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CAPÍTULO 6 - QUADRILÁTEROS Definição 6.1: Denominamos de quadrilátero ao polígono que tem quatro lados. C N B P M A D Quadrilátero convexo Quadrilátero não-convexo Q Elementos de um quadrilátero: Lados - São os segmentos, ,AB BC , CD e DA . Vértices - São os pontos A, B, C e D. Ângulos internos - São os ângulos Aˆ , Bˆ , Cˆ e Dˆ . Lados opostos - São os lados que não se interceptam. Ex.: AB e CD ; BC e DA . Lados consecutivos - São os lados que têm um extremo comum. Ex.: AB e BC ; BC e CD ; CD e DA . Ângulos opostos - São os ângulos que não têm lado comum. Ex.: Aˆ e Cˆ ; Bˆ e Dˆ . Ângulos consecutivos - São os ângulos que têm um lado comum. Ex.: Aˆ e Bˆ ; Bˆ e Cˆ . Vértices consecutivos - São os vértices de ângulos consecutivos. Ex.: A e B; B e C; C e D; D e A. Diagonal - São os segmentos AC e BD . Estudaremos apenas os quadriláteros convexos. Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 96 Definição 6.2: O quadrilátero cujos lados opostos são paralelos é denominado paralelogramo. B C BC // AD AB // DC A D Definição 6.3: Um retângulo é o paralelogramo cujos ângulos são retos. Definição 6.4: Um quadrado é o retângulo cujos lados são congruentes. Definição 6.5: Um losango paralelogramo cujos lados são congruentes. Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 97 PROPRIEDADES DOS PARALELOGRAMOS Teorema 6.1: Em todo paralelogramo: a) os lados opostos são congruentes; b) os ângulos opostos são congruentes; c) as diagonais se bissecam. Prova: (a) É claro que a afirmação (a) é verdadeira já que os lados opostos são segmentos paralelos compreendidos entre retas paralelas. (b) A afirmação (b) é evidentemente verdadeira, pois os ângulos opostos do paralelogramo são agudos (ou obtusos) de lados paralelos. (c) B C E A D Note que o BEC = AED (ALA) pois BC = AD (item (a)); ADBDBC ˆˆ (alt. internos) e DACACB ˆˆ (alt. internos) Portanto, BE = ED e CE = EA. ■ Teorema 6.2: (Teorema recíproco) Um quadrilátero convexo: a) cujos lados opostos são congruentes é um paralelogramo; b) cujos ângulos opostos são congruentes é um paralelogramo; c) cujas diagonais se bissecam é um paralelogramo. Prova: B C A D Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 98 (a) Tracemos uma das diagonais do quadrilátero a qual divide-o em dois triângulos congruentes (LLL). Assim ADBDBC ˆˆ e sendo estes alternos internos, as retas BC e AD são paralelas. Do mesmo modo, CDBDBA ˆˆ e como eles são alternos internos segue- se que AB // DC . Isto prova que ABCD é um paralelogramo. (b) B C A D Por hipótese, CA ˆˆ e CDACBA ˆˆ . Tracemos a diagonal BD . Na figura, acima temos: dcba ˆˆˆˆ (por hipótese) ( I ) cbda ˆˆˆˆ (Lei angular de Tales). ( II ) Somando membro a membro obtemos: 2 aˆ = 2 cˆ aˆ = cˆ . Portanto BC // AD já que aˆ e cˆ são alternos internos. Das equações ( I ) e ( II ) acima, conclui-se também que bˆ = dˆ e portanto DCAB // pois bˆ e dˆ são alternos internos. Por conseguinte ABCD é um paralelogramo. (c) B C A D Na figura, BIC = AID (LAL). Logo, ADBDBC ˆˆ . Como esses ângulos são alternos internos, segue-se que ADBC // . Analogamente, o AIB = DIC (LAL) e CDBDBA ˆˆ . Como estes são alternos internos segue-se que DCAB // e, portanto ABCD é um paralelogramo. ■ I Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 99 O teorema seguinte constitui mais uma caracterização dos paralelogramos, a terceira, portanto. Teorema 6.3: O quadrilátero que tem dois lados paralelos e congruentes é um paralelogramo. B C A D Prova: Tracemos a diagonal BD . Temos: ADBDBC ˆˆ (alternos internos) e assim CBD = BDA (LAL). Desta forma AB = DC. Pela parte (a) do teorema 6.2, segue-se que ABCD é um paralelogramo. ■ PROPRIEDADE DO RETÂNGULO Teorema 6.4: As diagonais de um retângulo são congruentes. B C A D Prova: Na figura, o ABD = ADC (LAL), pois AB = DC, AD é lado comum e ADCDAB ˆˆ = 90o. Portanto, AC = BD. ■ Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 100 Teorema 6.5: (Teorema recíproco) O paralelogramo que tem as diagonais congruentes é um retângulo. B C A D Prova: O ABD = ADC (LLL), assim ADCDAB ˆˆ . Como esses ângulos são colaterais internos, então 0180ˆˆ ADCDAB e, portanto 090ˆˆ ADCDAB . Por outro lado, ADBC // o que mostra que DCBABC o ˆ90ˆ e assim ABCD é um retângulo. ■ Corolário 1: Num triângulo retângulo, a mediana traçada do vértice do ângulo reto vale a metade da hipotenusa. B D M A C Prova: Tracemos pelo ponto B uma reta perpendicular ao cateto AB e pelo ponto C uma reta perpendicular ao cateto AC . Estas retas se interceptam no ponto D e assim o quadrilátero ABPC é um retângulo. (Por quê?). BC é uma das diagonais desse retângulo. Tracemos a outra diagonal AD que intercepta BC em M. Então AM = MD = BM = MC. Portanto o segmento AM que é mediana do ABC vale 2 BC AM .■ Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 101 Corolário 2: Num triângulo retângulo, o cateto oposto a um ângulo de 30o vale a metade da hipotenusa. B M 30o A C Prova: Seja Cˆ =30o. Tracemos a mediana AM . Temos então AM = BM = MC (Corolário 1). Portanto o AMC é isósceles e CAM ˆ = 30o. Logo MAB ˆ = 60o. Como Bˆ = 60o segue-se que AMB ˆ = 60o o que mostra que o ABM é eqüilátero e assim 2 BC AMBA . ■ PROPRIEDADES DO LOSANGO Teorema 6.6: Em todo losango: 1o) as diagonais são perpendiculares; 2o) as diagonais são bissetrizes dos ângulos do quadrilátero. B C A D Prova: Na figura, o BIC = CID (LLL). Portanto, DICCIB ˆˆ . Como eles são adjacentes, então DICCIB ˆˆ = 90o o que prova a primeira parte do teorema. Tem-se também que o DCIICB ˆˆ . Por outro lado, DAIICB ˆˆ (alternos internos) e IABDCI ˆˆ (alternos internos). I Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 102 Por conseguinte, AC é bissetriz dos ângulos Aˆ e Cˆ . De modo análogo prova-se que BD é bissetriz dos ângulos Bˆ e Dˆ . ■ Teorema 6.7: (Teorema recíproco) Se as diagonais de um quadrilátero se bissecam e são perpendiculares, então o quadrilátero é um losango. B C A D Prova: Exercício. Teorema 6.8: As três medianas de um triângulo concorrem no mesmo ponto, situado a dois terços de cada uma delas a partir do vértice. A M N R S B C Prova: Sejam BN e CM , duas medianas do ABC que interceptam em . Sejam R e S os pontos médios dos segmentos BI e CI respectivamente. O quadrilátero MNSR é um paralelogramo, já que Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 103 2 BC RSMN e RSMN // (Teo. 6.3) Como suas diagonais se bissecam, então BR = R = N e CS = S = M. Isto prova que CMCI 3 2 e BNBI 3 2 . A N O B P C Por outro lado, se O é o ponto de interseção das medianas BN e AP então BNBO 3 2 e por conseguinte BO = B, ou seja o ponto O coincide com o ponto e as três medianas concorrem num mesmo ponto. ■ Definição 6.6: Um trapézio é o quadrilátero que tem apenas dois lados paralelos. A B CDAB // D C Os segmentos AB e CD são as bases do trapézio. Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 104 O trapézio cujos lados não paralelos são congruentes é dito isósceles. A B CDAB // AD = BC D C O trapézio que possui dois ângulos retos é dito trapézio retângulo. B C A D PROPRIEDADES DO TRAPÉZIO Teorema 6.9: No trapézio isósceles os ângulos adjacentes à mesma base são congruentes. B C Hip.: AB = CD Tese: DA ˆˆ e CB ˆˆ A E D Prova: Na figura acima, tracemos pelo vértice C o segmento CE paralelo a AB com E AD . Desta forma o quadrilátero ABCD é um paralelogramo. Portanto, AB = EC e daí AB = CE = CD. Como DECA ˆˆ (ângulos correspondentes) e DDEC ˆˆ ( CED é isósceles) segue-se que DA ˆˆ . Por outro lado CB ˆˆ pois são suplementos de ângulos congruentes. ■ Cap. 6: Quadriláteros Prof. Sinvaldo Gama 105 Teorema 6.10: O segmento que une os pontos médios dos lados não paralelos de um trapézio é paralelo às bases e igual à sua semi-soma. B C M N A D E Hip.: MB = MA e NC = ND. Tese: BCMN // ; ADMN // e MN = 2 ADBC . Prova: Consideremos a semi-reta BN que intersecta a semi-reta AD no ponto E. Os triângulos BCN e NDE formados são congruentes pois NC = ND (por hipótese) ENDCNB ˆˆ (opostos pelo vértice) EDNC ˆˆ (alternos internos) Daí conclui-se que BC = DE e BN = NE. Desta forma o segmento MN une os pontos médios dos lados AB e BE do ABE e assim AEMN // . Mas BCAE // , o que prova a primeira parte do teorema. Finalmente, 222 BCADDEADAE MN . ■ O segmento MN é denominado base média ou mediana do trapézio.
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