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10/10/16 1 UM LUGAR PARA O PSICÓLOGO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: Uma proposta po l í@ca para a consolidação da reforma psiquiátrica no Brasil através da territorialização do psicólogo Prof.a Dr.a Gleicimara Klotz Autora do texto: Magda do Canto Zurba O Modelo de atendimento atual Atendimento de muitas equipes de Estratégia de Saúde da família (ESF) sem possibilidades de reconhecer os atores sociais e os determinantes históricos de saúde nos territórios onde atua. O Modelo de atendimento atual Território ampliado: é o nome dado a imensa população que o psicólogo está habituado a atender. O psicólogo apenas visita as comunidades, sem inserir-‐se de maneira territorializada e acompanhar os diferentes atores sociais que atuam na gênese da produção de sintomas em saúde mental. O Modelo de atendimento atual Esse modelo de atendimento existe porque o psicólogo é colocado na condição de especialista. Assim, como um profissional de referência na ESF, de apoio as equipes. 10/10/16 2 O modelo de atendimento atual Atendimento de casos “crí@cos”: Fortalece da visão de que o fazer psicológico des@na-‐se a atendimentos clínicos, de caráter ambulatorial e para pessoas com sérios problemas em saúde mental. O modelo de atendimento atual A presença da prá@ca psicológica na atenção primária tem permanecido no Brasil, sob a condição de especialidade em saúde menta l , a tendendo a con@ngências que ficam entre a atenção básica e a média complexidade. MODELOS DE ATENDIMENTO À SAÚDE “Atenção à saúde é tudo que envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo as ações de promoção, prevenção, reabilitação e tratamento às doenças”. Secretaria de Atenção à Saúde – SAS MODELOS DE ATENDIMENTO À SAÚDE Atenção Primária ou Básica-‐ baixa complexidade: A atenção primária atua antes que o problema se instale. Assim, busca reduzir ou eliminar problemas antes que apareçam. Atenção Secundária -‐ média complexidade: Composta por ações e serviços que visam a atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prá@ca clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnós@co e terapêu@co. 10/10/16 3 MODELOS DE ATENDIMENTO À SAÚDE Atenção Terciária -‐ alta complexidade: Composta por serviços ambulatoriais e hospitalares especializados de alto custo e complexidade. O lugar QUE o psicólogo DEVE OCUPAR O psicólogo deve ocupar seu lugar polí@co junto as intervenções de promoção e prevenção de saúde segundo uma ó@ca sócio-‐comunitária. 10/10/16 4 O lugar QUE o psicólogo DEVE OCUPAR Nesse contexto, a psicologia sócio comunitária, apresenta como caracterís@cas principais a atuação centrada em uma perspec@va cole@va e o compromisso com os direitos sociais e de cidadania. Rompe com enfoques mais tradicionais, centrados no sujeito e na doença. O lugar QUE o psicólogo DEVE OCUPAR O psicólogo deve atuar em atenção primária a par@r da noção de território, assim poderá exercer as funções de promoção e prevenção em saúde mental. A proposta é de qualquer entendimento da saúde-‐doença-‐cuidado possa ser analisado e referido a par@r de seu contexto. O lugar QUE o psicólogo DEVE OCUPAR Para que isso ocorra o território deve ser mínimo e não ampliado. Hoje os pacientes circulam na vida das cidades, ocupam lugares de moradores no território. E justamente em seu lugar de moradia não existe um profissional de saúde mental na equipe mínima, que seja efe@vamente territorializado para acompanha-‐lo. Concepção de território O território resulta em uma categoria polí@ca para o espaço no qual se dá a existência do homem. 10/10/16 5 Concepção de território O território se refere ao lócus onde a pessoa estabelece seu mundo relacional e se sustenta como sujeito social e singular. Não é o espaço isico, embora o compreenda: o entorno onde a pessoa mora, suas referências do estar no mundo. Onde estão suas raízes, sua história. Saúde, Estado e Sociedade ü Toda atenção psicológica em saúde depende de um olhar sociológico sobre a cons@tuição de sujeito e produção de sintomas. ü Cenário sócio-‐polí@co -‐ Sociedade capitalista: saúde como um “direito” e um produto. Saúde, Estado e Sociedade Nos países da América La@na, o Estado con@nua sendo visto como o principal provedor da promoção de saúde, sob o ponto de vista legal e no âmbito das representações sociais. Saúde, Estado e Sociedade Estado protagonista dos movimentos sociais: sociedade-‐populaçãodependente. 10/10/16 6 O Estado “(...) intervém na sociedade civil, e até tão profundamente que, nas soc iedades dependentes, não há separação clara entre Estado e a sociedade civil, ainda que esta não seja inteiramente absorvida por aquele, como em outros regimes.” (Touraine, 1989, p. 183) O Estado No Brasil, o papel desempenhado pelos movimentos sociais, muitas vezes, implicou em avanços na introdução de novos temas na agenda polí@ca. Mercado regulador Anos 90 Ocorre o enfraquecimento dos movimentos sociais, a consolidação do modelo neoliberal e o deslocamento do poder controlador do Estado para o mercado regulador. Vida co@diana: algumas implicações no conceito de saúde cole@va Agnes Heller (1994) descreve a vida co@diana: ü dialé@ca do singular, ü par@cular e ü universal. 10/10/16 7 Vida co@diana: algumas implicações no conceito de saúde cole@va O co@diano é o mundo da vida, é o mundo das obje@vações. Está relacionado aquilo que é vivido e a vida social dos indivíduos. A existência humana implica necessariamente a existência da vida co@diana. Categorias de Análise ü Universalidade (mundo-‐população); ü Par@cular (uma comunidade específica); ü Singular (O “homem” e suas questões individuais). Categorias de Análise Homem par@cular só pode exis@r em sociedade e se apropriar da natureza pela mediação social. O par@cular só existe na relação dialé@ca com a universalidade e a singularidade. Categorias de Análise Pensar na saúde do homem em sua singularidade, implica necessariamente em pensar no âmbito da experiência cole@va, uma vez que sua singularidade só é possível a par@r da dialé@ca com o universal e o par@cular. 10/10/16 8 Categorias de Análise A promoção de saúde não pode ser neutra as questões co@dianas, mas deve considerar diferentes aspectos das relações humanas: a história, a polí@ca, economia, etc. Implicações no conceito de “saúde” Na vida co@diana, a condição par@cular de sujeito pode acarretar em diferentes experiências de saúde e doença. Exemplo: Condições econômicas X trabalho infan@l. Saúde cole@va no Brasil hoje Lei orgânica de Saúde (Brasil, 2010): 1. Prevê as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde. 2. Estabelece o Sistema Único de Saúde (SUS) e seus princípios: -‐ Universalidade (garante o acesso aos serviços de saúde por qualquer cidadão; -‐ Equidade (considera a realidade-‐contexto e assegura a igualdade de direitos); e -‐ Integralidade (focaliza a atenção integral a saúde, combinando ações de prevenção, promoção e recuperação). Estratégia de Saúde da Família (ESF) Consiste no eixo das ações profissionais nas unidades de saúde pública de atenção primária. 10/10/16 9 Mo@vos que levaram a psicologia a ocupar este lugar Q u e s t õ e s h i s t ó r i c a s e epistemológicas: • Atuais polí@cas públicas de saúde = redução de custos = falta de qualidade nos atendimentos. • Inadequação da formação para o trabalho no setor e modelo limitado de atuação profissional. • Perspec@va de clínica individual amplamente difundida (clínica psicológica). O psicólogo da saúde em atenção primaria precisa se apropriar de sua prá@ca a par@r da noção de território, inserindo seu fazer a par@r de um paradigma que permita entender o paciente em um processo dialé@co.
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