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Eduardo Cardoso; DDS, MSc,PhD cardoso.es@terra.com.br COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS DE ANESTESIA LOCAL Esquema Da Aula • Complicações Locais – Fratura de agulha – Dor a injeção – Injurias de tecidos moles – Paralisia do nervo facial – Queimação a Injeção – Anestesia e/ou parestesia persistente – Trismus – Hematoma – Infecção – Ulcerações – Edema • Complicações Sistêmicas – Desmaios – Reações Alergicas – Toxicidade – Náusea & Vômitos – Distúrbios Visuais Complicações Sistêmicas • São complicações do estado de saúde geral do paciente consequentes ao tipo de droga empregada ou um problema local que no seu desenvolvimento gere uma limitação da condição geral do paciente • Fatores Predisponentes – Psicogênicos: medo durante tratamento odontológico – Não-psicogênicos: • Postural.- alteração postural súbita; • Dieta: redução da glicose (hipoglicemia) • Hipotensão Ortostática Alterações ou perda da consciência: 1. Lipotímia e Síncope; 2. Hipoglicemia aguda; 3. Hipotensão Ortostática; 4. Acidente vascular encefálico (AVE); 5. Insuficiência adrenal aguda Estão entre as causas mais comuns de perda da consciência: Alterações ou perda da consciência: “...Por sua vez, é tido como a perda repentina e momentânea da consciência, conseqüente a uma súbita diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral, ou ainda precipitada por causas neurológicas ou metabólicas. Síncope Alterações ou perda da consciência: Incidência maior em adultos jovens; Sexo masculino; Raramente ocorrem em crianças. Quando pode ocorre: Síncope vasovagal – desencadeada por fatores emocionais Síncope vasodepressora – reação de “luta ou fuga” Síncope do seio carotídeo – mais comum em idosos Síncope associada a insuficiência vértebro-basilar – mais comum em idosos Síncope associada às arritmias cardíacas Outras situações onde há perda da consciência Tipos de Síncope: Síncope Alterações ou perda da consciência: Avaliar o grau de ansiedade do paciente, condicionando-o ao tratamento; Frente a problemas sistêmicos não hesite em consultar o médico do paciente; Evite estímulos visuais (sangue, seringa e agulhas, etc.); Não empregue expressões que na verdade aumentam a ansiedade; Oriente o paciente a não comparecer em jejum; Considere o emprego de controle da ansiedade medicamentoso; Como Prevenir: Alterações ou perda da consciência: Síncope • Sinais & Sintomas: – Tonteira, irritabilidade – Perturbação visual – Palidez – Redução da temperatura da pele extremidades (frio) – Transpiração aumentada (suor) na testa/ nariz/mãos – Respiração acelerada – Pressão arterial com pequena reduzida – Pulsação reduzida inicialmente (bradicardia) – Pulsação acelerada tardiamente (taquicardia) – Pupilas dilatadas – Sensação de vazio gástrico Alterações ou perda da consciência: • Quando da perda de consciência: • A respiração pode se tornar irregular, falhando, ofegante, superficial e quase imperceptível ou pode cessar ocorrendo parada respiratória (apnéia). • Pupilas dilatadas. • Face cadavérica. • Podem surgir movimentos convulsivos. • A bradicardia progride, chegando até 50 batimentos por minutos. • Queda de PA (30/15 mm/hg). • Relaxamento muscular generalizado, podendo ocorrer obstrução das vias aéreas. Alterações ou perda da consciência: Antes da perda da consciência • Posição de TRENDELENBURG Após a perda da consicência • Posição de TRENDELENBURG • Afrouxar roupas apertadas • Liberar vias aéreas – Sangue – Saliva / Proteses etc.. • Controle da posição da lingua • Estimulação com amônia sob nariz Alterações ou perda da consciência: Protocolo de atendimento: Interrompa o atendimento e remova todo material da boca do paciente; Avalie o grau de consciência do paciente estimulando-o; Não deixe de conversar ativamente com o paciente; Coloque-o na posição supina, com os pés levemente elevados em relação a cabeça (10 a 15º. ); Alterações ou perda da consciência: Síncope Proporcione uma passagem de ar, elevando a cabeça para trás; Ouça e observe a respiração; Avalie o pulso carotídeo; Na presença dos sinais vitais, aguarde de 2 a 3 minutos para a recuperação; Após a recuperação dispense o paciente com acompanhante; Se a recuperação não for imediata, solicite socorro médico de urgência, administre oxigênio (3 a 4 l/min.) e monitore a respiração, pulso e pressão arterial. Alterações ou perda da consciência: Síncope Protocolo de atendimento: Alterações ou perda da consciência: Hipoglicemia Aguda “... A hipoglicemia (baixos níveis de glicose sanguínea) é uma complicação que quando aguda, pode ser ameaçadora à vida, podendo ocorrer em indivíduos diabéticos e não diabéticos. Alterações ou perda da consciência: Hipoglicemia Aguda Sobredose de insulina; Sobredose de hipoglicemiantes orais; Ingestão de álcool; Interações que causam potenciação dos agentes hipoglicemiantes (AINES, ASS, b-Bloqueadores, etc.); A hipoglicemia é mais comum em pacientes diabéticos, principalmente quando tratados com insulina. Alterações ou perda da consciência: Hipoglicemia Aguda Se o paciente apresentar um comportamento anormal (como se estivesse embriagado), interrompa imediatamente o tratamento e remova todo o material da boca do paciente; Coloque o paciente em uma posição que ele se sinta confortável; Nunca administre insulina, que é uma droga de uso exclusivo médico; Ad-inistre carboidratos por via oral (água com açúcar ou Dextrosol, suco de laranja) a cada 5 minutos, até os sintomas desaparecerem; Mantenha-o sob observação por ao menos 30 minutos, antes de dispensa-lo; Investigue a causa da hipoglicemia para evitar recorrências. Paciente consciente e alerta Protocolo de atendimento: Alterações ou perda da consciência: Hipoglicemia Aguda Paciente consciente e não responsivo Protocolo de atendimento: Após a administração de carboidratos o paciente não responde; Solicite socorro médico de urgência; Administre solução de glicose 25% (ampola de 10ml), via intravenosa, em injeção lenta (se habilitado); Monitorize os sinais vitais a cada 5 minutos, enquanto aguarda socorro; Dispense o paciente sob cuidados médicos; Investigue a causa da hipoglicemia para evitar recorrências. Alterações ou perda da consciência: Hipoglicemia Aguda Paciente inconsciente Protocolo de atendimento: Interrompa imediatamente o tratamento e remova todo o material da boca do paciente; Coloque o paciente em posição supina com os pés elevados; Proporcione a passagem de ar; Solicite um serviço médico de urgência; Se habilitado administre uma ampola (10ml) de uma solução de glicose a 25%, EV); No caso de impossibilidade de realizar a administração EV colocar uma gaze embebida em Dextrol diluído em água e presa a um fio dental na boca do paciente permitindo ser absorvido sublingual; Monitorize os sinais vitais a cada 5 minutos até chegar socorro. “... Queda brusca e excessiva da pressão arterial que pode ocorrer quando o paciente se coloca em posição vertical, podendo levar a síncope. A ação gravitacional do levantamento repentino para a posição ortostática (em pé), causa a retenção de sangue venoso nos membros inferiores com diminuição do retorno venoso e do débito cardíacoe conseqüente diminuição da PA. Alterações ou perda da consciência: Hipotensão Ortostática A causa mais comum é a hipovolemia secundária ao uso de diuréticos ou associada ao emprego de vasodilatadores (usados no tratamento da hipertensão, angina ou insuficiência cardíaca); Vários outros medicamentos podem interferir, como: Anti-hipertensivos em doses excessivas, Agentes a-bloqueadores, como o propanolol; Antidepressivos tricíclicos; Antiparkisonianos; Narcóticos (meperidina); Álcool etílico. Quando pode ocorrer: Alterações ou perda da consciência: Hipotensão Ortostática Avalie o estado de consciência do paciente, chacoalhando seus ombros e perguntando: tudo bem?; Constatado o estado de inconsciência, coloque novamente o paciente em posição supina, com os pés ligeiramente elevados em relação a cabeça; Na maioria das vezes com este simples procedimento o paciente recobra a consciência; Caso não ocorra a recuperação: Propicie passagem de ar; Avalie respiração e pulso; Pode ser administrado oxigênio; Após recuperação, dispense o paciente com acompanhante. Alterações ou perda da consciência: Protocolo de atendimento: Hipotensão Ortostática Alterações ou perda da consciência: Acidente Vascular Encefálico - AVE São alterações neurológicas causadas pela destruição de substância cerebral, sendo classificados como: Isquêmicos - 85% dos casos. Decorrentes de insuficiência vascular cerebral, trombose e embolia; Hemorrágicos – Decorrentes de: -Malformações vasculares, -Arterosclerose e Hipertensão arterial. Aumento do risco com: Diabéticos; Aumento no nível sanguíneo de colesterol; Tabagismo; Hipertensão arterial persistente (aumento de 30%); Pacientes com histórico de AVE; Quadros de ansiedade e dor. Quando pode ocorrer: Alterações ou perda da consciência: Acidente Vascular Encefálico - AVE Episódio Isquêmico Transitório Interrompa o atendimento e remova todo o material da boca do paciente; Coloque-o confortável em posição sentada; Mantenha as vias aéreas livres e avalie a respiração; Nestes casos os sinais (formigamento nas extremidades) desaparecem dentro de 5 a 10 minutos. Se isso ocorrer com o paciente consciente não há necessidade de solicitar auxílio médico; Monitore os sinais vitais; Após a crise encaminhe o paciente para atendimento médico. Alterações ou perda da consciência: Acidente Vascular Encefálico - AVE Protocolo de atendimento: Perda da Consciência Alterações ou perda da consciência: Acidente Vascular Encefálico - AVE Protocolo de atendimento: A perda da consciência em um AVE leva a prognóstico grave (70 a 100% de óbito) em geral o AVE hemorrágico é o que leva a perda da consciência e é precedido por uma intensa dor de cabeça; Coloque o paciente em posição supina; Mantenha as vias aéreas livres e monitore a respiração; O oxigênio pode ser administrado se necessário; Enquanto aguarda, monitore os sinais vitais. “... Caracterizada pela hipofunção das glândulas adrenais decorrente da interrupção abrupta do tratamento com corticóides exógenos. É a causa menos freqüente de perda de consciência no consultório. Alterações ou perda da consciência: Insuficiência Adrenal Aguda As adrenais são glândulas endócrinas que possuem uma porção mais interna, a medula e uma mais externa, o córtex. Este último produz uma variedade de hormônios, sendo o cortisol o mais importante deles, pois auxilia o organismo a se adaptar as situações de estresse; Quando pode ocorrer: Doença de Addison – deficiência primária na produção de cortisol, sendo tratada com reposição fisiológica de cortisol. Atrofia das glândulas adrenais – por uso crônico de corticóides. A insuficiência adrenal aguda é mais comum nesta forma secundária. Alterações ou perda da consciência: Insuficiência Adrenal Aguda Quando pode ocorrer: Interrompa o atendimento, removendo todo material da boca do paciente; Coloque o paciente em posição supina, com os pés levemente elevados em relação a cabeça; Chame por um serviço médico de urgência; Administre oxigênio (5 l/min.); Administre o conteúdo de um frasco-ampola de hidrocortisona 1000mg EV ou IM; Monitorize os sinais vitais a cada 5 minutos; Na ausência de respiração ou pulso iniciar RCP. Alterações ou perda da consciência: Insuficiência Adrenal Aguda Paciente consciente Protocolo de atendimento: Reaçõesde Hypersensibilidade “...Podem ser definidas como um estado de hipersensibilidade do organismo, adquirido pela exposição primária a um determinado tipo de alérgeno (antígeno), cujo contato posterior pode produzir uma reação exacerbada Reações de Hypersensibilidade Liberação de autacóides, são eles: histamina, bradicinina, protaglandinas e SRS-a (substância de reação lenta da anafilaxia). Sua ação coletiva promove vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar, sendo responsáveis pelas manifestações clinicas das reações anafiláticas. Os autacóides além de desencadearem a resposta imediata, alguns destes mediadores também são quimiotáticos para leucócitos, atraindo-os para a região e provocando a resposta tardia da reação alérgica. CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ALÉRGICAS Tipo Mediador Início da reação Exemplos II III IV I IgE Segundos a minutos Angioedema, Crise aguda de asma, anafilaxia IgG ou IgM Sistema complemento Minutos a horas IgG Transfusões sanguíneas Horas a vários dias Doença do soro Reação de Arthus Linfócitos 48 horas Dermatite de contato Reações de Hypersensibilidade Sal anestésico ....................................bloqueio da condução nervosa Vasoconstrictor ....................................diminui a absorção do anestésico Metilparabeno ......................................preserva a solução Metabissulfito de sódio ........................antioxidante do vasoconstrictor Cloreto de sódio ..................................mantém a isotonicidade da solução Água destilada estéril...........................diluente COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO ANESTÉSICA LOCAL DE USO ODONTOLÓGICO Reações de Hypersensibilidade Sinais e Sintomas Reações cutâneas Se manifestam geralmente após 60 minutos ou mais do contato com o alérgeno; O eritema difuso e urticária são acompanhados por prurido e sensação de alfinetadas, apresentando ainda pontos ou placas avermelhadas por toda a pele. Reações de Hypersensibilidade Sinais e Sintomas Reações cutâneas Reações de Hypersensibilidade O angioedema localizado é diagnosticado pelo edema, súbito, geralmente assimétrico, localizado na região perilabial, pálpebras e/ou língua mas sem a presença de prurido. Sinais e Sintomas Reações cutâneas Reações de Hypersensibilidade O broncoespasmo é mais frequentemente observado em pacientes asmáticos com alergia a sulfitos ou em alérgicos a AAS e AINES; Os dois principais sinais de broncoespasmo são: chiado respiratório e uso dos músculos acessórios da respiração. Reações respiratórias Sinais e Sintomas Reações de Hypersensibilidade O edema da laringe é uma condição que representa perigo de vida para o paciente; A obstrução parcial da laringe produz um som estridente; A obstrução total é acompanhada por silêncio na presença de movimentos torácicos. O paciente torna-se cianótico e logo perde a consciência. Reações respiratórias Reações respiratórias Sinais e Sintomas Reações deHypersensibilidade É potencialmente ameaçador à vida; Choque anafilático EVOLUÇÃO DO CHOQUE ANAFILÁTICO Fase 1 Fase 2 Fase 3 Pele, olhos, nariz e trato gastrintestinal Sistema respiratório Sistema cardiovascular Vermelhão da pele e na fase Dispnéia Conjuntivite, coriza, cólicas abdominais Taquicardia Edema de faringe cianose Hipotensão arterial Arritmia cardíaca Náusea, vômito e diarréia Perda da consciência Incontinência urinária e fecal Parada cardíaca Sinais e Sintomas Reações de Hypersensibilidade Interrompa o tratamento logo após reconhecer os sinais de reação alérgica; Remova todo o material da boca do paciente; Posicione o paciente de forma que ele se sinta confortável; Avalie a respiração e o pulso; Se necessário institua as manobras de suporte básico de vida; Administre uma ampola de prometazina (Fenergan 50mg) via intramuscular; Mantenha o paciente sob observação, monitorando os sinais vitais; Reações cutâneas imediatas Alterações ou perda da consciência: Protocolo de atendimento: Reações Cutâneas Imediatas Reações cutâneas imediatas Alterações ou perda da consciência: Protocolo de atendimento: Manifestações respiratórias e cardiovasculares Se prevalecerem os sinais de dificuldade respiratória, na ausência de hipotensão arterial, posicione o paciente na forma que ele se sinta mais confortável; No caso de queda evidente da pressão arterial, posicione o paciente deitado com os pés ligeiramente elevados; Solicite um serviço médico de urgência; Administre oxigênio através de cânula ou máscara facial; Administre, via subcutânea, 0.3ml de uma solução de adrenalina 1:1000 (apresenta-se em ampolas de 1ml). Monitorize as respostas cardiovasculares (FC, PA), pois de acordo com a evolução do quadro o mesmo volume de adrenalina pode ser repetido a cada 5 a 10 minutos, quando já deve ter chegado socorro; Cessados os sintomas respiratórios e/ou cardiovasculares da reação alérgica, administre 1 ampola de prometazina (Fenergan 50mg), por via intramuscular Reações cutâneas imediatas Alterações ou perda da consciência: Protocolo de atendimento: BRONCOESPASMO Interrompa o tratamento logo aos primeiros sinais de broncoespasmo e remova todo material da boca do paciente; Levante o encosto da cadeira = MAIS SENTADO E MENOS DEITADO, pois em geral a posição semi-inclinada é preferida; Na presença de cianose, solicite socorro médico e institua as medidas de suporte básico de vida; Faça uma ou duas aplicações de um broncodilatador na forma de aerossol (ex. Aerolin); Administre oxigênio, num fluxo de 5 a 7l/min.; Não havendo regressão do episódio, significa que o broncoespasmo deve ser de tal dimensão, que a medicação broncodilatadora não está chegando nos alvéolos. Neste caso, administre, via subcutânea, 0.3ml de uma solução de adrenalina 1:1000; Cessada a crise aguda administre, hidrocortizona e prometazina, por via IM ou EV, para evitar recorrência; Mantenha o paciente sob observação durante 30 minutos, monitorando os sinais vitais (FC, PA, FR); Dispense o paciente somente com acompanhante, orientando-o a não ingerir bebidas alcoólicas;
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