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SEMINÁRIO INTEGRADO SISTEMA LOCOMOTOR E TEGUMENTAR SEMINÁRIO INTEGRADO Anna Caroline Domingos Lima Jefferson Marlon de Medeiros Pereira Maciel Maria Zilda Melo Regis Professora orientadora: Fabíola Jundurian Bolonha SISTEMA LOCOMOTOR E TEGUMENTAR Caso clínico Caso clínico Paciente do sexo feminino, 74 anos, do lar, natural e procedente de Juazeiro-Ba, com queixas de parestesias em ambos os pés há 05 meses, associada a artralgias em tornozelos e mãos. Quatro meses após início do quadro surgiu edema e anestesia em mãos com piora da dor nas articulações interfalangianas e dorso das mãos. Quinze dias após aparecimento destes, apresentou dor em joelho direito e manchas em ambos os joelhos, cotovelo direito e região posterior de tornozelo direito. Procurou alguns serviços médicos no início do quadro clínico sendo diagnosticada como artrite inespecífica, fez uso de corticoides e anti-inflamatórios não hormonais. Após meses de tratamento, sem melhora clínica e com surgimento das lesões cutâneas, foi encaminhada ao reumatologista e deste ao dermatologista devido a suspeita de hanseníase, a qual confirmou o diagnóstico. Caso clínico Em uso de hidroclorotiazida e cálcio. Ao exame clínico apresenta edema em joelho direito, pés e mãos, nestas mais pronunciado à direita. Em pele: placas eritematosas com diminuição da sensibilidade térmica, em joelhos, regiões glúteas e póstero-superiores de ambas as coxas, cotovelo direito e em mãos. Nervo ulnar direito doloroso à palpação. Não apresenta incapacidades. Na primeira consulta trouxe o seguinte exame: FAN reagente 1:160 ( valor de referência: até 1:80). Caso clínico Diante da suspeita diagnóstica de Hanseníase borderline-borderline, foi realizada biopsia de lesão cutânea e iniciado poliquimioterapia (PQT) para 12 meses, prednisona 40 mg/dia, albendazol dose única ao dia durante 03 dias e omeprazol 20mg uma vez ao dia. Uma semana após PQT, apresentou pouca melhora da artralgia. Continuou- se o corticoide com desmame à melhora do quadro articular. O Exame anátomo-patológico de lesão de pele do cotovelo evidenciou infiltrado inflamatório linfo-histiocitário, com formação de granulomas, distribuídos ao redor do plexo neurovascular e anexos cutâneos. A pesquisa de BAAR através de linfa foi negativa e a Radiografia de mão direita revelou redução da textura óssea própria da idade. Após 2 meses da PQT houve involução das lesões cutâneas quase completamente e melhora acentuada do quadro articular, sinalizando um sinergismo do efeito imunomodulador das drogas utilizadas na poliquimioterapia específica com a corticoterapia para a melhoria do quadro articular da paciente. HANSENÍASE Hanseníase Fonte: noticias.uol.com.br Fonte: tvtaquari.com.br Fonte: saude.umcomo.com.br Fonte: www.comshalom.org Fonte: blog.saude.gov.br epidemiologia Epidemiologia No Brasil e no restante do mundo, a queda da prevalência não demonstrou impacto na transmissibilidade da doença, como era esperado; Necessita de uma maior compreensão da sua tendência; Dentre os clusters destacam-se as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, sendo que os casos se concentram mais na Amazônia legal; Segundo informações do SINAN, em 2010, a quantidade de casos da hanseníase no Brasil, era de 34.894 casos novos (coeficiente geral de detecção 18,2/100 mil habitantes); Epidemiologia No Nordeste: (2010) Maranhão (5,7 casos/10 mil habitantes); Pernambuco (2,7 casos/10 mil habitantes); Paraíba (1,5 casos/10 mil habitantes); Ceará (1,1 casos/10 mil habitantes); Rio Grande do Norte (0,74 casos/10 mil habitantes). Epidemiologia Na Paraíba: Dos 223 municípios, 129 (59%) não notificaram casos em 2010; Cajazeiras: 107,8 casos/100 mil habitantes; Campina Grande: 20,8 casos/100 mil habitantes; João Pessoa: 11,3 casos/100 mil habitantes; Percentual de cura dos casos diagnosticados: 77,8%. Característica do Agente Etiológico em Relação ao Hospedeiro Mycobacterium leprae Mycobacterium leprae Mycobacterium leprae Alta infectividade e baixa patogenicidade; Desenvolve-se em temperaturas inferiores a 37ºC. Quanto à transmissão, é importante compreender que essa ocorre do homem bacilífero não tratado através das vias aéreas superiores para os contatos (íntimos e prolongados), cuja porta de entrada também é a via aérea superior. Os hansenomas ou lesões ulceradas de pacientes bacilíferos podem transmitir o bacilo, porém sua importância é incerta. (BARBIERI; MARQUES, 2009). Forma Clínica da Doença Forma clínica da doença Borderline ou dimorfa (caminha entre os pólos tuberculóide e virchoviano) Instabilidade imunológica; Grande frequência e gravidade dos danos neurais; Aspectos das lesões cutâneas: máculas, eritematosas, em pele clara, a hipocrômicas, em pele escura, que assume por vezes tonalidade acobreada, sendo comum também a presença de pápulas, tubérculos, nódulos e placas. Fonte: Oliveira, 2014 Manifestações Clínicas e Sintomatologia “apresentou dor em joelho direito e manchas em ambos os joelhos, cotovelo direito e região posterior de tornozelo direito.” Fonte: siteemmanaus.com.br Fonte: wikipedia.org Perda de sensibilidade térmica; Perda de pelos; Ausência de transpiração. Orelhas; Mãos; Cotovelos. Fonte: slideplayer.com.br Fonte: saudetotal.com.br Acometimento osteoarticular ... ... ... ... Acometimento Osteoarticular Primeiras referências nos escritos de Nei Ching, em 600 a.C., na China; Grupo Inespecífico → quando as alterações são secundárias à neuropatia periférica que acomete a maioria dos pacientes; Grupo Específico → decorrentes da ação direta do bacilo ou por reações imunológicas desencadeadas pelos antígenos intrabacilares. Comprometimento Osteoarticular Específico Mínimos espessamentos sinoviais e dos tecidos periarticulares das articulações periféricas por infiltrados específicos com bacilos no periósteo; As manifestações articulares inflamatórias só ocorrem durante as reações hansênicas; A reação do tipo eritema nodoso hansênico (ENH) ocorre nas formas mais bacilíferas da moléstia; Na maioria dos casos a artrite surge concomitante as lesões cutâneas. As Articulações Comprometimento Osteoarticular Específico Diartroses ou Articulações Sinoviais Gínglimo ou articulação em dobradiça (entre o fêmur e a tíbia); Plana (entre o fêmur e a patela). Gínglimo ou articulação em dobradiça (úmero-ulnar, úmero-radial, rádio-ulnar proximal). Gínglimo ou articulação em dobradiça. Fonte: http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-articular/ As Articulações Comprometimento Osteoarticular Específico Componentes Essenciais: 1 – Cápsula Articular; 2 – Cavidade Sinovial; 3 – Líquido Sinovial; 4 – Cartilagem Articular. Componentes Acessórios: 1 – Ligamentos; 2 – Meniscos; 3 – Discos. Fonte: http://pt.slideshare.net/Xideral/curso-histologia-06-tejido-conectivo-denso/3 Análise Histopatológica O número de células varia até mais de 100.000 células/mm3; Apresenta predomínio de linfócitos de neutrófilos; Pode-se encontrar o Microbracterium leprae; Comprometimento Osteoarticular Específico NEURITE HANSÊNICA ... Neurite Hansênica Dor e espessamento dos nervos periféricos; Perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos; Perda de força nos músculos inervados por esses nervos; Compromete principalmente os nervos ulnar, fibular, radial, tibial, mediano e auricular, sendo o nervo ulnar bem mais acometido que os demais. Dificuldade no diagnóstico quando há acometimento do nervo isoladamente, sem presença de lesões cultâneas. O Nervo Ulnar Um dos três mais importantes nervos do braço; É responsável pela sensibilidade do 5º dedo e da metade interna do 4º dedo, o anular; Além disso é o responsável pela inervação de alguns músculos importantes do antebraço e de músculos pequenos importantes para o movimento da mão. Neurite Hansênica Fonte: http://fisioterapiaelainedaltoe.com.br/2016/01/17/como-fisioterapia-pode-proporcionar-alivio-da-dor-do-nervo-ulnar/ Fisiopatologia das Lesões O epineuro é constituído por tecido conjuntivo denso não modelado rico em colágeno; O perineuro é uma membrana compacta, com células sobrepostas em camadas, sem fendas e com pouca elasticidade – barreira hematoneural; O endoneuro é uma delicada camada de tecido conjuntivo frouxo envolvendo cada fibra nervosa. Neurite Hansênica Fonte: http://pt.slideshare.net/gustavoviniciuscarvalho/aula-tecido-nervoso2013 Fisiopatologia das Lesões Neurite Hansênica Invasão do M. leprae pelas terminações nervosas sensitivas cutâneas Segmentos terminais dos nervos são desprovidos de perineuro Há lesão nervosa em áreas cutâneas sujeitas a traumatismos Na regeneração os bacilos são englobados e transportados pelo fluxo axonal Fisiopatologia das Lesões Neurite Hansênica O bacilo atinge locais propícios a sua sobrevivência e proliferação Locais de temperatura baixa e superficiais, próximas de articulações A proliferação bacilar no axônio leva a sua ruptura As células de Schwann fagocitam os bacilos e os guarda, deixando-os livres da resposta imune do indivíduo MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS ... Manifestações Dermatológicas Há sempre alteração de sensibilidade: diminuída (hipoestesia); aumentada (hiperestesia); ausente (anestesia) Placas São lesões elevadas, de superfície geralmente plana, maior que 1 cm, pode apresentar superfície descamativa, crostosa ou queratinizada, pode ser formada pela confluência de pápulas. Manifestações Dermatológicas Fonte: ROCHA, Glyne L.; MIRANDA, Omir C. Dermatoses paraneoplásticas. 2000. Pápulas Correspondem a um espessamento da pele (epiderme e/ou derme) de natureza edematosa, inflamatória ou proliferativa. Manifestações Dermatológicas Fonte: ROCHA, Glyne L.; MIRANDA, Omir C. Dermatoses paraneoplásticas. 2000. Diagnóstico Aspectos imunológicos Mycobacterium leprae → Alto poder infectante e baixo poder patogênico; Localiza-se nas células de Schwann e na pele; Os linfonodos, olhos, testículos e fígado podem não encontrar resistência a proliferação do tecido. Diagnóstico Exame Clínico; Anamnese; Avaliação dermatológica. Fonte: gazetamt.com.br Monofilamentos de Semmes-Weinstein Teste quantitativo, de fácil aplicação, seguro e de baixo custo; A aplicação de estímulos com forças progressivas permite avaliar e quantificar o limiar de percepção do tato e pressão. Fonte: aumentesuasaude.wordpress.com Diagnóstico dermatológico A neurite pode ser silenciosa ou pode ser evidente; Estágio inicial da doença, a neurite hansênica não apresenta dano neural; Na neurite torna-se crônica: Anidrose; Alopecia; Perda da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil; Paralisia muscular. Tratamento Tratamento Tratamento quimioterápico específico - a poliquimioterapia (PQT); Acompanhamento; Esforço organizado da rede básica; Auto cuidados. Fonte:medicinanet.com.br Conclusão Conclusão Combate ao preconceito; Trabalho de uma equipe multidisciplinar em todos os centros de saúde. Obrigado! Dúvidas?
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