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aula 12 da transmissão das obrigações

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BEM VINDOS
Direito Civil III - Obrigações
Prof. Ana Paula
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TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Conceito
Dá-se por meio de negócio jurídico em que uma parte transfere à outra direitos/deveres de caráter patrimonial.
A cessão em sentido amplo, pode ser conceituada como a transferência negocial, a título oneroso ou gratuito, de uma posição na relação jurídica obrigacional, tendo como objeto um direito ou um dever, com todas as características previstas antes da transmissão.
Tipos de transmissão:
a. onerosa
b. gratuita
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Formas de transmissão: 
Formas de transmissão: 
Cessão de crédito; pela qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional.
Cessão de débito: NJ onde o devedor transfere a outrem a sua posição na relação jurídica, sem novar, ou seja, sem acarretar a criação de obrigação nova e a extinção da anterior.
Cessão de contrato: em que se procede à transmissão, ao cessionário, da inteira posição contratual do cedente, como sucede na transferência a terceiro, feita pelo promitente comprador, de sua posição no compromisso de compra e venda de imóvel loteado, sem anuência do credor (crédito e débito são cedidos aos mesmo tempo).
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TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
ASPECTOS GERAIS
É Instituto equivalente à compra e venda
Objeto = bens incorpóreos (créditos)
Sucessão do direito obrigacional inter vivos
Difere-se da sucessão causa mortis
Sucessão causa mortis é matéria de herança
Transmissão vinculada ao critério da pessoalidade.
Se, obrigação personalíssima – não atinge os herdeiros
Se, obrigação não personalíssima – atinge os herdeiros até a sua cota parte
 
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CESSÃO DE CRÉDITO – 286/298 CC
uma parte transfere à outra sua posição ativa na relação obrigacional, independentemente da autorização do devedor.
A cessão importa em alienação.
Sujeitos: Capazes e legitimados.
Incapazes: dependem de representação/assistência.
Procuradores: dependem de poderes expressos.
Ex: o tutor e o curador não podem constituir-se cessionários de créditos contra, respectivamente, o pupilo e o curatelado, por lhes faltarem legitimidade.
Denominação dos sujeitos:
1. cedente: credor que transfere seus direitos.
2. cessionário: terceiro que recebe o direito do credor.
3. cedido: devedor, que não participa da cessão, que pode ser realizada sem sua anuência, porém deve dela ser comunicado, para que possa solver a obrigação ao legítimo detentor do crédito (no entanto, a sua anuência é dispensável).
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CESSÃO DE CRÉDITO 
Cessão de crédito x sub-rogação
Cessão de crédito, embora excepcionalmente possa ser gratuita, em geral, encerra o propósito de LUCRO.
Sub-rogação = forma de pagamento.
Sub-rogação legal 
hipóteses do 346, CC. (ausência de caráter especulativo).
forma de pagamento, onde o sub-rogado não pode exercer os direitos e ações do credor além dos limites de seu desembolso.
Sub-rogação convencional: será tratada como cessão de crédito.
hipóteses do 347, CC. 
Art. 348,CC – inciso I do 347 é que equivale à cessão de crédito.
Ex: desconto de cheques “pré-datados”
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CESSÃO DE CRÉDITO
Objeto da Cessão de crédito.
Regra geral – Todos os créditos são passíveis de cessão, constem de título ou não, vencidos ou por vencer, salvo se a isso se opuser “a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor” (art. 286).
A cessão pode ser total ou parcial e abrange todos os acessórios do crédito, como os juros e os direitos de garantia (art. 287,CC).
Assim, por exemplo, se o pagamento da dívida é garantido por hipoteca, o cessionário torna-se credor hipotecário; se por penhor, o cedente é obrigado a entregar o objeto empenhado ao cessionário.
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Casos de impossibilidade de Cessão:
1. por lei 
Ex: créditos alimentícios (CC, 1707) créditos penhorados (CC, 288), direito de preferência (art. 520, CC), beneficio da justiça gratuita (art. 10, L. 1.060/50), direito à Herança de pessoa viva (art. 426, CC)
2. por natureza da obrigação: não podem ser objeto da cessão as relações jurídicas de caráter personalíssimo ou de direito de família.
Ex: direitos personalíssimos: o nome da pessoa natural; a filiação.
3. por convenção
Ex: clausula contratual proibindo cessão de crédito. 
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CESSÃO DE CRÉDITO
FORMA DA CESSÃO DE CRÉDITO:
1. livre (CC, 425) respeitados os elementos de formação para validade (CC, 104)
2. prescrita em lei: exemplos:
a. cessão de crédito hipotecário ou os de direito hereditário – por instrumento público(cessão efetuar-se-á por escritura pública).
b. Registro da cessão para efeito erga omnes (valer contra terceiro). (CC, 221, 288, e Lei 6.015/73, art. 129, þ 9º)
c. Cessão feita por mandatário: poderes expressos (654, þ 1º CC) + forma solene (crédito hipotecário ou direitos hereditários), sob pena de ineficácia.
Consequência: possibilidade de penhora do crédito cedido como se fosse do cedente. 
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CESSÃO DE CRÉDITO
FORMA DA CESSÃO DE CRÉDITO:
Não depende de autorização do cedido.
Depende de notificação (judicial ou extrajudicial.
Medida destinada para preservá-lo do cumprimento indevido da obrigação, pois se pagasse ao credor-cedente, tal pagamento seria ineficaz. 
Assim, o devedor só está sujeito às consequências da cessão a partir do momento em que tiver conhecimento da sua realização (não sendo a notificação elemento essencial para a validade da cessão). 
Podendo ainda o devedor no momento da notificação impugnar a cessão e opor as exceções cabíveis no momento em que tenha conhecimento da operação.
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Qualquer dos intervenientes, cessionário ou cedente, tem qualidade para efetuar a notificação, que pode ser judicial ou extrajudicial.
Se o devedor não for notificado, a cessão será inexistente para ele, e válido se tornará o pagamento feito ao cedente.
Se for solidária, devem ser notificados todos os codevedores.
Sendo incapaz o devedor, far-se-á a notificação ao seu representante legal.
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Espécies de notificação:
Expressa: quando o cedente toma a iniciativa de comunicar ao devedor que cedeu o crédito a determinada pessoa, podendo a comunicação partir também do cessionário.
Presumida: quando resulta da espontânea declaração de ciência do devedor em escrito público ou particular – art. 290, segunda parte, do CC.
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Exceção (dispensam a notificação,porque sua transmissão obedece forma especial): títulos de crédito, frente o endosso.
Posição do Tribunal: citação substitui notificação (ex: ação de cobrança, habilitação em falência, em direitos hereditário, etc).
Pagamento anterior desobriga devedor (CC, 292)
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Exceções que podem ser opostas:
O devedor pode opor ao cessionário exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente (cc, art. 294).
Se o devedor, no momento da notificação não opõe, as exceções pessoais que tiver conta o cedente, não poderá mais argüir contra o cessionário, como por exemplo pagamento da divida ou compensação.
Poderá no entanto, argüir não só contra o cessionário, mas também o cedente, a qualquer tempo, mas não tenho feito nenhum protesto ao ser notificado, vícios que, por sua natureza, afetam diretamente o título ou ato, tornando nulo ou anulável, com incapacidade do agente, erro ou dolo.
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CESSÃO DE CRÉDITO
Dos efeitos da cessão de crédito.
Frente devedor/cedido (CC, 290)
Torna-se devedor do cessionário.
Tem direito de opor exceções (defesas) ao cessionário, bem como as que tinha contra o cedente (CC, 294).
Contra o cedente só no momento da notificação.
oposição de clausula proibitiva de cessão de crédito ao cessionário de boa-fé – só se constar do instrumento da obrigação (CC, 286)
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CESSÃO DE CRÉDITO
Dos efeitos da cessão de crédito.
Frente terceiro/cessionário
Torna-se o novo credor (crédito principal + acessórios)
Direito do cessionário
exercer atos conservatórios (CC, 293).
Direito de averbar a cessão no registro de imóvel. (CC, 289)
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CESSÃO DE CRÉDITO
Das espécies
Cessão “pro soluto” (CC, 295)
o cedente responde pela existência e legalidade do crédito, mas não responde pela solvência do devedor 
ex: A cede um crédito a B e precisa garantir que esta dívida existe, não é ilícita, mas não garante que o devedor/cedido C vai pagar a dívida, trata-se de um risco que B assume).
Cessão “pro solvendo”; (CC,297) 
o cedente responde também pela solvência do devedor
Se cedido não pagar a dívida o cessionário poderá executar o cedente. 
Art. 298: o Crédito uma vez penhorado, deixa de fazer parte do patrimônio do devedor. Por isso, não poderá ser cedido, tornando-se indisponível.
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JURISPRUDÊNCIAS
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL : AgRg no REsp 1178915 RS 2010/0020265-9 
Data de publicação: 29/10/2014 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CESSÃO DE CRÉDITO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. DIREITO AUTÔNOMO DO CAUSÍDICO. PRECATÓRIO. ESPECIFICAÇÃO DO CRÉDITO RELATIVO À VERBA ADVOCATÍCIA OBJETO DA CESSÃO DE CRÉDITO. HABILITAÇÃO DO CESSIONÁRIO. POSSIBILIDADE. VERIFICAÇÃO DOS REQUISITOS PARA CESSÃO DO CRÉDITO. APLICAÇÃO DO DIREITO À ESPÉCIE. ARTIGO 257 DO RI/STJ. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Corte Especial deste Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial 1.102.473/RS, processado sob o rito do art. 543-C do Código de Processo Civil, firmou o entendimento de ser possível, em face do disposto no art. 23 da Lei 8.906/94, a habilitação do cessionário na execução dos valores relativos a honorários advocatícios, ainda que o precatório esteja em nome da parte, pois este fato não repercute na disponibilidade do crédito referente à verba honorária, que pertence ao advogado, possuidor do direito de executá-lo ou cedê-lo a terceiro. 2. Em atenção ao princípio da celeridade processual, aplica-se, na hipótese, o direito à espécie, nos termos do artigo 257 do Regimento Interno desta Corte e da Súmula n. 456/STF, verificando-se, no caso dos autos, estarem presentes os requisitos para autorizar-se a cessão dos créditos, quais sejam, a escritura pública respectiva e a discriminação, no precatório, do valor devido a título de verba honorária. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. 
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STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1401075 RS 2013/0290397-0 
Data de publicação: 27/05/2014 
Ementa: RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. CESSÃO DE CRÉDITO. FALTA DE NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR. EFEITOS. 1. Ação declaratória de inexistência de dívida movida pelo devedor contra o cessionário, objetivando a declaração de inexistência de dívida e a exclusão do seu nome dos cadastros de inadimplentes, por não lhe ter sido comunicada a cessão de crédito. 2. A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de que a cessão de crédito é ineficaz em relação ao devedor, enquanto não lhe for notificada. 3. Fica assim liberado o devedor que efetue o pagamento diretamente ao antigo credor (cedente), não sendo obrigado a repeti-lo novamente ao cessionário. 4. Entretanto, a ausência de notificação quanto à cessão de crédito não tem o condão de liberar o devedor do adimplemento da obrigação ou de impedir o cessionário de praticar os atos necessários à conservação do seu crédito, como o registro do nome do inadimplemente nos órgãos de proteção ao crédito. 5. Inteligência do enunciado normativo do art 290 do CC . 6. Precedentes do STJ. 7. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 
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STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL : AgRg no REsp 1419600 PR 2013/0385772-7 
Data de publicação: 30/03/2015 
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CESSÃO DE CRÉDITO. ART. 290 DO CC/2002. NOTIFICAÇÃO AO DEVEDOR. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 83/STJ. DECISÃO MANTIDA. 1. A ausência de notificação do devedor acerca da cessão do crédito (art. 290 do CC/2002) não torna a dívida inexigível, tampouco impede o novo credor de praticar os atos necessários à preservação dos direitos cedidos. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. 
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STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1289995 PE 2010/0213969-0 
Data de publicação: 10/06/2014 
Ementa: DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. CONTRATO DE FACTORING. CESSÃO DE CRÉDITO PRO SOLUTO. ARTS. 295 E 296 DO CÓDIGO CIVIL . GARANTIA DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO CEDIDO. DIREITO DE REGRESSO DA FACTORING RECONHECIDO. 1. Em regra, a empresa de factoring não tem direito de regresso contra a faturizada - com base no inadimplemento dos títulos transferidos -, haja vista que esse risco é da essência do contrato de factoring. Essa impossibilidade de regresso decorre do fato de que a faturizada não garante a solvência do título, o qual, muito pelo contrário, é garantido exatamente pela empresa de factoring. 2. Essa característica, todavia, não afasta a responsabilidade da cedente em relação à existência do crédito, pois tal garantia é própria da cessão de crédito comum - pro soluto. É por isso que a doutrina, de forma uníssona, afirma que no contrato de factoring e na cessão de crédito ordinária, a faturizada/cedente não garante a solvência do crédito, mas a sua existência sim. Nesse passo, o direito de regresso da factoring contra a faturizada deve ser reconhecido quando estiver em questão não um mero inadimplemento, mas a própria existência do crédito. 3. No caso, da moldura fática incontroversa nos autos, fica claro que as duplicatas que ensejaram o processo executivo são desprovidas de causa - "frias" -, e tal circunstância consubstancia vício de existência dos créditos cedidos - e não mero inadimplemento -, o que gera a responsabilidade regressiva da cedente perante a cessionária. 4. Recurso especial provido. 
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CESSÃO DE DÉBITO 
ou assunção de dívida – 299/303
Conceito: negócio jurídico através do qual o devedor transfere para outra pessoa a sua posição na relação jurídica, deixando de ser devedor e repassando o débito para o novo sujeito passivo. EX: venda de fundo comercio.
Requisitos
1. consentimento expresso do credor (CC, 299): a pessoa do devedor é de suam importância para o credor, podendo não lhe convir a substituição de devedor solvente por outra pessoa com menos possibilidade de cumprir a prestação. O silencio importa em recusa da assunção da divida.
2. solvência daquele que assume a dívida (CC, 299)
3. demais requisitos do 104 CC
(agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prescrita ou não defesa em lei)
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CESSÃO DE DÉBITO 
ou assunção de dívida – 299/303
Forma
1. livre (CC, 425) respeitados os elementos de formação para validade (CC, 104)
2. prescrita em lei: exemplos:
a. adquirente de imóvel hipotecado (CC, 303)
Silencio do credor:
Regra: implica em recusa.
Exceção: Assentimento tácito: imóvel hipotecado, CC. art, 330.
Prazo de 30 dias para impugnar. Uma vez que para o credor hipotecário, a segurança de seu crédito reside muito mais na garantia real do que na pessoa do devedor. Não havendo problema se o valor do imóvel for superior a divida, no entanto se for inferior, haverá interesse do credor em impugnar a transferência do crédito, no prazo de 30 dias de sua ciência, para manutenção do devedor primitivo na relação obrigacional.
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CESSÃO DE DÉBITO OU ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
EFEITOS
1. extinção de garantias (especiais prestadas em atenção à pessoa) dadas pelo devedor originário, salvo concordância expressa no instrumento da assunção (CC, 300). EX. fiança e aval. 
2. se, assunção anulada (p. ex. por falta de concordância do credor), a obrigação primitiva renasce com todas as garantias, salvo as prestadas por terceiro de boa-fé (que desconhecia o vício que maculava a estipulação). (CC, 301).
3. impossibilidade do novo devedor opor as defesas pessoais do antigo devedor (compensação, por exemplo).
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CESSÃO DE DÉBITO
OU ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Assunção de dívida difere-se de:
1. promessa de liberação do devedor: assume compromisso perante devedor, não tendo o credor o direito de exigir do promitente.
2. novação subjetiva por substituição do devedor. (360, II CC): implica em nova ação (criação de uma obrigação nova) e não simples cessão.
3. Fiança: o fiador não se torna devedor principal, como ocorre com o cessionário (responde subsidiariamente (obrigação subsidiária – o fiador goza do beneficio da excussão, ou seja, só responde se o devedor não puder cumprir a prestação prometida – art. 827, CC. O fiador sub-rogasse no direito do credor, o assuntor não desfruta desse benefício)).
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CESSÃO DE DÉBITO OU ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Espécies:
1. expromissão: contrato entre o terceiro e o credor, sem participação ou anuência do devedor, pode ser: 
Liberatória = integral sucessão no débito pela substituição do devedor, ficando exonerado o devedor primitivo, exceto se o terceiro que assumiu a divida era insolvente e o credor ignorava (art. 299, segunda parte).
Cumulativa = quando o expromitente ingressar na obrigação como novo devedor ao lado do devedor primitivo, passando a ser devedor SOLIDÀRIO, mediante declaração expressa nesse sentido (art. 265, CC), podendo o credor reclamar o pagamento de qualquer um deles.
2. delegação: acordo entre terceiro e o devedor, com a concordância do credor
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Personagens:
O Cedente = que transfere a sua posição contratual;
O cessionário =que adquire a posição transmitida ou cedida;
O cedido = o outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente.
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JURISPRUDÊCIAS
TJ-ES - Apelacao Civel : AC 35060003965 ES 35060003965 
Publicação: 08/05/2009
PROCESSO CIVIL . APELAÇÃO CÍVEL . REINTEGRAÇÃO DE POSSE . ARRENDAMENTO MERCANTIL . SENTENÇA PROCEDENTE . ASSUNÇÃO DE DIVIDA SEM A ANUÊNCIA DO CREDOR . RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
A) O caso em tela referese a uma "cessão de débito" ou a chamada "assunção de divida", que é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa ou tácita do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, substituindo-o; realizar-se-á mediante expromissão (negócio pelo qual uma pessoa assume espontaneamente o débito de outra) ou delegação (quando o devedor transferir a terceiro, com a anuência do credor, o débito com este contraído).B) É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso de credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.C) Em que pese a situação do apelante não há como agasalhar o que deseja tendo em vista a situação fática que agora passo a narrar1º) Existe um contrato valido e vigente de arrendamento mercantil entre as partes; 2º) Houve a tradição - entrega do bem descrito no item III do contrato de arrendamento mercantil; 3º) Existe inadimplência;4º) Não houve anuência do credor (empresa apelada) na cessão de débitos a qual o apelante alega, haja vista que afirma que não é proprietária do bem objeto do contrato e que nunca esteve na sua posse direta;5º) O documento do veículo está no nome de terceiro, alheio ao contrato de arrendamento celebrado entre as partes. D) Á lume do exposto, o quadro fático me leva a crer existiu sim por parte do apelante uma assunção de divida para com terceiro e que não houve a aceitação do credor.E) Outrossim, se não houve a aceitação do credor, o vinculo obrigacional do apelante para com a empresa apelada não se desfez, permanecendo in totum tanto os direitos como os deveres existentes entre as partes.F) Por todos estes fundamentos expostos, correto está o entendimento do d. juiz sentenciante, na medida em que confirma a liminar anteriormente deferida.
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TJ-RN - Agravo de Instrumento com Suspensividade : AI 102384 RN 2011.010238-4 
Julgamento: 18/10/2011 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. TUTELA ANTECIPADA INDEFERIDA. PLEITO PARA EXCLUSÃO DO NOME DA AUTORA DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DÉBITO INADIMPLIDO PROVENIENTE DE NOTA DE CRÉDITO COMERCIAL. AUTORA QUE FIGURA COMO AVALISTA. ASSUNÇÃO DA DÍVIDA POR EX-MARIDO EM AÇÃO DE SEPARAÇÃO. ACORDO HOMOLOGADO. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA E CONSENTIMENTO DO CREDOR. ASSUNÇÃO DE DÍVIDA NÃO CARACTERIZADA. INTELIGÊNCIA DO ART. 299 DO CÓDIGO CIVIL. PRECEDENTES DESTA CORTE DE JUSTIÇA. COBRANÇA QUE, NO MOMENTO, SE MOSTRA DEVIDA. AUSÊNCIA DE VEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES QUE AMPARAM A PRETENSÃO AUTORAL. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DA MEDIDA DE URGÊNCIA REQUESTADA POR FALTA DE REQUISITO AUTORIZADOR. DECISÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE TÍTULO DE CRÉDITO. RECONVENÇÃO. CHEQUE DE TERCEIRO EMITIDO COMO GARANTIA DE CONTRATO. COISA JULGADA. REJEIÇÃO. NÃO HÁ IDENTIDADE DAS AÇÕES. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. ASSUNÇÃO DA DÍVIDA. NÃO CONFIGURAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DO CREDOR E DE PACTO NESSE SENTIDO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(Apelação Cível nº , da 3ª Câmara Cível do TJRN, relª. Desª. Célia Smith, DJ 10.09.2009 - destaque acrescido) DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR ATO ILÍCITO C/C PERDAS E DANOS E LUCROS CESSANTES. DECISÃO QUE JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO DO AUTOR, PARA CONDENAR O RÉU AO PAGAMENTO DA QUANTIA DE R$ 15.000,00. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO DEMANDADO, SUSCITADA NO APELO, SOB O ARGUMENTO DE TER HAVIDO CESSÃO DE DÉBITO. QUESTÃO A SER DECIDIDA NO MÉRITO. NÃO CONFIGURAÇÃO DA ASSUNÇÃO DA DÍVIDA POR TERCEIRO. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DO CREDOR E DE PACTO NESSE SENTIDO. INEXISTÊNCIA DE ALTERAÇÃO SUBJETIVA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL. RESPONSABILIDADE DO DEVEDOR PELA DÍVIDA CONTRAÍDA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM AFASTADA. CONDENAÇÃO DO DEMANDADO AO PAGAMENTO DO DÉBITO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (Apel
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CESSÃO DE CONTRATO
Construção doutrinária e jurisprudencial
Cessão de toda a posição contratual – a transferência dos créditos e débitos oriundos de uma avença – objetivo é a possibilidade de circulação de contratos em sua integralidade.
Transferência de todos as obrigações e deveres.
Depende da anuência da outra parte (cedido).
Ausente a anuência, o cedente permanece obrigado.
Exceção: cessão de contrato de compromisso de compra e venda de imóvel loteado (Lei 6.766/79).
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Efeitos:
Entre o cedente e o contraente cedido: a cessão da posição contratual pode efetuar-se com ou sem liberação do cedente perante o contraente cedido. Não havendo a liberação do cedente, estabelece-se um vinculo de solidariedade entre este e o cessionário;
Entre o cedente e o cessionário: para o cedente, ocorre a perda dos créditos e das expectativas integradas na posição contratual cedida, bem como a exoneração dos deveres e obrigações nela compreendidos;
Entre o cessionário e o contraente cedido: dá-se a substituição do cedente pelo cessionário na relação contratual como o cedido.
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