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Resumo de Direito Civil IV 2º semestre

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RESUMO DE DIREITO CIVIL IV – 2º SEMESTRE
FUNDAMENTO JURIDICO DA PROPRIEDADE
 	Trata-se da razão da existência do próprio fenômeno da propriedade, ou seja, o motivo de sua existência. A doutrinadora Maria Helena Diniz preleciona sobre 4 teorias a respeito da natureza jurídica da propriedade:
Teoria da ocupação: Para essa teoria, a propriedade existe por conta da apreensão das coisas pelo homem. Trata-se da teoria mais antiga, originada com a colonização, e vislumbra o direito de propriedade na ocupação das coisas, quando não pertenciam a ninguém (res nullius).
→ Critica da doutrina: A doutrina afirma que a ocupação não é o fundamento jurídico, mas sim o meio de aquisição da propriedade.
Teoria da legalidade: Para essa teoria, o fundamento é a norma jurídica, ou seja, sustenta que a propriedade é instituição do direito positivo e que existe porque a lei a criou e a garante.
→ Critica da doutrina: A doutrina afirma que trata-se de um fundamento frágil, haja vista que, bastaria a revogação da lei para que a propriedade deixasse de existir. 
Teorias da/o especificação/trabalho: Essa teoria fundamenta que o resultado do trabalho humano é a propriedade. Dessa forma, apoia-se no trabalho humano transformando a natureza e a matéria bruta.
→ Critica da doutrina: Essa teoria inspirou os regimes Socialistas, mais não pode ser aceita, porque não responde a duvida sobre se deve existir a propriedade, procurando apenas resolver quem deve ser o proprietário, além de ser falha no sentido de que nem sempre o produto do trabalho será destinado a aquisição de propriedades. 
Teoria da natureza humana: Afirma essa teoria que a propriedade é inerente a natureza humana, haja vista que, esta é uma condição necessária para determinar a sua dignidade e existência. Não deriva do Estado e de suas leis, mas antecede-lhes, como direito natural. 
→ Critica da doutrina: É a teoria adotada pela maioria da doutrina.
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL
	A divisão em imóveis e móveis é considerada a mais importante classificação, fundada na efetiva natureza dos bens. Nos artigos 79 e 82, o Código Civil de 2002 faz distinção entre bens móveis e imóveis, distinguindo também o modo de aquisição de cada um deles:
→ Os bens imóveis são os adquiridos pela transferência da propriedade entre vivos, mediante o registro do titulo translativo de imóveis.
→ Os bens móveis são adquiridos com mera tradição.
Classificação da causa de aquisição da propriedade:
 	Quanto à procedência ou a causa da aquisição, a propriedade por ser originária ou derivada:
→ Originária: 
 	Ocorre quando não há transmissão da propriedade de um sujeito para outro, ou seja, o titular passa ser proprietário do imóvel, adquirindo-o diretamente, sem que haja transmissibilidade. Dessa forma, em um dado momento, o individuo se torna dono de uma coisa por fazê-la sua, sem que lhe tenha sido transmitido por alguém, ou porque jamais esteve sob o domínio de outrem. 
 	Se o modo é originário, a propriedade passa ao patrimônio do adquirente escoimada de quaisquer limitações ou vícios que a maculavam. 
 	A aquisição originária pode ocorrer de 2 formas:
Usucapião: Presentes os demais pressupostos legais, considera-se adquirido o domínio pelo simples decurso do lapso de tempo previsto na lei. A sentença que reconhecer a usucapião terá natureza meramente declaratória.
Acessão: É o direito do proprietário de acrescer aos seus bens tudo o que se incorpora, natural ou artificialmente, a eles. . A acessão pode se dar pela formação de ilhas, por aluvião, avulsão, por abandono de álveo, pela construção de obras ou plantações.
→ Derivado: 
 	A aquisição é derivada quando resulta de uma relação negocial entre o anterior proprietário e o adquirente, havendo uma transmissão do domínio em razão da manifestação de vontade das partes. 
 	A aquisição derivada pode ocorrer de 2 formas:
Registro imobiliário: O registro do titulo translativo no Cartório de Registro de Imóveis constitui modo de adquirir a propriedade peculiar aos bens imóveis. 
Sucessão hereditária: O adquirente sucede em todos os direitos reais e processuais do transmitente, e nas obrigações dele para com terceiros, visto que o sucessor continua a pessoa de quem o adquirente recebe a coisa. 
DO REGRISTRO DO TÍTULO
 	Para aquisição da propriedade imóvel, no direito brasileiro, não basta o contrato, ainda que perfeito e acabado, é necessário obrigatoriamente o registro do titulo translativo. Tal imposição ocorre para melhor garantir a propriedade imóvel.
Histórico:
 	No sistema Francês a propriedade imóvel é transferida por meio de contrato convencionado entre as partes. 
	No sistema Alemão o registro tem valor absoluto. Só é proprietário aquele em cujo nome se acha registro o imóvel, o que constar nos livros cadastrais pro veritate habetur, ou seja, o que devidamente certificar a escritura pública no lugar responsável. 
 	O nosso legislador limitou-se a adotar a técnica germânica da aquisição do domínio pelo registro, mas sem estabelecer uma presunção absoluta ao registro imobiliário. Para nós o registro confere apenas presunção juris tantum de domínio, ou seja, uma vez efetuada a matricula, presume-se pertencer o direito real à pessoa em cujo nome se registro.
→ Existem 3 passos para se adquirir a posse:
Levantamento das certidões de natureza pessoal e real. 
Via de regra, lavratura da escritura pública e transferência do domínio do bem imóvel no cartório de notas chamado Tabelionato. 
Registro de titulo aquisitivo da propriedade imóvel no registro imobiliário competente. 
1º PASSO: Levantamento das certidões de natureza pessoal e real. 
 	As certidões de natureza pessoal referem-se ao alienante e as de natureza real dizem respeito ao próprio imóvel objeto da alienação.
Obs.: Atualmente a maioria das certidões são levantadas pela internet.
→ Certidões pessoais: 
 	O alienante deve apresentar as certidões ao adquirente e embora as custas devam correr por conta do alienante, na prática o adquirente costuma arcar. O cartório costuma questionar se houve levantamento das certidões, e caso não tenham sido levantadas, o cartorário colocará cláusula de notificação no contrato, demonstrando que as partes dispensaram tais providências. 
 	Apesar do levantamento não ser obrigatório, as certidões pessoais são importantes, pois diante de um eventual problema com o alienante, o adquirente prova estar de boa-fé.
 	Existem 9 certidões pessoais essências em termos de averiguação:
Justiça Estadual: As certidões devem ser levantadas no âmbito da Justiça Estadual, tanto no fórum civil quanto no criminal, isto porque, no cível é possível verificar se o alienante é réu em processo principalmente nos casos de execução, bem como se é objeto de alguma penhora; e no criminal é possível verificar se o alienante foi condenado há alguma pena pecuniária, haja vista que, diante do inadimplemento de multa é possível penhorar o montante, levanto o imóvel a penhora por execução. 
Justiça do Trabalho: Uma divida trabalhista pode repercutir danos ao patrimônio, acarretando penhora. 
Justiça Federal: As certidões devem ser levantadas no âmbito da Justiça Federal, tanto no fórum civil quanto no criminal, isto porque, no cível é possível verificar se o alienante é réu em processo principalmente nos casos de execução, bem como se é objeto de alguma penhora; e no criminal é possível verificar se o alienante foi condenado há alguma pena pecuniária, haja vista que, diante do inadimplemento de multa é possível penhorar o montante, levanto o imóvel a penhora por execução.
INSS – Se o alienante for Pessoa Jurídica: Necessário levantar a certidão negativa de encargos/tributos junto ao INSS, isto porque, muitas vezes a empresa não recolhe os encargos previdenciários corretamente e isso repercute no patrimônio da Pessoa Jurídica. 
Cartório de Protestos: Implica em uma eventual anulação de possíveis negócios que o alienante possuía interesse em fazer, ao aferir seuestado de pré-insolvência. 
Registro Civil: Importante verificar se o alienante é casado, solteiro, divorciado ou viúvo, haja vista que, dependendo do seu estado e do regime de um possível casamento será necessária a outorga do cônjuge para realizar o negócio jurídico. 
Fazenda Pública: Para saber se existe divida de natureza fiscal junto ao Município ou Estado é necessário aferir certidão perante as Varas e Secretarias Municipal/Estadual, para aferir, por exemplo, uma divida em relação ao pagamento de IPTU. 
Receita Federal: Analisar se Imposto de Renda do alienante está de acordo ou se algo não foi pago.
Administradora de Condomínio: Se o imóvel for objeto de condomínio edilício, importante requerer junto a administradora do condomínio, ou perante seu sindico, informações sobre débitos condominiais. 
 	Em relação a certidão real, em termos de averiguação:
Registro Imobiliário competente: Trata-se do local onde o imóvel se encontra matriculado. Deve-se tirar certidão atualizada para saber se o alienante é mesmo proprietário, e ver se no documento consta o nome, número do registro, se existe alguma penhora no imóvel (o juiz pode fazer a matricula da penhora no próprio bem), se existe cláusula de inalienabilidade, ou ainda se há algum ônus gravado. 
2º PASSO: Lavratura da escritura pública e transferência do domínio do bem imóvel no cartório de notas.
 	Em regra, é necessária a lavratura da escritura pública e transferência do domínio do bem imóvel no cartório de notas. Há apenas 2 hipóteses excepcionais onde é dispensado a lavratura de escritura. 
→ Uso do FGTS para adquirir a casa própria. Isto porque as partes diligenciam até a Caixa Econômica Federal, que por sua vez, analisará o processo e firmará um instrumento particular contratual que posteriormente será registrado. 
→ Quando o valor do imóvel for igual ou inferior a 30 salários mínimos (R$ 26.400,00). 
Obs.: Se não for lavrada escritura, é considerado nulo o negócio. A lavratura ocorre no cartório de notas Tabelião, e não existe um critério de competência, como por exemplo, um imóvel localizado na Mooca pode ser lavrado no Tabelionato de Pinheiros. 
3º PASSO: Registro de titulo aquisitivo da propriedade imóvel no registro imobiliário competente.
 	No Estado de São Paulo essa competência é determinada pela Lei de Organização Judiciária do Estado de São Paulo. Dependendo da localização de um imóvel, existe cartório competente para efetuar o registro, por exemplo, um imóvel situado na Lapa deve ser registrado no Tabelião X da Lapa. 
Obs.: O registro não acontece imediatamente, porque o oficial tem 30 dias para realizar o registro. Em um primeiro momento o oficial somente faz uma prenotação do titulo executivo da propriedade.
Conceito de prenotação: É a chave para o registro que determina a aquisição da propriedade imóvel, sendo um ato notarial que determina a prioridade para o registro do titulo aquisitivo, seguindo uma ordem de apresentação dos titulares dominiais. 
A prenotação deverá indicar todas as informações do imóvel, e deve registrar o minuto, hora, data, mês e ano que o titulo deu entrada no registro imobiliário (comprovação mediante entrega de protocolo), isto porque, eventualmente pode haver inúmeras prenotações de vários titulares em um mesmo imóvel, mas sempre o primeiro a apresentar tem vantagem. 
Exemplo: Karina no dia 30/07/2016 vende imóvel para Leticia e é lavrada escritura pública no cartório de Itaquera, só que Karina é estelionatária e no dia 10/08/2016 vende o mesmo imóvel para Amanda, e a escritura é passada no cartório da Mooca. No dia 17/08/2016, ás 10h, Amanda prenota o registro do imóvel no local competente, gerando um protocolo contendo todas as informações da prenotação. As 11h do mesmo dia, Leticia faz a prenotação de sua escritura. Dessa forma, Amanda terá prioridade na aquisição do imóvel, isso se a escritura estiver toda nos padrões corretos. A prenotação de Leticia só vale se por qualquer motivo cair a prenotação de Amanda (ordem de preferência).
Matricula registro e averbação:
 	É com o registro que se tem a aquisição da propriedade. 
Objeto do registro: Todo contrato que vise alienação de imóvel, todo tipo de negócio que vise a transferência da propriedade, e as sentenças que envolvam bens imóveis. 
 	A Lei dos Registros Públicos instituiu a matrícula, exigindo sua realização antes do registro, quando o imóvel sofrer a primeira alteração na titularidade após a sua vigência. Está é feita somente por ocasião do primeiro registro, pois as alienações posteriores serão registradas na mesma matricula. Dessa forma, não é a matricula que produz a transferência da propriedade, mas sim o registro. 
 	Sendo assim, a matricula será efetuada por ocasião do primeiro registro a ser lançado, mediante os elementos constantes do titulo apresentado e do registro anterior nele mencionado. 
 	Se o registro anterior tiver sido efetuado no mesmo cartório em que se pretende matricular o imóvel, deverá o oficial confrontar os dados de identificação constantes do titulo exibido com os inseridos no registro, pra verificar se foi obedecido o principio da continuidade. 
 	A Lei dos Registros Públicos adotou o principio da unicidade da matrícula, onde cada imóvel terá matrícula própria, de maneira que nenhum imóvel poderá ser matriculado mais de uma vez, nem duas matriculas poderão ter por objeto o mesmo imóvel em sua integridade ou partes ideais do mesmo imóvel. 
 	Se parte de um imóvel for alienada, caracterizando um desmembramento, constituirá ela novo imóvel, que deverá ser matriculado recebendo número próprio. Da mesma forma, se ocorrer a fusão de dois ou mais imóveis, que deverão ser matriculados com um novo número, pertencendo ao mesmo proprietário, e as matrículas primitivas devem ser encerradas. 
 	O registro sucede à matricula, e é o ato que efetivamente acarreta a transferência da propriedade. O número inicial da matrícula é mantido, mas os subsequentes registros receberão numerações diferentes, em ordem cronológica, vinculados ao número da matrícula-base. 
 	A averbação é qualquer anotação feita à margem de um registro, para indicar as alterações ocorridas no imóvel, seja quanto à sua situação física (exemplo: edificação de uma casa, mudança de nome da rua) ou situação jurídica do proprietário (exemplo: mudança de estado civil – solteiro para casado).
Livros obrigatórios:
 	Os livros obrigatórios do Registro de Imóveis são:
Livro 1 – Protocolo: Serve para anotação de todos os títulos apresentados diariamente. É conhecido como “a chave de registro de imóveis” ou a “porta de entrada”, pela qual devem passar todos os títulos registráveis. A data do registro é a prenotação do titulo no protocolo, ainda que efetuado posteriormente. 
Livro 2 – Registro Geral: É destinado à matrícula e ao registro dos títulos, além de outros atos. É nesse livro que se pratica o ato que transfere o domínio dos imóveis. 
Livro 3 – Registro Auxiliar: Destina-se ao registro de atos que devem, por lei, ser registrados, embora não sirvam à transferência do domínio, como as convenções de condomínio. 
Livro 4 – Indicador Real: É o repositório de todos os imóveis que figurarem nos demais livros, podendo ser localizados por seus dados e características. 
Livro 5 – Indicador Pessoal: Contém o nome de todas as pessoas que figuram no registro como proprietárias, em ordem alfabética, para facilitar a expedição de certidões. 
Retificação do registro:
 	É admissível a retificação do registro do imóvel quando há inexatidão nos lançamentos, isto é, se o teor do registro não exprimir a verdade. 
 	Existem 4 espécies de retificação:
Vontade das partes: Convenção das partes. 
Exigida por lei: Decorre de lei. 
De oficio do registrador: O registrador pode verificar o erro e retificar de oficio. O oficial pode realizar diligências no imóvel e constatar a sua situação em face dos confrontantes
Oriunda de decisão judicial: A decisão judicial pode ser de natureza administrativaou contenciosa. A intervenção judicial se dará quando o interessado requerer a retificação diretamente ao juiz competente; ou quando a adoção do procedimento administrativo puder acarretar prejuízo para qualquer interessado ou terceiros. 
Princípios que regem o registro de imóveis (EFEITOS JURIDICOS DO REGISTRO IMOBILIÁRIO):
 	Um sistema de registros públicos, regulado pela Lei dos Registros Públicos (Lei n. 6.015 de 31/12/73).
Principio da Publicidade: 
 	O registro imobiliário permite que a sociedade conheça a relatividade do imóvel registrado, especialmente a sua titularidade e as condições jurídicas do próprio bem, como permite também seu titular opor o seu direito real contra todos (oponibilidade erga omnes) e todos aqueles que tentarem impedir ou restringir o domínio.
 O registro confere publicidade às transações imobiliárias, valendo contra terceiros. Qualquer pessoa poderá requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido. Pelo sistema obrigatório de publicidade imobiliário defluente do registro, qualquer transformação (objetiva e subjetiva) da propriedade imóvel torna-se conhecido por todos. 
 	O serventuário é obrigado, sob penas disciplinares, a expedir certidões e informar a parte. O registro, assim, salvo exceções relativas a direitos alusivos à família e à filiação, torna público o que nele se contém, criando a presunção de seu conhecimento. 
Principio da Força Probante (fé publica) ou presunção: 
 	No Brasil o registro imobiliário gera uma presunção relativa de propriedade, chamada presunção juris tantum, ou seja, os registros têm força probante, pois gozam da presunção de veracidade. Acredita-se pertencer o direito real à pessoa em cujo nome se encontra registrado.
 	A presunção estabelecida pelo registro não beneficia apenas o direito de propriedade, mas todo e qualquer direito. Assim como o proprietário por ele beneficiado não precisa provar a sua propriedade, tampouco precisa provar o seu direito de hipoteca o credor com registro, ou o seu direito de servidão a titular com acesso ao fólio real, bastando qualquer deles invocar tão só o registro. 
 	No entanto, salienta-se que no Brasil tal presunção não é absoluta, prevalecendo apenas até prova em contrário. Se o titulo registrado apresentar algum defeito, pode-se pedir a nulidade do titulo e o cancelamento do negócio. 
 	Para o direito brasilerto apenas o registro pelo sistema Torrens acarreta presunção absoluta sobre a titularidade do domínio, no entanto, tal instituto está em desuso.
→ Sistema Torrens:
Somente se aplica para bens imóveis que se encontram na zona rural.
Depende de um processo judicial e sentença que declare a propriedade do imóvel (titularidade).
Gera altos custos por ser oriundo de processo judicial. 
Principio da legalidade: 
 	Para ocorrer os registros é necessário que os documentos se apresentem regulares, residindo a legalidade. Feito o registro, este é prova inequívoca que o domínio do imóvel é legal. 
 	Incumbe ao oficial do cartório, por dever de oficio, examinar a legalidade e a validade dos títulos que lhe são apresentados para registro, nos seus aspectos intrínsecos e extrínsecos. Não lhe cabe, entretanto, segundo respeitável corrente de opinião, arguir vícios do consentimento, destituídos de interesse público e somente invocáveis pelos interessados, devendo limitar-se à verificação de sua natureza, se registrável ou não. 
 	Tão logo o titulo seja protocolizado, faz-se a prenotação, devendo o oficial examiná-lo. Se estiver em ordem, será registrado. 
Principio da Territorialidade: 
 	O referido principio exige o registro na circunscrição imobiliária da situação do imóvel. A escritura pública pode ser lavrada no Cartório de Notas de qualquer localidade, mas o registro só pode ser efetuado no Registro de Imóveis da situação do imóvel, o que facilita a pesquisa em torno dos imóveis.
 	Sendo assim, o registro imobiliário deve ser feito no cartório de Registro de imóveis competente, segundo o que dispõe a Lei de Organização do Estado de São Paulo, a partir da localização geográfica do imóvel. 
 	Buscando a individuação e segurança à circulação dos bens, foi criado um sistema de registros públicos, em que os negócios imobiliários devem ser registrados nas próprias circunscrições onde se encontram os prédios. Dessa maneira, qualquer interessado pode, a todo tempo, verificar a existência de um negócio, tendo por objeto determinado imóvel. 
Obs.: Ressalta-se que se o imóvel estiver na linha divisória de dois cartórios, é necessário realizar o registro em ambos.
Principio da Continuidade: 
 	Por este principio somente se admite o registro de um titulo se a pessoa que nele aparece como alienante á a mesma que figura no registro como o seu proprietário. 
 	Dessa forma, se Augusto consta como proprietário no registro e aliena o seu imóvel a Bianca, que por sua vez transfere a Caroline, a escritura outorgada por Bianca a Caroline somente poderá ser registrada depois que Bianca figurar como dona no registro de imóveis, ou seja, apenas depois de registrada a escritura outorgada por Augusto a Bianca. 
 	O principio da continuidade determina que é imprescindível o encadeamento entre assentos pertinentes a um dado imóvel e às pessoas nele interessadas. Cumpre o oficial zelar pela sua observância, cabendo-lhe exigir a matricula. 
Principio da Prioridade:
 	Referido principio protege quem primeiro registra o seu titulo, ou seja, a prenotação assegura a prioridade do registro. Se mais de um titulo for apresentado a registro no mesmo dia, será registado aquele prenotado em primeiro lugar no protocolo. 
 	Dessa forma, aquele que primeiro prenotou o titulo aquisitivo da propriedade imóvel seguindo uma ordem de apresentação dos títulos, tem preferência no registro definitivo que conduz a aquisição da propriedade imóvel.
 	Caso a parte interessada, em 30 dias, não atenda às exigências formuladas pelo oficial, cessam os efeitos da prenotação, podendo ser examinado e registrado, se estiver em ordem, o titulo apresentado em segundo lugar. 
Principio da Especialidade:
 	O titulo aquisitivo da propriedade deve descrever pormenorizadamente o imóvel, afim de que ele seja individualizado e diferenciado dos demais imóveis. 
 	O principio em análise exige a minuciosa individualização, no titulo, do bem a ser registrado. É o que trata dos dados geográficos do imóvel, especialmente os relativos às suas metragens e confrontações. Objetiva proteger o registro de erros que possam confundir as propriedades e causar prejuízos as seus titulares. 
 	Compete ao oficial do cartório exigir que, nas escrituras públicas, nos instrumentos particulares e nos autos judiciais as partes, indiquem, com precisão, os característicos, as confrontações e as localizações dos imóveis, vez que, se o titulo não estiver em ordem será exigida a sua retificação, pra que se conforme com a descrição dos imóveis que consta do registro. 
Principio da Instância:
 	O principio da instância não permite que o oficial proceda a registros de oficio, mas somente a requerimento do interessado, ainda que verbal. Dessa forma, não se exige sequer que o interessado formule expressamente o requerimento do registro, pois o oficio de Registro de Imóveis se satisfaz com o requerimento tácito decorrente da apresentação do titulo registrável. Essa apresentação pode ser feita por qualquer pessoa, transformando-se assim o interessado em simples portador.
Principio da Obrigatoriedade:
 	O principio da obrigatoriedade afirma que para se adquirir a propriedade imóvel de forma derivada é necessário o registro imobiliário, sendo o registro uma condição obrigatória para a aquisição do domínio do imóvel. 
Principio da Constitutividade:
 	O aludido principio afirma que somente é possível constituir o domínio a propriedade do imóvel pelo registro. É uma consequência dos demais efeitos. 
DA USUCAPIÃO
Conceito: O usucapião é um modo originário de aquisição dapropriedade e de outros direitos reais por meio do exercício prolongado da posse e quando necessário o preenchimento de determinados requisitos legais.
Histórico:
 	A usucapião é também chamada de prescrição aquisitiva, em confronto com a prescrição extintiva, que é disciplina nos artigos 205 e 206 do CC. O artigo 1.244 do mesmo dispositivo demonstra que se trata de institutos muito similares:
 	A prescrição aquisitiva favorece o usurpador contra o verdadeiro proprietário, no entanto, à primeira vista parece que ela ofende o direito de propriedade, permitindo que o possuidor passe a ocupar o lugar do primeiro, despojando-o do seu domínio. 
 	A propriedade, embora seja perpétua, não pode conservar o caráter de perpetuidade senão enquanto o proprietário manifestar a sua intenção de manter o seu domínio, exercendo uma permanente atividade sobre a coisa possuída. A sua inação perante a usurpação feita por outrem, durante 10, 20 ou 30 anos constitui uma aparente e tácita renuncia ao seu direito. 
 	Para a sociedade, interessa muito que as terras sejam cultivadas, que as casas sejam habitadas, que os móveis sejam utilizados, mas um individuo que, durante largos anos, exerceu esses direitos numa coisa alheia, pelo seu dono deixada ao abandono, é também digno de proteção. 
→ Fundamento jurídico da usucapião:
 	Trata-se da razão jurídica de existência da usucapião (finalidade), qual seja a consolidação do domínio/propriedade. Dessa forma, o fundamento da usucapião está assentado no principio da utilidade social, na conveniência de se dar segurança e estabilidade à propriedade, bem como de se consolidar as aquisições e facilitar a prova do domínio. 
Exemplo: X é dono de um latifúndio (gleba de terra) e esta apresenta uma vegetação densa, e não possui sequer um tapume ou qualquer muro. X deixa aquele imóvel no local como uma forma de especulação econômica, ansiando uma possível negociação, e, portanto, não exerce a função social do imóvel. Em contraposição, Y é um individuo pobre, sem residência para moradia, e ao verificar que o proprietário legitimo não diligencia ao terreno, passa a usucapir o imóvel de X, morando no local, construindo uma casa, plantando e tornando a terra frutífera, assegurando sua subsistência e de outros trabalhadores. X ingressa com uma ação para reaver o imóvel, no entanto, não é possível adquiri o imóvel, vez que, segundo o fundamento da usucapião, o direito não socorre aquele que dorme, sendo que por meio do exercício da posse prolongado, Y alcançou a propriedade. 
Espécies de usucapião:
 	Podem ser objeto de usucapião bens móveis e imóveis. 
 	O direito brasileiro distingue 3 espécies de usucapião de bens imóveis:
Usucapião extraordinária
Usucapião ordinária
Usucapião especial/constitucional (rural ou urbana)
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA USUCAPIÃO
→ Requisitos necessários para caracterização da toda e qualquer usucapião:
Pessoal
Real
Formal (Necessário ou Especial)
REQUISITO PESSOAL:
Usucapiente daquele que pretende capir e do proprietário do imóvel que se pretende usucapir. 
→ Usucapiente: Quando se trata de uma pessoa material que pretende por si só usucapir o imóvel, o requisito exigido é a capacidade civil. 
 	Dessa forma, se a pessoa natural quiser usucapir um imóvel, tem que ter capacidade civil, se for pessoa jurídica, tem que possuir representação, e se for proprietário e absolutamente incapaz não flui o prazo prescricional contra este, diferentemente do relativamente incapaz, o qual o prazo prescricional corre normalmente. 
REQUISITO REAL:
 	Diz respeito à coisa que pode ser objeto de usucapião.
→ corpóreas: móveis ou imóveis
→ incorpóreas: São direito reais, não apenas a propriedade, mas os direitos de superfície, servidão, uso, habitação, entre outros. 
 
Pressupostos da usucapião:
 	Os pressupostos da usucapião são:.
Coisa hábil ou suscetível de usucapião:
 	É necessário verificar se o bem que se pretende usucapir é suscetível de prescrição aquisitiva (res habilis), pois nem todos se sujeitam a ela, como os bens fora do comércio e os bens públicos. 
 	Consideram-se fora do comércio:
Os bens naturalmente indisponíveis, quais sejam os insuscetíveis de apropriação pelo homem, como o ar atmosférico, a agua do mar;
Os bens indisponíveis pela vontade humana, que são deixados em testamento ou doados, com clausula de inalienabilidade. 
Os bens legalmente indisponíveis, quais sejam os bens de uso comum, de uso especial e de incapazes, os direitos da personalidade e os órgãos do corpo humano.
 	Estão inclusos entre os bens legalmente inalienáveis, porque, por lei, estes não podem ser transferidos a outrem. Vale ressaltar que não se incluem nesse rol os bens que se tornaram inalienáveis pela vontade do testador ou do doador. 
 → Uma corrente jurisprudencial frisa que a inalienabilidade decorrente de ato jurídico não tem força de subtrair o bem gravado da prescrição aquisitiva, não o colocando fora de comércio. Decidiu nesse sentido o STJ, afirmando que com o usucapião extingue-se o domínio do proprietário anterior, bem como os direitos reais que tiver ele constituído.
 → Outra corrente entende inadmissível a aquisição, por usucapião, do bem objeto da cláusula de inalienabilidade. O proprietário do bem inalienável pode vir a perdê-lo por desapropriação. Não o perde, porém, deixando que outrem o adquira pela usucapião, conquanto não ocorra, na hipótese, alienação. Do contrário, a proibição poderia ser frustrada mediante conluio entre o proprietário e o possuidor (parece que esta corrente está mais próxima da realidade no entendimento do Roberto Bolonhini).
Obs.: O artigo 1.244 do Código Civil manda aplicar à usucapião a preceitos relativos às causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição. Dessa forma, não corre prescrição extintiva e nem aquisitiva contra as pessoas mencionadas nos artigos 197 e 198 do dispositivo civil. Referidos artigos visam proteger pessoas que se encontram em situações especiais, como o absolutamente incapaz, os ausentes do País em serviço público da União, e os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempos de guerra. 
Os bens públicos não estão sujeitos à usucapião, conforme disposto no artigo 2º do Decreto 22.785/33 e artigo 200 do Decreto-Lei nº 9.760/1946.
 	A jurisprudência consolidou-se nesse sentido, conforme se verifica pela Súmula 340 do STF:
 	A Constituição Federal, ao tratar de usucapião especial urbana e rural, respectivamente nos artigos 183 e 191 enfatiza essa posição:
 	E o Código Civil de 2002, nessa linha, preleciona no artigo 102:
 	Assim, somente podem ser objeto de usucapião bens de domínio particular, não podendo sê-lo os terrenos de marinha e as terras devolutas (entendimento majoritário).
 	Alguns poucos autores, no entanto, sustentam ser possível usucapir bens públicos, ao fundamento de que tais bens devem cumprir sua função social, consagrada pela Constituição Federal. Esta não isenta os referidos bens do dever de cumprir função social. Dessa forma, os bens dominicais, quando não tiverem uma destinação especifica, poderão não efetivar o comando constitucional de cumprir sua função social. Seria o caso, por exemplo, de bem dessa espécie relegado ao abandono e que, por essa razão, serviu de moradia a determina família ou conjunto de famílias, durante lapso de tempo suficiente para a aquisição da propriedade por usucapião. 
Obs.: Decidiu o TJSP que o fato de o imóvel rural possuir área inferior ao módulo regional, não constitui empeço à sua aquisição pela usucapião extraordinária. Há, no entanto, decisões contrárias, inadmitindo a usucapião de imóvel rural de área inferir ao módulo. 
 	Importante salientar que a prescrição aquisitiva pode recair tanto sobre a propriedade plena quanto sobre certos direitos reais que dela se desmembram, como o domínio útil da enfiteuse, as servidões aparentes, o usufruto, o uso e a habitação. 
REQUISITOS FORMAIS: 
→ NECESSÁRIOS (Requisitosformais necessários):
 
Posse Ad usucapionem:
 	A posse (possessio) é fundamental para a configuração da prescrição aquisitiva. Não é qualquer espécie de posse, entretanto, que pode conduzir à usucapião:
 	Posse ad usucapionem é a que contém os requisitos exigidos pelos arts. 1.238 a 1.242 do Código Civil: 
 
→ 1º requisito: Ânimo de dono (animus domini):
 	A lei requer-se de um lado atitude ativa do possuidor que exerce os poderes inerentes à propriedade, e de outro lado, atitude passiva do proprietário, que, com sua omissão, colabora para que determinada situação de fato se alongue no tempo. 
 
Obs.: Não tem ânimo de dono o locatário, o comodatário, o arrendatário e todos aqueles que exercem posse direta sobre a coisa, sabendo que não lhe pertence e com reconhecimento do direito dominial de outrem, obrigando-se a devolvê-la. 
 	
 	É possível ocorrer a modificação do caráter da posse, quando, acompanhando a mudança da vontade, sobrevém uma nova causa possessionis. Se o que vinha possuindo animo domini renunciar a este ânimo a partir do direito dominial de outrem, repelindo o proprietário, deixando de pagar os aluguéis e fazendo lhe sentir inequivocamente a sua pretensão dominial, é fora de duvida que passou a possuir como dono. No entanto, os fatos de oposição devem ser tais que não deixem nenhuma duvida quanto à vontade de possuidor de transmutar a sua posse precária em posse a titulo de proprietário, pois que a mera falta de pagamento dos locativos, ou outras circunstancias semelhantes das quais o proprietário não possa concluir claramente a intenção de se inverter o titulo, não constituem atos de contradição eficazes. 
→ 2º requisito: Posse mansa:
 	A posse deve ser manda, ou seja, exercida sem oposição. Se o possuidor não é molestado, durante todo o tempo estabelecido na lei, pelo proprietário, diz-se que a sua posse é mansa. O proprietário do imóvel e terceiros interessados tem legitimidade para opor o imóvel. 
 	Existe uma polêmica sobre o que caracterizaria a oposição. 
 	Se o legitimado tomou alguma providência na área judicial, visando a quebrar a continuidade da posse, descaracterizada fica a ad usucapionem. Providências extrajudiciais como notificação ou advertência verbal não significam, verdadeiramente, oposição, por são meros inconformismos. 
 	Uma primeira corrente afirma que é necessário para caracterizar a oposição que exista o trânsito em julgado da ação (majoritária).
	 Uma segunda corrente afirma que para caracterizar a oposição basta apenas a interposição de ação proposta (minoritária). 
 	Se o possuidor defendeu a sua posse em juízo contra investidas de terceiros e evidenciou o seu ânimo de dono, não se pode falar em oposição capaz de reiterar da posse a sua característica de mansa. 
 
Obs.: Não se há confundir, por outro lado, inconformidade com oposição. Inconformidade significa com a finalidade de convencer alguém a demitir de si a posse de determinada coisa. Oposição traduz medidas efetivas e concretas, identificáveis na área judicial, visando quebrar a continuidade da posse, opondo à vontade do possuidor uma outra vontade que lhe contesta o exercício daqueles poderes inerentes ao domínio qualificador da posse. 
→ 3º requisito: Posse pacifica:
 	Quando a posse é exercida sem a presença de vícios, sendo violência, clandestinidade ou precariedade. Posse com vicio não é apta para gerar usucapião, exceto se referido vicio for cessado. 
 	A posse tem que ser pública quando não for sorrateira, isto é quando não for oculta ou clandestina, ou seja, quando o legitimo possuidor ou proprietário, bem como terceiros juridicamente interessados que tiverem conhecimento ou possibilidade de conhecer o exercício possessório do usucapiente. 
→ 4º requisito: Posse continua e ininterrupta:
 	O possuidor não pode possuir a coisa a intervalos, intermitentemente. É necessário que a tenha conservado durante todo o tempo e até o ajuizamento da ação de usucapião. O fato de mudar-se para o outro local não significa, necessariamente, abandono da posse, se continuou comportando-se como dono em relação à coisa. 
Obs.: 
 	Embora exija a continuidade da posse, admite o Código Civil:
 	O possuidor pode demonstrar que mantém posse ad usucapionem por si e por seus antecessores. Com efeito, não se exige para a acessio possessionis escritura pública ou documento escrito. A lei não subordina a soma das posses à existência de titulo devidamente formalizado, desde que o usucapiente demonstra por prova testemunhal concludente e incontroversa que, por si e por seus antecessores, detém o imóvel mansa e pacificamente com animus domini, de forma continua, pelo prazo de lei, terá reconhecida em seu favor a propriedade do imóvel adquirida pela usucapião extraordinária. 
 	A junção das posses pode decorrer ainda da sucessio possessiones, quando o herdeiro se reputa na continuação da posse do falecido:
 	
 	Na sucessão a titulo universal, o herdeiro sucede nas virtudes e nos vícios da posse do defunto, prosseguindo nesta obrigatoriamente. A soma das posses na sucessão a titulo singular não é, toda via, a obrigatória, mas facultativa. 
→ 5º requisito: tempo:
 	A posse e o tempo constituem pressupostos básicos, estruturais da aquisição por usucapião. Para que a primeira se converta em propriedade torna-se necessário que a ela se associe o fator tempo. Importante frisar que o tempo necessário para usucapir varia conforme o sistema jurídico. 
Para a usucapião extraordinária é exigido o lapso temporal de quinze anos, que se reduzirá a 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo (posse-trabalho). 
Para a usucapião ordinária, em que o possuidor deve ter justo titulo e boa-fé, basta o prazo de 10 anos. Será de 5 anos se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base em transcrição constante do registro próprio, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. 
 	A posse deve ter sido exercida por todo o lapso temporal de modo continuo, não interrompido e sem impugnação. Tal assentimento ou aquiescência dos vizinhos faz presumir que não existe direito contrário ao manifestado pelo possuidor. Se essa situação permanecer durante todo o tempo estabelecido na lei, consuma-se a usucapião e qualquer oposição subsequente mostrar-se-á inoperante, porque esbarrará em fato consumado. 
Obs.: No tocante ao decurso do tempo, contam-se os anos por dias e não por horas. O prazo começa a fluir no dia seguinte ao da posse. Não se conta o primeiro dia porque é necessariamente incompleto, mas conta-se o ultimo. 
→ ESPECIAIS (Requisitos formais especiais):
Justo titulo 
Boa-fé
Dimensão do imóvel
Localização do imóvel em área urbana ou rural
Finalidade da posse (moradia e subsistência da usucapião)
Outros
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
 	Trata-se da usucapião que exige o maior tempo de exercício possessório, e também é a que exige o menor número de requisitos essenciais para sua caracterização. 
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião. 
 	A usucapião extraordinária é disciplinada no artigo 1.238 do Código Civil e seus requisitos são:
Posse Ad usucapione;
Que a posse seja exercida no prazo legal de 15 anos, que pode reduzir-se a 10 anos:
→ Se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual;
OU
→ Se o possuidor houver realizado obras ou serviços de caráter produtivo, como por exemplo, a construção de uma creche, que gere proveito social, etc.
Ânimo de dono; de forma contínua, mansa e pacifica.
Obs.: O justo titulo e a boa fé na usucapião extraordinária são presumidos. 
 	Corresponde à espécie de usucapião mais comum e conhecida, bastando o ânimode dono e a continuidade e tranquilidade da posse por prazo determinado. O usucapiente não necessita de justo titulo e nem boa-fé, que sequer são presumidos. 
 	Para que ocorra a redução do prazo não bata comprovar o pagamento de tributos, uma vez que, num país com grandes áreas despovoadas, poderia o fato propiciar direitos a quem não se encontre em situação efetivamente merecedora do amparo legal. 
 	A propriedade adquirida por usucapião compreende não só aquela dotada de todos os seus atributos componentes, como também as parcelas que dela se destacam, ou seja, os direitos reais sobre coisa alheia, como a servidão, a enfiteuse, o usufruto, uso, etc. 
 	Importante ressaltar que não há necessidade do usucapiente ser proprietário apenas do imóvel que foi usucapido, de modo que, nada impede que o mesmo seja proprietário de outros imóveis, inclusive adquiridos por usucapião. 
USUCAPIÃO ORDINÁRIA
 	A usucapião ordinária apresenta os seguintes requisitos:
Posse Ad usucapione;
10 anos de exercício possessório, podendo ser reduzido para 5 anos:
→ Se a posse do imóvel for exercida com base em titulo aquisitivo oneroso registrado e o posterior cancelamento do registro, e o usucapiente estabelecer no local sua moradia ou realizar investimentos de interesse econômico e social. 
Posse exercida com ânimo de dono, de forma contínua, mansa e pacifica.
Justo titulo: Documento hábil, idôneo, capaz, ato jurídico eficaz para adquirir-se a propriedade, mas que impede a sua aquisição em razão de um defeito de forma ou um vicio intrínseco, por exemplo, Marta e José são casados sobre o regime de comunhão parcial de bens, e decidem vender o imóvel onde residem, razão pela qual, é lavrada escritura pública de compra e venda de bem imóvel, no entanto, no documento José se declara solteiro, de modo que, essa escritura possui todas as características de um titulo aquisitivo, no entanto possui um vicio intrínseco diante da falta de outorga do cônjuge. 
Boa-fé: A boa-fé do usucapiente é a ignorância, o desconhecimento do vicio intrínseco do defeito de forma existente no justo titulo, que fez com que o usucapiente tenha a convicção de que é proprietário da coisa em razão do justo titulo, que em seu ver, ele pensa ser um titulo aquisitivo perfeito, sem qualquer defeito ou vicio. 
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião.
USUCAPIÃO ESPECIAL
 	A usucapião especial é trazida pela Constituição Federal sob duas formas, a usucapião especial rural, também denominada pro labore, e usucapião especial urbana, também conhecida como pró-moradia:
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL:
	A usucapião especial rural apresenta os seguintes requisitos:
Não ser proprietário;
Posse ad usucapione
Possuir como sua, por 5 anos ininterruptos, sem oposição, área rural continua;
A área rural não pode exceder 50 hectares;
Que o imóvel se encontre em área rural.
O usucapiente precisa estabelecer no local sua moradia e tornar a área produtiva com o seu trabalho
Necessário que sirva como moradia do usucapiente 
O usucapiente NÃO pode ser proprietário de qualquer outro imóvel, seja rural ou urbano.
Obs.: Independe de justo titulo e de boa-fé, haja vista que, estes são presumidos, podendo requerer ao juiz que declare o domínio por sentença, a qual servirá de titulo para transcrição no Registro de Imóveis. 
 	A usucapião especial rural não se contenta com a simples posse. O seu objetivo é a fixação do homem no campo, exigindo ocupação produtiva do imóvel, devendo neste morar e trabalhar o usucapiente. Tais requisitos impedem que a pessoa jurídica requeira usucapião com base no dispositivo legal em apreço porque ela não te família nem morada. Tal modalidade não exige, todavia, justo titulo e nem boa-fé.
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião. É terminantemente proibido a aquisição de imóveis públicos por usucapião.
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA:
 	A usucapião especial urbana constitui inovação trazida pela Constituição Federal, estando regulamentada em seu artigo183:
 	A usucapião especial urbana apresenta os seguintes requisitos:
Possuir uma área urbana de até 250m²;
Exercer a posse da área urbana por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição;
Utilizar a área urbana para moradia do usucapiente ou de sua família;
Não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Não reclama justo titulo e nem boa-fé, haja vista que, esses são presumidos.
 	Importante frisar que tal hipótese não se aplica à posse de terreno urbano sem construção, pois é requisito a sua utilização para moradia do possuidor ou de sua família, ressaltando que esse direito não sreá reconhecido ao novo possuidor mais de uma vez. 
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião. É terminantemente proibido a aquisição de imóveis públicos por usucapião.
 	Tem legitimidade para usucapir o possuidor, como pessoa física. A lei exige do prescribente que utilize o imóvel para sua moradia ou de sua família. A pessoa jurídica, tendo sede e não residência, não tem família e, portanto, não está legitimada para arguir a prescrição aquisitiva. 
 	Quanto a extensão do imóvel, a área urbana de até 250m², representa um tamanho máximo fixado pelo legislador constitucional como suficiente à moradia do possuidor ou de sua família. Tal metragem abrange tanto a área do terreno quanto a construção, vedado que uma ou outra ultrapasse o limite assinalado. Ademais, não se soma a área construída à do terreno. 
USUCAPIÃO URBANA INDIVIDUAL:
 	
 	As modificações nesse campo visam a tornar possível a coexistência de um sem-número de proprietários em áreas relativamente pouco extensas, e mais, acomodar o exercício de seus respectivos direitos à ideia da função que devem exercer. 
 	A necessidade dessa modalidade de usucapião decorre das ocupações irregulares nos grandes conglomerados urbanos. A invasão de áreas, a falta de fiscalização, a invasão de mananciais, o medo da perda da posse, a venda de propriedades, barracos e construções malfeitas, tudo a gerar um conflito social sem precedentes. A lei veio a trazer alguns instrumentos de impacto urbano que podem envolver a legitimação da posse, pacificando a sociedade e dando às grandes cidades condições de desenvolvimento saudável. 
Artigo 9 e seguintes da Lei. Nº 10.257/01 – Estatuto da Cidade
 	A usucapião urbana individual apresenta os seguintes requisitos:
Posse Ad usucapione;
Possuir uma área urbana de até 250m²;
Exercer a posse da área urbana por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição;
Que o imóvel se encontre em área urbana
Utilizar a área urbana para moradia do usucapiente ou de sua família;
Não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Não reclama justo titulo e nem boa-fé, haja vista que, esses são presumidos.
 	Importante frisar que tanto a área (com a construção) como a edificação (só o direito de superfície) poderão ser objeto de usucapião urbana individual. O limite de 250m² não pode assim ser ultrapassado, seja para a área do terreno, seja para a edificação. 
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião.
USUCAPIÃO URBANA COLETIVA:
 	O Estatuto da Cidade prevê em seu artigo 10, a usucapião coletiva de grande alcance social, de áreas urbanas com mais de 250m², ocupadas por população de baixa renda para sua moradia por 5 anos, onde não for possível identificar os terrenos ocupados, individualmente. 
 	A usucapião urbana coletiva apresenta os seguintes requisitos:
Usucapião de áreaurbana com mais de 250m².
Posse ad usucapione
Área ocupada por população de baixa renda para sua moradia, pelo prazo de 5 anos, ininterruptamente e sem oposição. 
Que não seja possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor (usucapidos coletivamente)
Que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 
O imóvel se localiza em área urbana.
Que a posse do imóvel seja exercido por uma coletividade de pessoas de baixa renda.
Que a coletividade de possuidores estabeleça no local do imóvel as suas moradias ou de suas famílias. 
 	A inovação visa à regularização de áreas de favelas ou de conglomerados residenciais sem condições de legalização do domínio. A ideia de usucapião sempre foi voltada para área certa, delimitada e posicionada em local determinado, no entanto, nessa modalidade de usucapião, não há um limite do tamanho da área, devendo, contudo, superar 250m². Não se trata de terra bruta, mas sim ocupada por pessoas que vivem em barracos ou habitações precárias construídas com material frágil, até mesmo com coberturas improvisadas.
 	A área deve ser de propriedade particular, uma vez que é proibido usucapir terras públicas. 
 	Importante salientar que embora o legislador não explicite o conteúdo da expressão “população de baixa renda”, entende-se abranger a camada da população sem condições de adquirir, por negócio oneroso, simples imóvel de moradia. Os economistas e estudiosos de ciências sociais costumam assim classificar as pessoas que ganham em média menos de 3 salários mínimos de renda mensal média. Caberá ao juiz examinar caso a caso se os requerentes se encaixam no conceito indeterminado “baixa renda” usado pelo legislador. 
 	Ainda frisa-se que deve preponderar o uso do imóvel para fins residenciais, não se afastando utilização outra finalidade comercial acanhada, como pequeno bar, por exemplo. As favelas constituem um todo orgânico e devem ser consideradas como unidades, dai por que alguns imóveis comerciais não podem, desde que existe predominância da residência, impedir futura urbanização. Aos possuidores que explorem comércio não fica afastada a via usucapiatória do Código Civil, desde que atendido um mínimo de urbanização que permita perfeita localização dos imóveis, com dados idôneas a abertura da matricula. 
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião.
 
USUCAPIÃO IMOBILIÁRIA ADMINISTRATIVA
 	A Lei nº 11.977 de 2009, que criou o programa “Minha Casa Minha Vida” destinado ao custeio de moradia à população de baixa renda, instituiu também a regularização fundiária, com as alterações introduzidas pela Lei nº 12.424 de 2011. Trata-se de um processo para transformar terra urbana em terra urbanizada, com infraestrutura e integração à cidade. 
 	A referida lei disciplina modalidade de usucapião administrativa, requerida e processada no Cartório de Registro de Imóveis, e não em juízo, prevendo a possibilidade de o Poder Judiciário legitimar a posse de ocupantes de imóveis públicos ou particulares. 
LEI Nº 11.977, DE 7 DE JULHO DE 2009 – Do Programa minha casa, minha vida - PMCMV
 	O detentor do titulo de legitimação de posse, após 5 anos de seu registro, poderá requerer ao oficial de registro de imóveis a conversão desse titulo em registro de propriedade, tendo em vista sua aquisição por usucapião, nos termos do artigo 183 da Constituição Federal. 
USUCAPIÃO URBANA FAMILIAR
 	A usucapião familiar apresenta os seguintes requisitos:
Posse Ad usucapione.
Exercer posse direta por 2 anos, ininterruptamente por parte do cônjuge/companheiro abandonado, a contar do próprio abandono.
Exercer posse direta sem oposição, sendo esta mansa, pacifica e ininterrupta.
Usucapião de imóvel urbano com mais de 250m².
Que o cônjuge ou companheiro abandone o lar, deixando o imóvel de convivência comum (deixar o local sem hesitar).
Localização do imóvel em área urbana.
O usucapiente não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Que o usucapiente estabeleça no imóvel sua moradia ou de sua família. 
 	Dessa forma, a mera separação de fato, por erodir a arquitetura conjugal, acarreta o fim de deveres do casamento e, assim, do regime patrimonial, não se comunicando os bens havidos depois daquele desate matrimonial. 
Obs.: Vale ressaltar que os requisitos pessoais e reais devem estar sempre presentes para a caracterização da usucapião, assim como a sentença declaratória da usucapião.
USUCAPIÃO INDÍGENA
 	Índios são os habitantes das selvas, não integrados à civilização. Preceitua o artigo 33 do Estatuto do Índio, que o indígena, integrado ou não, que ocupe como próprio, por 10 anos consecutivos, trecho de terra inferior a 50 hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. 
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973 - Estatuto do Índio
Requisitos:
Posse ad usucapione;
10 anos de exercício possessório;
Dimensão do imóvel inferior a 50 hectares;
A posse seja exercida por indígena.
 	É beneficiado pelo favor legal, podendo usucapir. A área usucapienda é somente a rural e particular, uma vez que, pela própria Constituição Federal, é proibido usucapião de bens públicos. 
USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL
 	O artigo 1.071 do novo Código de Processo Civil de 2015 introduziu na Lei dos Registros Públicos o artigo 216-A, admitindo a usucapião extrajudicial, processada diretamente perante o cartório de registro de imóveis da comarca em que está situado o imóvel usucapiendo. 
 Artigo 216-A da Lei dos Registros Públicos e 1.071 do novo Código de Processo Civil de 2015:
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com:  .
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias;  . 
II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes;    .
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente; 
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.
§ 1o O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido.
§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como discordância.     
§ 3o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido. 
§ 4o O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias.  
§ 5o Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas diligências pelo oficial deregistro de imóveis.  
§ 6o  Transcorrido o prazo de que trata o § 4o deste artigo, sem pendência de diligências na forma do § 5o deste artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da concordância expressa dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso. 
§ 7o Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta Lei.   
§ 8o Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imóveis rejeitará o pedido. 
 § 9o A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião.    
§ 10.  Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum.  
 	A usucapião extrajudicial não é requerida ao juiz, mas sim ao oficial de registros de imóveis e todo e qualquer modalidade de usucapião pode ser requerida em cartório para oficial de registro imobiliário. 
 	O pedido será formulado pelo interessado, representado por advogado, instruído com os seguintes requisitos:
Pedido realizado por advogados constituído. 
Ata notarial lavrada pelo Tabelião do Cartório de Notas, atestando o tempo de posse do requerendo e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias.
Planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matricula do imóvel usucapiendo e na matricula dos imóveis confinantes. 
Certidões negativas pessoais do usucapiente e reais do imóvel (certidões dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicilio do requerente). 
Justo titulo ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem da posse, continuidade, natureza e tempo, tais como o pagamento dos impostos e taxas que incidirem sobre o imóvel.
Obs.: As demais espécies de usucapião precisam de sentença, haja vista que, são modalidades de caráter judicial, diferentemente da modalidade extrajudicial, que por óbvio não necessita de sentença. 
 	Verifica-se que o reconhecimento extrajudicial da usucapião será efetivado perante o Registro de Imóveis, com apresentação de documentos e uma ata notarial lavrada pelo tabelião de notas. O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo de prenotação até o acolhimento ou rejeição do pedido. O oficial do registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Município, para que se manifestem, em 15 dias sobre o pedido, bem como promoverá a publicação de edital em jornal de grande circulação. 
 	Encontrando-se em ordem a documentação e não havendo impugnação o oficial do registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas. A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento da ação de usucapião. 
 	A maioria da doutrina acredita que natureza jurídica da sentença que julga a ação de usucapião é meramente declaratória, isto porque não está constituindo direito algum, pois este já existe a partir do momento em que a situação de fato do possuidor se adéqua a todos os requisitos da usucapião prevista em lei, ou seja, naquele momento, e a partir dele, já se tem o direito conferido, e o que se busca através da ação é apenas o reconhecimento de tal fato, para fins de registro e evidentemente maior proteção. Dessa forma, ela produz efeitos ex tunc, e retroagem até a data em que enquadrou-se em todos os requisitos da usucapião, de modo que, torna-se pressuposto para regularização da propriedade de imóvel por registro imobiliário (não é requisito). 
→ Se a sentença for procedente, será transcrita, mediante mandato, no Cartório de Registro de Imóveis. A decisão pode ensejar em apelação, caso em que poderá ser recebida tanto nos efeitos devolutivos quanto suspensivos, mas que se não for arguida, correrá a sentença como transitada em julgada.
→ Se a decisão for improcedente, transitará em julgada, não podendo ser novamente impetrada ação equivalente, a não ser em casos em que os requisitos não estivessem preenchidos e depois se verificar que os requisitos foram preenchidos, podendo assim ingressar novamente em juízo para buscar a efetivação da decisão.
 	Existe polêmica afirmando que a sentença é constitutiva, no entanto, essa posição é adotada pela minoria da doutrina, e acarretaria efeitos ex nunc, ou seja, não retroagem, o que não condiz com o caráter da usucapião. 
DA AQUISIÇÃO POR ACESSÃO
 	Acessão é o modo de aquisição da propriedade, criado por lei, em virtude do qual tudo o que se incorpora a um bem fica pertencendo ao seu proprietário, ou seja, é a aquisição por meio da união por incorporação de uma coisa acessória a uma coisa principal que dá origem a uma algo novo, autônomo, inseparável e diverso dos que se uniram ou incorporaram.
 	Em todas as suas formas, a acessão depende do concurso de dois requisitos:
A conjunção entre 2 coisas, até então separadas. 
O caráter acessório de uma dessas coisas, em confronto com a outra. 
 	Na acessão predomina, com efeito, o principio segundo o qual a coisa acessória segue a principal, ou seja, a coisa acedida é a principal e a coisa acedente, é a acessória. 
Consequências da acessão:
 	Aplica-se o principio que veda o enriquecimento sem causa, de modo que, o legislador entendeu conveniente atribuir o domínio da coisa acessória também ao dono da coisa principal, para evitar o estabelecimento de um condomínio forçado e indesejado, porém, ao mesmo tentou evitar o enriquecimento ilícito possibilitando ao proprietário desfalcado o percebimento de uma indenização. 
 	A acessão pode se dar:
Pela formação de ilhas,
Pela formação de aluvião;
Pela formação de avulsão;
Pela formação de abandono de álveo;
Acessões industriais: plantações ou construções 
Obs.: A doutrina (Orlando Gomes) ainda dispõe sobre uma modalidade nova de acessão, de bem móvel para bem móvel, podendo ser por:
Especificação
Comissão
Confusão
Adjunção
→ Acessões de imóvel para imóvel :
ACESSÃO PELA FORMAÇÃO DE ILHAS:
 	A formação de ilhas é uma forma de acessão material de imóvel para imóvel em que a propriedade da coisa pertence aos proprietários ribeirinhos seguindo os critérios que se seguem:
Traça-se uma linha imaginária mediana que corta o leito do rio ao meio, pertencendo a ilha aos proprietários de uma margem ou de outra, se ela se encontrar entre a linha mediada e a margem respectiva.
Promulga-se imaginariamente as linhas divisórias dos imóveis, de forma perpendicular até que se alcance a linha imaginária mediana, pertencendo a ilha ao proprietário de uma margem, se ela se formar num quadrante de fronte a testada do imóvel, quadrante constituído entre as linhas imaginárias mediana e perpendicular.
Obs.: Testada é a parte do imóvel voltada para o rio.
 	O legislador dispõe sobre o problema da atribuição do domínio das ilhas surgidas em rios particulares, ou ilhotas formadas no curso de rios navegáveis ou que banhem mais de um Estado, 
Obs.: Consideram-se navegáveis os rios e as lagoas em que a navegação seja possível, por embarcações de quaisquer espécies. 
 	As ilhas e ilhotas surgidas nos rios não navegáveis pertencem ao domínio particular, visto que as ilhas que por acaso surjam nos álveos das correntes públicastêm idêntico caráter. O aparecimento das ilhas pode ser determinado pelas causas mais diversas.
 	A aquisição da propriedade das que se formaram por força natural (acúmulo de areia e materiais levados pela correnteza, movimentos sísmicos, desagregação repentina de uma porção de terra, etc.) ocorre de acordo com sua situação ou posição no leito dos rios. 
 	Assim, as ilhas que se formam no meio do rio distribuem-se na proporção das testadas dos terrenos até a linha que dividir o álveo ou leio do rio em duas partes iguais; as que se formam entre essa linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos desse mesmo lado. 
ALUVIÃO:
	Aluvião é o aumento insensível que o rio anexo às terras, tão vagarosamente que seria impossível apreciar a quantidade acrescida. Esses acréscimos pertencem aos donos dos terrenos marginais, conforme a regra de que o acessório segue o principal.
 	O favorecido não está obrigado a pagar indenização ao prejudicado. Nenhum particular, entretanto, pode realizar obra ou trabalho para determinar o aparecimento de terreno aluvial em seu beneficio, pois aluvião é obra da natureza, não do trabalho humano. 
→ Aluvião própria: É a acessão material de imóvel para imóvel que resulta no acréscimo lento e paliativo de materiais no imóvel ribeirinho, trazidos pela corrente fluvial que forma depósitos ou aterros naturais e aumenta a extensão do imóvel acrescido. 
→ Aluvião impróprio: Se caracteriza pelo recuo ou desvio natural das águas fluviais, fazendo surgir parte do álveo do rio ou tanques de areia, que aumentam a extensão do imóvel ribeirinho. As partes descobertas pela retração das águas dormentes, como lados e tanques são chamadas de aluvião improprio. O Código Civil de 2002 não reproduziu qualquer restrição sobre o fato (como dispunha o CC anterior), passando a admitir tacitamente a aluvião imprópria como modo aquisitivo da propriedade. 
AVULSÃO
 	É uma acessão natural que ocorre de imóvel para imóvel, caracterizada pelo deslocamento abrupto e repentino de uma porção de terra em razão da corrente fluvial, sendo que está porção é acrescida ao imóvel ribeirinho, aumentando sua extensão ou seu volume, tendo o proprietário dessa porção deslocado o direito no prazo decadencial de 1 ano de reivindicá-la junto ao proprietário do imóvel acrescido, o qual a sua escolha, pode:
→ Pagar uma indenização
ou 
→ Mandar o dono da porção busca-la. 
 	Dessa forma, verifica-se a avulsão quando a força súbita da corrente ou outra força natural e violenta arranca uma parte considerável de um prédio, arrojando-a sobre outro. 
Exemplo: Um furacão arremessa de um imóvel para outro madeiras cortadas, cercas de arame e outros objetos. Tais utilitários devem ser restituídos ao legitimo dono, uma vez que não vem a ocorrer consolidação de duas coisas em uma, conservando cada qual sua própria individualidade. O dono do imóvel em que caíram é obrigado a tolerar a busca e a retirada, mediante indenização, se sofrer algum prejuízo. 
 	Na avulsão, o acréscimo passa a pertencer ao dono da coisa principal. Se o proprietário do prédio desfalcado reclamar dentro do prazo decadencial de 1 ano, o dono do prédio acrescido, se não quiser devolver, pagará indenização àquele. 
ÁLVEO ABANDONADO:
 	É uma acessão natural que ocorre de imóvel para imóvel e se caracteriza pelo abandono natural e permanente das águas de um rio, que deixa descoberto, o álveo/leito do rio, adquirindo a propriedade dessa área os imóveis ribeirinhos, segundo a testada de cada imóvel por meio de prolongamento destas testas até a linha mediana que corta o leito do rio. 
 	Dessa forma, é definido como a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto, ou seja, trata-se do leito do rio. 
Ele será:
→ Público de uso comum, ou dominical: conforme a propriedade das respectivas águas.
→ Particular, no caso de águas comuns ou de águas particulares. 
 	
 	O álveo abandonado de rio público ou particular pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, na proporção das testadas, até a linha mediada daquele.
 	Os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso não têm o direito de exigir indenização, uma vez que se está diante de um acontecimento natural. Todavia, farão jus a ela se o acontecimento decorrer de ato humano. Se o rio retornar ao seu antigo leito, o abandonado voltará aos seus antigos donos.
→ Acessões de imóvel para imóvel:
ACESSÕES INDUSTRIAIS: CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES:
 	As construções e plantações são chamadas de acessões industriais ou artificiais, porque derivam de um comportamento ativo do homem. Dessa forma, são aquelas que resultam da ação humana (construções, plantações e semeaduras) ou de causas naturais (plantações e semeaduras).
 	A regra básica é da presunção de que toda construção ou plantação existente em um terreno foi feita pelo proprietário e à sua custa. Trata-se, entretanto, de presunção relativa, vencível, admitindo prova contrária. 
	 A presunção se ilide nas seguintes hipóteses:
Na primeira, o dono do solo edifica ou planta em terreno próprio, com semente sou materiais alheios;
Na segunda, o dono das sementes ou materiais planta ou constrói em terreno alheio;
Na última, terceiro planta ou edifica com sementes ou materiais alheios, em terreno igualmente alheio. 
 	O legislador procurou resolver a questão do domínio da coisa principal e da acessória, bem como a da fixação da indenização devida pela parte beneficiada àquela que, em virtude da solução legal, experimento prejuízo. A solução varia, conforme estejam as partes de boa ou má-fé. 
 	Em tese, se o proprietário semeia, planta ou edifica em seu próprio terreno, mas com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes, visto que o acessório segue a sorte do principal (o que adere ao solo a este se incorpora), mas terá que reembolsar o valor do que utilizar, respondendo por perdas e danos. 
 	Se estiver de má-fé, o proprietário terá a opção de obriga-lo a repor as coisas no estado anterior, retirando a planta ou demolindo a edificação, e a pagar os prejuízos, ou deixar que permaneça a seu beneficio e sem indenização. Não seria justo que o plantador ou construtor que procedesse de má-fé fosse encontrar para esta uma proteção da ordem jurídica e receber indenização pelo seu ato ilícito. 
Artigo 1.254: Se o proprietário do imóvel efetuar no solo uma construção, plantação ou semeadura, utilizando materiais, plantas ou sementes alheias, tornar-se-á dono da construção, plantação ou semeadura feita, mas se agiu de boa-fé, deverá pagar ao dono dos materiais, plantas ou sementes o valor equivalente, devendo ainda pagar uma indenização se agiu de má-fé. 
 
 	Os artigos 1.255 e 1.256 do Código Civil tratam da 2ª exceção, onde o individuo – proprietário dos materiais, plantas ou sementes efetua a construção, plantação ou semeadura em solo de propriedade alhiea:
Artigo 1.255 caput: Nessa hipótese, o dono do imóvel tornar-se-á proprietário da construção, plantação ou semeadura feita, mas terá o construtor, plantador ou semeador direito a uma indenização se agiu de boa fé (acessório segue a sorte do principal)
Obs.: Para não gerar enriquecimento sem causa, o construtor, plantador ou semeador merece indenização, mas somente se for comprovado que agiu de boa-fé, já que o dono do imóvel tem direito a tudo.
 	Para semear, plantar ou edificar é necessário que o dono da coisa esteja na posse do imóvel. Se de boa-fé, é legitimo o exercício do direito de retenção, só o restituindo após receber a indenização. 
Obs.: Frisa-se que o artigo 1.255 em apreço somente se aplica às construções e plantações que são acessões industriais, e não às benfeitorias, que não são coisas novas, mas apenas acréscimos ou melhoramentos em obras já feitas. Nas acessões, o proprietário paga o justo valor, isto é, o valor efetivo dos materiais e da mão de obra. Nas benfeitorias,estando o possuidor de má-fé, pode o proprietário optar entre o valor atual e o seu custo, devendo ser corrigido monetariamente. 
Artigo 1.256: 
 	Trata da culpa reciproca. Haverá culpa reciproca, objetivamente, quando utilizando materiais, plantas ou sementes próprias, o construtor, plantador ou semeador, agindo de má-fé, constrói, planta ou semeia na propriedade alheia, tendo o dono do imóvel conhecimento da construção, plantação ou semeadura, e não impugnando, demonstrando que agiu de má-fé. A ideia é de que como o acessório segue a sorte do principal, o dono do imóvel verifica as acessões e acredita que serão de propriedade dele. 
 	Como há má-fé reciproca, a má-fé de um anula a do outro, e a solução é que o proprietário do imóvel tornar-se-á dono da construção, plantação ou semeadura realizada, no entanto, deverá indenizar o dono dos materiais, plantas ou sementes empregadas, evitando assim o enriquecimento ilícito. 
 	 Dessa forma, se de ambas as partes houver má-fé, o proprietário adquire as sementes, plantas e construções, mas é obrigado a ressarcir o valor das acessões. A falta de elementos positivos, presume a lei, a má-fé do proprietário quando o trabalho de construção ou lavoura foi realizado em sua presença e sem impugnação sua.
Artigo 1.257: Trata-se da hipótese do construtor, plantador ou semeador, utilizando materiais, plantas ou sementes alheias, efetuar a construção, plantação ou semeadura do imóvel de outrem. Dispõe o artigo 1.256 sobre a solução, na qual o dono do imóvel tornar-se-á proprietário da construção, plantação ou semeadura, mas o dono dos materiais, plantas ou sementes empregadas terá direito a indenização, que deverá ser requerida ao proprietário do solo, se não for possível o pagamento ser feito por quem realizou a construção, plantação ou semeadura.
 	
 	Assim mesmo o proprietário os adquire, e o dono das plantas ou dos materiais poderá cobrar a indenização do dono do solo quando não puder havê-la do plantador ou construtor. 
 	No tocante à invasão de solo alheio por construção, a jurisprudência o entendimento de que, se a edificação invadia devia ser condenado a demoli-la, mas apenas a indenizar a área invadida, segundo seu valor justo. 
Artigos 1.258 e 1.259: Trata das hipóteses do individuo fazer uma construção e esta penetrar a propriedade vizinha. Dependendo da área invadida, o dono da construção também se torna dono da área, pagando indenização se de boa-fé, e indenização de relevante valor se for de má-fé, podendo ainda ser obrigado a demolir a área construída, conforme for o caso. 
DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL
 	A propriedade é resolúvel quando o titulo de aquisição está subordinado a uma condição resolutiva ou ao advento do termo, ou seja, é aquela que no próprio titulo de sua aquisição encerra-se realizada a condição resolutória, ou vindo o termo extintivo, seja por força de declaração, seja por determinação da lei. 
→ Causas de resolução da propriedade: 
Advento de uma condição ou termo
Surgimento de uma causa superveniente.
Condição ou termo
 	A condição ou termo referidos constam do titulo constitutivo da propriedade, de tal forma, que o terceiro que a adquiriu não poderá alegar surpresa. 
 	Dessa forma, o adquirente de algum bem sobre o qual pende condição ou termo resolutivo não pode alegar prejuízo, advindo da subsequente solução, isto porque, o prejuízo decorreu de sua própria negligência ou do risco assumido espontaneamente. 
 	A condição ou termo resolutivo operam retroativamente (ex tunc), e todos os direitos constituídos em sua pendência se desfazem, como se jamais houvesse existido. A devolução da coisa faz-se como se nunca tivesse havido mudança de proprietário. 
Exemplo: 
→ Se um individuo adquirir imóvel em cuja escritura existia um pacto de retrovenda, não poderá reclamar se o primeiro alienante exercer o seu direito de retrato antes do prazo de 3 anos. Nesse caso, resolve-se o domínio do terceiro e o primeiro alienante poderá reivindicar o imóvel. 
→ A venda a estranho, pelo condomínio, de sua quota na coisa comum indivisível, sem respeito ao direito de preferência assegurado aos consortes. Qualquer destes pode exercer o aludido direito no prazo de 6 meses, não havendo para si a quota vendida e resolvendo-se a propriedade do adquirente estranho. 
→ Na venda a contento sob a condição resolutiva, pela qual se estipula que o negócio será desfeito se a coisa vendida não agradar o comprador. 
→ Na doação com cláusula de reversão, em que o doador determina que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. 
Causa superveniente
 	Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor.
Exemplo: Se um individuo receber um imóvel em doação e depois o alienar, o adquirente será considerado proprietário perfeito se, posteriormente, o doador resolver revogar a doação por ingratidão do donatário. Embora se permite a revogação, não pode ela prejudicar direito adquiridos por terceiros, e como se trata de causa superveniente, o adquirente não podia prevê-la. Nesse caso, o doador só poderá cobrar do donatário o valor da coisa, porque esta continuará pertencendo ao adquirente de boa-fé.
DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
 	A propriedade fiduciária se encontra disciplinada pelo Decreto 611/69 e pelos artigos 1361 a 1368 do Código Civil, tratando-se de coisa móvel, e pela Lei 9.514/1997 em relação aos bens imóveis.
	Constitui-se mediante negócio jurídico de disposição condicional. Subordinado a uma condição resolutiva, porque a propriedade fiduciária cessa em favor do alienante, uma vez verificado o implemento da condição resolutiva, não exige nova declaração de vontade do adquirente ou do alienante, nem requer a realização de qualquer novo ato. O alienante, que transferiu fiduciariamente a propriedade, readquire-a pelo só pagamento da divida.
 	Na propriedade fiduciária dá-se a transferência do domínio do bem móvel ao credor, denominado fiduciário, em geral uma financeira que forneceu o numerário para a aquisição, em garantia do pagamento, permanecendo o devedor (fiduciante) com a posse direta da coisa. O domínio e a posse indireta passam ao credor, em garantia. Não se dá tradição real, mas sim ficta, pelo constituto possessório. O domínio do credor é resolúvel, pois se resolve automaticamente em favor do devedor alienante, sem necessidade de outro ato, uma vez paga a última parcela da divida. 
 	Sendo assim, esta resulta de um negócio jurídico firmado entre o devedor qualificado como fiduciante e o credor denominado de fiduciário, e tem como objeto uma coisa móvel ou imóvel (infungível) em que fiduciante exerce a posse direta da coisa é transfere ao fiduciário a posse indireta e a propriedade resolúvel, sendo que paga a dívida financiada ocorre o implemento da condição resolutiva e o devedor fiduciante passa a ser proprietário da coisa.
Exemplo: Augusto quer comprar uma moto, no entanto não possui dinheiro suficiente para tal aquisição, razão pela qual diligencia até a financeira VIC, e esta financia a compra da moto em 24 meses. Augusto se torna o devedor fiduciante e a VIC credora fiduciária, possuidora indireta e proprietária resolúvel. Se durante esses meses Augusto pagar todas as prestações, haverá o implemento da condição e a propriedade se resolve, passando Augusto a ser o dono.
 	A propriedade fiduciária é negócio jurídico formal. Para que possa constituir-se juridicamente e tornar-se hábil a produzir seus efeitos no mundo jurídico, deve observar os requisitos contidos no artigo 1.361 do Código Civil:
 	Desse modo, por ser contrato formal (necessariamente escrito), pode ser firmado por instrumento particular ou público e deve ser registrado no cartório para ser oponível

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