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O processo epidêmico Epidemia e endemia Como surgiram estas definições? Hipócrates – epidemeion: visita (temporário, provisório) - endemeion: habitar um lugar (longo período) Relações das epidemias com fatores climáticos, alimentares, raciais, meio ambiente. Endemias: malária (sazonalidade: primavera úmida e verão seco) e difteria Regra das três perguntas: QUEM? ONDE? QUANDO? Possibilita visualizar um PERFIL EPIDEMIOLOGICO: distribuição do evento no tempo, espaço e prováveis determinantes de tal distribuição. Assim, há um padrão de ocorrência do evento, com possibilidade de identificar grupos vulneráveis ao agravo. QUEM? Características: gerais, familiares, étnicas, socioeconômicas, endógenas (nutrição), hábitos e atividades. ONDE? Geopolíticas (países desenvolvidos), político-administrativas, geográficas (relevo, solo, hidrografia) QUANDO? Tempo cronológico. Analise da variação: frequência X tempo OBS: pode indicar a tendência do agravo ao longo do tempo, ou seja, sua incidência. Variação sazonal: periódico, se repete na mesma estação. Variação Cíclica (regular): frequência do evento em estudo varia de forma regular. Pode ser cíclica sazonal: se repete na mesma estação do ano com fatores ambientais de agravo (ex: número de casos de dengue aumenta no verão em S, leptospirose na região SE durante o verão). Pode ser cíclica recorrente: existe um padrão de frequência máxima e mínima do evento em determinado intervalo de tempo, típico de doenças infecciosas. Variação Atípica (irregular): não há padrão, peculiar de epidemias. Tendência: analise de um evento por um longo período, de forma a mostrar sua propensão a ser crescente, decrescente ou constante. Nível de incidência Padrão habitual de ocorrência é a frequência esperada de uma doença, é o nível endêmico (endemia) Excesso de casos ao número de casos esperados, é o nível epidêmico. Incidência: ocorrência, existência – casos novos. Alta incidência = alto risco coletivo de adoecer. Prevalência: predominar, ter mais valor. Implica em acontecer e permanecer existindo num momento considerado. É o total de casos existentes (novos e antigos) da população exposta. Usada em doenças de longa duração como hanseníase, tuberculose, aids. Possibilita calcular e planejar a assistência como a quantidade de medicamentos que serão disponibilizados. Epidemia Excesso de casos em relação ao esperado, não sendo necessária a ocorrência de muitos casos. Elaboração de um diagrama de controle Dados de 10 anos, conhecer a faixa de casos esperados – endêmicos, exclui-se os anos considerados epidêmicos. Etapas: Cálculo da média aritmética Calculo do desvio padrão: eixo x é a unidade de tempo e o eixo y são os valores do médio adicionando e subtraindo o desvio padrão. Cria-se o gráfico, entre as linhas da máxima e da mínima é a faixa endêmica (95% de probabilidade de ocorrência). Onde há a faixa endêmica, coloca a incidência do ano, se a linha ultrapassar o limite máximo, pode-se considerar uma epidemia. OBS: para doenças erradicadas, a incidência deve ser nula, caso apresente um único caso, é epidemia. Por exemplo, o caso de influenza A em 2009 ou caso de peste bubônica em são Paulo, que não aparece desde 1968, mas caso apareça um único caso, será epidêmica (neste estado!!) Pandemia É uma epidemia de grandes proporções geográficas, ou seja, vários países, continentes. Exemplo: influenza A (H1N1) em 2009. OBS: epidemia restrita a um espaço geográfico circunscrito, como uma escola, é denominado surto epidêmico ou surto. Classificação das epidemias ORIGEM: Fonte comum pontual: não há propagação da doença entre as pessoas, elas são infectadas diretamente da fonte e em curto intervalo de tempo. A fonte é representada por veículos que contém o agente como agua, alimento, ar. Ex: surto epidêmico devido a um alimento contaminado numa festa. Fonte comum persistente: não há uma única fonte de contaminação, a exposição é maior. Ex: consumo de agua de um poço contaminado. Propagada ou progressiva: tem transmissão direta (respiratória, contato) ou indireta por vetor, sua progressão é lenta. Ex: epidemias de gripe, epidemias de dengue. As comuns têm transmissão indireta ou por veículo. DURACAO: Explosivas: a incidência máxima é atingida em um curto intervalo de tempo. Ex: ingestão de alimento contaminado de uma festa, o ápice ocorre em algumas horas. Lentas: incidência máxima é lenta, pois os casos sucedem-se (não ocorrem ao mesmo tempo). Ex: epidemias de dengue (o ápice da curve epidêmica pode demorar semanas ou meses) ou epidemias de hepatite A. A incidência de uma doença pode chegar ao nível epidêmico através de um dos seguintes mecanismos: - importação E incorporação de casos alóctones a populações formadas por grande número de suscetíveis, com os quais a transmissão seja uma possibilidade real. Ex: alguém viaja e contrai uma doença, ao chegar é diagnosticada erroneamente, a doença passa ao médico e seus familiares, aos familiares da paciente, etc. - Ingresso de alóctones em áreas cujas condições ambientais são favoráveis a propagação da doença. - Contato acidental com agentes infecciosos, toxinas ou produtos químicos, estando sujeitos grupos de indivíduos ou populações nas quais a incidência da doença permanecia nula até então. Ex: bactéria na agua. - Modificações ocorridas na estrutura epidemiológica, ou seja, uma doença que até então possuía um caráter endêmico, em decorrência as modificações na estrutura, passa a assumir um caráter epidêmico. Estrutura epidemiológica = ambiente mais clima favorável ao ciclo da doença. Autóctone: doenças com origem dentro dos limites do lugar de referência. Alóctone: casos importados, o doente adquiriu a doença em outro local, sem ser o de referência, investigação. Gestão de serviços - Saúde materno infantil – padrões de morbimortalidade Epidemiologia Solução dos problemas de saúde, estuda os fatores que determinam a frequência e distribuição das doenças na população. Planejamento da atenção à saúde. Decisões baseadas em informações Epidemiologia gerencial Indicadores de saúde – medem a saúde Risco de adoecer, de morrer; gravidade ou fatalidade; grupos mais atingidos. Medidas de morbidade (conjunto de indivíduos que adquiriram uma determinada doença, em relação a população estudada, num dado intervalo de tempo e em um determinado território): Coeficiente de prevalência Prevalência: proporção da população que apresenta a doença em um local e período especifico, número total de casos de uma doença. N casos existentes (novos+antigos) /pop X 10n Coeficiente de incidência Incidência: casos novos em um local e período, mostra a intensidade com que ocorre a doença, mede a frequência ou probabilidade de ocorrer casos novos. Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. N casos novos/pop X 10 n Taxa de ataque Investigar um surto, população bem definida como creche ou escola, período de tempo bem definido, é expressa em porcentagem N de casos em um local e período/pop exposta ao risco X 102 Distribuição proporcional Distribuição por sexo e idade ou outros atributos em relação ao total de casos ou mortes ocorridas por determinada causa, resultado em porcentagem, indica o perfil das pessoas afetadas. N parcial de casos/ N total de casos X 100 Medidas de mortalidade (mortes em determinado tempo e local em relação ao número de habitantes): Taxa ou coeficiente geral de mortalidade – risco ou probabilidade de qualquer pessoa da população tem de morrer em decorrência de uma doença. N de morte/ N de habitantes X 1000 Taxa ou coeficiente de mortalidade infantil – risco de morte até um ano de idade, é um dos melhores indicadores de saúde de uma população. N de mortes < 1 ano em um período, local/ N NV mesmo período, local X 1000 Taxa de mortalidade materna – risco de morte de mulheres gravidas ou no período de até 42 dias após a gravidez. Medida de gravidade: Letalidade – proporção entre mortes de uma doençae o número total de pessoas atingidas pela doença, porcentagem. N mortes de uma doença/ N atingidos pela mesma doença no período X 100 Mortalidade materna Mortes obstétricas diretas, a causa é a gestação ou indiretas, doença preexistente. N de mortes maternas para cada 1000 NV Doença hipertensiva especifica da gravidez, sepse, hemorragias, abortos, condições da placenta, complicações no parto, embolia. Mortalidade infantil Neonatal Precoce (0-6 dias) Avalia a qualidade do pre natal e parto. N óbitos 0-27 dias/ N NV X 1000 Tardia (7-27 dias) Pós neonatal 28-365 dias CMI tardia: N óbitos 28-365/ N NV X 1000 Causas e prevenções: Condições perinatais (melhora do pre natal e atendimento ao parto e RN, melhorar a nutrição materna, prevenir o baixo peso ao nascer, reduzir fumo e drogas durante a gestação, promover planejamento familiar) Malformações (melhorar ingestão materna de folatos como o ácido fólico, diagnosticar e tratar sífilis na gestação, vacinar contra rubéola, evitar drogas, fumo e álcool durante a gestação) Infecções respiratórias (melhorar o manejo dos casos, reduzir aglomerações, melhorar a nutrição, prevenir o baixo peso ao nascer, promover o aleitamento, imunizações) Diarreia (melhorar o manejo dos casos, suplementar com vitA, imunizações, promover o aleitamento materno, melhorar a nutrição, saneamento básico, promover a higiene pessoal e doméstica) Outras infecções como sepse e meningite. Mortalidade infantil pre escolar ou na infância 1-5 anos Causas (+ -): infecções respiratórias, outras infecções como sepse, meningite ou aids, causas externas como acidentes e afogamentos (prevenção de acidentes e implementar legislação), diarreia.
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