Estatuto da Advocacia, sendo que, para 
o exercício pleno da Advocacia, é essencial o conhecimento dos seus 
direito e deveres.
Assim, o objetivo aqui é despertar os novos profissionais da necessi-
dade de conhecer os seus direito e prerrogativas para o pleno exer-
cício da advocacia.
DA COMISSÃO DE DIREITOS E PRERROGATIVAS
A OAB-GO, visando o combate às constantes violações às Prerro-
gativas dos Advogados, criou o Disque-Prerrogativas, que funciona 
em regime de Plantão 24h por dia, a fim de prestar assistência a 
qualquer membro desta Seccional que esteja sofrendo ameaça ou 
violação às prerrogativas profissionais. O atendimento é feito pelo 
telefone (62) 9976-9900.
O advogado também conta com o Núcleo de Defesa das Prerrogati-
vas, localizado no Centro de Serviços da seccional, no Setor Sul, em 
Goiânia. O órgão funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h 
para receber denúncias de violação de prerrogativas da advocacia, 
sendo que o contato pode ser feito pessoalmente ou pelo telefone 
0800-6439900.
Assim, quando o advogado for violado nas suas prerrogativas profis-
sionais, deve informar o fato para que se possam tomar as providên-
cias judiciais e extrajudiciais cabíveis.
30 31Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Destaque-se que o advogado é o guardião das liberdades, da vida e 
do patrimônio do seu constituinte. Por isso, é preciso que conheçam 
seus direitos e deveres e os exerçam, lembrando que o advogado 
não pode estar sujeito a qualquer constrição.
Há de ressaltar a seguinte frase: “Pecar pelo silêncio, quando deve 
protestar, faz do homem um covarde”. Abraham Lincoln.
3. ADMINISTRAÇÃO DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
Colaboração: Dr. Frederico Augusto Alves de Oliveira Valtuille, Dr. Leonardo Magalhães, Dr. 
Tobias Amaral do Nascimento e Dr. Guilherme Martins de Araújo
A administração de escritório de advocacia é um tema relacionado à 
nova realidade da “advocacia reinventada”, que exige e recomenda 
que “os escritórios profissionalizem suas estruturas e sua gestão 
como verdadeiras empresas”.
O advogado em início de carreira deve entender que as práticas de 
gestão e administração modernas dão à prestação de serviço de ad-
vocacia um caráter mais empresarial, sem, contudo, abandonar o 
rigor ético e moral, valores ínsitos da nossa profissão.
O advogado Marco Antônio Miranda Guimarães, autor do clássico 
“Escritórios de Advocacia: da organização à administração”, pontuou 
com pertinência que “(...) pudessem as universidades [de Direito] 
incluir em seus currículos um pouco de administração – assim como 
se aprende Português como requisito básico para quaisquer outras 
matérias – veríamos recém-formados mais conscientes, mais prepa-
rados para o mundo que os aguarda fora da faculdade”. 
A advertência do advogado sul-rio-grandense se deve ao entendi-
mento, que deve ser compreendido pelo advogado em início de car-
reira, de que os instrumentos da administração auxiliam e ajudam 
de forma significativa e direta na definição de um PLANEJAMENTO 
DO ESCRITÓRIO, composto de objetivos claros e estratégias corre-
tas que poderão levar à futura lucratividade com a profissão.
Assim, a gestão geral “olha o escritório como um todo e preocupa-
se com as decisões sobre o seu formato, cultura e políticas. Trata de 
como está [ou estará] organizado o escritório e qual a sua relação 
com o ambiente interno e externo. Ter clareza sobre esses temas 
facilitará o desempenho dos advogados e corpo de apoio”.
Dentre todas estas ponderações, o advogado em início de carreira 
deve procurar realizar primordialmente a seguinte tarefa: estabe-
lecer para o seu escritório uma VISÃO (é a projeção do futuro do 
escritório e deve abranger tamanho, nichos de mercado, serviços, 
clientes, horizontes de tempo e deve ser temperada com muito so-
nho), uma MISSÃO (descreve a estratégia, as ações e a filosofia do 
escritório para atingir a Visão almejada) e sedimentar os seus VALO-
RES (são os atributos considerados relevantes e valorados na organi-
zação de tal maneira que todos mantenham uma mesma direção e 
propósitos). Este é o tripé base para estabelecer a direção e orienta-
ção do escritório de advocacia.
Nunca o planejamento de carreira foi tão importante para os ad-
vogados quanto na atualidade. Quando o profissional do Direito 
inicia sua carreira, vivencia uma gama de sentimentos conflitantes. 
Ao mesmo tempo em que é movido por sonhos e idealismos, se de-
para com a dúvida de qual o melhor caminho a seguir, diante de 
tantas possibilidades que as carreiras jurídicas oferecem. É este o 
momento ideal para parar, refletir, identificar seus projetos, escolher 
caminhos, planejar suas ações e preparar-se adequadamente para 
enfrentar os muitos desafios.
Neste planejamento, é preciso colocar em pauta alguns fatores im-
portantes, tais como: satisfação profissional (ligada à qualidade da 
profissão, das pessoas que trabalham com você, as oportunidades de 
desenvolvimento profissional, o estímulo intelectual, etc.); o estilo de 
vida (diz respeito às horas que você dedica ao trabalho, o controle 
que você tem sobre a própria agenda, tempo livre disponível, etc.) e 
32 33Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
a remuneração (que inclui remuneração, benefícios, planos de previ-
dência, prestígio social, etc.);
Vale ressaltar que o planejamento de carreira é algo dinâmico que 
pode ser revisado periodicamente, permitindo mudanças e refor-
mulações conforme as especificidades do mercado em que preten-
de atuar e o que nele é valorizado. Por exemplo: idiomas, cursos, 
especializações, títulos, certificações, etc.
Em geral, se escolhe a profissão, mas não se faz o planejamento e a 
gestão da carreira, tornando-se imprescindível um plano de ações 
para auxiliar na organização, determinação, persistência e execução 
do planejamento da carreira, uma vez que há ações de curto, médio 
e longo prazos.
Com o objetivo de conquistar um diferencial e melhorar o aprovei-
tamento das oportunidades de mercado, existem quatro atitudes 
indispensáveis em seu planejamento de carreira. São eles:
• Elaborar um plano de carreira eficaz, definindo seus objetivos es-
tratégicos, pessoais e profissionais;
• Pesquisar o mercado em expansão e as oportunidades, analisando 
as tendências e encontrando os nichos que possam ser explorados; 
• Desenvolver competências essenciais de sucesso diretamente re-
lacionadas à inteligência emocional, tais como: comunicação, re-
lacionamento interpessoal,bom humor, capacidade de produzir 
conhecimento, trabalho em equipe, motivação e criatividade;
• Definir ferramentas de marketing pessoal, construindo sua rede de 
relacionamentos profissionais, desenvolvendo parcerias profissionais, 
participação ativa de entidades de classe e eventos, etc.
Com essas atitudes em mente, a advogada, escritora e consultora 
em gestão de serviços jurídicos, Lara Cristina de Alencar Selem, traça 
dez passos para ajudar na construção da sua carreira:
• O primeiro passo é pensar sobre os rumos da “sua” Advocacia. 
Reflita: Como estará o setor jurídico nos próximos anos? Em que 
mercados você quer competir? Que serviços poderá oferecer? 
Que valor irá agregar aos seus futuros clientes? Que áreas do Di-
reito são mais promissoras? Converse com professores, advogados 
mais experientes, pessoas que possam te aconselhar.
• O segundo passo é definir a sua Visão de carreira. Ou seja, é pre-
ciso identificar a posição ou situação onde você pretende se situar 
num futuro de três a cinco anos. Tempere sua visão com muito so-
nho e seja ousado. Pense grande. Por mais que pareça exagerado o 
que você deseja, é o que você deseja, então dê crédito a si mesmo. 
Escreva sua Visão em no máximo 5 linhas.
• O terceiro passo é definir a Missão de sua carreira, estabelecendo as 
ações a serem tomadas para que se consiga alcançar a Visão. A Missão é 
a sua razão de ser Advogado. Responda: “Para que eu existo como Advo-
gado?”. Algumas dicas: Faz o que? Para quem? Onde? Como? Com que 
finalidade? Escreva sua Missão em no máximo 5 linhas.
• O quarto passo será identificar os seus Valores enquanto profissio-
nal. Eles manterão você no curso certo caso ocorra algo inespera-
do, pois você estará preparado para reagir rápida e decisivamen-
te, baseado numa clara compreensão do que realmente importa. 
Exemplo de Valores: ética, honestidade, compromisso com o clien-
te e com a Justiça, valorização das pessoas, transparência, etc.
• O quinto passo é se auto-diagnosticar e o diagnosticar do ambiente 
externo. Identifique seus pontos fortes (no que você é bom?) e fracos 
(quais são suas deficiências?), ou seja, as variáveis controláveis por 
você e que podem criar condições favoráveis ou não à sua atividade. 
Identifique também as oportunidades e ameaças trazidas pelo am-
biente externo, ou seja, situações externas, tendências ou desconti-
nuidades futuras que podem influenciá-lo positiva ou negativamente 
no cumprimento de sua Missão.
• O sexto passo, após todos os dados e informações importantes 
para a tomada de decisões já estarem sobre a mesa, será traçar 
os objetivos estratégicos, ou seja, os resultados quantitativos e/
ou qualitativos que você precisa alcançar em prazo determinado, 
no contexto do seu ambiente, para cumprir sua Missão. Eles esta-
belecerão a direção e priorização das atividades, sob quatro pers-
pectivas: financeira (crescimento da receita, redução de custos, 
34 35Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
aumento da produtividade, estratégias sobre honorários, etc.), 
dos clientes (retenção, captação, satisfação e lucratividade, etc.), 
dos processos internos (tempo de entrega dos serviços, taxas de 
defeito, custos de produção, desperdício, etc.) e do aprendizado 
e crescimento (satisfação, crescimento intelectual, produtividade, 
realização de bons trabalhos, etc.).
• O sétimo passo será reduzir os objetivos estratégicos em metas, 
que permitirão uma melhor distribuição de tarefas e um melhor 
acompanhamento de resultados parciais. Imagine que os objeti-
vos são como um quebra-cabeça montado e que as metas são as 
peças que formam o todo.
• O oitavo passo será construir um Plano de Ação orientado para 
resultados, com a priorização dos objetivos e metas estratégicas, e 
a definição clara: do que será feito, por que será feito, quem fará, 
onde será feito, pra quando será feito, e quanto custará para ser 
feito. Dicas: defina o resultado esperado e estime a data de con-
clusão.
• O nono passo é por o plano em execução e controlá-lo. É hora de 
partir para a ação. Ao executar, faça pequenos avanços em circuns-
tâncias controladas para poder atribuir melhorias (ou falhas) às 
mudanças planejadas na atividade. Estude os resultados: O resul-
tado desejado ocorreu? Se não ocorreu, por quê? Analise!
• O décimo passo é agir para padronizar o processo que produziu 
o resultado desejado ou, na eventualidade do resultado ter sido 
diferente do que era desejado, use a experiência como entrada 
para novas tentativas na melhoria do seu plano e da sua carreira. 
Persevere! Insista! Acredite! E vença!”
Assim, seguramente o plano de carreira é uma poderosa ferramenta 
para alcançar o sucesso profissional e pessoal, devendo ser inicia-
do desde o período acadêmico, pois quanto antes tiver início, mais 
cedo poderá gerar resultados na carreira, lembrando sempre que:
 “a vida profissional que queremos ter é diretamente proporcional às 
decisões (grandes e pequenas) que tomamos todos os dias”, Lara Selem.
A partir daqui, indicaremos algumas das várias áreas que estão se 
destacando no mercado e necessitam de profissionais ousados, ca-
pazes de acompanhar as inovações que ocorrem paulatinamente na 
estrutura judiciária brasileira. 
São novos ramos, alguns com menos de uma década, outros não 
tão recentes assim, cuja a demanda por profissionais especializados 
vem crescendo em proporções consideráveis.
BIODIREITO
O biodireito é um mercado que desperta interesse e promete substancial 
crescimento, dado seu horizonte ilimitado, diante dos crescente avanços 
tecnológicos na medicina e na ciência. Clonagem, transgênicos, pesquisa 
com células-tronco, antes temas de ficção cientifica, atualmente corri-
queiro na mídia de todo o mundo, levantando discussões acaloradas que 
misturam Direito, Religião e Ciência. Há uma grande procura das empre-
sas de biotecnologia por advogados especializados no assunto, mas fal-
tam profissionais devidamente instruídos para atendê-las.
Recentemente houve um grande debate entre biojuristas brasileiros 
(Advogado em Biodireito), discutindo a regulamentação da soja ge-
neticamente modificada. O tema é polêmico pois não envolve ape-
nas questões de direito. Contudo, não podemos deixar de reconhe-
cer que é um campo fértil e inovador para ser patrocinado.
DICAS: O profissional interessado nesta área de atuação deve ficar 
atento aos seguintes aspectos:
• Seja sempre um pesquisador, pois nesta área as inovações são 
constantes e o profissional tem de acompanhar as tendências e 
inovações, para que não fique obsoleto;
• Capacidade de trabalhar em equipes interdisciplinares;
• Domínio de outros idiomas, como o inglês, o espanhol e principal-
mente o Francês, pois a França segue na dianteira em relação as 
principais publicações sobre o tema;
36 37Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
• Facilidade para usar a Internet e se manter atualizado;
• Estudar áreas como Biossegurança e Biologia é imprescindível 
para o Biojurista.
DIREITO AERONÁUTICO
O Direito Aeronáutico ainda é uma área recente no Brasil e no mun-
do, uma vez que o avião comemorou seu centenário proximamente. 
Mas o mercado aeronáutico mundial (e principalmente o nacional) 
tem experimentado grande crescimento nas ultimas décadas.
O aumento nas exportação de aeronaves e o crescimento do mer-
cado de aviação civil no Brasil, tem gerado inquietações relevantes, 
como: a relação de consumo, a responsabilidade por danos rela-
cionado aos passageiros e às cargas, as garantias internacionais, os 
contratos de transporte aéreo de cargas e pessoas, a jurisdição e 
competência extraterritorial, e uma infinidade de outros aspectos 
que circundam essa modalidade do direito aeronáutico e a legisla-
ção pertinente.
Esta é, sem dúvida, uma área de grande projeção para a advocacia. 
Um exemplo clarodesse crescimento é a metrópole de São Paulo, 
que conta com a segunda maior frota de helicópteros do mundo, 
ficando atrás somente de Nova Iorque. Sendo assim, esta é uma óti-
ma área para o advogado recém-formado que pretende se especia-
lizar em uma área proeminentemente em crescimento.
DICAS:
• Ter curiosidade para as novidades e procurar sempre se atualizar 
sobre matérias da área;
• Dedicar-se desde a graduação a matérias pertinentes a área, como: 
Direito Administrativo, Direito Público, Direito Comercial, Direito 
Internacional e também Direito do Consumidor. 
DIREITO MARÍTIMO
Como todas as carreiras especializadas, o Direito Marítimo ofere-
ce boas oportunidades para os advogados brasileiros, dada a sua 
extensão marítima e o crescente aumento do mercado de turismo 
marítimo, com é o caso dos cruzeiros. Salienta-se também a impor-
tância do direito portuário, do trabalhador portuário e o direito adu-
aneiro, a ele conexos.
DICAS: Como esta matéria não é apresentada aos estudantes na gradu-
ação, com algumas raras exceções, o interessado que pretende especia-
lizar-se nesta área terá de buscar cursos no exterior, tendo de dominar 
algumas línguas, sendo uma delas o inglês.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Para quem opta pelo dinamismo, o direito do consumidor é uma 
ótima opção para o advogado que tem familiaridade com a área. 
Trata-se de um mercado novo que necessita de profissionais espe-
cializados. O advogado que escolhe essa área poderá atuar tanto na 
defesa dos consumidores como na orientação às empresas. São área 
de grande expansão, visto que a cada dia os consumidores estão 
mais conhecedores de seus direitos, no que diz respeito às relações 
de consumo.
DICAS:
• Para quem pretende ingressar nesta área, é importante ficar aten-
to antes de adentrar à faculdade, pois em algumas instituições a 
matéria não e obrigatória, tratando-se pois de disciplina optativa;
• Já para os que estão cursando a faculdade, é importate ater-se às 
matérias de Direito Civil, Direito Administrativo e Direito Comer-
cial, pois são matérias que auxiliam no entendimento do Direito 
do Consumidor;
38 39Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
• Uma boa opção para quem pretende sair da faculdade melhor quali-
ficado é o estágio direcionado à área que deseja militar, pois a pratica 
adquirida em escritórios especializados direciona o acadêmico no ca-
minho para sedimentar o conhecimento obtido na graduação. 
DIREITO DESPORTIVO
Sem sombra de duvidas, o Direito Desportivo é uma área jurídica de 
notória ascensão nos últimos anos, principalmente após o advento 
dos jogos Pan-americanos de 2007, sediados pelo Brasil, e com a 
recente confirmação da realização da Copa do Mundo de 2014, em 
solo brasileiro.
Os esportes movimentam milhões de dólares todos os anos. Exem-
plo disso é a modalidade do futebol, que gira por temporada algo em 
torno de US$ 220 milhões de dólares no mundo todo. Outro esporte 
de grande monta é o tênis, tomando como exemplo o tenista Gustavo 
Kuerten, que em apenas 04 anos de carreira, acumulou uma fortuna 
de US$ 20 milhões de dólares, e praticamente metade deste montan-
te foi recebido oficialmente por meio de prêmios. Diante da vultuosi-
dade desta movimentação financeira e da crescente profissionaliza-
ção dos esportes, fica nítida a relevância do advogado especializado 
no ramo do Direito Desportivo. 
Com a criação da lei Pelé em 1993, o Direito Desportivo começou 
verdadeiramente a profissionalização, tornando-se uma ciência e 
passando a ser debatido no meio acadêmico.
O advogado que se especializa em direito desportivo pode atuar em 
varias áreas, como: trabalhista, quando houver algum conflito de um 
atleta com o clube de futebol, por exemplo; Tributário, quando preci-
sar se valer dos conhecimentos nesta área para assessorar a entidade 
esportiva, na buscar de formas legais que reduzam a incidência das 
cargas tributárias; e também em Direito Comercial, fundamental nas 
negociações de contrato, a exemplo dos contratos de transferência de 
jogadores para o mercado europeu.
DICAS:
• Quem pretende atuar nesta área deve dar maior atenção à maté-
rias como: Direito do Trabalho, Direito Tributário e Direito Comer-
cial, além da legislação extravagente atinente ao direito desporti-
vo, obviamente;
• Não confunda a paixão pelo clube com a atuação profissional. Mui-
tas vezes o amor pelo time traz grandes prejuízos ao advogado.
• Conhecer os Tribunais Desportivos, de preferência freqüentando-
os e assistindo os julgados; 
• Estudar a legislação desportiva internacional.
DIREITO ELEITORAL
Esta é uma área em franca expansão, principalmente após 1997, 
com a redemocratização do país e o surgimento de regras que de-
finiram as eleições para Presidência da República, Governos Esta-
duais, Prefeituras, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assem-
bléias Legislativas e Câmeras Municipais. 
Interessante notar que existem poucos profissionais dedicados ao 
Direito Eleitoral. Desta forma, esta é uma grande carreira para quem 
pretende se especializar. Contudo, o profissional do Direito Eleitoral 
tem de ter, acima de tudo, domínio completo do assunto, e estar 
atualizado às modificações do mercado, uma vez que os prazos da 
Justiça Eleitoral são curtíssimos, de 24 a 48 horas, o que exige muito 
do advogado.
Entretanto, o trabalho do advogado não se restringe à militância na 
Justiça Eleitoral. Deve também acompanhar programas de rádio e 
TV, instruir o candidato em debates, acompanhar os institutos de 
pesquisa e fiscalizar as doações que as grandes empresas realizam 
para um determinado candidato. Tudo isso faz parte do dia a dia do 
profissional do Direito Eleitoral.
40 41Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
DICAS:
• O interessado em seguir a carreira de Patrono Eleitoral e já se de-
cidido na graduação, deverá se ater ao estudo das matérias como: 
Direito Constitucional e Direito Administrativo, que são de suma 
importância para o trabalho diário do advogado;
• Para quem pretende aplicar a teoria obtida nas faculdades, há a 
possibilidade de se inserir como estágiário em algum escritório 
que atue em campanhas eleitorais. Esta será uma grande oportu-
nidade para consolidar o estudo adquirido na graduação. Mister 
se faz também a análise do ritmo frenético de uma eleição, para 
quem pretende atuar com o Direito Eleitoral;
• Gostar de política. Mas, acima de tudo, ser profissional, isto é, ser 
capaz de trabalhar para um candidato independentemente de sua 
filiação partidária;
• Saber lidar com informações, ter habilidade com a imprensa, ter 
capacidade de elaborar discursos rapidamente, muitas vezes so-
mente orais.
DIREITO MÉDICO
Muitos aposta, que o Direito Médico será uma grande alternativa para 
os profissionais que estão pretendendo obter uma especialização. No 
Brasil, ainda são poucos profissionais especializados nesta área, mas 
a expectativa é de grande evolução, pois o mercado americano muito 
influencia neste sentido, uma vez que, em se tratando de responsabi-
lidade médica as indenizações chegam a cifras milionárias.
O Direito Médico é um subtipo do Biodireito, que ganhou força com a 
promulgação da Nova Constituição de 1988 e, logo após, se fortaleceu 
com a criação do Código de Defesa do Consumidor, em 1990.
Apesar de ser uma área precoce, com apenas uma década de exis-
tência, acredita-se ser promissora ao profissional dedicado, por ha-
ver escassez de advogados na área.
O advogado especialista nesta área patrocinará uma vasta quantidade 
de litígios, que poderão surgir da relação médico-paciente, como por 
exemplo, no que tange a infecção hospitalar, cirurgia mal-sucedida, 
conflito com planos de saúde, omissão de socorro, falsidade ideoló-
gica, envolvimento de médico com os pacientes e desvio de conduta, 
dentre outros. Tudo isso,obriga que o advogado conheça a fundo a 
rotina do médico e do hospital.
Todavia, em muitos casos o médico é alvo de injustiças, não sen-
do responsáveis por vários problemas pós-cirúrgicos, por exemplo, 
quando o paciente não cumpre as regras pós-operatórias. De ma-
neira que faz-se necessário a contratatação de uma assessoria de 
advogados especializados, atuando no sentido de previnir futuros 
conflitos que possam advir da relação médico X paciente.
No Brasil as indenizações ainda são consideradas baixas em relação 
a outros países, porém os profissionais acreditam que isso poderá 
mudar a curto prazo.
DICAS:
• Para o profissional que ainda não possui uma especialização no 
ramo, mas tem interesse em ingressar na área, deve desde já pres-
tar atenção às matérias: Direito Civil, Processo Civil, Direito Penal 
e Direito Administrativo;
• Procurar vivenciar o ramo hospitalar. Ficar por dentro dos proble-
mas, em busca de melhores soluções para o dia a dia.
DIREITO DO MERCADO DE CAPITAIS
O Direito de mercado de capitais é um ramo que possui uma história 
curta, menos de dez anos. Porém, os especialistas na área são unâni-
mes em concordarem que, do ponto de vista financeiro, esta é umas 
das carreiras mais promissoras da atualidade.
42 43Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
O Mercado de capitais é a poupança disponível de um país, incluin-
do o mercado financeiro propriamente dito e o chamado mercado 
de valores imobiliários, ambos disputam os recursos financeiros de 
investidores e empresas.
A “clientela” neste ramo restringe-se a três clientes em potencial: o 
emissor, o intermediador e o comprador. Tomemos uma operação de 
lançamento de valores imobiliários (ações), por exemplo, o advogado 
pode ter como cliente a empresa que está emitindo tais títulos, quem 
está intermediando as transações (corretoras, a Bolsa etc.) ou, na ou-
tra ponta da negociação, quem compra ou vende tais títulos.
Mas para ser um advogado em Mercado de Capitais, não basta ter 
conhecimento em legislação, tem de conhecer a fundo o mercado 
financeiro, conhecer o mercado do cliente, o tipo de negociação 
que ele realiza, conhecer técnicas de negociação, arbitragem, etc., 
e também, ter em mente que nem sempre o judiciário é a opção 
mais eficiente para a empresa, uma vez que há a possibilidade de 
conciliação e a via extrajudicial, que costumam ter resultados mais 
expressivos e céleres, portanto, mais eficazes que o judiciário.
DICAS:
• Ter conhecimento de contabilidade, microeconomia e finanças é 
matéria obrigatória para o advogado especialista nesta área;
• Fazer graduação em Direito e Administração de Empresas, prefe-
rencialmente em faculdades conceituadas;
• Fazer estágio em escritórios conceituados, se possível em Nova 
York e Londres.
• Cursar mestrado profissionalizante no exterior;
• Atualmente, a empresa privatizada é um enorme campo de traba-
lho para advogados nessa área, pois ao contrário das estatais, elas 
preferem trabalhar com escritórios terceirizados.
DIREITO SANITÁRIO
No Brasil, o Direito Sanitário é uma área desconhecida, contudo, é 
uma carreira de grandes oportunidades.
Em alguns países da Europa, como a Itália, existem cursos de es-
pecialização desde 1962. O Brasil já conta com bons programas de 
especialização.
O profissional na área do Direito Sanitário tem de estar sempre 
sintonizado com as áreas do Direito do Consumidor, Direito Penal, 
Direito Civil e principalmente com o Direito Administrativo, sendo 
considerado este o principal ponto do Direito Sanitário. Para alguns 
doutrinadores, o Direito Sanitário é o Direito Administrativo voltado 
para a saúde. 
No Brasil, a sistematização de informação só veio no fim da década de 
80, com a criação da Cepedisa (Centro de Estudos e Pesquisas de Direito 
Sanitário). Além de cursos de especialização, criou um banco de dados 
da legislação sanitária nacional, com leis e atos administrativos das três 
esferas de poder: municipal, estadual e federal.
Tudo que envolve a saúde, no campo público ou privado, envolve o 
Direito Sanitário. Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, re-
gistro de medicamentos (incluindo os genéricos), registro de alimen-
tos e outras questões intimamente relacionadas com o Biodireito, 
como inseminação artificial.
DICAS:
• Na área pública, o advogado tem grande possibilidade de atuação 
em Secretária de Saúde Estadual e/ou Municipal;
• Dar uma atenção à matérias como Direito Administrativo, Direito 
Penal, Direito do Consumidor e Direito Civil, auxiliam muito na so-
lução dos problemas diários.
44 45Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
DIREITO DO SEGURO
Há poucos anos atrás, o Direito de Seguro era praticamente ignora-
do por jovens advogados brasileiros, situação bem diferente da en-
contrada na Europa, Estado Unidos e em alguns paises da América 
Latina. Porém, este interesse pelo o Direito do Seguro vem crescen-
do entre os advogados brasileiros, principalmente quando se leva 
em condideração o crescimento do setor, representando atualmen-
te 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar de ter passado por grandes dificuldades nos anos 70 e 80, o 
Direito do Seguro é bastante promissor, monstrando-se uma carreira 
bem rentável graças à economia estabilizada do país.
O advogado neste ramo pode atuar não só em casos individuais ou 
de pequenos grupos, como em planos de saúde, seguros de empre-
sas que envolvem cifras elevadas e até o resseguro, que é o seguro 
do seguro.
Quem pretende atuar nessa área pode seguir carreira na defesa dos 
interesses das seguradoras ou no interesse dos segurados.
DICA:
• Dominar o espanhol, pois as publicações mais importantes sobre 
Direito do Seguro estão editadas nesta língua.
DIREITO DE TELECOMUNICAÇÃO E INTERNET (T.I.)
A tecnologia e conceitos fundamentais utilizados pela Internet sur-
giram de projetos conduzidos ao longo dos anos 60, pelo Departa-
mento de Defesa dos Estados Unidos. Contudo, foi a partir dos anos 
80 que se deu sua proliferação. Com relação a telecomunicação, foi a 
partir de 1991, com a chegada dos celulares ao Brasil, que a abertura 
da economia e o Direito da Telecomunicação realmente cresceu.
O conhecimento na área técnica é por demais importante para peti-
cionar e conduzir bem a audiência, de maneira a esclarecer o julga-
dor a despeito dos conflitos existentes na área. Pois, na maioria das 
vezes, tanto os juizes como os funcionários do judiciário são total-
mente leigos no assunto. Por isso o advogado em T.I. costuma atuar 
com o auxilio de equipes multidisciplinares, formadas por advoga-
dos, engenheiros, técnicos em informática, dentre outros.
Com a democratização da internet, os problemas nesta área se apre-
sentam cada vez mais constantes e a área de atuação se faz cada vez 
maior, com empresas de telecomunicação, órgão e agências regula-
doras, empresas de internet, empresas tradicionais que pretendem 
negociar no universo virtual e empreses de telefonia que tiveram 
um grande crescimento em 1989, com a privatização da banda B de 
celular.
DICAS:
• Dominar os conceitos em Direito Civil, Direito Comercial, Direito 
Penal e Direito Administrativo;
• Estudar os ramos clássicos, mas não ficar engessado apenas nestas 
ciências;
• Ser flexível e adaptar-se às novidades são requisitos importantís-
simos para o advogado em T.I. (Advogado em Tecnologia da Infor-
mação);
• Gostar do que é novo;
• Dominar o idioma inglês;
• Ter capacidade de trabalhar em equipe faz toda a diferença para o 
advogado em T.I.
46 47Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
4. PROCESSO ELETRÔNICO
Colaboração: Dr. Tabajara Francisco Póvoa Neto
O projeto de Lei 5.828 de 11 de janeiro de 1973, que deu origem a 
Lei 11.419/06, não foi a primeira inciativa admitida em lei para in-
troduzira prática de atos processuais por meio eletrônico. Em 1991, 
o art. 58, IV, da Lei do Inquilinato, já permitia a possibilidade do uso 
do telex ou do facs-símile para a realização de citação, intimação/
notificação de pessoa jurídica ou firma individual. Porém, o que se 
entende como marco inicial para a admissão da via eletrônica como 
meio hábil para prática de atos processuais a distância, foi a edição 
da Lei 9.800/99.
Com aproximadamente dois anos da vigência da Lei 9.800/99, foi 
promulgada a Lei 10.259/2001, que cria e disciplina os Juizados Fe-
derais, trazendo ainda novidades que aceleraram a informatização 
perante os órgãos da Justiça Federal. Contudo, somente em dezem-
bro de 2006 é que foi promulgada a Lei n.º 11.419, que dispõe sobre 
a informatização do processo judicial; altera a lei n.º 5.869, – Código 
de Processo Civil; e dá outras providências.
Com advento da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006, vários 
estados implantaram e criaram normas para o funcionamento do 
processo eletrônico no âmbito de suas competências. O Estado de 
Goiás iniciou, por meio da Resolução Nº 2, de 14 de março de 2007, 
implantando incialmente no 4º Juizado Especial Criminal e 9º Juiza-
do Especial Cível e Criminal da Comarca de Goiânia.
Somente em 24 de março de 2010, por meio da Resolução de nº 2, 
é que foi autorizada a expansão nas demais unidades judiciárias do 
Estado, em primeiro e segundo graus de jurisdição, com a implanta-
ção do sistema de processo eletrônico PROJUDI.
PROGRAMAS OPERACIONAIS DO PROCESSO ELETRÔNICO
Atualmente, existem vários programas operacionais do processo 
eletrônico, sendo que cada um deles possui requisitos e peculiari-
dades a parte.
Na Justiça Estadual:
O processo judicial digital, também chamado de processo virtual ou 
eletrônico, pode ser conceituado como um sistema de informática 
capaz de reproduzir todo o procedimento judicial em meio eletrôni-
co, substituindo os atos processuais, antes realizados por meio do 
armazenamento e manipulação de papéis.
A maioria dos Tribunais optou pelo sistema conhecido como PROJU-
DI, dentre eles: Goiás, Minas Gerais, Rondônia, Ceará, Tocantins, etc.
PROJUDI – Sistema de Processo Eletrônico da Justiça Estadual:
Atualmente no Tribunal de Justiça de Goiás, está disponível em al-
gumas Varas Cíveis, Juizados Especiais, Varas de Família e Varas da 
Fazenda Pública.
O sistema é interligado com a internet, por isso o computador deve 
ter acesso livre, sem restrições a essa rede mundial.
Para que o sistema funcione sem dar qualquer tipo de erro ou pro-
blema, é extremamente recomendada a utilização do navegador: 
Mozilla Firefox.
Para a utilização desse sistema, o advogado deverá se cadastrar no 
sistema, além de instalar os softwares recomendados.
48 49Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
O cadastro no sistema PROJUDI é realizado presencialmente.
Locais de cadastramento: Goiânia - Protocolo Cível e Protocolo Cri-
minal, Comarcas do Interior - Cadastrador indicado pelo juiz da co-
marca; Documentos necessários: carteira da OAB, identidade, CPF e 
comprovante de endereço, mediante o preenchimento da declara-
ção de obrigações do titular do certificado digital e do formulário do 
cadastro no PROJUDI.
Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se-
guintes passos:
• Para acessar o PROJUDI abra o site do Tribunal de Justiça do Estado 
de Goiás no Link http://www.tjgo.jus.br
• O advogado cadastrado digitará na opção “usuário” o seu CPF, em 
seguida sua senha de acesso;
• Selecione a serventia informada na seccional da OAB;
• Antes de iniciar o peticionamento, faça o download do seu certifi-
cado digital. Na opção “certificados”, “usuários”, clique no símbolo 
do disquete;
• Para peticionar, clique na opção “processo”, selecione primeiro ou 
segundo grau, cíveis ou criminais, criar sem ou com dependência;
• Cadastre os promoventes clicando na lupa. Os campos em asteris-
cos são obrigatórios, os demais são opcionais;
• Informações processuais – informar a classe processual, assunto 
principal e assunto secundário;
• Advogados – é possível cadastrar mais de um advogado, desde que 
este esteja devidamente cadastrado no sistema PROJUDI;
• Nas características do processo, escolha a comarca, a área de dis-
tribuição e classe do CNJ;
• Inserir documentos – selecione o tipo de arquivo, clique em “assinar”, 
“adicionar” e selecione o arquivo a ser assinado. Selecione o certificado 
digital (o certificado baixado do PROJUDI está no formato A1), clique 
em selecionar, busque o certificado digital, digite a segunda senha ca-
dastrada junto ao tribunal de justiça, “assinar” e “concluir”;
• Características do processo – selecionar se o processo é prioritário, 
se existe segredo de justiça e se tem pedido de urgência;
• Após, clicar em “salvar”;
• Pronto, seu processo foi distribuído eletronicamente.
DICA: Antes de iniciar o peticionamento eletrônico, organize uma 
pasta com todos os documentos a serem inseridos (petição, procu-
ração e etc.). Verifique se todos já estão no formato PDF e com no 
máximo 1 MB.
OBS: em caso de dúvidas, a OAB-GO possui sistema de suporte ao 
Advogado através do telefone (62) 3238-2000, além de tutorial ex-
plicativo no portal http://www.oabgo.org.br/esa/eventos-capital/
curso/projudi-2-tutorial/.
Na Justiça Federal:
e-PROC (Processo Eletrônico): Sistema de Processo Eletrônico da 
Justiça Federal e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Para utilização desse sistema não é necessário ter adquirido o certi-
ficado digital, uma vez que o sistema não aceita documento assina-
do digitalmente.
A solicitação do cadastro é feita pelo próprio usuário, através do site 
da Justiça Federal (www.go.trf1.gov.br).
Para ativar o cadastro efetuado, o advogado deverá comparecer 
pessoalmente, munido da Carteira da OAB, na Seção de Distribuição 
de uma das Subseções Judiciárias do Estado de Goiás, a fim de libe-
rar a sua senha.
Por ocasião de seu comparecimento nesta Seção, deverá preencher 
um Termo de Adesão ao processo eletrônico, que ficará guardado na 
unidade que efetuou o cadastramento.
50 51Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Para encaminhar uma petição inicial eletrônica, você deve seguir 
os seguintes passos:
• Na página do processo eletrônico inserir LOGIN e SENHA;
• Clicar em “petição inicial”;
• Preencher informações preliminares: local da ação, valor da causa, 
tipo da ação e nível de sigilo, e clicando em “próxima”;
• Selecionar Assunto de Processo e clicar em “próxima” (podem ser 
cadastrados assuntos principais e secundários);
• Cadastrar parte Autora – caso não seja localizado pelo CPF, deverá 
clicar em “novo”, inserir todos os dados obrigatórios e salvar ca-
dastro. Após clicar em “incluir” e em “próxima”;
• Cadastrar parte requerida – escolha uma ou mais entidades, po-
dem ser pessoas físicas ou jurídicas; após, clicar em “próxima”;
• Inserir documentos – procure o arquivo, selecione o tio de arquivo e 
se necessário escreva observação pertinente e clique em “próxima”;
• Pronto, o processo foi distribuído, gerando automaticamente o nú-
mero do processo;
• Imprimir o extrato para garantia de protocolo.
No Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça:
e-STF (Processo Eletrônico): Sistema de Protocolo Eletrônico de Pe-
tições no Supremo Tribunal Federal.
Para a utilização desse sistema, deve ser adquirido o certificado di-
gital. Assim que disponível e instalado o certificado e os softwares 
necessários no seu computador, o advogado deverá se cadastrar 
no sistema, bastando acessar (através do Internet Explorer) o site 
http://www.stf.jus.br, e clicar em e-STF (Processo Eletrônico).
Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se-
guintes passos:
• Inserir o drive da leitora de cartões no seucomputador;
• Inserir sua carteira profissional com chip na leitora de cartões;
• Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente;
• Após, clicar em “acesso ao serviço”;
• Clicar em “peticionamento” e selecionar o tipo de petição;
• Inserir dados solicitados pelo sistema;
• Selecionar e incluir documentos assinados eletronicamente;
• Clicar em “salvar” documento;
• Pronto, sua petição foi encaminhada.
e-STJ (Processo Eletrônico): sistema de protocolo eletrônico de pe-
tições no Superior Tribunal de Justiça.
Para a utilização desse sistema, deve ser adquirido o certificado di-
gital. Assim que disponível e instalado o certificado e os softwares 
necessários no seu computador, o advogado deverá se cadastrar 
no sistema, bastando acessar (através do Internet Explorer) o site 
http://www.stj.jus.br, e clicar em e-STJ (processo eletrônico).
Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se-
guintes passos:
• Inserir o drive da leitora de cartões no seu computador;
• Inserir sua carteira profissional com chip na leitora de cartões;
• Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente;
• Selecionar a opção “advogado” e escolher o “certificado digital”;
• Inserir os dados solicitados pelo sistema;
• Selecionar o tipo de petição, nome da parte peticionante, anexar 
petição e documentos e clicar em “confirmar”;
• Pronto, sua petição foi encaminhada eletronicamente.
52 53Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Importante: quando existir um prazo aberto, não basta efetuar a mo-
vimentação processual. O advogado deve clicar no “prazo” e logo após 
em “cumprir despacho” para que possam ser anexados os documentos 
necessários.
Na Justiça do Trabalho:
Nos mesmos moldes dos Tribunais Estaduais, os Tribunais Regio-
nais do Trabalho procuram implantar Sistemas de Peticionamento 
Eletrônico. O TRT da 18ª região colocou à disposição da sociedade o 
e-Petição, com intuito de dinamizar a prestação jurisdicional. 
Este sistema atende o definido pela Instrução Normativa nº 30/2007 
do TST, que regulamenta, no âmbito da justiça do Trabalho, a Lei 
11.419/2006.
Atualmente seu uso se restringe ao envio de petições destinadas às 
Varas do Trabalho da 18ª Região da Justiça do Trabalho, cuja trami-
tação dos feitos seja de forma exclusivamente eletrônica.
Procedimento para cadastramento de usuário no sistema:
Para fazer o cadastro e ter acesso ao Sistema de Peticionamento Ele-
trônico do TRT da 18ª Região, é necessário preencher um formulário 
(disponível para download em “PDF” no link http://sistemas2.trt18.
jus.br/e-peticao/pdf/CadastroPEv2.pdf ) e entregá-lo pessoalmente 
numa das seguintes Unidades:
• Coordenadoria de Cadastramento;
• Núcleos de Administração dos Foros de Anápolis, Aparecida de 
Goiânia e Rio Verde;
• Nas Varas do Trabalho ou Postos Avançados da Justiça do Trabalho.
Todos os documentos a serem enviados devem obedecer às se-
guintes regras:
• Configuração de página em tamanho A4 (210 mm x 297 mm) e 
orientação RETRATO;
• Arquivo em formato PDF (Portable Document Format);
• Se for digitalizar, observar a resolução máxima de 300 dpi, mono-
cromática;
• Capacidade de envio de até 6 arquivos, num máximo de 6MB cada.
Os documentos enviados são assinados eletronicamente no mo-
mento do envio (art. 2º da Lei nº 11.419/2006), sendo desnecessária 
a assinatura de próprio punho.
OBS.: Os documentos confeccionados podem ser convertidos para 
formato PDF por meio de programas gratuitos que funcionam como 
impressoras virtuais, tais como: PDFCreator, PrimoPDF ou outro de 
sua preferência.
OBS.: No portal do TRT da 18ª Região está disponível um tutorial 
com áudio. (http://www.trt18.jus.br/tutorial/e-peticao).
Independente do sistema e-Petição, disponibilizado pelo TRT da 18ª 
Região, existe o Sistema Integrado de Protocolização e Fluxo de Do-
cumentos Eletrônicos da Justiça do Trabalho, o e-DOC.
Para a utilização deste sistema, deve ser adquirido o certificado di-
gital. Assim que disponível e instalado o certificado e os softwares 
necessários no seu computador, o advogado deverá se cadastrar 
no sistema, bastando acessar (através do Internet Explorer) o link 
http://www.jt.gov.br/sistema/edoc/aviso-cadastro.htm.
54 55Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Legislação e-DOC
 
• Lei nº 11.419, que dispõe sobre a informatização do processo judicial
• Instrução Normativa nº 28 do Tribunal Superior do Trabalho (RE-
VOGADA)
• Instrução Normativa nº 30 do Tribunal Superior do Trabalho (NOVA)
• Medida Provisória 2.200-2
• Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 3
• Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 9 
• Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 13 
• Regulamentação da Utilização do e-Doc no TRT 24 
• Portaria nº 920, de 05/03/2007, do TRT 4
• Provimento Conjunto nº 06/2011 do TRT 4
Atendimento ao Usuário: através do telefone (61) 3043-7700, das 
07h às 19h (de segunda a sexta).
Além desse canal de suporte, existe um GUIA DE UTILIZAÇÃO DO 
e-DOC, que pode ser acessado pelo portal da Justiça do Trabalho. 
(http://www.jt.gov.br/sistema/edoc/ajuda/funcionalidades.htm).
Para encaminhar uma petição eletrônica, você deve seguir os se-
guintes passos:
• Inserir o Drive da Leitora de Cartões no seu computador;
• Inserir sua Carteira Profissional com chip na leitora de cartões;
• Converter o arquivo para PDF e assinar eletronicamente;
• Na página do e-doc, clicar em “envio de documentos”;
• Clique em “entrar”;
• Escolha o certificado digital e clique em “ok”;
• Introduza o “PIN”, senha que cadastrou presencialmente quando 
adquiriu o certificado digital;
• Clique em “documentos” e “envio”;
• Selecione o Tribunal para qual deseja encaminhar a petição, a Vara 
de Destino, o número do processo e o tipo de documento que está 
encaminhando;
• Escolha o documento assinado digitalmente, clique em “adicio-
nar” e após “assinar”;
• Pronto, seu documento foi enviado. Esse procedimento gerará um 
número de protocolo que deve ser guardado para evitar problemas.
5. TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE ADVOCATÍCIA
Colaboração: Dr. Otávio Alves Forte
A tributação da atividade advocatícia vai depender da forma de or-
ganização da prestação de serviços pelo profissional advogado.
A advocacia, hodiernamente, pode ser prestada pelo profissional 
liberal advogado, pessoa física (para advogados autônomos é cal-
culado até 27,5% sobre os rendimentos a título de IR, paga ainda 
contribuição ao INSS e ISS), ou através da reunião de advogados em 
sociedade de advogados, conforme faculta o art. 15, caput, do Esta-
tuto da Advocacia e da OAB.
De início, ressalta-se que o tratamento tributário é uma das princi-
pais vantagens da sociedade de advogados. Nessa, a incidência de 
tributos é menos gravosa (IRPJ pode ser lucro presumido [99% dos 
casos] ou lucro real [3 ou 4 escritórios no país, lucros de mais de R$ 
48 milhões anuais]).
O tratamento tributário da sociedade de advogados segue a regra 
aplicável às pessoas jurídicas, com algumas particularidades em de-
terminados aspectos.
56 57Manual do Advogado em Início de Carreira www.oabgo.org.br
Com relação ao imposto de renda, o regime tributário do Simples não 
se aplica à sociedade de advogados, por restrição do art. 9º, XIII, da Lei 
9.317/1996. Logo, restam o regime do lucro real e o do lucro presumido.
O regime do lucro presumido é mais usado pelas sociedades de ad-
vogados em detrimento do regime do lucro real. Basicamente, isto 
se deve ao fato de não haver necessidade de manter escrituração de 
livros contábeis na forma das leis fiscais e comerciais. Basta apenas 
a escrituração de livro caixa, sendo trimestral o período de apuração 
e o recolhimento.
Incide sobre a sociedade de advogados a contribuição social sobre o 
lucro

Continue navegando