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Dissidio coletivo na justiça do trabalho

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
Curso: Intensivo Diurno| Disciplina: Direito Processual do Trabalho 
Data: 17.08.2016 
 
 MATERIAL DE APOIO 
EXAME DE ORDEM 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
 
EMENTA DA AULA 
- DISSIDIO COLETIVO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
- AÇÃO RESCISÓRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
GUIA DE ESTUDO 
 
1) DISSIDIO COLETIVO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
1.1) Introdução 
Artigo 114, §1 ao §3, CF – fruto da EC 45/2004, a reforma do judiciário. 
Artigos 856 a 875, CLT. 
Conceito: é o processo coletivo que tem por objeto interesses gerais e abstratos de categorias 
profissionais e/ou econômicas. Exemplo: se discute interesses da categoria dos professores, da 
categoria dos metalúrgicos etc. 
O dissídio coletivo acaba sendo de competência originária dos Tribunais Trabalhistas (TRT ou TST), é 
impossível ajuizar dissidio coletivo nas Varas de Trabalho. 
Os dissídios coletivos ou são ajuizados no TRT ou no TST e jamais nas Varas de Trabalho. 
É pressuposto para o ajuizamento de um dissidio coletivo que seja frustrada ou esgotada a negociação 
coletiva. Primeiro deve-se tentar convenção coletiva ou acordo coletivo, caso isso não aconteça se leva 
o caso ao judiciário. 
 
1.2) Classificação do dissidio coletivo 
a) Dissídio coletivo de natureza econômica ou de interesse: 
Tem por objetivo a criação de novas condições de trabalho. Isso traz uma melhoria das condições sociais 
do trabalhador. 
Exemplo: reajustamento salarial coletivo (ideia da data base). 
É a data base que a categoria tem o seu reajuste, quem determinou essa data foi o poder judiciário 
através de um dissídio coletivo. 
 
 
 
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b) Dissídio coletivo de natureza jurídica ou de direito: tem por objetivo a interposição e aplicação 
de regras jurídicas já existente. Exemplo: convenção coletiva de trabalho e acordo coletivo de 
trabalho. 
Ex. tinha uma convenção coletiva de trabalho com gratificação por passividade. Todo 
trabalhador que não tivesse falta, atraso etc. tinha essa gratificação. A base de cálculo foi o 
salário. 
 
c) Dissídio coletivo de greve: artigo 9, CF + lei 7783/89 
Possui natureza jurídica hibrida ou mista porque ele tanto tem natureza jurídica quanto tem 
natureza econômica. 
Ajuizado um dissídio coletivo o Tribunal analisará se a greve é abusiva ou não (analise jurídica). 
Se a greve for lícita, o Tribunal vai apreciar as condições de trabalho pleiteadas pela categoria 
(analise econômica). 
 
1.3) Qual é a sequencia de atos processuais envolvendo dissídio coletivo? 
 1° ato é a petição inicial do dissídio coletivo 
 Trata-se de uma petição obrigatoriamente escrita. 
 Petição inicial endereçada ao Presidente do Tribunal respectivo. 
 Qual é a legitimidade ativa? Quem pode ajuizar dissídio? 
Trata-se de uma prerrogativa das entidades sindicais, ou seja, sindicatos, federações e 
confederações. 
Vale ressaltar que no dissídio coletivo de greve a legitimidade ativa também comporta o Ministério 
Público do Trabalho – MPT – ou o próprio presidente do tribunal ex-officio 
Além disso, a petição inicial tem que trazer os motivos do dissídio e as bases de conciliação (porque 
está entrando com a ação e o mínimo para conciliar). 
 
2° ato 
Recebida e protocolada a petição inicial, o presidente do Tribunal designará audiência de 
conciliação. Essa audiência é determinada no prazo de 10 dias. 
OBS: no dissídio coletivo de greve o prazo é o mais breve possível. 
 
 
 
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O empregador poderá ser representado pelo preposto que tenha conhecimento dos fatos. 
O presidente do Tribunal não fica adstrito as bases de conciliação. 
É designada a audiência e todo comparecem. Nós temos dois caminhos: 
1° - conciliação, as partes conseguem conciliar e há homologação na sessão subsequente. 
2° - tentativa infrutífera de conciliação por qualquer motivo. 
 
3° ato: decisão do Tribunal 
Depois de cumpridas as diligências necessárias e oitiva do MPT 
O nome dessa decisão do Tribunal que julga o dissídio coletivo é sentença normativa (o nome 
deveria ser acordão normativo, mas recebeu o nome de sentença normativa). 
 
1.4) Sentença normativa 
 Conceito: é o julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Trabalhista. 
O prazo máximo de vigência de uma sentença normativa é de 4 anos, artigo 868, parágrafo único, 
CLT. 
Classificação da sentença normativa: 
a) Sentença normativa de natureza declaratória: teremos no caso de dissídio coletivo de natureza 
jurídica ou de direito. 
b) Sentença normativa de natureza constitutiva: existe no dissídio coletivo de natureza econômica 
ou de interesse. 
c) Sentença normativa hibrida ou mista (ou seja, sendo declaratória + constitutiva): teremos isso 
no dissídio coletivo de greve. 
O Tribunal avalia se a greve é licita ou não e se as condições da greve são licitas. 
É oportuno consignar que não cabe execução de sentença normativa pois não forma título 
executivo. 
 
1.5) Ação de cumprimento 
Conceito: é a ação de natureza condenatória de rito especial que objetiva o cumprimento de 
cláusula constante em sentença normativa. Artigo 872, paragrafo único, CLT. 
 
 
 
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Súmula 286 TST: também cabe ação de cumprimento para uma cláusula de convenção coletiva de 
trabalho ou acordo coletivo. 
A ação de cumprimento deverá ser ajuizada na vara do trabalho, sendo que o próprio trabalhador 
ou o sindicato possuem legitimidade ativa. 
OBS: O TST entende que é possível o ajuizamento de ação de cumprimento antes do trânsito em 
julgado da sentença normativa. Súmula 246, TST. 
 
2) AÇÃO RESCISÓRIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
2.1) Introdução 
Artigo 836, CLT. 
Artigos 966 a 975, NCPC. 
Conceito e natureza jurídica da ação rescisória: é a ação de rito especial de natureza 
desconstitutiva ou constitutiva negativa, que subjetiva a desconstituição da coisa julgada material 
nas hipóteses expressamente previstas em lei. 
A ação rescisória tem que ser exceção. 
A coisa julgada é tão importante que tem previsão no artigo 5, XXXVII, CF + artigo 6, LINDB. 
A ação rescisória também é de competência originária dos tribunais trabalhistas. 
Vai ser de competência dos TRT’s quando for quebrar sentenças e acórdãos dos próprios TRT’s. 
Tem competência do TST para quebrar acordão do próprio TST. 
 
2.2) Acordo homologado judicialmente 
Artigo 764, CLT (principio da conciliação). 
Artigo 831, paragrafo único, CLT – acordo homologado judicialmente. 
Existe algo meio processual de impugnação desse acordo homologado judicialmente? 
1° parte da resposta: para as partes não caberá recurso, trata-se de uma decisão irrecorrível 
transitando em julgado na data da homologação. Súmula 100, V, TST. 
Súmula 259, TST, traz o cabimento da ação rescisória. 
Só cabe ação rescisória nas hipóteses expressamente previstas no artigo 966, NCPC (rol taxativo). 
O arrependimento não entra. 
 
 
 
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O TST entende que a homologaçãodo acordo constitui faculdade do juiz, não sendo cabível a 
impetração de mandado de segurança. Súmula 418, TST 
Súmula 418, TST, o juiz do trabalho não é obrigado a homologar o acordo. 
2° parte da resposta: INSS/União 
Para eles é cabível a interposição do RO no prazo de 16 dias (prazo em dobro) para a discussão de 
contribuições previdenciárias. 
Terei contribuições previdenciárias sobre parcela de natureza salarial. 
 
2.3) Depósito prévio para o ajuizamento de ação rescisória 
Artigo 836, caput, CLT. 
20% sobre o valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do trabalhador. 
A lei pensou no benefício da justiça gratuita, artigo 790, §3, CLT e artigos 98 a 102, NCPC. 
Esse depósito prévio possui natureza jurídica de multa a ser revertida em favor do réu. Caso por 
unanimidade de votos, o tribunal a declare inadmissível ou improcedente. 
 
2.4) Prazo 
Decadencial de 2 anos contados da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. 
Súmula 100, TST.

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